O jogo da Baleia Azul, que tem conduzido jovens a se mutilarem e cometerem suicídio, virou novamente alvo de investigação policial. Na quarta-feira (19), a mãe de uma adolescente de 15 anos registrou ocorrência. Segundo a mulher, a filha aderiu a um grupo no Facebook e iniciou os 50 desafios impostos pelo moderador. No entanto, a garota desistiu e recebeu ameaças.De acordo com o boletim de ocorrência, a pessoa que mandava a jovem cumprir determinadas tarefas, como se mutilar, disse: “Você vai se arrepender e morrerá de qualquer jeito”. Preocupada, a mãe decidiu acionar a polícia. O caso foi registrado no Distrito Federal, na 35ª DP (Sobradinho II). Os pais relatam que a adolescente chegou a cumprir três tarefas, incluindo fazer cortes nas mãos, assistir a filmes e ouvir músicas indicadas pelo grupo. Porém, após esses atos, ela teria pedido para deixar a corrente. Em resposta, recebeu as ameaças.O pai afirma que a menina não exibia comportamento estranho e só ficou sabendo do caso quando uma amiga de sua filha avisou a direção do colégio em que ambas estudam.O que mais assustou, de acordo com os pais, foi que, no bojo das ameaças, foram descritos detalhes da rotina da filha. Eles acreditam que as informações foram obtidas por meio do próprio perfil da adolescente nas redes sociais.À polícia, a mãe contou que a adolescente não tem mais as conversas nem as ameaças digitais, uma vez que apagou todos os registros e os relacionamentos com pessoas vinculadas ao jogo. Segundo o pai, uma das orientações da corrente é justamente apagar pistas para dificultar futuras investigações.A preocupação em relação ao jogo se espalhou pelo país depois que oito estados registraram casos de suicídio e mutilações. São eles: São Paulo, Paraná, Minas Gerais, Mato Grosso, Pernambuco, Paraíba, Santa Catarina e Rio de Janeiro. Em um dos casos, o de Bauru (SP), um adolescente de 17 anos tentou se jogar do viaduto sobre a Rodovia Marechal Rondon depois de postar em sua página no Facebook a frase: “A culpa é da baleia”.Em Goiás também já existem casos sendo investigados de participação no jogo. Quatro estudantes de um colégio no Setor Sul, em Goiânia, entre 11 e 12 anos, foram levados à Delegacia de Proteção à criança e ao Adolescente (DPCA) na segunda-feira (17). Dois deles chegaram a se ferir cortando partes do braço como cumprimento de um dos desafios propostosComo funcionaEm geral, adolescentes são chamados para grupos fechados no Facebook e no WhatsApp — ou contatados até mesmo pelo Instagram — para participar do jogo, que consiste em cumprir 50 tarefas preestabelecidas por curadores. O último deles é sempre o suicídio.