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Adesão na UFG com ensino on-line é maior que em 2019

Atualmente, 19.575 estudantes de graduação da instituição estão matriculados em pelo menos uma matéria

Fachada da Biblioteca da UFG: instituição afirma conceder suporte aos alunos com dificuldades de conexão

Fachada da Biblioteca da UFG: instituição afirma conceder suporte aos alunos com dificuldades de conexão (Wildes Barbosa)

A Universidade Federal de Goiás (UFG), que retomou o primeiro semestre no fim de agosto, verificou maior adesão de alunos do que nos semestres anteriores. Atualmente, 19.575 estudantes de graduação da instituição estão matriculados em pelo menos uma matéria, o que representa 88% do total de 22.223 alunos. No segundo semestre de 2019, o índice era de cerca de 82,5%, e em 2018 chegou a 80,1%.

O pró-reitor adjunto de Graduação da instituição, Israel Elias Trindade, explica que o dado indica pelo menos 1.200 alunos aderindo ao semestre letivo na comparação com o ano passado. Ele reforça que de cerca de 5 mil disciplinas a ser ministradas na universidade, 4,8 mil estão disponíveis no formato remoto. Por outro lado, o pró-reitor explica que ainda é cedo para saber a frequência dos alunos. "São muitas disciplinas, poderemos ver isto melhor no fim do semestre, quando tiver a folha de frequência dos professores, quem não foi aprovado por falta ou quem cancelou a matrícula."

Trindade conta que a UFG criou um Grupo de Trabalho (GT) de Acompanhamento e Avaliação do Ensino Remoto de Emergência. A ideia é saber como está a situação, se os alunos estão participando e se há falta de equipamentos ou de conhecimento para o uso das tecnologias disponíveis. "Muitas coisas que estamos fazendo por obrigação vamos poder fazer depois por opção. A pandemia nos forçou a sair da zona de conforto e agora temos ferramentas viáveis e interessantes", diz.

Nas redes sociais, alunos da UFG têm mostrado divergências sobre as aulas remotas. A maior parte das reclamações se dá pelo volume de trabalhos que tem recebido e a dificuldade para realizar debates sobre os conteúdos com os professores e alunos. Em outros casos, os estudantes falam que a qualidade das aulas depende muito dos professores, em que uns souberam utilizar as ferramentas e outros ainda não se adequaram.

Para Trindade, ainda é cedo para uma avaliação. "Recebemos muitos comentários dos alunos. Uns falam que está mais cansativo, outros dizem que está melhor só por não ter de se deslocar. Mas me surpreendeu a quantidade de pessoas falando bem." Ele conta que todos os planos de aula feitos em março tiveram de ser reformulados. "O ideal é que se faça um equilíbrio entre as aulas assíncronas (gravadas), para favorecer os alunos que têm conexões piores ou outras atividades em casa, e as síncronas (ao vivo), nas quais é possível o debate semelhante à sala de aula. Esta situação mostrou também que os professores são insubstituíveis."

A UFG tem feito programas, e também junto ao Ministério da Educação (MEC) para incluir os alunos de baixa renda nas aulas remotas. Há projetos de doação e empréstimo de equipamentos e também de dados para a internet. Até porque não há previsão para as aulas presenciais. Trindade afirma que o retorno na instituição vai depender do cenário social. Segundo ele, as decisões da universidade estão pautadas e em sintonia com as autoridades de saúde.

"Não temos estimativas para as aulas práticas, mas temos expectativas. Fizemos um calendário alongado para este semestre, que vai se estender até janeiro do ano que vem, justamente na expectativa de que em outubro, novembro ou dezembro tivéssemos condições de ter estas aulas práticas", diz Trindade. No entanto, ele explica que se isso não for possível, estas disciplinas serão cancelas no semestre.

No momento as mesmas estão no status de suspensas, como ocorre com todas as atividades de estágio, laboratórios e aquelas câmpus/universidade, que são disciplinas que devem ser ministradas na instituição e fora dela. As matérias que possuem parte prática e outra teórica estão priorizando o conteúdo sem a necessidade de contato entre as pessoas.

