O novo prédio do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (UFG) finalmente vai abrir as portas após 18 anos de obras e 7 meses fechado após a conclusão dos serviços. A partir de um convênio entre a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Goiânia, a UFG e a Fundação de Amparo ao Hospital das Clínicas (Fundahc), a rede municipal vai contar com uma capacidade de 78 leitos de UTI e 64 leitos de enfermaria para casos suspeitos e confirmados de Covid-19 a partir do início de agosto.Inicialmente, a previsão é começar com 10 leitos de UTI e 52 de enfermaria e, então, ir ampliando conforme a demanda. O convênio é válido até dezembro e pode ser renovado conforme o estágio da epidemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2) na capital. A Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), responsável pela gestão do HC, autorizou o uso do prédio sem ônus para o poder público. A gestão dos leitos será de responsabilidade da Fundahc, que já administra o Hospital e Maternidade Municipal Célia Câmara (HMMCC), unidade dedicada à Covid-19.O reitor da UFG, Edward Madureira, disse que a instituição conseguiu respiradores para equipar 40 leitos de UTI, mas que dependia do prazo de entrega das empresas e que o restante caberia à SMS. A equipe médica ficará por conta da Fundahc. O antigo prédio do HC, que oferta 10 leitos de UTI para Covid-19, continuará atendendo, com a mesma direção que já o administra, sob gestão da Ebserh.A Prefeitura contratou uma empresa para locação de equipamentos suficientes para equipar cem leitos de UTI, que serão requisitados de acordo com a necessidade da rede municipal. O contrato com a empresa carioca RTS Rio S/A, no valor máximo de R$ 14,1 milhões, foi homologado no dia 14 de julho, sendo que a Prefeitura vai pagar apenas pelos equipamentos utilizados. A ideia é que parte deles já seja usada no novo prédio, que será chamado de Hospital das Clínicas Covid-19 (HCC19). Para o reitor, o convênio – que está em análise pelos respectivos departamentos jurídicos dos envolvidos – veio na hora certa, antes da epidemia atingir seu pico, ajudando a evitar um colapso no sistema de saúde. “Se a situação se agravar, há mais espaço lá no prédio para ser utilizado”, ressalta.A superintendente de Regulação e Políticas Públicas da SMS, Andréia Alcântara, diz que tanto o convênio como o contrato de locação para cem leitos traz um fôlego para a secretaria na gestão de vagas para os casos graves de Covid-19.Atualmente, a rede municipal conta com 183 leitos de UTI em 10 hospitais de referência, sendo 2 públicos e 8 conveniados. O crescimento de vagas tem sido gradativo. Há uma semana eram 160 e praticamente todo dia desde então chegou a ter pelo menos uma vaga nova aberta em algum destes hospitais. Nesta quinta-feira (23), foram 8 no HMMCC. Andréia explica que os equipamentos da RTS Rio serão locados conforme a necessidade e poderão ir tanto para o HCC19 como para o HMMCC. O contrato prevê a possibilidade de ser ampliado em mais 50% ou reduzido no mesmo porcentual. Na noite desta quinta-feira, havia 37 vagas disponíveis na rede municipal entre os 183 leitos existentes, incluindo os 8 recém-abertos. No dia anterior, chegou a ter 16 leitos vagos apenas. Existe a expectativa, entretanto, que a demanda aumente nas próximas duas semanas, por causa da reabertura das atividades comerciais em Goiânia desde o dia 14.