Na noite desta terça-feira (13) os moradores do Setor Bueno, em Goiânia, precisaram lidar com a falta de energia elétrica nos prédios e semáforos da região. A Avenida T-1 ficou sem luz em&nbsp;aproximadamente 3km de sua extensão, na altura do Supermercado Bretas até a Associação Do Pessoal Da Caixa Econômica Federal (APCEF). Leitores relataram terem visto geradores de energia saindo faíscas nas proximidades.&nbsp;Os clientes de bares e restaurantes que decidiram continuar no local, tiveram que usar as lanternas dos celulares para prosseguirem com a noite. A região, que possui um fluxo intenso de veículos, está sem iluminação, o que representa um perigo para quem passa por perto, necessitando de uma atenção redobrada aos motoristas e pedestres.&nbsp;Em nota, a Enel Distribuição&nbsp;Goiás informou que parte da região já teve o fornecimento estabelecido e que equipes estão no local trabalhando para recompor o serviço para os demais clientes o mais breve possível. A companhia não esclareceu os motivos pelos quais o fornecimento de energia foi interrompido.&nbsp;Leia também:<a href="https://opopular.com.br/noticias/economia/8-em-cada-10-conjuntos-el%C3%A9tricos-estouram-tempo-limite-para-falta-de-energia-1.2522811" target="_blank">-&nbsp;8 em cada 10 conjuntos elétricos estouram tempo limite para falta de energia</a><a href="https://opopular.com.br/noticias/2.234055/im%C3%B3veis-chegam-a-ficar-sem-energia-por-um-ano-ap%C3%B3s-entrega-em-goi%C3%A1s-1.2520044" target="_blank">-&nbsp;Imóveis chegam a ficar sem energia por um ano após entrega em Goiás</a><a href="https://opopular.com.br/noticias/politica/eleicoes/2022/candidatos-ao-governo-de-goi%C3%A1s-apontam-medidas-contra-o-gargalo-na-energia-1.2521485" target="_blank">-&nbsp;Candidatos ao governo de Goiás apontam medidas contra o gargalo na energia</a>

Apagão: prédios, bares e semáforos ficam sem energia na Avenida T-1, do Setor Bueno, em Goiânia

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Conteúdo analisado:&nbsp;<a href="https://projetocomprova.com.br/wp-content/uploads/2024/10/00-Conteudo-analisado-EXPLICA-a-Explica-o-papel.jpg" target="_blank">Posts</a>, incluindo publicação de um vereador paulistano, que afirmam que o apagão teria sido proposital, a fim de alavancar a campanha de Guilherme Boulos (PSOL) nas eleições municipais. Posteriormente, o assunto ganhou alcance e chegou a ser tema de discussão no primeiro debate do segundo turno entre os candidatos à Prefeitura de São Paulo, Boulos e Ricardo Nunes (MDB).

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Comprova Explica: O apagão ocorrido na Grande São Paulo no dia 11 de outubro foi ocasionado por um forte temporal, e chegou a atingir&nbsp;<a href="https://www.estadao.com.br/sao-paulo/enel-maior-apagao-sao-paulo-arvores-caidas-vento-sem-energia-nprm/?utm_medium=newsletter&amp;utm_source=salesforce&amp;utm_campaign=manchetes&amp;utm_term=20241017&amp;utm_content=header-estadao" target="_blank">3,1 milhões de imóveis na região metropolitana da capital</a>, segundo a Enel. Além disso, de acordo com a Defesa Civil do Estado,&nbsp;<a href="https://www.saopaulo.sp.gov.br/spnoticias/ultimas-noticias/boletim-impacto-das-chuvas-no-estado-12-10-18h15/#:~:text=No%20total%2C%20sete%20pessoas%20morreram%2C%20sendo%203%20em%20Bauru%2C%202%20em%20Cotia%2C%20uma%20em%20Diadema%20e%20uma%20na%20Capital" target="_blank">sete mortes</a>&nbsp;foram registradas.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/comprova/video-de-2022-foi-editado-para-insinuar-que-silvio-almeida-pede-votos-para-boulos-nas-eleic-es-de-2024-1.3188286" target="_blank">Vídeo de 2022 foi editado para insinuar que Silvio Almeida pede votos para Boulos nas eleições de 2024</a> 
<a href="https://opopular.com.br/comprova/e-falso-que-aedes-aegypt-tenha-tido-agulha-geneticamente-modificada-para-n-o-perfurar-pele-1.3187933" target="_blank">É falso que Aedes aegypt tenha tido "agulha" geneticamente modificada para não perfurar pele</a> 
<a href="https://opopular.com.br/comprova/comlurb-participa-de-distribuic-o-de-urnas-no-rio-de-janeiro-desde-1996-1.3187568" target="_blank">Comlurb participa de distribuição de urnas no Rio de Janeiro desde 1996</a></div>