As únicas exceções são os estágios para os cursos da área de saúde, como Medicina, Odontologia, Enfermagem e Farmácia. Pois, ainda no início da pandemia, o MEC, em consonância com o Ministério da Saúde (MS), liberou estas atividades para que os alunos auxiliassem no combate à Covid-19. Os estágios são onde os estudantes atuam no atendimento público, como no Hospital das Clínicas ou outras unidades de saúde.

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Tia de estudante da UFG que morreu aos 25 anos após AVC diz que não consegue acreditar na perda: 'Era muito amada'

Maria Eduarda de Macedo Magalhães cursava Licenciatura em Física fez parte do Diretório Central dos Estudantes (DCE) e integrava uma organização política na instituição

Maria Eduarda de Macedo Magalhães, de 25 anos, era uma pessoa alegre, humana e trabalhadora, segundo a família (Reprodução/Redes sociais)

Maria Eduarda de Macedo Magalhães, de 25 anos, era uma pessoa alegre, humana e trabalhadora, segundo a família (Reprodução/Redes sociais)

A tia e madrinha de Maria Eduarda de Macedo Magalhães, estudante que morreu aos 25 anos após sofrer um Acidente Vascular Cerebral (AVC) , disse que ainda não consegue acreditar na perda e mencionou que a sobrinha "era muito amada". Madu, como era conhecida, estava terminando o curso de Licenciatura em Física na Universidade Federal de Goiás (UFG) e dava aula em um colégio em Goiânia.

Uma menina trabalhadora, meiga, justa, alegre. Ela era humana, foi uma grande perda. Nem acreditamos ainda. Ela era muito querida e amada na nossa família. Muito mesmo. E a gente agradece em saber o quanto ela era querida na faculdade também", disse Luciene Macedo ao POPULAR .

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A jovem morreu na quinta-feira (3) após ter um AVC e ficar internada em um hospital particular na capital, segundo a família. Ao POPULAR , a mãe da estudante, Lúcia Macedo, disse que além de estudar e dar aulas, a filha também trabalhava com ela na produção de vídeos.

Madu morava no Setor Retiro do Bosque, em Aparecida de Goiânia. Na universidade, liderava um projeto de extensão chamado Física na Escola, fez parte do Diretório Central dos Estudantes (DCE) e integrava uma organização política na instituição.

Madu, como era conhecida, era diretora de um projeto de extensão chamado Física na Escola (Reprodução/Redes sociais)

Madu, como era conhecida, era diretora de um projeto de extensão chamado Física na Escola (Reprodução/Redes sociais)

Ao POPULAR , Yasmin Santos, colega de curso e amiga da Madu, contou que além de esforçada, a jovem era uma pessoa generosa.

Uma mulher excepcional, muito meiga, carinhosa, fofa, muito dedicada, estudiosa, comunicativa, proativa. Ela ostava muito de ajudar as pessoas. Uma excelente professora e aluna, uma excelente amiga, sempre muito alegre e animada", disse.

Homenagens

Nas redes sociais, o Instituto de Física da UFG lamentou a morte da estudante:

Maria Eduarda, a Madu, foi uma presença marcante em nossa comunidade acadêmica. Sua irreverência, energia contagiante e entusiasmo inspirador deixaram uma marca profunda em todos que tiveram o privilégio de conhecê-la. [...] Sua luz e alegria permanecerão vivas na memória de seus colegas, professores e amigos", descreveu.

Colegas e amigos depositaram suas últimas palavras à estudante na internet.

Minha amiga tão linda, sempre alegre, muito estudiosa, uma pessoa de luz. Isso não é um adeus, Madu é um até logo. Obrigada amiga por todos os momentos, você sempre estará em meu coração. Te amo, descanse em paz", disse uma amiga.

Sem acreditar ainda", lamentou um amigo.

O velório foi realizado na manhã desta sexta-feira (4), no Cemitério Jardim da Paz, em Aparecida de Goiânia. O sepultamento ocorreu às 14h do mesmo dia, no Cemitério Jardim da Esperança, na cidade.

