A Comissão Pastoral da Terra (CPT), organismo vinculado à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), lançou nesta quarta-feira (23), em Brasília, a 39ª edição do relatório Conflitos no Campo Brasil, com dados referentes às violências e ações de resistência em 2024, levantados em todo o País pelo Centro de Documentação Dom Tomás Balduíno (Cedoc/CPT). O número de assassinatos caiu, mas chama a atenção nesta edição do relatório o número de ocorrências de conflitos em razão de contaminação por agrotóxico, o maior da década, com 273 registros, um aumento de 763% em relação ao ano anterior, afetando 17.027 famílias.

<a href="https://opopular.com.br/canal" target="_blank">🔔 Siga o canal de O POPULAR no WhatsApp</a>

A CPT completa 50 anos em 2025 sem motivos para celebrações. Os dados apresentados no relatório revelam que no ano passado foram registradas 2.185 ocorrências de conflitos, o segundo maior número da série histórica que começou em 1985, abaixo apenas de 2023 (2.250). Os casos de incêndios aumentaram 113% e de desmatamento ilegal, 39%, sendo a Amazônia Legal a região mais afetada.

Em Goiás, nos três eixos estruturantes analisados pela CPT – terra, trabalho e água –, houve 63 conflitos no ano passado, envolvendo 19.024 pessoas. Em 2023 foram 167. Outro dado importante relacionado a Goiás é que no relatório de 2023 o Estado aparecia com 699 pessoas resgatadas de trabalho escravo, número que neste ano caiu para 83.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/magazine/especialistas-destacam-dez-atitudes-simples-que-podem-tornar-2025-um-ano-mais-saudavel-1.3214179" target="_blank">Especialistas destacam dez atitudes simples que podem tornar 2025 um ano mais saudável</a> 
 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/agrotoxico-no-rio-vermelho-ainda-causa-preocupac-o-1.3214199" target="_blank">Agrotóxico no Rio Vermelho ainda causa preocupação</a> 
 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/pesquisa-do-ibge-mostra-que-descarte-de-residuos-especiais-ainda-e-desafio-1.3204747" target="_blank">Pesquisa do IBGE mostra que descarte de resíduos especiais ainda é desafio&nbsp;</a></div>

Publicado há 40 anos, o relatório Conflitos no Campo apresenta textos de análise e dados qualitativos relacionando as ocorrências com os efeitos da crise climática (inundações e secas extremas), além de notas, cartas e manifestos publicados pela CPT ao longo do ano. O economista Guilherme Delgado, ex-pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e membro da Associação Brasileira de Reforma Agrária (Abra), que assina uma das análises, lembra que em 2024 não houve uma redução significativa da violência agrária no Brasil, com exceção nos números de assassinatos, e que os espaços social, rural e da natureza continuam “sendo objetos de dilapidação sistemática.”

O economista chama a atenção para o fato de que os fatores estruturais de violência, presentes no campo entre 2016 e 2022, persistiram nos dois primeiros anos do atual mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em razão da política agrícola. Ele reconhece que redes de criminalidade toleradas ou incentivadas no governo anterior foram desmontadas, embora os&nbsp; recursos dos Planos Anuais de Safra, com “cadeias estruturantes montadas no Orçamento Público”, promovem superexploração de terras, águas e minas com o objetivo de “convertê-las em mercadorias mundiais exportáveis, a qualquer&nbsp; custo social”.

O filósofo e escritor Roberto Malvezzi, o Gogó, faz no relatório uma ampla explanação sobre a situação da água em meio ao desmatamento, ao uso desenfreado e às profundas mudanças climáticas. “O resultado concreto é o enfraquecimento e até o desaparecimento de vários rios brasileiros, sobretudo onde o hidronegócio ataca as águas subterrâneas e drena essas águas para as atividades de intensa irrigação”, escreve. Ele lembra que, no Brasil atual, cerca de 72% da água doce utilizada se tornaram exclusivos do setor de irrigação.

