Para tentar aumentar a arrecadação e contornar a crise, União, Estado e o município de Goiânia agilizam processos para a venda de um total de 52 áreas públicas em Goiás (veja quadro). Paço e governo estadual esperam obter R$ 100 milhões e R$ 10 milhões, respectivamente. O governo federal ainda não divulgou expectativa de arrecadação.A União publicou ontem lista de 239 imóveis em 21 Estados e no Distrito Federal a serem alienados, incluindo 27 de Goiás - 23 em Goiânia, 3 em Professor Jamil e 1 em Baliza. Caberá à Caixa Econômica fazer vistoria e avaliação das áreas. A previsão é que o edital do primeiro lote seja publicado em 45 dias, com informações mais detalhadas dos imóveis e respectivos preços.No pacote do governo federal, foram incluídas residências oficiais dos ministros da Casa Civil e da Fazenda. As vendas foram anunciadas pelo então ministro do Planejamento Nelson Barbosa (hoje na Fazenda) em agosto do ano passado, em meio a medidas para economizar e garantir arrecadação.A assessoria de imprensa da Caixa em Goiás afirmou que só será possível dar mais informações sobre os imóveis após a finalização dos editais. Entre as áreas à venda pelo governo federal no Estado está um prédio inacabado de 11 andares, na Avenida Goiás, esquina com Rua 2, no Centro da capital.Já o governo estadual decidiu retomar o processo de venda de áreas, iniciado ainda em 2012, e prepara para o dia 25 de fevereiro a publicação do edital para oferta de 18 áreas. Elas foram selecionadas entre aquelas que já tiveram a venda autorizada em lei de 2012. O leilão deve ocorrer até o dia 31 de março.A Prefeitura de Goiânia conseguiu aprovação em primeira votação na semana passada de projeto de lei que desafeta sete áreas públicas. O Paço afirma que não haverá venda, mas doação para compensar o déficit do Fundo Previdenciário do município. Seriam cerca de R$ 100 milhões, considerando valor de mercado - as avaliações técnicas ainda não foram feitas -, abatidos das dívidas de cerca de R$ 800 milhões, parceladas atualmente e que consomem cerca de R$ 3 milhões mensais da Prefeitura. O Paço deve ainda outros R$ 100 milhões, que também devem ser parcelados.“A doação em pagamento de bens imóveis aliviará os cofres públicos ao evitar-se dispêndio de espécie, principalmente considerando a situação de crise econômica ora enfrentada, proporcionando a amortização do déficit atuarial do RPPS", justifica a Prefeitura no projeto, que não tem informações sobre a expectativa de arrecadação nem das dívidas da Prefeitura.De acordo com o secretário de Finanças, Jeovalter Correia, o sistema de previdência tem dinheiro em caixa e não estaria interessado em vender as áreas em curto prazo.A segunda votação do projeto na Câmara de Goiânia está marcada para terça-feira. Antes disso, a Comissão de Habitação, Urbanismo e Ordenamento Urbano da Casa deve fazer uma visita às áreas. A primeira votação rendeu polêmica e troca de ataques na Câmara e a votação ficou 15 a 11.