A situação, que já durava mais de 120 horas no momento da publicação desta reportagem, ainda sem uma previsão de restabelecimento completo do serviço –&nbsp;<a href="https://www.cnnbrasil.com.br/nacional/com-36-mil-clientes-sem-energia-enel-diz-que-servico-voltou-a-normalidade-em-sp/" target="_blank">36 mil pessoas ainda seguiam sem energia</a>, nesta quinta-feira (17) –, trouxe à tona questionamentos sobre a responsabilidade do poder público e da Enel, empresa privada responsável pela distribuição de eletricidade em São Paulo, principalmente após a empresa, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) e o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), trocarem acusações sobre a culpa pela crise.

A seguir, a seção Comprova Explica traz o papel de cada ente da federação.

<h2>Quem é responsável pelo apagão e qual a responsabilidade dos governos?</h2>

Enel

É a principal distribuidora de eletricidade de São Paulo, com 37% de todos os clientes paulistas,&nbsp;<a href="https://www.arsesp.sp.gov.br/Paginas/energia/energia-eletrica.aspx#:~:text=As%20distribuidoras%20de%20energia%20el%C3%A9trica%20que%20atuam%20no%20Estado%20de%20S%C3%A3o%20Paulo%20atenderam%20cerca%20de%2020%20milh%C3%B5es%20de%20unidades%20consumidoras%20em%202021" target="_blank">segundo dados de 2021</a>. A maior parte dos consumidores atingidos –&nbsp;<a href="https://www.estadao.com.br/sao-paulo/enel-maior-apagao-sao-paulo-arvores-caidas-vento-sem-energia-nprm/?utm_medium=newsletter&amp;utm_source=salesforce&amp;utm_campaign=manchetes&amp;utm_term=20241017&amp;utm_content=header-estadao" target="_blank">3,1 milhões, mais do que os 2,1 milhões informados inicialmente</a>&nbsp;– está em área sob concessão da Enel. Portanto, a empresa tem responsabilidade direta pela falta de luz.

No entanto, no contrato de prestação de serviço público de distribuição de energia elétrica da Enel,&nbsp;<a href="https://www.enel.com.br/content/dam/enel-br/megamenu/para-voc%C3%AA/1072_BTL_Novo%20modelo%20de%20ades%C3%A3o%20de%20contrato_06%20003.pdf" target="_blank">que é público</a>, não está previsto prazo para restabelecimento do serviço em caso de um evento climático que provoque a falta de luz. No documento, só constam tais prazos para casos de suspensão por falta de pagamento, que são de 6 horas no meio urbano e 24 horas no meio rural.

Governo federal

A Enel é regulada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), instituição federal&nbsp;responsável por fiscalizar a produção, transmissão, distribuição e comercialização de energia elétrica no país. Seu atual diretor-geral é Sandoval de Araújo Feitosa Neto, indicado por Jair Bolsonaro (PL) em abril de 2022, ainda durante a gestão do ex-presidente.

