Quando você sente uma dor, incômodo ou algum sintoma incomum, o que faz primeiro? Procura o médico ou pesquisa no Google? Um levantamento do Jornal Estadão mostra que 26% dos brasileiros vão direto na internet buscar respostas para as possíveis causas dos sintomas antes de agendar uma consulta com um profissional. Os números são anteriores à pandemia de Covid-19 e agora podem ser ainda mais altos.A médica neurocirurgiã Adriana Abrão, professora de Semiologia na PUC Goiás, explica que “o ideal é, diante de um primeiro sintoma, procurar um médico para saber o que é e, a partir daí, pesquisar [na internet] para compreender o que está acontecendo”.“Quando a pessoa entende o problema, ela adere melhor ao tratamento que iremos propor”, afirmou ao POPULAR. “Às vezes o tratamento é uma fisioterapia. Então, diante de uma crise dolorosa, ele logo sabe que deve realizar um exercício ou outro”.O erro de quem procura primeiro o Google é que, segundo a médica, “às vezes a pessoa acha que já está com uma sentença de morte e chega à consulta com uma ansiedade muito grande”.Além disso, muitas vezes as fontes não são confiáveis. Por isso, é sempre mais seguro checar informações em site oficiais, como sítios de sociedades brasileiras de especialidades, órgãos públicos e universidades e checar a Plataforma Lattes para conhecer o perfil do profissional.Outro cuidado que o paciente deve ter é de compreender que nem todo tratamento divulgado na internet está disponível ou é adequado para seu caso.“Às vezes uma pessoa com a mesma doença não devem passar pelo mesmo tratamento. Por exemplo, um idoso com hérnia de disco não pode passar pelo mesmo procedimento que o jovem com hérnia de disco. Tenho que individualizar a conduta para cada paciente, o que nem sempre está no Google”, informou a médica.Leia também:- Sarampo: serviços de saúde farão busca ativa de casos da doença- STF tem placar de 5 a 2 a favor da suspensão do piso nacional da enfermagem- Casos de monkeypox em Goiás aumentam 5,4 vezes em um mês-Imagem (1.2529003)