Em busca da beleza ideal, cada vez mais, as brasileiras deixam de lado o medo de enfrentar um centro cirúrgico e se submetem a procedimentos para esculpir o corpo e o rosto. Relatório divulgado pela Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica (Isaps) mostrou que o Brasil passou, pela primeira vez, os Estados Unidos em números de cirurgias plásticas, ocupando o topo do ranking mundial. O estudo não aponta dados regionais, mas a alta concentração de especialistas mostra que Goiânia contribui para engrossar este índice. Apesar de ser a 12ª capital mais populosa do País, ocupa o 3º lugar em quantidade de cirurgiões plásticos por número de habitantes.Com 1.393.579 habitantes, segundo estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2013, e 149 especialistas em cirurgia plástica, de acordo com dados do Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego), Goiânia tem 1 cirurgião para 9.352 habitantes. A capital de Goiás só fica atrás de Porto Alegre (RS), com 1 especialista para 5.733 habitantes, e Belo Horizonte (MG), com 1 para 8.729.HospitaisOutro fator que coloca a grande procura por cirurgias plásticas em Goiânia é o aparecimento dos hospitais especializados nesse tipo de procedimento. Autoridade no assunto no Estado, o conselheiro do Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) e regente do Serviço de Cirurgia Plástica do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (UFG) diz que não há um levantamento sobre a quantidade desses hospitais. Sabe-se apenas que eles estão aumentando e acabaram virando referência para um turismo médico. “Recebemos pacientes até dos Estados Unidos e da Europa.”Em todo o Estado, há 197 cirurgiões plásticos registrados no Cremego. Se comparado às demais especialidades cirúrgicas, o número só fica atrás da cirurgia geral, líder absoluta com 739 especialistas (veja quadro na página 4).A demanda em Goiânia fez a jovem Jéssica Lorrana Rodrigues, de 22 anos, enxergar na cirurgia plástica a chance de transformar uma paixão em um negócio rentável. Após realizar seis intervenções no corpo e no rosto, a empresária percebeu a importância dos cuidados pós-cirúrgicos como massagens e drenagens linfáticas. “Fazer tratamentos estéticos para manter o corpo virou um hábito. Eu gostava tanto que decidi fazer um curso de esteticista”, relata.Pouco tempo depois de começar a trabalhar em uma clínica de cirurgia plástica, tornou-se sócia de uma franquia de estética médica e entrou para a faculdade de enfermagem para “agregar valor” ao serviço prestado.O primeiro contato de Jéssica com o universo da estética médica aconteceu aos 16 anos, quando fez, pela primeira vez, um implante mamário, colocando uma prótese de 275 mililitros (ml) de silicone.Jéssica achou o tamanho da prótese pequeno para seu 1,78 metro de altura e, ao completar 17 anos, voltou ao centro cirúrgico. Realizou, três plásticas. Além de trocar a prótese por uma de 350 ml, se submeteu a uma rinoplastia (no nariz) e uma lipoescultura. “Trabalhava como modelo e quis melhorar as medidas.”O maior desejo de Jéssica era se tornar Miss Goiás. Para entrar nas medidas do concurso, aos 18 anos, fez uma nova lipoescultura. Não venceu o concurso, mas encontrou nos procedimentos cirúrgicos um aliado para realçar a beleza e ficar mais feliz com a autoimagem e, aos 19 anos, passou por uma bioplastia no rosto, remodelando a mandíbula e o contorno da bochecha.Hoje, a empresária se diz satisfeita com os resultados. Afirma que tem vontade de aumentar a prótese novamente e fazer outra lipo, mas só vai enfrentar novas cirurgias depois que tiver filhos.