Nos últimos dias, o órgão tem sido alvo de discussão e até de reclamações do prefeito Ricardo Nunes, que alega que a responsabilidade seria da esfera federal, não municipal. A mobilização foi tamanha que a ANEEL emitiu uma&nbsp;<a href="https://www.gov.br/aneel/pt-br/assuntos/noticias/2024/nota-a-imprensa-2013-autonomia-da-aneel-e-compromisso-com-o-estado-brasileiro" target="_blank">nota à imprensa</a>, em que reforçou o papel que cumpre e repudiou “qualquer tentativa de intervenção ou tutela indevida”.

Além da ANEEL, o setor elétrico brasileiro é composto, a nível federal, por&nbsp;<a href="https://www.gov.br/mme/pt-br/assuntos/noticias/conheca-as-instituicoes-do-setor-eletrico-brasileiro-e-as-competencias-de-cada-uma" target="_blank">seis outras instituições</a>, com papéis principalmente de planejamento e monitoramento. São elas, por ordem de hierarquia:

<ul>
	<li>Ministério de Minas e Energia (MME): responsável pela condução das políticas energéticas do Brasil.</li>
	<li>Conselho Nacional de Política Energética (CNPE): órgão interministerial que assessora o presidente da República; suas principais atribuições são a formulação de políticas e diretrizes de energia que assegurem o suprimento a todas as áreas do país.</li>
	<li>Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE): acompanha e avalia a continuidade e a segurança do suprimento elétrico em todo o território nacional; é composto tanto pelo MME quanto pelas instituições seguintes.</li>
	<li>Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE): reúne empresas e instituições que viabilizam operações de compra e venda de energia em todo o Brasil.</li>
	<li>Empresa de Pesquisa Energética (EPE): realiza estudos e pesquisas com o objetivo de subsidiar o planejamento do setor energético.</li>
	<li>Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS): opera, supervisiona e controla a geração de energia elétrica no Sistema Integrado Nacional (SIN), além de administrar a rede básica de transmissão de energia elétrica no país.</li>
</ul>

Na quarta-feira (16), a Controladoria-Geral da União (CGU)&nbsp;<a href="https://agenciabrasil.ebc.com.br/politica/noticia/2024-10/cgu-abre-investigacao-para-apurar-denuncias-contra-dirigentes-da-aneel" target="_blank">abriu uma investigação</a>&nbsp;para apurar irregularidades envolvendo dirigentes da ANEEL. A ação é em resposta a denúncias encaminhadas pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira.

Governo estadual

O governo paulista também tem uma agência reguladora estadual. É a Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de São Paulo (Arsesp), que fiscaliza todas as concessionárias do estado. A&nbsp;<a href="https://www.arsesp.sp.gov.br/agencia/Paginas/default.aspx#quem_somos" target="_blank">agência</a>&nbsp;cita, entre as próprias competências:

<ul>
	<li>Estabelecer normas e padrões para otimizar a prestação dos serviços;</li>
	<li>Fazer com que sejam cumpridas as regras estabelecidas em contratos e regulamentos, bem como aplicar penalidades quando necessário;</li>
	<li>Assegurar o equilíbrio econômico-financeiro e o efetivo cumprimento dos contratos de concessão.</li>
</ul>

Ou seja, embora não possa solucionar o problema de energia, a Arsesp cumpre um papel voltado principalmente ao aspecto de cobrar a Enel.

Governo municipal

O papel de uma prefeitura é basicamente o de realizar ações preventivas – por exemplo, a poda e o manejo das árvores. No primeiro semestre deste ano, dados da Prefeitura de São Paulo apresentados pelo g1 em um&nbsp;<a href="https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2024/10/15/sp-tem-quase-14-mil-pedidos-de-poda-de-arvores-pendentes-em-2024-fila-se-concentra-na-periferia.ghtml" target="_blank">infográfico interativo</a>&nbsp;mostram que há mais de 13 mil pedidos de poda em aberto na cidade.&nbsp;<a href="https://www.metropoles.com/sao-paulo/sp-teve-quase-mil-quedas-de-arvores-e-3-milhoes-de-imoveis-sem-luz" target="_blank">A queda de árvores foi uma das razões que levaram ao apagão na capital paulista</a>.

