Apenas 10,04% da área urbana de Goiânia é coberta por vegetação, o que corresponde a 34,7 mil hectares. O número coloca a cidade como a décima capital do País com maior área verde em proporção à área urbana. O levantamento é do MapBiomas e leva em consideração os espaços urbanos sem ocupação do solo com construções, e onde há maciços de vegetação, definidos a partir de critério espacial (mancha de vegetação totalmente inserida nas áreas urbanizadas) e de critério de área (manchas de vegetação maiores que 1.000 m²), a exemplo de praças e parques.

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Para chegar aos dados, o grupo multi-institucional – formado por universidades e instituições de pesquisas –, utilizou imagens de satélite com resolução de 10 metros. Os pesquisadores consideraram as vegetações arbóreas, arbustivas, herbáceas, alagáveis e de agricultura e obedeceram os limites geográficos da Malha de Setores Censitários de 2021, publicada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A coordenadora da equipe Urbano do MapBiomas, Mayumi Hyrie, explica que a vegetação urbana cumpre diversos papéis no funcionamento da cidade e presta serviços ecossistêmicos. “Ela contribui muito na regulação do microclima das cidades, então os bairros que são mais arborizados tendem a ter um clima mais ameno, têm um pouco mais de umidade no ar, têm mais sombra e acabam tendo uma temperatura mais baixa se comparado a áreas que têm menos vegetação.”

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Outro serviço ecossistêmico que a vegetação cumpre é quanto à macrodrenagem e à drenagem das águas da chuva. “As áreas onde têm vegetação são permeáveis e a água da chuva, quando ela cai no solo, ela pode infiltrar, e isso ajuda inclusive no processo de crescimento das árvores. Mas, fundamentalmente, o que acontece é que você tem menos água que vai correr na tubulação nas bocas de lixo, na tubulação subterrânea que vai desaguar num ponto, em geral nos rios, que é para onde a água captada da chuva da cidade é desviada. Se você tem mais áreas permeáveis na cidade, essa água vai se infiltrar, então diminui a possibilidade de ter enchentes. A vegetação acaba contribuindo para você retardar a água e você pode contribuir também para ter menos enchentes. Os parques lineares por exemplo cumprem bem essa função.”

Mayumi complementa que a vegetação tem também um serviço importante na retenção de material. “A poluição que vem dos carros, por exemplo. Esse material particulado, que é uma partícula fina, ela fica depositada nas folhas das árvores e isso acaba melhorando a qualidade do ar que a gente vai respirar porque essa poluição fica retida pelas árvores. E aí eu acho que tem muitos outros serviços que já foram reportados pela vegetação, mas tem um que é a questão do bem-estar da população, justamente.”

A pesquisadora considera que se a população tem acesso a áreas verdes, em que é possível fazer lazer, descansar, atividades físicas ativas, isso acaba tendo um benefício de saúde psicológica. “Você poder ter esse contato com a natureza, de cada cidadão poder ter essa oportunidade de contato com as áreas verdes e com a natureza, então isso tem um papel importante no nosso bem-estar”, admite.

É por tudo isso que Mayumi entende que os 10% de área com vegetação encontrada pela pesquisa em Goiânia “realmente é pouco”. “Mas isso é uma opinião de quem quer sempre as cidades mais verdes e mais bonitas. Do ponto de vista da gestão da cidade, cada cidade tem o seu próprio funcionamento, então não existe, do meu ponto de vista, um número que as cidades precisam atingir de áreas verdes”, diz. Ela lembra que existem alguns números de área verde por habitante que são creditadas a um suposto estudo da Organização das Nações Unidas (ONU), em que o ideal seria de 15 m² por habitante. Levando em conta os dados apresentados e a população da capital segundo o Censo do IBGE, Goiânia ultrapassa em muito este índice, chegando a 241,48 m² por habitante.

“Mas eu acho que, na verdade, o fundamental é que cada gestor municipal, que cada cidadão possa olhar a sua cidade e possa avaliar se as áreas verdes estão cumprindo o seu papel, se elas têm um potencial ainda maior para cumprir e também para chamar não só para o número, mas também para a distribuição das áreas verdes na cidade”, declara Mayumi.

Para ela, é preciso ter uma distribuição equitativa das áreas verdes, para que cumpram as funções de regulação microclimática, de auxílio na drenagem das águas pluviais, de retenção de poluição e também de bem-estar para a população. “Se você não tem parques e praças distribuídas de forma igual na cidade, têm populações que não vão ter acesso cotidiano a essas áreas, e isso não adianta você ter áreas enormes num lado só da cidade e ter áreas da cidade que estão carentes das áreas verdes. Então, para além do número, que é uma avaliação de cada município, de cada situação específica, é preciso também avaliar a distribuição dessas áreas verdes nas cidades”, diz.