O relatório Conflitos no Campo Brasil foi idealizado em 1985 e publicado pela primeira vez no ano seguinte. Ele é elaborado a partir do trabalho de agentes pastorais da CPT que atuam em comunidades rurais de todo o País. Ao longo do ano, a equipe de documentalistas do Cedoc/CPT apura denúncias, documentos e notícias para construir o documento. Em 2025, pela primeira vez, o relatório mostra as ações do movimento Invasão Zero, fundado por fazendeiros na Bahia e que se espalhou pelo Brasil. Segundo a CPT, “o grupo também exerce influência nas casas legislativas, promovendo projetos de lei que criminalizam as ações e movimentos de luta pela terra”.

<h2>Uso de agrotóxicos provoca intoxicação e conflitos</h2>

A utilização de agrotóxicos em larga escala tem impulsionado os conflitos no campo, segundo a CPT. Em 2023, foram registrados 32 conflitos por essa razão e 2.498 famílias foram vítimas de intoxicação por causa dos insumos; em 2024, esses números saltaram respectivamente para 276 e 17.027 – um aumento de 763% nos casos de conflitos e 582% nos de intoxicação de famílias. Mato Grosso do Sul lidera o ranking de Estados com maior número de famílias atingidas (7.538), seguido por Pará (4.597) e Maranhão (2.506), que aparece como o Estado que registrou o maior número de conflitos em razão da intoxicação por agrotóxicos (228), seguido de Mato Grosso do Sul (17) e Pará (9). Em Goiás, segundo o relatório, foram 33 famílias vítimas da contaminação e houve um conflito.

O relatório aponta que, dos 276 conflitos por terra envolvendo agrotóxicos ocorridos em 2024, 198 (72%) foram decorrentes de pulverização aérea, com o uso de aviões e drones. “O modo de produção do agronegócio vem utilizando os agrotóxicos como verdadeiras armas químicas, que atingem as águas, o solo e o ar, mas também milhares de seres humanos, em especial as comunidades do campo e da floresta, ignorando seus modos de vida e impondo uma contaminação generalizada de crianças, mulheres, idosos que deveriam ter um tipo de proteção específica pelo poder público e por atores do sistema de justiça”, diz o documento.

Membro da coordenação regional da CPT, Gerailton Ferreira dos Santos explica que há duas situações em que podem ocorrer conflitos pelo uso de agrotóxicos em grandes propriedades. “No primeiro caso, a família está tentando desenvolver algum tipo de produção e o uso do agrotóxico nas proximidades interfere, provocando até mesmo o fim da lavoura, o que pode ocorrer também pela contaminação da água. No segundo, a própria pessoa se contamina e adoece, levando-a ao abandono de sua comunidade e indo ou retornando ao ambiente urbano. Muitas vezes não é o desejo da família, mas ela se sente obrigada.” Para analistas da CPT nacional, “nos últimos anos, um novo elemento tem sido observado pelas pesquisas sobre a violência no campo: a utilização dos agrotóxicos como ‘armas químicas’ nos conflitos agrários”.

Os 50 anos da CPT serão lembrados no 5° Congresso Nacional, que será realizado de 21 a 25 de julho em São Luís, a capital maranhense.&nbsp; O tema do evento é “CPT 50 anos - Presença, Resistência e Profecia”.

<img attr-cid="policy:1.3255730" attr-version="policy:1.3255730:1745462259" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3255730/240425-vidt_sempaz.jpg?f=default&amp;w=400&amp;q=1" />

Agrotóxico avança como causa de conflitos no campo, diz relatório

Cidades

Cidades - título

Assine - Offers Target - 2

Matéria - Cidades

Disputa pela terra

Uma das atrações desta edição da Tecnoshow é o Simulador Agro Station 4.0, desenvolvido pela Real Drive. O equipamento, no estande do Senar Goiás, é usado para ensinar a pilotar máquinas agrícolas de última geração. Dirceu Borges, superintendente do Senar Goiás.

