Dois estudantes foram expulsos de uma faculdade do Reino Unido após serem acusados de competir para ver quem matava mais animais, a disputa fazia parte de um ritual de iniciação. Os alunos ainda compartilhavam fotos e vídeos dos maus tratos na internet.A polícia deu início às investigações depois que uma foto viralizou. Na imagem, o rapaz aparece sorrindo, segurando o gato morto por uma das patas. O animal supostamente pertencia aos funcionários da Universidade Hartpury.Em outro vídeo, um aluno aparece pisando em um filhote de raposa e em seguida corta sua garganta. A cena de 10 segundos foi compartilhada no Snapchat. O rapaz que aparece nas imagens ao lado da raposa alegou que o animal foi atropelado e ele o sacrificou para evitar sofrimento. A universidade se posicionou afirmando que matar não era cruel, mas compartilhar as filmagens nas redes sociais era "inaceitável”.Outros estudantes que frequentam a mesma instituição estavam indignados com o caso. Uma petição on-line pedindo que os estudantes envolvidos sejam excluídos da faculdade atraiu mais de 2.000 assinaturas.<div attr-cid="policy:1.1290499" attr-version="policy:1.1290499" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.1290499" data-onecms-type="image" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.1290499', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.1290499">Imagem (1.1290499)</a></div>

Universitários são expulsos após imagens de animais assassinados viralizarem na internet

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Autoridades da Espanha anunciaram nesta sexta-feira (1°) que chegou a 205 o número de mortos após inundações provocadas pela maior tempestade do século no país. São 202 vítimas apenas na comunidade de Valência. Um necrotério temporário foi montado em um centro de convenções da cidade.

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A tragédia já é um dos maiores desastres naturais da Espanha e a enchente mais fatal da Europa desde 1970, quando 209 pessoas morreram na Romênia. Supera também o número de mortos registrados no sul do Brasil, entre abril e maio deste ano. As inundações em Porto Alegre e outras cidades do Rio Grande do Sul mataram 183, segundo dados da Defesa Civil.

Apenas em Chiva, localidade na região valenciana, choveu em oito horas mais do que esperado para o ano, 491 mm. Para efeito de comparação, a marca supera o registrado em cidades como Caxias (473 mm) e Santa Maria (470,7 mm) em três dias, no ápice da chuva que devastou Porto Alegre, de acordo com análise da MetSul Meteorologia.

Em todo o mês de maio, a capital gaúcha recebeu 539,9 mm, um recorde histórico, dado que ajuda a dimensionar a violência do evento na Espanha. A Dana (depressão isolada em níveis altos, na sigla em espanhol), uma tempestade forte, com granizo, trovoadas e ventanias, é um evento característicos do outono na região, mas desta vez a intensidade surpreendeu.

O serviço meteorológico espanhol chegou a fazer alertas sobre o temporal, mas o aviso das autoridades chegou tarde à população, por volta das 20h de terça-feira (29). "Estava com água e lama pelo pescoço, e o celular apitou. Parecia piada", declarou um desabrigado a uma emissora local.

O governo espanhol mobilizou mais 500 militares nas tarefas de resgate na região de Valência, a comunidade mais afetada. Somam-se aos 1.200 integrantes das Forças Armadas já enviados na quarta-feira (30), quando o país acordou abalado pela tragédia que só crescia desde a noite anterior. A ministra da Defesa, Margarita Robles, afirmou que mandará o efetivo que for necessário.

Há relatos de saques e prisões. Ao jornal El País, um saqueador afirmou que era um ato de sobrevivência. Cortes de energia afetam diversas localidades, e bombeiros procuram gasolina em tanques de carros abandonados para abastecer geradores.

Milhares de pessoas aproveitaram o feriado de Todos os Santos para levar mantimentos aos afetados. Enormes filas de pessoas a pé carregando alimentos, vassouras e todo tipo de equipamento eram vistas por estradas e avenidas.

Carlos Mazón, presidente da comunidade de Valência, que agrega a terceira maior cidade da Espanha e diversos outros municípios, fez um apelo para que os voluntários voltassem ou mantivessem as vias abertas para os veículos de socorro. Horas mais tarde, voltou atrás e convocou os interessados a se reunir em um ponto específico na manhã de sábado (2) para que o esforço fosse organizado.

Ainda chove em partes do leste e do sul da Espanha, e algumas regiões do país seguem sob alerta de chuva forte, notadamente as Ilhas Baleares (Maiorca, Minorca, Ibiza e Formenteira), conhecido ponto turístico.

