Era madrugada de domingo, dia 30 do mês passado, quando Vitória Mendes, de 21 anos, recebeu um convite, via aplicativo de celular, para um teste com um produtor de teatro e moda. Ela não podia atendê-lo no momento e explicou que estava no meio de um ensaio. Foi o suficiente, segundo ela, para uma série de ofensas e ameaças começarem a ser feitas pelo Whatsapp. “Foi um inferno na Terra! Me mandou inúmeras mensagens e me ligou 4 horas da manhã”, contou a vítima, que ainda não registrou ocorrência. Ela reclamou das agressões no perfil pessoal do Facebook. Uma comissão da Ordem dos Advogados do Brasil seção Goiás (OAB-GO) dará apoio às vítimas e deve oficiar à Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) para saber como está a investigação de mais de 30 casos noticiados de vítimas do produtor cultural Hugo Rodrigues da Cunha Silva, o Hugo Rodriguez.Natural e morador de Anápolis, Hugo já foi condenado a seis anos de prisão pelo crime de estupro. Na época ele era aluno de Artes Visuais na Universidade Federal de Goiás (UFG) e foi presos depois de ser reconhecido por 14 vítimas. A defesa dele recorreu da sentença. Ele chegou a ficar preso em Anápolis e ficou conhecido depois de ter um vídeo divulgado nas redes sociais onde aparece sendo violentado por presos na cadeia. Vítimas relatam que, após sair da cadeia, ele passou a assediá-las pelas redes sociais e pelo Whatsapp, identificando-se como produtor cultural e prometendo empregos como modelo, com cachês atrativos. Outras teriam sido convencidas a mandar fotos por telefone para ele. Quando se negavam, eram constrangidas com xingamentos e ameaças. Injúria e difamaçãoA delegada Ana Elisa Gomes Martins, titular da Deam de Goiânia, disse que Hugo Rodriguez já é velho conhecido na delegacia e que pratica crimes de menor potencial ofensivo desde que saiu da cadeia. “Os registros contra ele são pelos crimes de ameaça, injúria e difamação, que são registrados por Termo Circunstanciado de Ocorrência. Não há restrição de liberdade nesses casos”, contou.De acordo com a delegada, há procedimentos contra ele ainda na Deam da cidade de Anápolis e nas Delegacias de Apuração de Atos Infracionais (Depais) de Goiânia e de Anápolis. “O mais importante é denunciar para que a Polícia Civil apure esses casos”.-Imagem (Image_1.1276901)-Imagem (Image_1.1276900)