Após atrasos e pré-inauguração com tapumes e divisórias, a Praça Cívica Doutor Pedro Ludovico Teixeira será inaugurada na noite de quarta-feira (31), com os 18% da obra que faltava: calçamento novo, recuperação paisagística e fontes luminosas. Algumas peças das fontes luminosas ficaram presas na alfândega do Porto de Santos (SP), um dos motivos do atraso na entrega. Meses depois da pré-inauguração, já havia sinais de vandalismo com desgaste em pedras e em trechos específicos que servem como orientação para pessoas com deficiência visual, além da escultura de Pedro Ludovico Teixeira, que já foi alvo de pichação.A obra foi coordenada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), onde foi investido R$ 12,5 milhões do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) Cidades Históricas. A execução ficou sob responsabilidade da Prefeitura de Goiânia.Considerada marco inicial da construção da capital goiana, a Praça Cívica foi construída em 1933, mas com o passar dos anos, o local foi transformado num grande estacionamento e perdeu suas características de grande boulevard e centro de convivência.As obras de requalificação resgataram sua arquitetura original, com características no estilo art decó, repararam o Monumento às Três Raças, o Pórtico e o Obelisco. Além disso, foram trocados o piso asfáltico por pedra portuguesa, substituídos dois quiosques por novos metálicos e com sanitários acessíveis e criados espaços de convivência para a população, uma ciclofaixa e uma rota acessível em toda a área.Patrimônio Cultural BrasileiroTombado pelo Iphan em 2003, o conjunto urbano de Goiânia inclui 22 edifícios e monumentos públicos, concentrados em sua maioria no centro da cidade, e o núcleo pioneiro de Campinas, antigo município e atual bairro da capital goiana. O acervo arquitetônico de Goiânia é considerado um dos mais significativos do Brasil.Goiânia foi planejada e construída para ser a capital de Goiás, por iniciativa de Pedro Ludovico Teixeira, em consonância com a Marcha para o Oeste – estratégia desenvolvida no final dos anos 1930, pelo governo de Getúlio Vargas, para acelerar o desenvolvimento e incentivar a ocupação do Centro-Oeste. O estilo art déco inspirou os primeiros prédios da cidade projetada pelo urbanista Attílio Corrêa Lima.Corrêa Lima criou o projeto da cidade e Armando de Godoy, o do Plano Diretor, inspirado na teoria das cidades-jardim, do urbanista inglês Ebenezer Howard. Inicialmente, foram abertas três avenidas principais (Goiás, Araguaia e Tocantins) que confluem para o Centro, onde foi erguido o Palácio das Esmeraldas, sede do governo estadual, localizado na Praça Cívica.-Imagem (1.1138591)