Vale notar que, em 2020, a Prefeitura de São Paulo&nbsp;<a href="https://capital.sp.gov.br/web/penha/w/noticias/105793" target="_blank">firmou um convênio com a Enel</a>&nbsp;para que a empresa fizesse a poda de árvores próximas ou em contato com a rede de energia elétrica – outra justificativa que tem sido apresentada por Nunes para eximir a prefeitura de responsabilidade na gravidade do blecaute.

Também conforme reportagem do g1, a&nbsp;<a href="https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2024/10/16/enel-executou-menos-de-1percent-das-podas-de-arvores-em-contato-com-a-fiacao-eletrica-em-2024-na-cidade-de-sp-diz-sistema-da-prefeitura.ghtml" target="_blank">Enel executou menos de 1%</a>&nbsp;das podas de árvores em contato com a fiação elétrica em 2024 na cidade de São Paulo.

Na&nbsp;<a href="https://www2.aneel.gov.br/cedoc/ren20211000.pdf" target="_blank">Resolução Normativa ANEEL n° 1.000/2021</a>&nbsp;é citado, ainda, que são de responsabilidade do poder público municipal: a elaboração do projeto, a implantação, expansão, operação e manutenção das instalações de iluminação pública.

O Comprova procurou o Ministério de Minas e Energia e a Enel, mas não houve retorno.

Fontes consultadas: Contrato de prestação de serviço da Enel; ANEEL, do governo federal; Arsesp, do governo do Estado e reportagens sobre o tema.

Por que o Comprova explicou este assunto: O Comprova monitora conteúdos suspeitos publicados em redes sociais e aplicativos de mensagem sobre políticas públicas, saúde, mudanças climáticas e eleições. Quando detecta nesse monitoramento um tema que está gerando muitas dúvidas e desinformação, o Comprova Explica. Você também pode sugerir verificações pelo&nbsp;<a href="https://api.whatsapp.com/send?l=pt_pt&amp;phone=5511970454984&amp;text=Quero%20enviar%20um%20conte%C3%BAdo" target="_blank">WhatsApp +55 11 97045-4984</a>.

Para se aprofundar mais: O Comprova realizou outras verificações sobre blecautes no país, como quando concluiu que uma postagem enganava ao relacionar&nbsp;<a href="https://projetocomprova.com.br/publica%C3%A7%C3%B5es/postagem-engana-ao-relacionar-apagao-a-decreto-para-compra-de-energia-na-venezuela/" target="_blank">apagão em 25 estados brasileiros e no DF a decreto para compra de energia na Venezuela</a>,&nbsp;em 2023. Próximo ao período eleitoral do ano anterior, o tema sobre queda de energia foi usado para falsas alegações de que as&nbsp;<a href="https://projetocomprova.com.br/publica%C3%A7%C3%B5es/nao-ha-provas-de-fraudes-em-apagoes-nas-eleicoes-de-2014-e-2018-ao-contrario-do-que-afirma-post/" target="_blank">Forças Armadas haviam descoberto fraudes decorrentes de apagões nas eleições de 2014 e 2018</a>. Ainda em 2022, ano da Copa do Mundo de Futebol, o Comprova mostrou que um conteúdo afirmava, de forma satírica, que&nbsp;<a href="https://projetocomprova.com.br/publica%C3%A7%C3%B5es/richarlison-nao-protestou-contra-falta-de-energia-no-amapa-na-copa-tuite-e-sobre-apagao-de-2020/" target="_blank">Richarlison havia protestado contra falta de eletricidade no Amapá</a>&nbsp;poucas horas antes de o Brasil entrar em campo contra o Uruguai.