Em missa nesta sexta-feira (1°), em Roma, o papa Francisco fez referência à "catástrofe ambiental". "Rezamos pelas pessoas da península Ibérica, varridas por uma tempestade."

A crise climática, provocada pelo aquecimento global e a queima de combustíveis fósseis, é apontada como agente causador da maior violência, frequência e impacto desses eventos. Estudos de atribuição já estão em curso para confirmar as análises preliminares de especialistas.

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Espanha conta 205 mortos, mais do que o RS, e ainda busca desaparecidos

INUDANÇÕES 

<img attr-cid="policy:1.3192012" attr-version="policy:1.3192012:1730038723" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3192012/Proporção para foto do site (31).jpg?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /> 
Arão Ferreira Lima Júnior, de 48 anos e a filha dele, Júlia Spindola Mariano de Paula Lima durante viagem ao Chile (Reprodução/Redes Sociais)

O empresário Arão Ferreira Lima Júnior, de 48 anos, e a filha dele, Júlia Spindola Mariano de Paula Lima, de 13, foram <a href="http://opopular.com.br/cidades/pai-e-filha-s-o-encontrados-mortos-dentro-de-casa-em-goiania-1.3191883" target="_blank">encontrados mortos dentro de casa</a>, no Setor Jaó, em Goiânia. Os corpos foram encontrados na tarde de sábado (26).

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<h2>O que aconteceu?&nbsp;</h2>

O irmão do empresário chegou na casa e encontrou a sobrinha desacordada no chão. A Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros foram acionados e constataram que a menina estava morta. Logo depois, os militares também encontraram o empresário morto em um quarto. O local foi isolado.&nbsp;

Por meio das redes sociais, Daniel Ferreira Lima, irmão do empresário, informou que <a href="http://opopular.com.br/cidades/veja-quem-eram-pai-e-filha-encontrados-mortos-em-goiania-1.3192004">Arão e Julia foram velados</a> no cemitério Jardim das Palmeiras, onde também foram sepultados na manhã de domingo (27).

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/pai-e-filha-s-o-encontrados-mortos-dentro-de-casa-em-goiania-1.3191883" target="_blank">Pai e filha são encontrados mortos dentro de casa em Goiânia</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/veja-quem-eram-pai-e-filha-encontrados-mortos-em-goiania-1.3192004" target="_blank">Veja quem eram pai e filha encontrados mortos em Goiânia</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/casa-onde-pai-e-filha-foram-encontrados-mortos-n-o-havia-sinais-de-arrombamento-ou-de-pertences-roubados-diz-policia-1.3192674" target="_blank">Casa onde pai e filha foram encontrados mortos não havia sinais de arrombamento ou de pertences roubados, diz polícia</a></div>

<img attr-cid="policy:1.3191888" attr-version="policy:1.3191888:1730038724" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3191888/Proporção para foto do site.jpg?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /> 
Polícias Militar, Civil, Técnico-Científica e Corpo de Bombeiros estiveram no local (Reprodução/TV Anhanguera)

<h2>O que se sabe até agora</h2>

Ao POPULAR , o delegado responsável pelo caso, Marcus Cardoso, afirmou que a apuração ainda está no início, contudo, a principal hipótese é homicídio seguido de suicídio.

<cite>A principal tese é a de homicídio seguido de suicídio. Porém, ainda estamos tentando saber se realmente procede essa informação e qual seria a motivação. Aparentemente, ele parecia ser bem próximo da filha", afirmou o delegado.&nbsp;</cite>

De acordo com a Polícia Civil, <a href="http://opopular.com.br/cidades/casa-onde-pai-e-filha-foram-encontrados-mortos-n-o-havia-sinais-de-arrombamento-ou-de-pertences-roubados-diz-policia-1.3192674" target="_blank">na casa não havia sinais</a> de arrombamento, de pertences roubados ou vestígios da presença de outras pessoas no local.&nbsp;

<img attr-cid="policy:1.3192897" attr-version="policy:1.3192897:1730197026" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3192897/ESSA.PNG?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /> 
Arão Ferreira e Júlia Spindola em viagens que faziam juntos (Reprodução/Redes Sociais)

<h2>O que ainda falta esclarecer</h2>

Segundo o delegado, a mãe da adolescente é uma agente da Polícia Federal. Ela ainda não disse se ela e Arão estavam separados ou como era a relação do casal.&nbsp;A polícia ainda aguarda o luto da família para depois colher os depoimentos.

