As obras do Parque Urbano Ambiental Macambira Anicuns (Puama) serão retomadas nos próximos dias. O reinício ocorre na data em que o parque já deveria ter sido entregue à população, mais de 24 meses seu início. O prefeito Paulo Garcia (PT) deve assinar a ordem de serviço das obras amanhã e o Consórcio Construtor Puama terá dez dias para começar os trabalhos. Ainda neste ano, a ação vai focar as obras de drenagem e a recuperação ambiental; já as construções viárias devem ser iniciadas em 2015.A intenção é que toda a obra estrutural dos três setores licitados seja finalizada ainda neste ano e a parte mais pesada seja feita até o fim de setembro, já que se inicia o período chuvoso, o que complicaria a obra. Ao todo, o Consórcio vai receber R$ 120 milhões para finalizar o que foi chamado de primeira etapa do Puama, que contém também o Parque Macambira-Anicuns (PAM), localizado no Setor Faiçalville, na nascente do Córrego Macambira. As travessias a serem construídas ou reformadas, nas avenidas que passam pelo córrego ou pelo Ribeirão Anicuns, serão iniciadas na próxima estação de seca.Em 2012, a Emsa venceu licitação de R$ 185 milhões para a construção de todo o parque linear, que possui 24 quilômetros de extensão. Pouco mais de três meses depois, a empresa pediu aditivo no contrato, tanto na previsão de entrega da obra, de 210 dias, como no valor a receber. A Prefeitura e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) negaram o aditivo. A Emsa, então, abandonou a obra e a questão do distrato do contrato passou a ser discutida judicialmente, o que atrasou a realização de uma nova licitação.Apenas em 2013 o distrato foi feito. A empresa foi obrigada a pagar R$ 1,2 milhão de indenização à Prefeitura, dinheiro que já foi recebido pelo Tesouro Municipal. A Emsa tinha concluído apenas 2% das obras do parque, ao custo de R$ 3,8 milhões – drenagem e impedimento de erosões, além de gabiões e o início da pavimentação das Avenidas Independência e Nadra Bufaiçal, no Setor Faiçalville. Em alguns casos, como o término da pavimentação, foi feito pela própria Prefeitura e entregue no ano passado.ContratosEm 2011, a Emsa ganhou a licitação em concorrência com o Consórcio Linear Verde, em que também havia a Sobrado Construção, além da Egesol e da Delta Construção. O consórcio havia apresentado proposta de R$ 230 milhões. O coordenador da unidade executora do Puama, Nelcivone Melo, afirma que as obras da Emsa serão aproveitadas pelo Consórcio e não haverá prejuízo nem necessidade de refazer algum trabalho já concluído.Já o consórcio formado pelas empresas Sobrado Construção, GAE e Elmo venceu licitação sem ter tido qualquer concorrente e com proposta aberta no fim de março. A Sobrado tem relação direta com a Tecpav, que firmou contrato de locação de veículos com a Prefeitura em fevereiro, incluindo caminhões compactadores para a coleta de lixo. Já a GAE, que também possui relação com a Sobrado, é a empresa responsável pela construção dos viadutos da Marginal Botafogo e que, em março, chegou a paralisar os trabalhos por falta de pagamento. A Prefeitura estava devendo cerca de R$ 6 milhões à empresa.A obra dos viadutos voltou a ser executada neste mês, após uma longa negociação entre empresa e Paço Municipal e ganhou nova previsão de entrega para o aniversário da capital, em outubro. A primeira estimativa para a inauguração era para o aniversário do ano passado. O Paço afirma que não haverá problemas de atraso em decorrência da falta de verbas, já que o Puama tem seu financiamento pelo BID, com verba garantida. Esse montante era estimado em R$ 210 milhões em 2011, quando o contrato foi firmado. Atualmente, todo o Puama, é estimado em R$ 350 milhões; a diferença é explicada pelo contrato ser em dólares e a valorização da moeda.-Imagem (Image_1.642788)-Imagem (Image_1.642787)