Entenda o papel da Enel e de cada ente da Federação na crise de energia em SP

Matéria - genérica

COMPROVA 

Nos próximos dias estará de volta à aldeia do povo avá-canoeiro, em Minaçu, no Norte de Goiás, o cacique Trumak, de 37 anos, que ficou internado durante três meses em Goiânia para <a href="http://opopular.com.br/cidades/com-tumor-no-cerebro-cacique-precisa-de-energia-na-aldeia-1.3111732" target="_blank">tratar de um câncer cerebral.</a> O retorno do cacique ao território indígena irá ocorrer após uma longa batalha para conseguir a ligação de energia elétrica ao ponto de moradia para garantir o funcionamento de equipamentos hospitalares necessários à manutenção da saúde de Trumak. Na segunda-feira (20), a Equatorial concluiu os serviços da rede com 2,5 km de extensão.

Há cerca de 17 anos, o povo avá-canoeiro de Minaçu reivindicava a ligação de energia elétrica à aldeia. Solicitação nesse sentido foi feita à Celg, depois à Enel e agora, finalmente à Equatorial, concessionárias do setor. Com a doença de Trumak, que foi internado em janeiro, a necessidade do benefício ficou premente. Encabeçado pela Associação do Povo Awa, movimento com esse objetivo ganhou a parceria do Ministério Público Federal, da Defensoria Pública Federal, da Ordem dos Advogados do Brasil, de indigenistas, da Gerência de Promoção e Articulação dos Diretos Indígenas do governo estadual, do deputado estadual Mauro Rubem e do ex-prefeito de Goiânia, Pedro Wilson.

Gerente técnico da Equatorial em Uruaçu, Marcus Alex Dornelas explicou que por se tratar de um território indígena, foi necessário submeter o projeto à avaliação ambiental dos órgãos competentes. Somente em abril deste ano a autorização foi concedida. “Tivemos o cuidado de atualizar o projeto sugerindo ao Ibama novos traçados da rede para que nenhuma árvore fosse cortada ao longo dos 2,5 km de rede implantados. Cuidamos também para não deixar nenhum resíduo da obra, e em todos os pontos mantivemos afastados os animais silvestres evitando acidentes e preservando a fauna e a flora local.”

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/com-tumor-no-cerebro-cacique-precisa-de-energia-na-aldeia-1.3111732">Com tumor no cérebro, cacique precisa de energia na aldeia</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/nascimento-de-bebe-ava-canoeiro-renova-esperanca-para-a-etnia-1.2547758">Nascimento de bebê avá-canoeiro renova esperança para a etnia</a> 
<a href="https://opopular.com.br/magazine/trajetoria-indigena-tem-influencia-direta-na-cultura-e-na-formac-o-da-identidade-de-goias-1.2235007">Trajetória indígena tem influência direta na cultura e na formação da identidade de Goiás</a></div>

A chegada da energia elétrica na aldeia foi comemorada. “Foi um esforço coletivo. E essa notícia foi um alívio porque Trumak precisa desse cuidado”, comentou Jucilene Barros do movimento indigenista. As condições de saúde de Trumak não são boas e o tratamento oferecido desde que ele deixou o hospital tem característica paliativa. Por enquanto o cacique está em Minaçu, sob cuidados, e seguirá para a aldeia após a construção de um espaço adequado para receber os equipamentos médicos. “A energia vai mudar nossas vida”, disse Parazinho, que espera maior conforto com o armazenamento adequado de alimentos e ampliação das atividades da aldeia.