<a href="https://opopular.com.br/canal" target="_blank">🔔 Siga o canal de O POPULAR no WhatsApp</a>

Dirceu Borges, superintendente do Senar Goiás, afirma que durante a feira será realizado um projeto piloto para testar a possibilidade de o Senar adquirir um simulador desses para inserir nos treinamentos de operação de máquinas. “Enquanto um participante do curso está junto com o instrutor numa máquina, os demais podem ir treinando no simulador.”

No simulador, que custa cerca de R$ 700 mil, o usuário escolhe o que deseja simular, plantio, pulverização e colheita de milho, soja e/ou trigo. Assim, testa suas habilidades antes de desempenhar atividades em campo, com simulações de movimento, declive, e operação da máquina, entre outras.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/economia/tecnoshow-reune-inovac-es-para-melhor-gest-o-no-campo-1.3249635" target="_blank">Tecnoshow reúne inovações para melhor gestão no campo</a> 
 
<a href="https://opopular.com.br/economia/feiras-agropecuarias-devem-movimentar-bilh-es-em-goias-1.3241477" target="_blank">Feiras agropecuárias devem movimentar bilhões em Goiás</a>&nbsp; 
 
<a href="https://opopular.com.br/opiniao/artigos/papel-estrategico-da-tecnoshow-1.3249211" target="_blank">Editorial | Papel estratégico da Tecnoshow</a></div>

Um dos focos das inovações e pesquisas é a sustentabilidade agrícola, incluindo o uso de bioinsumos e energias renováveis no campo, ressalta Eduardo Hara, engenheiro agrônomo, gerente de Geração e Difusão de Tecnologia na Cooperativa Comigo e coordenador de Palestras da Tecnoshow.

Na pecuária, Hara fala do Superpec – Programa de gestão e tecnologia indicado para fazendas de gado de leite e de corte. “Ele auxilia na tomada de decisão, melhorando a produtividade e a eficiência operacional.”

O Senar também vai expor na feira um simulador de apicultura. Com óculos de realidade virtual, o participante sente como se estivesse mexendo com favos, abelhas, tirando o mel. “É bem real”, diz Borges.

O superintendente da entidade diz que também será lançado outro equipamento de realidade virtual, de fertilidade de solo, que mostra como os macro e micronutrientes interagem no solo, por exemplo, depois de uma chuva, como é a absorção de potássio, cálcio. “Tanto o de apicultura quanto o de fertilidade do solo já estão inseridos nos cursos do Senar Goiás.”

Gestão informatizada 

Os produtores goianos estão cada vez mais conscientes de que gestão é fator-chave para a longevidade e rentabilidade do negócio, avalia Leandro Xavier, diretor executivo do Grupo Aliare, responsável pelas soluções de gestão rural myFarm e Siagri-AgriManager. O myFarm é uma solução goiana com alcance nacional. “Atendemos clientes em todo o Brasil, mas Goiás é uma referência em profissionalização e uso de tecnologia no agro, ao lado de estados como Mato Grosso e Paraná”, aponta.

Na Tecnoshow, o myFarm participa como parceiro do Senar Goiás, Faeg e CampLabs, em uma iniciativa voltada à profissionalização da gestão nas propriedades rurais.

“Nesta edição, destacamos funcionalidades que ajudam o produtor a identificar com clareza a rentabilidade por variedade cultivada, além da gestão de custos detalhada por cultura e por talhão, o que permite uma análise muito mais precisa da performance de cada área da fazenda”, discorre Xavier.

Ele menciona ainda os recursos de gestão da comercialização da produção, como o controle de estoque, rastreabilidade das vendas e projeções que ajudam o produtor a identificar os melhores momentos para vender sua safra, evitando decisões precipitadas ou influenciadas por sazonalidades negativas.

