O promotor de Justiça e professor de Sorocaba (SP), Jorge Alberto de Oliveira Marum, se envolveu em nova polêmica ao usar uma rede social na última quarta-feira (16) para dizer que o jovem morto pelo pai em Goiás após uma discussão seria "vagabundo". Após grande repercussão, a publicação sobre o caso foi apagada e o promotor pediu "desculpas aos ofendidos”.Nesta quinta-feira (17), o promotor foi entrevistado pelo portal de notícias G1 e afirmou que apagou a postagem por achar que teria ficado "ofensivo para a família" da vítima."Nesse caso foi impróprio, porque é um drama que escrevi sem saber as circunstâncias do caso. Foi um comentário de momento, sem reflexão, em uma página pessoal em que acabamos escrevendo por impulso. Tenho um cargo público, mas sou um cidadão como qualquer outro com liberdade de expressão e opinião”, disse.Marum conta que recebeu ligação da filha, contando que estariam publicando ofensas na página. “Fiquei o dia todo trabalhando, então eu não tinha visto [a polêmica]. Achei melhor deletar por não ter sido apropriado", explica.O promotor afirmou ainda ser contrário às invasões de escolas e depredações durante protestos. "Eu sou a favor da liberdade de expressão, que é imprescindível na democracia, mas condeno o método que estão usando."PublicaçãoO promotor compartilhou uma reportagem sobre o caso e acrescentou um comentário. "Não precisava tanto. Era só cortar a mesada do vagabundo e chorar no banho", escreveu. A publicação ganhou grande repercussão e acabou apagada durante a tarde do mesmo dia.Em seguida, Marum publicou um pedido de desculpas, afirmando que o comentário foi "infeliz e inapropriado", mesmo não concordando com as ocupações de escolas. "Retirei o post e peço desculpas a quem ficou sinceramente ofendido", disse.O casoA reportagem compartilhada pelo promotor abordava o fato que aconteceu na última terça-feira (15) em Goiânia, quando o estudante Guilherme Silva Neto, de 20 anos, foi perseguido antes de ser morto a tiros pelo pai, o engenheiro civil Alexandre José da Silva Neto, de 60 anos. O pai do jovem não concordava com o engajamento do filho no movimento estudantil de ocupações das escolas.PolêmicaEsta não é a primeira polêmica em que o promotor de Sorocaba se envolve. No ano de 2015, Marum comentou uma questão do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) sobre violência contra a mulher e, em tom de ironia, afirmou que “mulher nasce uma baranga francesa que não toma banho, não usa sutiã e não se depila” e que “só depois é pervertida pelo capitalismo opressor e se torna mulher”.Na ocasião, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) divulgou uma nota e um protesto em repúdio ao comentário do promotor. A publicação também foi apagada e Marum afirmou que a citação foi distorcida por "ignorância, má-fé ou oportunismo político".