A enfermidade de Trumak deixa em alerta indigenistas que, aos poucos, veem desaparecer o pequeno grupo avá-canoeiro que sobreviveu ao massacre da Mata do Café, liderado por fazendeiros, nos anos de 1960, quando uma aldeia inteira foi dizimada. Cinco indígenas passaram a perambular, se escondendo em cavernas e formações rochosas às margens do Rio Maranhão, afluente do Rio Tocantins, no Norte do estado. Um deles morreu atacado por uma onça. Exaustos da perseguição e de incêndios deliberados, em 1983 quatro remanescentes se apresentaram a um trabalhador da região, que chamou a Fundação Nacional do Índio (Funai).

Eram Matxa, a irmã Naqwatcha, Tuia, filha da primeira, e seu marido Iwai, o caçador do grupo. O encontro com a civilização foi impactante. Imagens dos quatro indígenas assustados percorreram o País. Trumak e a irmã Niwathima nasceram depois do contato e ficaram responsáveis por dar continuidade à etnia. Foi o indigenista Walter Sanches, ex-chefe do posto da Funai em Minaçu, que teve a ideia de unir os povos tapirapé, de Mato Grosso, e avá-canoeiro, de Goiás, ambos do mesmo grupo linguístico. Niwathima se uniu a Kapitomy’i, conhecido como Parazinho, e tiveram três filhos, os meninos Paxeo (13), Kaogo (8) e a menina Wiroi (9). E há menos de um ano, nasceu o quarto filho, o pequeno Kamoriwangãtoo.

Trumak não teve a mesma sorte. Em 2022, o nascimento de um menino, filho de uma índia tapirapé, da mesma aldeia de Parazinho, em Confresa (MT), chegou a ser anunciado como filho do cacique, mas a notícia não foi confirmada, o que o deixou bastante entristecido. O garoto Numaeky, que renovava a esperança de preservação da etnia, é descendente direto dos tapirapé e não tem vínculo sanguíneo com o povo avá-canoeiro de Goiás. Na aldeia em Minaçu vivem Matcha, adoentada e com sérios problemas de visão; Tuia, Niwathima, o marido Parazinho com a prole de quatro crianças, e Trumak, que ficará sob cuidados médicos especiais.

História de fuga e resistência&nbsp;

Os primeiros registros dos Canoeiro, como o povo avá-canoeiro era conhecido em razão da habilidade na navegação, são da primeira metade do século 18. O Avá (Awa) foi acrescido ao nome da etnia após os primeiros estudos linguísticos por se tratar de um termo genérico em tupi-guarani para “gente”. A etnia está dividida em duas famílias que ficaram separadas por cerca de dois séculos e desenvolveram histórias &nbsp;

diferentes. Com o deslocamento forçado, um grupo maior se instalou na região do médio Rio Araguaia, disputando território com os karajá e javaé. que há séculos habitavam a região. Esse ramo foi contatado pela Funai nos anos de 1970. Desde 2018 há uma aproximação maior entre os dois grupos avá-canoeiro.&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;

Em Goiás, a terra avá-canoeiro de 38 mil hectares, foi reconhecida como posse permanente em 1996 pelo Ministério da Justiça, mas a área foi parcialmente inundada pela represa da Hidrelétrica de Serra da Mesa, o que levou Furnas a pagar royalties à etnia, dinheiro administrado pela Funai. Parte do território é alvo constante de invasores, exigindo atenção do Ministério Público Federal. Já o grupo do Tocantins, luta há mais de dez anos pela demarcação da Terra Indígena Taego Ãwa, localizada na margem direita do Rio Javaés, a leste da Ilha do Bananal.

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Cacique com câncer voltará a aldeia após instalação de energia elétrica

Avá-canoeiro

Percepção segue ruim

Para 48% dos eleitores goianos, o serviço de distribuição de energia elétrica piorou após a privatização da antiga Celg Distribuição (Celg-D). O dado é da pesquisa Genial/Quaest, divulgado nesta terça-feira (16). Entre os entrevistados, 27% afirmaram que o serviço continua igual e 23% avaliaram que melhorou. Outros 2% não responderam.