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Estudante da UFG morre e causa comoção nas redes sociais

Além de estudar, Maria Eduarda de Macedo Magalhães, de 25 anos, dava aula em um colégio da capital e era diretora de um projeto de extensão na universidade

Maria Eduarda de Macedo Magalhães, de 25 anos, era estudante de física da Universidade Federal de Goiás (UFG)

Maria Eduarda de Macedo Magalhães, de 25 anos, era estudante de física da Universidade Federal de Goiás (UFG) (Reprodução/Redes sociais e Arquivo pessoal/Lúcia Macedo)

A estudante de física da Universidade Federal de Goiás (UFG), Maria Eduarda de Macedo Magalhães, de 25 anos, morreu e causou comoção entre colegas, amigos e familiares dela, em Goiânia. Apesar de jovem, era diretora de um projeto de extensão e dava aula em um colégio da capital.

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A morte ocorreu na quinta-feira (3). Ao POPULAR , a mãe da estudante, Lúcia Macedo, disse que a filha sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC) e chegou a ficar internada em um hospital particular na capital, mas não resistiu e veio a óbito.

Madu, como era conhecida, morava no Setor Retiro do Bosque, em Aparecida de Goiânia. Ela estava no último período do curso de Licenciatura em Física. Segundo a mãe, além de estudar e das aulas, a filha também trabalhava com ela na produção de vídeos.

Ela liderava um projeto de extensão chamado Física na Escola, fez parte do Diretório Central dos Estudantes (DCE) e integrava uma organização política na instituição.

Ao POPULAR , Yasmin Santos, colega de curso e amiga da Madu, contou que além de esforçada, a jovem era uma pessoa generosa.

Uma mulher excepcional, muito meiga, carinhosa, fofa, muito dedicada, estudiosa, comunicativa, proativa. Ela ostava muito de ajudar as pessoas. Uma excelente professora e aluna, uma excelente amiga, sempre muito alegre e animada", disse.

Homenagens

Nas redes sociais, o Instituto de Física da UFG lamentou a morte da estudante:

Maria Eduarda, a Madu, foi uma presença marcante em nossa comunidade acadêmica. Sua irreverência, energia contagiante e entusiasmo inspirador deixaram uma marca profunda em todos que tiveram o privilégio de conhecê-la. [...] Sua luz e alegria permanecerão vivas na memória de seus colegas, professores e amigos", descreveu.

Colegas e amigos depositaram suas últimas palavras à estudante na internet.

Minha amiga tão linda, sempre alegre, muito estudiosa, uma pessoa de luz. Isso não é um adeus, Madu é um até logo. Obrigada amiga por todos os momentos, você sempre estará em meu coração. Te amo, descanse em paz", disse uma amiga.

Sem acreditar ainda", lamentou um amigo.

O velório foi realizado na manhã desta sexta-feira (4), no Cemitério Jardim da Paz, em Aparecida de Goiânia. O sepultamento ocorreu às 14h do mesmo dia, no Cemitério Jardim da Esperança, na cidade.

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Morre o advogado e professor da UFG Licínio Leal Barbosa, em Goiânia

Causa da morte do profissional não foi divulgada. Diversas instituições publicaram notas de pesar lamentando a morte

Licínio Leal Barbosa, que morreu aos 90 anos.

Licínio Leal Barbosa, que morreu aos 90 anos. (Divulgação/Redes Sociais Academia Goianiense de Letras)

O advogado e professor da Universidade Federal de Goiás (UFG), Licínio Leal Barbosa, morreu em Goiânia nessa quinta-feira (27), aos 90 anos. A causa da morte do profissional não foi divulgada.

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O velório de Licínio ocorre na manhã desta sexta-feira (28) na Primeira Inspetoria Litúrgica de Goiás (Pilego), localizada no Setor Jaó, em Goiânia. Já o enterro está marcado para às 14h no Cemitério Jardim das Palmeiras, também na capital.

Licínio atuou como diretor e professor da Faculdade de Direito da UFG e como advogado de uma instituição bancária. Ele também foi membro da Loja Educação e Moral Nº 08, Grão-Mestre Ad Vitan da Grande Loja Maçônica do Estado de Goiás (GLEG) e Ex-Grande Inspetor Litúrgico da Pilego. Além disso, Licínio publicou mais de 20 livros.

