Atualizada em 16.06 às 8h42.A Justiça de Goiás autorizou recentemente que um homem que está internado em um hospital particular, em Goiânia, com suspeita de estar infectado com o novo coronavírus (Sars-Cov-2) recebesse uma transfusão de sangue, depois de a família não ter autorizado o procedimento por motivo de crenças religiosas.A decisão foi do juiz Sandro Cássio de Melo Fagundes, da 28ª Vara Cível da comarca de Goiânia.De acordo com o Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJ-GO), o hospital informou que o paciente está internado em coma em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) desde o dia 19 de maio com quadro de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), com suspeita de infecção por Covid-19. A equipe médica teria prescrito a transfusão de sangue para ele por conta de um quadro de anemia que poderia levá-lo à óbito, mas a família dele negou por motivos religiosos. Na decisão, o juiz ressaltou que apesar o direito à liberdade religiosa existir e ser resguardado pela Constituição Federal, ele não é absoluto e esbarra em outros direitos como o direito à vida e à saúde.Além disso, o magistrado explicou que o homem está em coma e por isso não está consciente o suficiente para decidir se as crenças religiosas dele devem prevalecer em detrimento do risco de vida.A reportagem não conseguiu localizar a assessoria de imprensa do hospital particular para comentar o assunto.