<h2>Capitais</h2>

Na comparação com as capitais brasileiras, a cidade com maior área verde é Salvador (BA), com 17,92%, seguida do Rio de Janeiro (RJ) com 16,70% e João Pessoa (PB), com 13,15%. Levando em conta apenas o Centro-Oeste, Goiânia ainda fica atrás de Campo Grande (MS), que possui 10,13% de área com vegetação, e de Brasília (DF), com 10,10%. Considerando todas as cidades analisadas, a capital goiana é a 195ª.

O Estado de Goiás possui uma cidade entre as dez do País com maior área com vegetação, em proporção: Valparaíso de Goiás, na região do Entorno do Distrito Federal, que possui 4,9 mil hectares sem ocupação do solo com construções, o que equivale a 30,64%, sendo a quinta colocada. A cidade fica atrás apenas das cariocas Mesquita (65,99%), Nilópolis (48,39%) e Nova Iguaçu (35,68%) e da gaúcha Cachoeirinha (31,61%). Para se ter uma ideia, o índice total do Brasil no levantamento de área verde urbana foi de 6,9%, sendo que 1.172 municípios possuem menos de 1% de maciços de vegetação urbana e 332 não possuem maciços de vegetação urbana.

Sobre este caso, 74 destes municípios com menos de 1% estão em Goiás, como são os casos de Nova América (0,01%, ou seja, 52,35 hectares) e São João da Paraúna (0,02% ou 73,37 hectares).

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<h2>Capital é sétima com mais praças e parques</h2>

O levantamento feito pelo MapBiomas a respeito da quantidade de área verde no Brasil também verificou a quantidade de praças e parques em cada município. Neste quesito, Goiânia é apontada como a sétima cidade do País com mais áreas, somando um total de 1.331 hectares. A liderança é de Brasília (DF), 4.104 hectares, seguido de São Paulo (SP), 3.485 hectares, e Sorocaba (SP), 2.078 hectares. Neste caso, segundo explica a coordenadora da equipe Urbano do MapBiomas, Mayumi Hyrie, a área de praças e parques é independente da área de vegetação.

&nbsp;“Pode haver uma coincidência. Dentro de áreas de parques e praças você tem área de vegetação e você tem área não vegetada, mas a gente não fez essa análise cruzada, a gente fez uma análise independente das áreas de parques e praças e as áreas de vegetação”, ressalta. Ela complementa que as áreas de praça e parques são os perímetros que vieram a partir da plataforma Open Street Map, um mapa que é construído colaborativamente e que cadastra essas áreas à medida que os mapeamentos vão sendo feitos. Ou seja, utilizando inclusive uma metodologia diferente do levantamento sobre áreas de vegetação urbana.

&nbsp;“Dentro de uma praça, a gente tem uma área que é vegetada e uma área que muitas vezes é pavimentada, tem as edificações dentro das praças, dos parques, então isso tudo não entra na contagem de vegetação, por isso que eventualmente a área de praças e parques pode ser maior do que a área de vegetação”, explica Mayumi. Com relação a Goiás, Goiânia lidera em quantidade de área de praças e parques segundo o levantamento do MapBiomas, seguida de Abadia de Goiás, com 169 hectares (ha), Goianésia (151 ha), Catalão (144 ha) e Trindade (104 ha).

A pesquisa também verificou a quantidade de áreas de vegetação na área periurbana, ao redor das cidades. Neste quesito foi utilizado o mesmo método para verificar as áreas verdes urbanas, a partir de imagens de satélites com resolução de 10 metros. Quanto a isso, a cidade de Goiás que possui maior área vegetada proporcionalmente é Posse, com 81,61% do território. Assim mesmo, a cidade é apenas a 257ª do País em vegetação periurbana de acordo com o levantamento realizado pelas imagens.

A segunda colocação em Goiás é de Cavalcante, com 79,72%, seguida de Alto Paraíso (75,83%), Minaçu (73,81%) e São João D´ Aliança (71,34%). Goiânia é apenas a 56ª cidade do Estado com maior área de vegetação periurbana em proporção, com 29,73%, o que corresponde a 10.616,18 hectares. Duas cidades, Americano do Brasil e Gouvelândia, possuem menos de 1% da área periurbana com vegetação, enquanto que Turvelândia e Porteirão aparecem no levantamento como sem área de vegetação neste caso. Em todo o Brasil, 154 municípios tem menos de 1% de vegetação periurbana e 98 municípios não possuem vegetação periurbana,

Entre as cidades com maior percentual de vegetação na área periurbana no Brasil, as cinco primeiras ficam no Piauí e todas com cerca de 99% de índice verificado pelas imagens de satélite. O MapBiomas ressalta que nos biomas do Pampa, Pantanal e Caatinga, a vegetação periurbana ocupa mais da metade das áreas. “Nos demais biomas, predominam os usos agropecuários. A formação florestal é a vegetação periurbana dominante em todos os biomas, à exceção do Pampa, onde predominam as formações campestres.”