A Ordem dos Advogados do Brasil - Seção Goiás (OAB-GO), o Sindicato dos Docentes das Universidades Federais de Goiás (Adufg), a GLEG, a Pilego e a Academia Goianiense de Letras publicaram notas de pesar nas redes sociais pela morte de Licínio. As instituições destacaram as qualidades profissionais do advogado e manifestaram apoio aos familiares e amigos dele (veja abaixo).

Notas de pesar

OAB-GO

A Ordem dos Advogados do Brasil - Seção Goiás (OAB-GO) lamenta, com profundo pesar, o falecimento do advogado Licínio Leal Barbosa, ocorrido nesta quinta-feira, 27 de março. Ele foi uma figura de grande relevância na área jurídica, tendo atuado como diretor e professor da Faculdade de Direito da Universidade Federal de Goiás (UFG) e como advogado de uma instituição bancária por um longo período.

Neste momento de dor, a Seccional se solidariza com familiares e amigos, desejando que encontrem conforto nas memórias e no exemplo deixado por Licínio. Que Deus, em sua infinita bondade, o receba de braços abertos.

Adufg

A diretoria do Adufg-Sindicato manifesta seu mais profundo pesar pelo falecimento do professor Licínio Leal Barbosa. Professor Licínio era apaixonado pelo direito desde os oito anos de idade e lutou pelo seu sonho. Atuou tanto como advogado e pesquisador até se dedicar ao cargo de docente. Colecionou inúmeras homenagens e realizações, incluindo mais de 20 obras literárias.

Um homem tão memorável e reconhecido nos deixa com suas obras pelo direito, pela docência e pelo amor aos familiares e alunos. Neste momento tão triste, a Diretoria do Adufg-Sindicato expressa sua solidariedade aos familiares, amigos e colegas do professor.

GLEG

A GLEG informa com pesar o falecimento do Irmão Licínio Leal Barbosa, Grão-Mestre Ad Vitam da Grande Loja Maçônica do Estado de Goiás. Nesse momento de dor, solidarizamos com os familiares e amigos e expressamos os nossos sinceros sentimentos.

Pilego

A Pilego, com profundo pesar, lamenta e se solidariza com familiares e amigos do Irmão Licínio Leal Barbosa, 33º, pelo seu falecimento. O Irmão Licínio foi Grande Inspetor Litúrgico da Pilego, ex-Grão-Mestre da GLEG e Soberano Grande Comendador de Honra do SC33.

Que Deus possa confortar o coração de todos.

Academia Goianiense de Letras

A Academia Goianiense de Letras manifesta seu profundo pesar pelo falecimento do estimado Licínio Leal Barbosa, cadeira N.14, intelectual de grande relevância para a cultura e a literatura goiana. Sua trajetória foi marcada pela dedicação ao conhecimento, pela sensibilidade com as palavras e pelo compromisso com a difusão da literatura e do saber.

Neste momento de despedida, expressamos nossas condolências aos familiares, amigos e admiradores de seu legado. Que sua memória permaneça viva nas páginas que escreveu e nas vidas que tocou com sua inteligência e generosidade.

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Covid 5 anos: pesquisadora da UFG diz que mais crises sanitárias mundiais virão

Médica infectologista Cristiana Toscano foi a única latino-americana a integrar comitê da OMS durante a pandemia. Hoje, faz balanço dos avanços e faz alertas

Durante a pandemia, Cristiana Toscano, do IPTSP/UFG, foi a única representante da América Latina em comitê da OMS sobre imunização

Durante a pandemia, Cristiana Toscano, do IPTSP/UFG, foi a única representante da América Latina em comitê da OMS sobre imunização (Douglas Schinatto / O Popular)

No auge da pandemia da Covid-19 , a médica infectologista Cristiana Toscano, docente do Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública da Universidade Federal de Goiás (IPTSP/UFG), foi a única latino-americana convidada a integrar o Comitê Global de Experts em Imunização da Organização Mundial da Saúde (Sage/OMS), do qual tornou-se membro permanente. Cinco anos depois, ela diz ao POPULAR que o momento é de resgatar aprendizados e de fazer um balanço dos avanços e das dificuldades do período. "Esses aprendizados podem nos ajudar, como sociedade, a nos preparar e minimizar o risco e o impacto de futuras pandemias."