O sistema também emite Nota Fiscal Eletrônica e gera o Livro Caixa do Produtor Digital, atendendo às exigências legais com agilidade e segurança, complementa ele. Os planos são a partir de R$ 600 por mês, variando conforme os módulos utilizados e o tamanho da propriedade. “Em média, os produtores veem o retorno do investimento entre seis e dez meses”, garante.

Tecnoshow terá de simulador a plataforma sobre adubação

Economia

Economia - título

Matéria - Economia

Agronegócio

Inteligência artificial (IA), robótica, realidade virtual, simuladores, biotecnologia, plataformas de gestão. <a href="https://opopular.com.br/economia/tecnoshow-tera-de-simulador-a-plataforma-sobre-adubac-o-1.3249638#state=750078fd-46d9-4929-ba7f-1d10bde5b85c&amp;session_state=e35cd7c7-8b3b-4921-9adc-beca16c25f9f&amp;code=684b5d1f-aaa3-49e0-aa33-7378a3f3316c.e35cd7c7-8b3b-4921-9adc-beca16c25f9f.b9b3328a-640e-4deb-9f63-4c9096be6cf7" target="_blank">As novidades da 22ª edição da Tecnoshow Comigo</a>, que será realizada desta segunda-feira (7) até sexta-feira (11), no Centro Tecnológico Comigo, em Rio Verde (GO), confirmam o nome de uma das maiores feiras de agronegócio do país e dialogam com o tema “Gerações do Agro”, que busca difundir a sucessão familiar no agronegócio e atingir um público de novos produtores rurais.

<a href="https://www.whatsapp.com/channel/0029Va9rbSgCHDyl4gQj7A1C" target="_blank">🔔 Siga o canal do O POPULAR no WhatsApp</a>

A expectativa é de gerar cerca de R$ 10 bilhões em negócios. Assim como na edição anterior, os espaços da feira de 2025 foram 100% comercializados com 695 expositores, muitos deles apresentando inovações tecnológicas.

São ferramentas que cada vez mais favorecem o produtor rural na gestão, apontada como o principal desafio do setor por Pedro Camilo, diretor de tecnologia da informação do Senar Goiás e gestor do hub de inovação do Sistema Faeg/Senar - Campo Lab.

<div class="p-readmore-box"> 
<a href="https://opopular.com.br/economia/tecnoshow-tera-de-simulador-a-plataforma-sobre-adubac-o-1.3249638" target="_blank">Tecnoshow terá de simulador a plataforma sobre adubação</a> 
 
<a href="https://opopular.com.br/economia/frigorifico-abre-mais-de-170-vagas-de-emprego-em-goias-1.3248854" target="_blank">Frigorífico abre mais de 170 vagas de emprego em Goiás</a> 
 
<a href="https://opopular.com.br/economia/prefeitura-de-senador-canedo-abre-selec-o-para-quase-100-vagas-com-salario-de-ate-r-4-1-mil-1.3248769" target="_blank">Prefeitura de Senador Canedo abre seleção para quase 100 vagas com salário de até R$ 4,1 mil</a></div>

Ele adianta que, além de empresas de pivôs, maquinários e energia, serão expostas soluções como o uso de sensores em tratores que fornecem informações em tempo real, por meio de telemetria, que têm facilitado o desenvolvimento de novas tecnologias na agricultura. E lembra que a robótica no agro tem levado à migração da mão de obra do setor, a qual tem se capacitado mais.

Há dez anos, 62% dos trabalhadores do agronegócio não tinham instrução ou tinham apenas o ensino fundamental; essa parcela diminuiu para 44,6% no terceiro trimestre de 2024, cita ele, acrescentando que, por outro lado, a proporção de trabalhadores com ensino médio e superior aumentou de 38% para 55,4% no mesmo período. “Ou seja, houve uma migração dessas pessoas, que estão caminhando para novas tecnologias”, comenta.

