Duas irmãs maranhenses de 46 e 42 anos realizaram o sonho de terem o nome do pai nos documentos oficiais. Maria das Graças Alves da Silva e Rosilene Alves da Silva foram reconhecidas como filhas do operador de máquinas aposentado, Francisco Lúcio Lira, de 77 anos, no programa Pai Presente, da Corregedoria-Geral da Justiça do Estado de Goiás.O sonho foi concretizado nesta terça-feira (14) em audiência on-line e as irmãs elogiaram o serviço. Elas tinham apenas o sobrenome da mãe nos documentos e Maria das Graças, que é a filha mais velha, contou que já passou por situações constrangedoras pela falta do nome do pai nos documentos. Ela explicou que a falta do registro durante tantos anos foi falta de orientação, estrutura e até condição financeira.Maria das Graças ainda reforçou que seu pai é muito humilde e quando ela e a irmã nasceram, numa pequena cidade do Maranhão, ela acredita que as pessoas não tinham esclarecimento sobre as coisas. “O tempo foi passando e só agora eu e a minha irmã decidimos correr atrás desse direito e só obtivemos por meio desse programa lindo e humano que é o Pai Presente”, elogiou.Ela comentou que se sentia constrangida quando precisava preencher documentos que exigiam o nome do pai, Ela ainda comentou que muita gente não dá valor a isso, mas que se sentiu bem com a conclusão do programa. A filha mais nova também destacou a importância do programa. O pai mora com ela e ter o nome dele no documento vai facilitar os cuidados com ele. RecordeTrinta e nove reconhecimentos paternos foram concluídos nesta terça-feira. Destes, 25 foram processos ordinários, 9 envolvendo casos de reeducandos do sistema prisional, e 5 de origem judicial sendo que, nesses casos, originários de processos judiciais, ainda houve um caso de DNA positivo. Nesta situação específica o pai não havia reconhecido a paternidade espontaneamente. Coordenador geral do Pai Presente, o juiz Gustavo Assis Garcia destacou que o programa e a atitude do reconhecimento da paternidade pode mudar a vida das pessoas e desejou que os vínculos afetivos entre pais e filhos sejam fortalecidos. As audiências foram presididas pelo juiz Eduardo Perez Oliveira, coordenador executivo do programa. Instituído há 10 anos em Goiás, o Programa Pai Presente já está instalado em 100% das comarcas goianas.DNAEm algumas situações excepcionais o exame de DNA é obrigatório para que ocorra o reconhecimento paterno através do Pai Presente, dentre eles, quando a mãe for falecida ou ausente (caso somente de filhos menores de 18 anos), o pai for estrangeiro ou menor de 18 anos, e se o pai for muito idoso ou apresentar doença grave.São requisitos essenciais para atendimento pelo Programa Pai Presente: a pessoa ter sido registrada somente no nome da mãe, o suposto pai estar vivo, ter informações completas e atualizadas do suposto pai (nome, endereço e telefone), a apresentação dos documentos pessoais, a vontade expressa do filho de ser reconhecido pelo pai biológico (quando for maior de 18 anos), e o reconhecimento espontâneo e voluntário do próprio pai, sendo oferecido pelo programa testes de DNA em casos de dúvida da paternidade.Ação judicialEm determinadas circunstâncias, as partes não podem ser atendidas pelo Pai Presente como em casos que abarcam investigação de paternidade post mortem, negatória de paternidade, retificação de registro para exclusão de paternidade, substituição de paternidade ou cumulação, e paternidade socioafetiva. Dentro dessas condições específicas, essas demandas devem ser resolvidas por meio de uma ação judicial.Os interessados no Pai Presente podem entrar em contato pelos telefones (62) 3216 2442 e (62) 9 9145-2237 ou pelo e-mail: paipresente@tjgo.jus.br.Leia também:- Mais de 6% das crianças de Goiás são registradas sem nome do pai- Quase 70 mil goianos foram em busca do pai por meio do DNA