Os celulares das vítimas também estão sendo analisados. À reportagem, a Polícia Científica informou, nesta segunda-feira (28), que ainda analisa os vestígios para confirmar a dinâmica dos fatos.

A Polícia Civil apura o caso, que está sob a responsabilidade da Delegacia de Investigação de Homicídios (DIH) de Goiânia. O Instituto Médico Legal (IML) foi responsável por retirar os corpos da casa.

<h2>Viagens e fotos com a filha</h2>

<img attr-cid="policy:1.3192680" attr-version="policy:1.3192680:1730143995" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3192680/Snapinsta.app_450611211_671643781836855_6731770453239665659_n_1080.jpg?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /> 
Júlia Spindola Mariano de Paula Lima, de 13 anos, e o pai Arão Ferreira Lima Júnior, de 48. (Reprodução/Redes sociais)

Nas redes sociais, o empresário, que trabalhava com vendas na internet, demonstrava ser um amante da natureza e de viagens. Arão registrou diversos momentos ao lado da filha. Entre os clicks, estão viagens de férias que pai e filha fizeram ao Chile e para diferentes praias brasileiras.

Nas legendas ele afirmava "minha companheirinha sempre junto". Em junho deste ano, fez uma postagem festejando o aniversário da filha: "Hoje você faz 13 anos. Uma filha dedicada e estudiosa que só nos dá alegria. Papai e mamãe te amam muito. Feliz aniversário".

Veja o que se sabe e o que falta esclarecer sobre o caso do pai e da filha encontrados mortos dentro de casa

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INVESTIGAÇÃO

As indústrias goianas estão investindo mais em inovação para garantir bons níveis de produtividade e competitividade no mercado. Inovar é estratégico contra a desindustrialização, que ainda registra níveis elevados no Brasil, e Goiás já é visto como exemplo no desenvolvimento de projetos inovadores, por meio de parceria entre universidade, governo e setor produtivo.

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A inovação permite que as empresas criem processos, produtos e serviços únicos e diferenciados. De acordo com especialistas, empresas que inovam crescem mais, ficam alinhadas às novas tecnologias e tendências, otimizam processos, reduzem custos e aumentam a produtividade e a competitividade no mercado. Por isso, inovar não é mais uma questão de escolha, mas pré-requisito para a sobrevivência.

A goiana Ziontech Equipamentos Médicos, focada no desenvolvimento de soluções médicas de ponta, recebeu o Prêmio Fieg de Inovação na categoria Inovação de Produto, por ter desenvolvido um endoscópio portátil para exames. Sócio-diretor da empresa, Elyon Silva dos Anjos conta que o equipamento atende a gastroenterologia, em procedimento para examinar as vias biliais que exige vários equipamentos, como um raio X de Arco em C, que pesa 150 quilos e custa cerca de R$ 300 mil.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/economia/gestores-precisam-se-abrir-mais-para-a-inovac-o-1.3191690" target="_blank">Gestores precisam se abrir mais para a inovação</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/industria-que-e-referencia-em-inovac-o-1.3191683" target="_blank">Indústria que é referência em inovação</a></div>

“Com a inovação, nosso endoscópio custa R$ 60 mil e pesa 2,5 quilos, podendo ser levado numa maleta. Além do custo-benefício, o profissional consegue ver a imagem em um monitor”, explica Elyon dos Anjos. Antes, este procedimento era feito com raio X, que tem visualização apenas por imagem fotográfica. Agora, o exame é feito com mais segurança, num equipamento de fácil manuseio e maior eficiência energética. “Todos equipamentos de endoscopia são importados e somos a única empresa da América Latina que os fabrica”, ressalta.

O projeto foi concluído com recursos da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg), que investiu R$ 260 mil em recursos não reembolsáveis. A Ziontech desenvolve e fabrica equipamentos mais inovadores e eficientes, com matéria-prima brasileira. Agora, a meta é buscar investidores e, nos próximos cinco anos, produzir 1,8 mil aparelhos. “Temos mais um projeto de inovação selecionado pela Fapeg para desenvolver endoscópios rígidos para videocirurgia”, conta o empresário.

A Cosmefar, indústria goiana de cosméticos que fabrica produtos para outras empresas de forma terceirizada, desenvolve nanotecnologia aplicada a cosméticos e se tornou referência no Brasil e no mundo. Encubada dentro dela, está a startup Glia Innovation, seu braço de inovação, que está entre as 100 Startups to Watch 2024, as mais promissoras do cenário de inovação.