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Cristiana Toscano esteve este mês em Genebra (Suíça) onde participou de reuniões da Sage/OMS para revisão das recomendações das políticas de saúde. "A questão principal é entender a importância das ações de uma instituição multilateral no contexto global de vacinação, de detecção de patógenos emergentes e de prevenção de pandemias. É preciso viabilizar a continuidade das ações da OMS." Em janeiro, o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou a saída do país da OMS. "Temos uma preocupação com a sustentabilidade de ações globais, como a erradicação da poliomielite e o controle do sarampo, mas outras fontes de financiamento devem surgir. É uma questão de reorganização", afirma a pesquisadora.

A cientista acredita que novas epidemias e pandemias são inevitáveis. "No Brasil, vivemos em 2024 a maior epidemia de dengue do País, tivemos a introdução da Mpox, grande aumento e disseminação da febre do Oropouche e novos focos de febre amarela com aumento significativo de casos. Globalmente, temos o evento de gripe aviária H5N1, já disseminada entre mamíferos e aves, com risco real de ser transmissível entre humanos", lembra. Cristiana Toscano reitera que, em contrapartida, há novas vacinas disponíveis e em desenvolvimento, como os imunizantes contra a dengue, contra o vírus sincicial respiratório e ainda contra a chikungunya, que deve ser licenciada em breve.

Para a pesquisadora, a Covid-19 matou muita gente no Brasil e no mundo, "mas o número poderia ter sido muito maior se não fossem as medidas de saúde pública e os desenvolvimentos científicos que avançaram rapidamente no período". A cientista ressalta que, para fazer frente aos desafios impostos por esses eventos, é necessário dar continuidade às estratégias e ações de monitoramento de riscos, prevenção, controle e combate a futuros eventos epidêmicos e pandemias para não reativar uma vez mais a crise sanitária. "Em um mundo globalizado, as estratégias de prevenção e controle de doenças requerem ações coordenadas e globais." Isso significa um sistema eficiente de monitoramento, de compartilhamento de informações, equipes treinadas e disponíveis, colaboração entre países e recursos financeiros.

"Ações de prevenção, como a vacinação, evitam milhões de mortes no mundo a cada ano. No entanto, seu impacto torna-se irrelevante se as vacinas não forem epidemiologicamente adequadas às populações que atendem, não forem aceitas pelas comunidades ou não forem efetivamente distribuídas por meio de programas rotineiros ou campanhas de imunização em massa. Os programas de imunização sempre enfrentaram ameaças -- desde a instabilidade política até a desinformação --, desafios que estão se tornando cada vez mais graves no cenário global atual", enfatiza Cristiana Toscano. A docente do IPTSP/UFG vai integrar o grupo de trabalho (GT) anunciado esta semana pelo Ministério da Saúde para elaborar propostas que ampliem a capacidade do País de enfrentar emergências de saúde pública.

No ano passado, Cristiana Toscano recebeu a Medalha de Mérito Oswaldo Cruz, a maior honraria na área da saúde, em reconhecimento à sua contribuição para a saúde pública brasileira. Em 2025, assumiu a coordenadoria do recém-criado Centro de Excelência em Tecnologia e Inovação em Saúde (Ceti-Saúde) da UFG. Um dos objetivos do GT do Ministério da Saúde é propor a criação de uma Agência de Inteligência em Emergências de Saúde Pública no Brasil, uma ideia defendida por vários cientistas, entre eles Cristiana Toscano. As propostas do GT serão apresentadas em relatório num prazo de 60 dias.

