Matéria atualizada às 18h57.Pelas redes sociais participantes dos protestos no Centro de Goiânia contra as reformas da Previdência e Trabalhista, nesta sexta-feira (28), relatam abuso de força por parte dos policiais militares (PMs) acionados para acompanhar a manifestação. Inclusive, no momento em que o estudante de ciências sociais da Universidade Federal de Goiás (UFG), Mateus Ferreira da Silva, de 33 anos, foi agredido com um golpe de cassetete na cabeça.O confronto, transmitido ao vivo durante o Jornal Anhanguera 1ª Edição, mostra a ação dos PMs contra manifestantes encapuzados que quebraram os vidros de agências bancárias e comércios no Centro da capital, e que tentavam colocar fogo em cartazes e faixas utilizadas no protesto. O que não era o caso do estudante, que não escondia o rosto.Os policiais militares apagaram o princípio de incêndio e, em seguida, foram alvejados por pedras e pedaços de madeira. Os PMs reagiram acertando pessoas aleatoriamente com o cassetete e spray de pimenta. Nesse momento que Mateus teria sido agredido.Nas imagens da TV Anhanguera também é possível observar uma mulher sendo atingida por golpes de, pelo menos, quatro policiais.Já o Serviço de Atendimento Móvel de Urgências (Samu) relatou que foi acionado para socorrer os feridos em um tumulto no decorrer do protesto. Segundo o Samu, a manifestação seguia de forma pacífica até o momento de dispersão.O estado de saúde de Mateus é grave. Conforme informações do Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo), para onde ele foi encaminhado, o paciente segue sedado e respira por aparelhos. Ele apresentou traumatismo cranioencefálico (TCE) e múltiplas fraturas. Não há previsão cirúrgica. No entanto, Mateus Ferreira recebe cuidados intensivos na Emergência do Hugo e será encaminhado para um leito da Unidade de Terapia Intensiva (UTI).Nota oficialNo início da tarde, por meio de nota, o Comando da PMGO informou que condena veementemente todo e qualquer tipo agressão praticada por policias militares no exercício de sua função, não compactuando com atos que possam afrontar os princípios da ética, moral e legalidade.O comunicado afirma que, diante das imagens que circulam em redes sociais, que mostram a clara agressão sofrida por Mateus Ferreira da Silva, quando da intervenção policial militar, o Comandante Geral da Polícia Militar, Coronel Divino Alves de Oliveira, determinou a imediata abertura de Inquérito Policial Militar pela Corregedoria-PMGO com o objetivo de individualizar condutas e apurar responsabilidades.A polícia ressalta que a manifestação, que até então transcorria de maneira pacífica e ordeira, cedeu lugar a ações de vandalismos, as quais, acobertadas pela falsa sensação de impunidade gerada pelo anonimato, adotaram estratégia própria dos black blocs, utilizando máscaras e roupas para cobrirem o rosto e adotando acessórios que incluíram, dentre outros, escudos improvisados, gasolina, pneus e pedaços de madeira. E que, diante desses atos, foi necessária reação por parte da Polícia Militar.O Comando da PMGO disse que durante a manifestação, 4 policiais militares foram feridos e encaminhados ao IML e submetidos a exame de corpo de delito.ManifestaçãoEm Goiânia, a organização da greve geral estimou em 30 mil o número de manifestantes que se reuniu logo pela manhã na área externa da Assembleia Legislativa e foi em passeata até a Praça do Bandeirante.Muitas categorias de trabalhadores estavam representadas na manifestação contra as reformas do trabalho e previdenciária. Havia professores das redes estadual e municipal e também de tradicionais escolas particulares da capitalProfessores e alunos da Universidade Federal de Goiás (UFG) e também da Pontifícia Universidade Católica (PUC) aderiram ao movimento. Muitos servidores públicos de órgãos estaduais e federais: do Ministério Público do Trabalho (MPT, dos auditores fiscais, da Saúde e do Ipasgo, entre vários outros segmentos. Os servidores do município estavam representados pelos funcionários da Secretaria de Infraestrutura (Seinfra).