O levantamento fez recortes por sexo, faixa etária, escolaridade, renda domiciliar, região, avaliação do governo estadual e também ideologia. Em todos eles os maiores porcentuais são de goianos que afirmam que o serviço piorou. “A pesquisa constata que a privatização não foi capaz de produzir satisfação dos clientes goianos com o serviço de energia. Prova disso é que a avaliação negativa aparece em todos os estratos sociais”, afirma o professor de Ciência Política da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e diretor da Quaest, Felipe Nunes.

De acordo com a Genial/Quaest, para 50% dos moradores de Goiânia o serviço piorou desde a privatização; 24% disseram que ficou igual e outros 24% afirmaram que melhorou. Na região metropolitana, 43% avaliaram que a situação piorou. No interior, o porcentual foi de 48%.

<div attr-cid="policy:1.3128747" attr-version="policy:1.3128747:1713315792" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.3128747" data-onecms-type="article" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.3128747', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.3128747">Percepção segue ruim (1.3128747)</a></div>

A distribuição de energia elétrica em Goiás está sob a gestão de uma empresa privada há 7 anos (desde 2017), quando a italiana Enel assumiu o comando da Celg-D (a compra foi efetuada no fim de 2016). Depois de anos de prejuízos e resultados ruins junto à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a empresa foi vendida, no fim de 2022, ao grupo brasileiro Equatorial pelo valor de R$ 1,51 bilhão.

Governo

A pesquisa também mostra que o porcentual de avaliação ruim sobre o serviço é maior entre os eleitores que classificam a gestão do governador Ronaldo Caiado (UB) como regular ou negativa. Entre os eleitores que avaliam a gestão de Caiado como regular, 56% afirmaram que o serviço de energia piorou desde a privatização.

Entre os que veem o governo estadual como ruim, o porcentual de avaliação negativa da energia elétrica é de 55%. Já entre os eleitores que classificam a gestão de Caiado como positiva, 45% dizem que o serviço ficou pior.

A Genial/Quaest mostrou na semana passada que o governo Caiado é aprovado por 86% dos eleitores goianos e desaprovado por 12%. A gestão foi considerada positiva por 70% e regular para 22%. Outros 6% classificaram como negativa.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/politica/genial-quaest-48-dos-goianos-dizem-que-servico-de-energia-piorou-apos-privatizac-o-1.3128506">Genial/Quaest: 48% dos goianos dizem que serviço de energia piorou após privatização</a> 
<a href="https://opopular.com.br/economia/governo-afirma-que-agr-n-o-vai-diminuir-fiscalizac-o-1.3124927">Governo afirma que AGR não vai diminuir fiscalização</a> 
<a href="https://opopular.com.br/economia/equatorial-rompeu-limite-de-tempo-sem-energia-em-91-das-areas-1.3123809">Equatorial rompeu limite de tempo sem energia em 91% das áreas</a></div>

O secretário-geral de Governo, Adriano da Rocha Lima, afirma que é natural o instituto de pesquisa fazer cruzamento de dados entre a aprovação de Caiado e a percepção dos goianos sobre a qualidade da energia elétrica, mas não vê correlação entre as duas variáveis. Segundo o auxiliar, o governo constatou o entendimento negativo da população sobre a privatização da Celg-D ainda em 2019, quando a gestão iniciou embate com a Enel.

Para Rocha Lima, o problema não está na privatização da distribuição de energia em si, mas na regulação do sistema, que abre espaço para que ocorra degradação da rede. “O problema está na forma como foi feita (a venda da Celg-D) e na regulação do sistema no País”, disse o secretário.

Em ranking divulgado em março deste ano, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) considerou a Equatorial Goiás a pior distribuidora de energia elétrica de grande porte do País. O resultado levou em consideração 29 empresas e é relacionado ao serviço prestado em 2023.

