O governador Marconi Perillo solicitou ontem à Alstom, empresa francesa líder no mercado de transporte ferroviário, ajuda para conseguir financiamento da Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD), uma espécie de BNDES francês, para financiar o consórcio de empresas brasileiras que vão construir o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) em Goiânia.Marconi e comitiva, incluindo o presidente da Assembleia Legislativa, Hélio de Souza, e empresários, foram recebidos por Phillippe Deller, presidente do Conselho Alstom Brasil e vice-presidente internacional, por Phillippe Renaudat, diretor de Estratégia Internacional e Financeira e Michel Boccaccio, vice-presidente sênior de Transporte para a América Latina na cidade de Levallois, nos arredores de Paris, onde fica a sede da empresa. “O projeto de Goiânia vai ser referência para implantação de projetos de mobilidade urbana no Brasil com o modal VLT”, disse Michel Boccaccio.Deller informou ao governador que há interesse do governo francês em financiar empresas locais no exterior. A Alstom ficou de fazer os contatos para abrir as portas para o consórcio que vai fazer o empréstimo para adquirir os trens e as linhas de ferro. “Vamos juntar esforços para conseguir esse recurso”, respondeu Phillippe Deller. MudançaSegundo o governador explicou aos franceses, o projeto do VLT de Goiânia está em fase de mudança. Serão alterados alguns trechos do projeto executivo para incluir trincheiras, entre outras obras para integrar a linha do VLT, que substituirá o Eixo Anhanguera, ao projeto urbanístico da cidade. A construção da infraestrutura está orçada em cerca de R$ 900 milhões, dos quais o governo informa já ter captado R$ 108 milhões. O restante virá de financiamentos que o Estado captará no sistema bancário.O consórcio de empresas que ganhou a licitação para construção e operação do sistema terá a responsabilidade de comprar o material rodante, que custará praticamente o mesmo valor do investimento em da infraestrutura, e já decidiu comprar os trens e as linhas da Alstom.Serão 60 trens que vão ser construídos na nova fábrica da Alstom a ser inaugurada nos próximos dias em Taubaté (SP). Ontem o governador e comitiva andaram no VLT em Levallois e depois conheceram a garagem de manutenção. Dois trens são acoplados um ao outro e têm capacidade de transportar 500 pessoas, com 4 por metro quadrado. Em dias de grande lotação pode chegar a 600 passageiros, com 6 por metro quadrado.A linha do trem é gramada, e se integra à paisagem da cidade. O trem tem tecnologia com capacidade para fechar o sinal e evitar parar nos cruzamentos. O VLT local tem uma velocidade mínima de 19 km por hora, máxima de 60 km por hora e média de 26 km. Para o governador, isso diminuirá e muito o tempo de viagem do Eixo Anhanguera, já que hoje a velocidade média dos ônibus é de apenas 12 km/hora.Alstom está há 59 anos no Brasil e está com projetos de VLT em Santos, Rio de Janeiro, Cuiabá e Goiânia. A empresa também constrói o metrô de São Paulo e é acusada de participar do escândalo do cartel de trens que teria pagado propinas a políticos paulistas.Depois da visita, o governador encontrou-se com o embaixador do Brasil na França, José Maurício Bustani, e juntos participaram da apresentação do governo de Goiás aos membros da Câmara de Comércio Brasil-França sobre as possibilidades econômicas de Goiás.