Dris personalizado

Na Tecnhoshow, haverá o lançamento da ferramenta Dris Comigo, plataforma desenvolvida pela pesquisadora Amanda Magalhães Bueno, indicada para adubação foliar na cultura da soja. O Dris, ou Sistema Integrado de Diagnose e Recomendação, é uma metodologia que permite diagnósticos mais precisos do estado nutricional das plantas.

“O grande diferencial é que ele foi personalizado para atender ao nosso produtor, em função das nossas altitudes, nossos cultivares de soja, das características da nossa região”, destaca Amanda.

A pesquisadora detalha que o Dris Comigo vem sendo desenvolvido com base em um banco de dados robusto, iniciado na safra 2022/2023 e ampliado com informações das safras 2023/2024 e 2024/2025.

“Desde então, os agrônomos do departamento de assistência técnica da cooperativa têm realizado coletas sistemáticas de amostras foliares em lavouras de soja da região da área de atuação da Comigo, construindo a base para diagnósticos nutricionais mais precisos.”

De acordo com ela, a partir da próxima safra, 2025/2026, o Dris Comigo está disponível para os cooperados em uma primeira etapa com áreas inseridas nas regiões de Rio Verde, Montividiu, Paraúna, Serranópolis e Jataí, que desejarem uma análise foliar personalizada e alinhada à realidade de suas lavouras.

Robô para tirar leite 

Especificamente na pecuária leiteira, o uso de sensores e robôs já está reduzindo a demanda de mão de obra ao mesmo tempo em que aumenta a produtividade, segundo o zootecnista Gerson Reis, diretor comercial da Lely Center Goiânia, uma das expositoras da feira. A empresa holandesa, líder mundial em robôs para pecuária leiteira, vem atendendo há dois anos o setor em Goiás, onde já há oito projetos de automação implantados em propriedades rurais.

Segundo Reis, um robô pode ordenhar uma média de 60 vacas por dia, com produção de 2,5 mil litros de leite. Ele compara que em média cada trabalhador consegue 500 litros por dia, ou seja, um robô equivale à mão de obra de cinco pessoas nesse caso. O robô faz limpeza do peito, coloca as teteiras, tira o leite, informa quantos litros e o teor de gordura e proteína.

Mas a função dos equipamentos vai além. Com o sistema de ordenha robotizada são usados sensores em cada animal para captar e transmitir informações que favorecem o manejo e aumentam a produtividade. O produtor recebe alertas sobre doença, cio, indicando que é hora de inseminar e separando já a vaca, o animal que está prestes a parir ou não está se alimentando direito. Também indica e fornece a quantidade necessária de ração para cada animal, estimulando a alimentação.

As vacas são “treinadas” para procurar o robô quando é preciso esvaziar o úbere, ganhando alimento em seguida como recompensa. Tem ainda o aspirador para tirar esterco do curral e um sistema para alimentar na medida certa os bezerros, uma espécie de vaca mecânica. Mas o investimento é alto. Só o robô para tirar leite custa R$ 1,8 milhão, “o que se paga em quatro a cinco anos”, conforme Reis.

Tecnoshow reúne inovações para melhor gestão no campo

A capital de Goiás receberá, neste ano, dois grandes eventos do agronegócio: a 1ª AgroVem e a 78ª Exposição Agropecuária do Estado, conhecida como a Pecuária de Goiânia. A organização da AgroVem garante que o evento terá uma programação intensa, com especialistas renomados discutindo temas como sustentabilidade, inovação tecnológica, financiamento rural, mercado internacional e gestão no agronegócio. A exposição também terá demonstrações ao vivo, com testes práticos de equipamentos, apresentação de novas tecnologias e soluções agrícolas aplicadas no campo.

<a href="https://opopular.com.br/canal" target="_blank">🔔 Siga o canal de O POPULAR no WhatsApp</a>

O evento contará ainda com espaços de networking, áreas exclusivas para produtores, investidores, empresários e líderes do setor trocarem experiências, fecharem parcerias e expandirem redes de contato. A realização da AgroVem é iniciativa da Associação Goiana dos Criadores de Zebu (AGCZ) e do Grupo AgroVem. Segundo os organizadores, o estado será palco de um evento nacional que promete impactar o futuro do agronegócio brasileiro.

