Em entrevista no final da manhã desta sexta-feira (11), no Castro's Park Hotel, no Setor Oeste, o vice-governador e secretário de Segurança Pública, José Eliton, usou parte do tempo para desqualificar o trabalho de jornalistas do POPULAR, com base em uma frase da chamada que trocou o termo "condução coercitiva" por "detenção coercitiva", sobre a segunda fase da Operação Sexto Mandamento. "A pessoa que redigiu isso aqui deve ser analfabeta. Eu não conheço nenhuma detenção coercitiva", disse.A sala onde a imprensa foi recebida pelo vice-governador estava lotada de policiais militares, comandantes de unidades da PM, além dos responsáveis pelas Polícias Civil, Científica e Corpo de Bombeiros. Estavam presentes também os representantes de associações militares. Em tom ríspido, o vice-governador reclamou da ação da Polícia Federal, que o comunicou da operação um dia antes, chamando-a de “midiática”. "Fui comunicado na noite de ontem, pessoalmente, da situação. Um ato normal de investigação, em que algumas pessoas seriam ouvidas por parte da Polícia Federal, com discrição necessária para preservar as instituições. É inaceitável que a PF, em seu site oficial, coloque que desarticulou grupo de extermínio em Goiás. Não existe grupo de extermínio em Goiás".Em seguida, o vice-governador leu um trecho da reportagem do site do POPULAR, criticando a informação sobre prisão dos militares na primeira fase da Operação. "Todos os 19 foram processados e foram julgados. Julgados inocentes e aí vem falar que todos foram presos, mas não destaca que todos foram julgados e inocentados". José Eliton seguiu acusando O POPULAR, dizendo que "esse veículo de comunicação constantemente busca desqualificar as forças policiais. Não é correto tal comportamento".O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de Goiás publicou nota em que manifesta “repúdio às afirmações do vice-governador em desqualificar o trabalho dos jornalistas goianos em relação à cobertura da área de sua atuação". Segundo a nota, "ao invés de dar respostas aos problemas que o setor de segurança pública enfrenta em todo o Estado, e particularmente em Goiânia, o secretário preferiu atacar os jornalistas, tachando-os de analfabetos". Para a entidade, é inconcebível que uma autoridade adote esse tipo de comportamento e "espera que o secretário tenha a dignidade de vir a público desculpar-se com a categoria". NOTA DA REDAÇÃO: O POPULAR admite que realmente houve a troca de uma palavra na primeira reportagem publicada no site do jornal. Em frase da chamada, foi citado o termo “detido coercitivamente” no lugar de “conduzido coercitivamente”. Detectado o erro, ele foi corrigido. Embora não se furte a admitir o equívoco, O POPULAR considera que a reação do secretário de Segurança Pública, José Eliton, foi desproporcional. Reforça também que, diferente do que afirma o secretário, jamais buscou “desqualificar as forças policiais”. O POPULAR, assim como todos os veículos do Grupo Jaime Câmara, tem o maior respeito pelo trabalho da polícia, instituição que sabe ser essencial para a segurança e bem-estar da população. No entanto, não deixará de noticiar fatos de relevância pública, cuja legalidade esteja sob suspeita, independentemente de quem sejam os envolvidos.