Dois professores da Universidade Federal de Goiás (UFG), Rafael Saddi e Aline do Carmo, além de uma professora da rede estadual que preferiu não se identificar, foram convidados a acompanhar policiais civis na manhã de hoje até o 22° Distrito Policial, onde foram identificados formalmente e onde serão ouvidos no inquérito instaurado pela Polícia Civil para investigar a denúncia da direção do Colégio Estadual Ismael Silva de Jesus, no Bairro Vitória, em Goiânia, de que objetos foram furtados da escola durante a ocupação. Pais de alunos do colégio – ocupado desde o dia 17 de dezembro por estudantes e professores contra a transferência da gestão de escolas estaduais para organizações sociais (OSs) – estiveram na manhã de hoje na unidade para expulsar os manifestantes. Há denúncias de que policiais militares à paisana acompanharam o grupo de pais e de agressões cometidas por policiais A professora Aline do Carmo disse que ela e os colegas saíam da escola desocupada quando o carro em que estavam foi interceptado por uma viatura. Eles e quatro estudantes, todos adolescentes, foram revistados e orientados a acompanhar a viatura até ao distrito, sob pena de irem coercitivamente. Em seu perfil no Facebook, o professor Rafael Saddi informa que foi detido por policiais sem identificação e intimidado. Disse também que esteve à tarde no Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) para relatar o ocorrido. “Estão querendo nos intimidar e incriminar. Absurdo o tanto que os meninos apanharam”, comenta. O delegado Sérgio de Sousa Arraes, titular do 22° DP, disse ao POPULAR que a direção da escola registrou boletim de ocorrência denunciando o furto de aparelhos de internet, chamados de Swifts, e de danos materiais no local. Uma equipe de engenheiros e técnicos da Gerência de Vistoria e Avaliação de Imóveis do Estado esteve ontem fazendo uma vistoria na escola desocupada para encaminhar o relatório para a Procuradoria Geral do Estado. De acordo com a gerente de vistoria, Vera Regina Aguiar, foram constatadas depredações no colégio, mas não há registros de como estava o colégio antes da ocupação. A comparação será feita mediante relatos da diretoria da unidade. Em algumas escolas ocupadas a equipe da gerência fez vistoria no início das ocupações e vai comparar os laudos quando as direções solicitarem. O delegado do 22° DP disse que o laudo será anexado ao inquérito instaurado para investigar o furto e os danos materiais na escola. Segundo o delegado regional de Goiânia, Alexandre Pinto Lourenço, os professores e os estudantes foram convidados pelo delegado Sérgio a comparecerem no 22° DP apenas para acelerar o início das investigações.