Lino Alves Ferreira, sócio fundador da Cosmefar, conta que já exporta nanotecnologia, como peptídios, exossomas e PDRN, para vários países, como os Estados Unidos. Ele afirma que a busca por inovação na empresa é constante e que sempre viaja para conhecer novidades em outros países. Um investimento constante é em inteligência artificial (IA), que ajuda em processos e formulações.

“É preciso ter bons processos, com dados consistentes. Sempre pensamos fora da caixa, olhando para o futuro”, diz o empresário. “Com mais de mil produtos fabricados, cujas formulações foram desenvolvidas com inovação tecnológica, somos sempre procurados por investidores interessados em nossas moléculas.”

<h2>Desafios</h2>

Grandes indústrias já têm uma cultura de investir no desenvolvimento de produtos e processos. O maior desafio é inserir as pequenas. Para isso, o governo federal lançou o programa Nova Indústria Brasil, que visa impulsionar a indústria nacional até 2033, com recursos para financiamento de projetos de inovação da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), que começou aportar em projetos diretos nas empresas, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), focada em inovação para indústria.

O presidente do Conselho Temático de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (CDTI) da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg), Luciano Lacerda, lembra que estas instituições trabalham com o Centro de Empreendedorismo e Incubação (CEI) e o Centro de Excelência em Inteligência Artificial (Ceia), ambos da Universidade Federal de Goiás (UFG). “São grandes fomentadores das linhas de financiamento de projetos não-reembolsáveis e reembolsáveis com taxas competitivas”, destaca. Para ele, o grande desafio da Fieg é o baixo acesso a verbas de subvenção para inovação, que melhoram processos industriais.

Estes financiamentos são importantes, principalmente, para pequenas e médias empresas. Para ter acesso, elas precisam de uma avaliação financeira e de um projeto bem escrito, definindo seus objetivos de inovação e os resultados práticos que esperam, mas muitas empresas têm dificuldade para isso. “Estamos divulgando as linhas e tipos de projetos, e indicando consultorias que ajudem a desenvolvê-los”, conta o presidente do CDTI da Fieg.

“A indústria goiana está cada vez mais preocupada com inovação porque já sabe que se não inovar, morre”, acredita o gerente de Tecnologia e Inovação do Senai Goiás, Rolando Vargas Vallejos. Uma das diretrizes é a nova política do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), chamada de ‘neoindustrialização’. “Não podemos continuar fazendo as mesmas coisas para não sermos engolidos por indústrias de outros países, como as asiáticas”, alerta.

Evandro Barros, especialista em estratégia de IA para corporações e CEO da Data H, que dá consultoria a empresas multinacionais, acredita que Goiânia está conseguindo avançar muito, graças à participação da UFG, como um motor de inovação.

“Goiás tem uma mão de obra boa sendo formada e estrutura bem organizada, um insumo que pode se replicar para o Brasil. É uma receita que o mundo já comprovou que funciona: parceria do setor produtivo, academia e governo, num tripé que incentiva a inovação”, explica. Barros enfatiza que Goiânia se tornou um ponto fora da curva por ter essa conexão, motivo pelo qual sua empresa veio investir na capital.

Indústria que é referência em inovação

Política

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Tecnologia

Goiás registrou cerca de 3,4 mil mortes por sepse de 2014 a 2024. Apenas neste ano, até julho, já foram contabilizados 347 óbitos. Dessa forma, durante o período, a condição foi fatal para 16,6% do total de pacientes que foram internados. No entanto, especialistas alertam para a possibilidade de subnotificação dos casos.

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Na série histórica, o ano com maior registro de óbitos por sepse foi 2022, com 454 ocorrências. Considerando uma média mensal de 37,8 casos naquele ano, 2024 já registra quase o dobro da média mensal, com 53,4 casos. A maior parte dos óbitos ocorreu em Goiânia, Aparecida de Goiânia, Anápolis, Catalão e Luziânia (veja quadro).

