Uma árvore simbólica, que faz parte da história da cidade e da memória afetiva de seus habitantes, condenada pelo fogo criminoso, mas que já sofria com as ações do tempo e as sequelas da vida vegetal na metrópole. Esse é um resumo da gameleira da Avenida Araguaia, no Centro de Goiânia, que vive seus últimos dias. Além do incêndio que selou seu destino, podas na base que afetaram suas raízes e insetos parasitas em seu cerne, já definhavam a gigante Ficus elastica, seu nome científico. “O fato de a planta ter folhas verdes e parecer saudável não significa que não esteja doente e, às vezes, até morrendo”, diz o biólogo e analista de obras e urbanismo da Agência Municipal do Meio Ambiente (Amma) Leandro Georges. Foi ele o responsável pelo laudo que decretou o corte da gameleira, que deverá ocorrer nas próximas semanas, em forma de força-tarefa e com algum grau de transtorno. Por seu porte avantajado e a localização em via de grande fluxo, o risco de tentar prolongar sua sobrevida é muito alto.