Morando junto há dez anos, o casal Júlio César Almeida da Silva, de 32 anos, e Dionízia Dias Jorge, 31 anos, precisava provar que vivia em união estável para garantir os benefícios instituídos por lei.Entretanto, Júlio César é portador da doença Behçet (inflamação dos vasos sanguíneos que também afeta as articulações), está acamado desde janeiro de 2014 e não poderia comparecer à audiência para reconhecimento da situação.Ao saber do caso, o juiz Rinaldo Aparecido de Barros foi até a residência do casal, localizado na Vila Maria, em Padre Bernardo, no Entorno de Brasília,para inspeção judicial.O magistrado foi acompanhado da promotora de Justiça Úrsula Catarina Fernandes Pinto, designada pelo Ministério Público de Goiás (MPGO) para colaborar com os trabalhos do Programa Justiça Ativa do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO), que está sendo realizado na comarca de Padre Bernardo desde ontem (14). Ao juiz, Dioníza contou que eles moram juntos desde abril de 2007. Segundo ela, em janeiro de 2014, com o agravamento da doença, Júlio César “caiu na cama e nunca mais saiu dela”. Apesar da dificuldade na fala, segundo o TJGO, Júlio César confirmou a existência da união estável com Dionízia, afirmando que está sob seus cuidados desde o início da doença. “Vou cuidar dele doutor até quando Deus quiser. Nunca vou abandoná-lo”, afirmou a companheira.