Um dos realizadores da feira, Sílvio Pereira, informa que a AgroVem nasce com o propósito de fortalecer ainda mais o agronegócio em Goiás, focando na inovação tecnológica, troca de conhecimento e realização de negócios.&nbsp;

“Após duas edições de sucesso em Itumbiara, estamos entusiasmados em trazer a terceira edição da feira para Goiânia, um passo importante que só foi possível graças ao envolvimento do cantor Zezé Di Camargo, que é um dos realizadores e embaixador do evento. Foi ele quem teve a visão de trazer a AgroVem para a capital goiana, consolidando a cidade como um dos principais polos do agronegócio brasileiro”, comenta.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/economia/feiras-agropecuarias-devem-movimentar-bilh-es-em-goias-1.3241477" target="_blank">Feiras agropecuárias devem movimentar bilhões em Goiás</a> 
 
<a href="https://opopular.com.br/politica/secretario-executivo-assume-comando-da-secretaria-de-gest-o-de-negocios-e-parcerias-1.3240619" target="_blank">Secretário-executivo assume comando da secretaria de Gestão de Negócios e Parcerias</a> 
 
<a href="https://opopular.com.br/politica/comitiva-da-camara-de-goiania-em-miss-o-a-india-custa-r-223-4-mil-1.3232983" target="_blank">Comitiva da Câmara de Goiânia em missão à Índia custa R$ 223,4 mil</a></div>

A expectativa dos organizadores é receber cerca de 30 mil pessoas por dia ao longo do evento. A entrada é gratuita. “Acreditamos que compartilhar conhecimento e fomentar negócios deve ser acessível a todos”, destaca Pereira.

Para ele, eventos como a Exposição Agropecuária de Goiânia e a AgroVem são complementares, cada um com sua identidade e público específico. “Ambos desempenham um papel crucial para fortalecer o agronegócio goiano. Quanto mais espaços tivermos para promover o diálogo, gerar negócios e impulsionar o setor, maior será o impacto positivo para a nossa economia”, destaca.

Para Gilberto Marques, presidente da SGPA (Sociedade Goiana de Pecuária e Agricultura), que promove a Exposição Agropecuária de Goiás, o agro não para, independente das dificuldades que o setor vem enfrentando, principalmente em função das decisões do governo federal, conforme avalia. 
“Nos últimos dias, discutimos desde o Plano Safra como a isenção de impostos para importação de alimentos, o que foi um baque, mostrando que temos um governo que, além de não apoiar o setor produtivo, cria situações para dificultar ainda mais”, diz.&nbsp;

Marques afirma que o setor levou o País nas costas em momentos de crise e continua trabalhando no mesmo ritmo, apesar da dificuldade em colocar os produtos no mercado com preço justo, pelo alto custo de produção. “O agro vem sendo punido se a população encontra preços altos no mercado, mas corremos o risco de não conseguir arcar com dívidas feitas para financiar a safra, comprar maquinários e insumos”, alerta.

Ele reconhece que as feiras agropecuárias podem ter seu resultado comprometido, pois o objetivo é a comercialização de máquinas, equipamentos, tecnologias, insumos e o cenário é desfavorável. “Mas não vamos deixar de cumprir com toda programação de feiras ao longo do ano. Teremos recorde de produção agrícola, mas a remuneração baixa”, avalia.

A comissão organizadora da Tech Farm Show 2025, programada para acontecer de 3 a 5 de abril, em Gurupi-TO, comunicou oficialmente o cancelamento do evento, após uma análise do atual cenário econômico do agronegócio, que enfrenta desafios que impactam toda a cadeia produtiva, como a desvalorização dos produtos agropecuários, escassez de crédito subsidiado, dificultando o acesso a custeios e investimentos, e as incertezas para a safra 2025-2026, tornando as decisões financeiras e estratégicas mais desafiadoras.