Os dados encaminhados pela Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) demonstram que foram realizadas 20,2 mil internações no mesmo período, sendo 2023 o ano com o maior número de pacientes nesta condição. Naquele ano, o total de mortes representou 10,5% dos internados. Já neste ano, com 1,7 mil internações, a letalidade representa 21%.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/vacinas-contra-covid-19-catapora-e-difteria-est-o-em-falta-em-goias-1.3182873" target="_blank">Vacinas contra Covid-19, catapora e difteria estão em falta em Goiás</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/medicos-faltam-a-plant-es-viajam-ao-exterior-e-ganham-r-3-milh-es-1.3182568" target="_blank">Médicos faltam a plantões, viajam ao exterior e ganham R$ 3 milhões</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/mais-qualidade-de-vida-e-menos-riscos-a-pacientes-hds-e-premiado-por-programa-domiciliar-1.3174495" target="_blank">Mais qualidade de vida e menos riscos a pacientes: HDS é premiado por programa domiciliar</a></div>

Diretor geral do Hospital Estadual de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol), o infectologista Guillermo Sócrates explica que a sepse é uma condição “relacionada a um processo infeccioso, causado por bactérias, fungos e até protozoário, que provoca uma resposta exacerbada do organismo e leva a um estado grave de debilitação”.

“A sepse acaba sendo um problema de saúde pública porque além das possibilidades de sequelas, ainda é uma doença com alta taxa de mortalidade”, pontua. Conforme ele, no Brasil, cerca de 60% dos casos culminam em óbito. “Ainda precisamos criar políticas para prevenção e identificação precoce. Muitas das vezes (a condição) não é reconhecida nos prontos socorros”, complementa.

“Existem fatores individuais que fazem a resposta imunológica ser diferente de uma pessoa para outra. Isso não é muito bem explicado. Existe suscetibilidade individual, mas um dos fatores é a ausência de identificação e tratamento na hora certa. E nestes casos a automedicação é extremamente deletéria. O paciente apresenta um quadro e toma um analgésico (a exemplo) e não procura assistência médica adequada. Em alguns casos pode ser rápida (a evolução do caso para sepse)”, pontua.

Dentre as sequelas citadas pelo especialista, estão a insuficiência renal e cardíaca, além da possibilidade de amputação dos membros. “Pouca gente conhece a sepse. Mas uma simples infecção, não tratada adequadamente pode evoluir para sepse. Nesses casos, tempo é vida. É preciso identificar os sinais e tratar o mais rápido possível.”

Sócrates explica ainda que a quantidade de mortes está relacionada diretamente ao investimento em saúde em determinada localidade. “Quando não se investe, o número de óbitos é muito maior. Compare com países como Canadá, Estados Unidos e Austrália para ver que a taxa nesses países é bem menor. Porque lá existe investimento na saúde como um todo”, continua o infectologista.

A importância de um diagnóstico e tratamento precoce para evitar a mortalidade da sepse é reforçada pelos especialistas ouvidos pelo POPULAR. Médico intensivista da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Santa Helena, Marco Antônio Castilho comenta que a cada hora sem tratamento, aumenta em cerca de 7% a chance do paciente ir a óbito.

“Por questão de segurança, há protocolo nos prontos socorros para quando o paciente chegar com queixas como falta de ar, febre e alteração do nível de consciência, o médico já pensar em sepse. Faz uma gama de exames laboratoriais e de imagem para confirmar e, idealmente, quando está no protocolo, liberar rapidamente para que seja feito o diagnóstico precoce. O que não pode é ficar várias horas para receber o tratamento adequado”, diz.

<h2>Situações distintas</h2>

Infectologista do Hospital Santa Helena, Marília Dalva Turchi também pontua que há diferentes situações para a sepse – a adquirida na comunidade e no hospital. “No caso das pessoas internadas que já têm alguma doença ou sofreram acidente e adquiriram uma infecção no ambiente hospitalar, pode evoluir de forma mais grave (para sepse), pois já é um paciente imunodeprimido”, explica.

Ela comenta ainda que todas as pessoas podem desenvolver a sepse, mas os grupos de risco precisam de mais cautela. “Pessoas que estão em casa e que apresentem quadros infecciosos com alguns parâmetros, como febre alta, dificuldade respiratória, mal estar, devem procurar o serviço de saúde. Não necessariamente é sepse, mas apenas o profissional de saúde que vai poder dizer. Tem uma série de critérios e é fundamental investigar de forma rápida.”

A especialista aponta ainda que, por não ser uma condição de notificação compulsória, é possível que haja uma subnotificação dos casos. O diretor geral do Hugol também vê que os números de casos de sepse ficam abaixo do vivenciado na prática. Para Sócrates, isso está atrelado a uma notificação feita, por vezes, de forma inadequada.

Os especialistas explicam que a situação ocorre muitas vezes diante da dificuldade da definição do caso, visto que a sepse pode ser motivada por quaisquer infecções. “São várias patologias. É preciso trabalhar mais (com a notificação adequada) para se ter um quadro fidedigno dos casos de sepse”, pontua Sócrates.

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