De acordo com a Aneel, os consumidores goianos passaram em média 21,96 horas sem fornecimento de energia no ano passado. O número ficou acima do limite de 11,45 horas que havia sido estabelecido pelo órgão regulador.

Em nota, a Equatorial Goiás argumentou que não é responsável pelo atual estado da rede de distribuição em Goiás e disse que o trabalho “segue em ritmo acelerado em todas as regiões” do estado. “A concessionária salienta que iniciou a operação, há pouco mais de um ano e que, desde então, tem feito grandes investimentos num enorme plano de ação e recuperação da rede. Em um ano, a Equatorial investiu mais de R$ 2 bi em uma série de obras para o fortalecimento do sistema elétrico, com foco na reconstrução e na continuidade do serviço”, informou a empresa.

A reportagem entrou em contato com a Enel, mas não houve retorno até o fechamento desta edição.

Amostra 

Os dados para a pesquisa Genial/Quaest foram coletados entre 4 e 7 de abril, em entrevista presencial, com aplicação de questionários estruturados a eleitores goianos com 16 anos ou mais. Foram feitas 1.127 entrevistas e a margem de erro é de 2,9 pontos porcentuais. O nível de confiança é de 95%.

Para 48%, energia em Goiás piorou

Política

Política - título

Matéria - Política

Privatização

O secretário-geral de Governo de Goiás, Adriano da Rocha Lima, afirmou que ter a Equatorial Goiás no último lugar do ranking de 2023 da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) é “muito ruim”. A melhora nos indicadores do ano passado em comparação com 2022 foi considerada “muito aquém daquilo que a gente esperava, apesar de saber de toda a dificuldade da rede que foi entregue pela Enel”.

A distribuição de energia elétrica em Goiás é concessão federal e o estado não tem relação direta com a empresa responsável pelo serviço. Quando Ronaldo Caiado (UB) assumiu o governo em 2019, a Enel era a distribuidora em Goiás e recebeu diversas críticas do chefe do Executivo. Além da pressão do setor produtivo, que cobrava melhorias no sistema, há um componente político. A Celg-D foi vendida para a Enel durante a gestão do PSDB. O governo acompanhou nos bastidores a negociação entre Enel e Equatorial em 2022.

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A duração das quedas de energia (DEC) no ano passado foi de, em média, 21,96 horas. Em 2022, a média foi de 22,55 horas. Já a frequência (FEC) foi de 10,94 interrupções em 2023 contra 10,35 em 2022. Segundo Rocha Lima, por meio da Agência Goiana de Regulação (AGR), o governo estadual está acompanhando os resultados da empresa mensalmente.

“Isso realmente frustrou a nossa expectativa. Por mais que a gente saiba que um ano é pouco, não seria suficiente para melhorar toda a rede, mas poderia ter tido uma melhora maior”, disse o auxiliar.

Rocha Lima explica que o estado tem 156 conjuntos elétricos, sendo que apenas 10% registram DEC dentro dos limites regulatórios determinados pela Aneel. Quanto ao FEC, são 35%. De acordo com o secretário, a Equatorial tem compromisso com a Aneel para chegar a 80% até 2028. Este é o principal foco do acompanhamento mensal que o governo iniciou em janeiro de 2024.

“Temos um horizonte de quatro anos para isso acontecer, só que obviamente ninguém vai chegar em 80% só em 2028. Para chegar a 80% em 2028, esse número (indicadores DEC e FEC) vai ter que ser reduzido progressivamente ao longo desses anos”, disse Rocha Lima.

O secretário afirma que os primeiros números da empresa em 2024 já demonstram tendência de melhora e destaca que é preciso ter resultados significativos neste ano para conseguir alcançar o objetivo de 2028. “Mês a mês vamos ver quantos conjuntos vão estar dentro do limite regulatório. Para atingir esses 80%, eles vão ter que ter mais ou menos 130 conjuntos (dentro do limite regulatório)”, afirmou Rocha Lima.

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