Goiânia é sede de dois grandes eventos neste ano

Exposições agropecuárias em Goiás

Goiás começa a entrar no ritmo das exposições agropecuárias programadas para 2025 em Goiânia e em várias cidades do interior do estado. Estes eventos do agronegócio costumam atrair grandes públicos e movimentar milhões e até bilhões de reais. Neste ano, apesar das estimativas de uma boa safra de grãos, representantes do setor agropecuário advertem que a baixa rentabilidade do produtor e os altos juros do mercado podem acabar inibindo a realização de investimentos nas propriedades rurais.

<a href="https://opopular.com.br/canal" target="_blank">🔔 Siga o canal de O POPULAR no WhatsApp</a>

O calendário de eventos do agro, divulgado pela Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), traz a relação de nove exposições previstas para até o mês de julho. A primeira, a 22ª edição da Tecnoshow Comigo, acontece já no próximo mês de abril, com o tema “Gerações do Agro”, buscando difundir a sucessão familiar no agronegócio e atingir um público de novos produtores rurais.

O evento, que será realizado no período de 7 a 11 de abril, no Centro Tecnológico Comigo, em Rio Verde (GO), terá como meta zerar a emissão de carbono, buscando a sustentabilidade durante toda a feira, que tem a expectativa de gerar cerca de R$ 10 bilhões em negócios. Assim como na edição anterior, os espaços da feira de 2025 foram 100% comercializados com 695 expositores.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/economia/goiania-e-sede-de-dois-grandes-eventos-neste-ano-1.3241483" target="_blank">Goiânia é sede de dois grandes eventos neste ano</a> 
 
<a href="https://opopular.com.br/politica/secretario-executivo-assume-comando-da-secretaria-de-gest-o-de-negocios-e-parcerias-1.3240619" target="_blank">Secretário-executivo assume comando da secretaria de Gestão de Negócios e Parcerias</a> 
 
<a href="https://opopular.com.br/politica/comitiva-da-camara-de-goiania-em-miss-o-a-india-custa-r-223-4-mil-1.3232983" target="_blank">Comitiva da Câmara de Goiânia em missão à Índia custa R$ 223,4 mil</a></div>

Neste ano, a Tecnoshow contará com a ampliação dos espaços de convivência, melhorias na segurança e expansão da área gramada. Entre as principais ações, estão a ampliação de banheiros femininos, a pavimentação asfáltica de 1.800 metros quadrados, a expansão de 2 mil metros na área gramada para locação e a instalação de um transformador adicional de 150 KVA, totalizando 20 unidades. Esta edição também contará com um heliponto, com capacidade para até 12 aeronaves.

“Essas melhorias visam aprimorar a infraestrutura, garantindo mais conforto, segurança e funcionalidade para os visitantes, que devem somar 150 mil pessoas este ano, um aumento de 10% em relação à edição anterior, além de impulsionar a comercialização na feira, que deve crescer 5%”, explicou o diretor de insumos da Comigo e coordenador geral da Tecnoshow, Claudio Teoro.

Para o presidente do Conselho Administrativo da Comigo, Antonio Chavaglia, o cenário positivista está atrelado aos bons resultados da última safra. “Estamos em um momento muito positivo para a produção regional que, mesmo com alguns problemas enfrentados, como os causados pelo clima, tem entregado bons resultados e isso poderá ser visto nas comercializações durante essa edição da Tecnoshow”, prevê Chavaglia.

Na área de Pecuária, a feira contará com cerca de 800 animais, incluindo bovinos de corte e leite, equinos, muares, ovinos, peixes, pôneis e cães pastores. Estão previstas exibições de equinos, muares e cães pastores, além de palestras sobre saúde animal, nutrição e manejo das diferentes espécies, e apresentações sobre novas tecnologias, além de dinâmicas pecuárias que serão definidas.