Gabriela Duarte, do IQ/UFG: responsável pelos testes rápidos para a Covid-19 em Goiás ( Wesley Costa / O Popular)

Gabriela Duarte, do IQ/UFG: responsável pelos testes rápidos para a Covid-19 em Goiás ( Wesley Costa / O Popular)

Fapeg investiu em estudos sobre a Covid-19

A ciência foi a grande protagonista da pandemia da Covid-19, maior crise sanitária mundial desde a gripe espanhola em 1918, que matou de 50 milhões a 100 milhões de pessoas -- o que seria 3% da população do planeta à época. Apesar das semelhanças entre as doenças, mais de cem anos depois, num mundo globalizado, estruturas acadêmicas e cientistas se mobilizaram com rapidez impressionante para conter o Sars-CoV-2 e suas variantes. Uma vacina eficaz surgiu em nove meses. As farmacêuticas Pfizer -- em parceria com a BioNtech -- e Moderna usaram o RNA mensageiro sintético (m-RNA), mecanismo que já era estudado. Em 2023, os criadores da fórmula, Katalin Karikó e Drew Weissman, receberam o Prêmio Nobel de Medicina.

No Estado, o movimento não foi diferente. Logo que a pandemia chegou, em 2020, a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg) fez uma Chamada Emergencial para buscar soluções pela ciência. Treze propostas foram aprovadas e outras três pelo Programa Pesquisa para o SUS (PPSUS). Entre os estudos, dois coordenados por professoras doutoras da UFG: o que definiu o teste rápido RT-Lamp, tendo à frente Gabriela Mendes Duarte, do Instituto de Química (IQ); e o que sequenciou o genoma do vírus Sars-CoV-2 em circulação por Goiás, sob a responsabilidade de Mariana Pires de Campos Telles, do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da UFG e também da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO). Entre 2020 e 2024, a Fapeg financiou 27 projetos relacionados à Covid-19, superando R$ 2 milhões em investimento.

Público tem acesso a acervos digitais

As gerações futuras terão dificuldade para entender o que foi a pandemia da Covid-19. Desde que ela foi oficialmente anunciada, a OMS estima que o vírus Sars-CoV-2, causador da doença, provocou mais de 777 milhões de infecções e matou mais de 7 milhões em todo o mundo, embora especialistas acreditem que esse número possa ser muito maior. No Brasil foram mais de 700 mil mortes e em Goiás, em torno de 29 mil. O isolamento social obrigatório em razão da crise sanitária foi um golpe na saúde mental.

Em Goiás, gestores da Secretaria de Estado da Saúde elaboraram em 2022 o e-book Gestão e Inovação em Tempos de Pandemia -- Um relato da experiência à frente da SES-GO , em que detalham as estratégias adotadas para enfrentar o vírus devastador, um desafio gigantesco que exigiu esforço hercúleo e rendeu uma série de aprendizados. O trabalho tem acesso público pelo link: https://goias.gov.br/saude/wp-content/uploads/sites/34/2024/01/Ebook-5-versao-atualizada.pdf.

Em nível nacional, o Centro de Estudos Sociedade, Universidade e Ciência (SoU_Ciência) da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) lançou este mês o Acervo da Pandemia de Covid-19 , um repositório digital gratuito e aberto ao público, que reúne um extenso conjunto de materiais que, segundo a instituição, evidenciam condutas e discursos negacionistas de agentes públicos e privados durante a pandemia de covid-19 no Brasil (2020-2022). O projeto tem parceria com a Associação de Vítimas e Familiares de Vítimas da Covid-19 (Avico Brasil), com o Centro de Estudos de Direito Sanitário da Universidade de São Paulo (Cepedisa/USP), com o grupo de mídia independente Camarote da República e com o podcast Medo e Delírio em Brasília.

O SoU_Ciência é um grupo de pesquisa multidisciplinar cadastrado no Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), sediado na Unifesp. O projeto Acervo da Pandemia contou com a participação de pesquisadores e estudantes das universidades federais de São Paulo e do Rio de Janeiro (Unifesp e UFRJ) e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que integram o SoU_Ciência.

A Universidade Federal de Goiás (UFG) contribui com o Acervo da Pandemia por ter apoiado o desenvolvimento do software livre Tainacan pelo Laboratório de Inteligência de Redes da Universidade de Brasília (UnB) utilizado no projeto. O Tainacan, que nasceu também com o suporte do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia e do Instituto Brasileiro de Museus, é muito usado para a gestão e compartilhamento de acervos.

Para acessar o Acervo da Pandemia : https://acervopandemia-souciencia.unifesp.br/

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