A programação da Tecnoshow 2025 incluirá mais de 300 horas de palestras com renomados especialistas. A escolha dos temas e convidados, segundo Teoro, levou em consideração o desempenho do agronegócio no ano anterior. “É essencial pensarmos no futuro do setor, por isso teremos profissionais que abordarão maneiras de continuar crescendo de forma segura e eficiente”, informou o coordenador da feira.

De 12 a 16 de maio de 2025, acontece em Goiânia a 1ª Feira de Agronegócios AgroVem. De acordo com a organização do evento, a nova feira agropecuária chega para consolidar a capital goiana como um dos principais polos do agronegócio brasileiro. Ela será realizada na GO-020, a cinco minutos do Shopping Flamboyant, ocupará uma área de 400 mil metros quadrados e reunirá mais de 600 expositores dos mais diversos segmentos do setor agropecuário, visando a criação de ambiente de inovação, negócios e networking.

A AgroVem contará com exposição de produtos, serviços e tecnologias, apresentação de máquinas agrícolas de última geração, insumos, defensivos, soluções em irrigação e tecnologia digital para o campo de grandes marcas do agronegócio, além de palestras e workshops.

Entre os próximos dias 15 e 25 de maio, acontece a 78ª Exposição Agropecuária do Estado, no Parque de Exposições Agropecuárias de Goiânia. “Neste ano, a tradicional pecuária de Goiânia manterá sua programação voltada para o produtor rural, com palestras técnicas, leilões, exposição de animais, máquina e equipamentos para atender o setor, além da parte festiva, que é a maior festa popular do estado, conciliando festa e negócios, destaca Gilberto Marques, presidente da Sociedade Goiana de Pecuária e Agricultura (SGPA), entidade realizadora do evento.

<div attr-cid="policy:1.3241481" attr-version="policy:1.3241481:1742003031" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.3241481" data-onecms-type="article" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.3241481', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.3241481">Exposições agropecuárias em Goiás (1.3241481)</a></div>

Preocupação

Para o gerente técnico da Federação da Agricultura do Estado de Goiás (Faeg), Leonardo Machado, apesar de o estado estar colhendo boa safra, a rentabilidade não deve crescer na mesma proporção porque os preços dos produtos são menores que nos últimos anos. Além disso, segundo ele, o produtor também não está tendo acesso ao crédito como esperado. “Há redução na aplicação do recurso do crédito rural, que está bem menor que nos anos anteriores. Além disso, problemas climáticos dos últimos anos deixaram os aplicadores mais retraídos e a baixa rentabilidade reduz o acesso ao crédito, deixando instituições e produtores na defensiva”, adverte Machado.

Outra dificuldade é na aplicação do recurso, pois todo crédito que chega conta com dinheiro público e a situação das contas públicas não é das melhores, o que deixa a aplicação mais complicada. “Tudo isso faz com que não haja garantia de bons resultados nas feiras deste ano. Juros altos não estão condizentes com a atividade e inibem a tomada do crédito. Portanto é um ano em que fica difícil de ter certeza como serão os investimentos. Não deve ser algo tão bom quanto o aumento da produção”, diz.

O secretário de estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Pedro Leonardo Rezende, acredita que Goiás é cada vez mais palco dos principais eventos agropecuários do Brasil, que dão oportunidade para os produtores conhecerem e acessarem novas tecnologias das principais empresas que comercializam máquinas e insumos agrícolas.

Outros pontos importantes, segundo ele, são as palestras técnicas para difusão de novas tecnologias e a possibilidade de realização de networking nas cadeias produtivas, com oportunidade de aproximação de compradores dos produtos goianos.

“Para nós, o governo tem a oportunidade de apresentar ao segmento as políticas públicas em favor deste segmento da economia e acolher os anseios e necessidades dos produtores de como o poder público pode atuar para atender as demandas do setor”, diz o secretário.