<h3>Amma informa ter necessidade de ampliação das áreas verdes</h3>

Para a Agência Municipal de Meio Ambiente (Amma) de Goiânia, existe a necessidade de ampliação das áreas verdes na cidade. “Esta ampliação já acontece com a inserção dos novos loteamentos que são obrigados a ter 7,5% de áreas verdes no ato do parcelamento. Além da implantação de novos parques e desapropriações de áreas de interesse ambiental.

Entretanto, cabe destacar que os esforços ambientais são para a conservação, implantação e fiscalização das áreas que já existem. Ao implantar parques, a Amma contribui para a retirada de ocupações irregulares”, considera.

A agência relata ainda que “estudos de áreas verdes é constante em qualquer município, uma vez que depende de atualizações da legislação frequentes e ainda do surgimento de novos loteamentos”. A Amma informa também que requer atualização e revisão constantes, “pois nesses estudos estão incluídas todas as áreas verdes no sentido genérico como específicas independente do estado de conservação destas áreas”. “Cabe destacar que atualmente Goiânia possui ainda 63 parques municipais. Todos possuem áreas verdes. Esses espaços recebem manutenção e cuidado diário por parte da equipe operacional da Amma, que realiza a limpeza e zela de toda a estrutura dos parques.” A pasta cita que acompanha as áreas verdes urbanas e as fiscaliza e monitora, e indica e aprova a inserção de novas áreas verdes nos atos dos novos parcelamentos de solo. Ressalta que conhece o estudo do MapBiomas e que o mesmo pode auxiliar os trabalhos técnicos do órgão.

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Área verde urbana ocupa só 10% de toda Goiânia

Cidades

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Matéria - Cidades

Meio ambiente

A defesa dos seis policiais militares acusados de matar duas pessoas em uma <a href="https://opopular.com.br/cidades/morte-de-dupla-por-pms-no-setor-jao-tem-nova-denuncia-1.3164770" target="_blank">emboscada no Setor Jaó</a>, em Goiânia, em abril do ano passado entregou as alegações finais antes da decisão da Justiça se os acusados vão ou não a júri popular sem apresentar uma versão sobre como se deu a sequência de fatos que culminou com a morte do autônomo Junio José de Aquino, de 40 anos, e o corretor Marines Pereira Gonçalves, de 42. O caso ganhou repercussão depois que viralizou na internet um vídeo mostrando os dois desarmados sendo executados e depois um dos policiais tirando uma arma de uma sacola e efetuando disparos com ela.

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Os três policiais militares que efetuaram disparos apresentaram a defesa por escrito na manhã desta sexta-feira (18) e afirmaram que a hipótese de legítima defesa “é plenamente conforme o real havido”. Entretanto, não explicaram como foi a sequência de tiros, quem disparou primeiro nem falaram sobre o que aparece no vídeo. “Tendo em vista as peculiaridades do procedimento do júri, a defesa se reserva ao direito de, nesta etapa procedimental, apenas fustigar os gravames do motivo torpe, da dissimulação e do uso de recurso que teria impossibilitado a defesa das vítimas”, escreveram seus advogados na petição enviada.

Estes mesmos <a href="https://opopular.com.br/cidades/tres-pms-do-cod-acusados-de-duplo-homicidio-no-setor-jao-ficam-em-silencio-1.3239692" target="_blank">policiais ficaram em silêncio durante o interrogatório</a> realizado na audiência de instrução e julgamento em 27 de fevereiro e também durante oitiva pela Polícia Civil, ainda no ano passado. Junio foi morto pelos tiros dados pelo tenente Wandson Reis dos Santos, enquanto Marines, pelos sargentos Wellington Soares Monteiro e Marcos Jordão Francisco Pereira Moreira. O tenente Allan Kardec Emanuel Franco e os soldados Pablo Henrique Siqueira e Silva e Diogo Eleuterio Ferreira estavam presentes no momento do crime, mas não atiraram e afirmam que não testemunharam visualmente como se deu a sequência de tiros.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/tres-pms-do-cod-acusados-de-duplo-homicidio-no-setor-jao-ficam-em-silencio-1.3239692" target="_blank">Três PMs do COD acusados de duplo homicídio no Setor Jaó ficam em silêncio</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/testemunhas-d-o-detalhes-ineditos-sobre-mortos-por-pms-no-setor-jao-1.3206351" target="_blank">Testemunhas dão detalhes inéditos sobre mortos por PMs no Setor Jaó</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/morte-de-dupla-por-pms-no-setor-jao-tem-nova-denuncia-1.3164770" target="_blank">Morte de dupla por PMs no Setor Jaó tem nova denúncia</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/homicidio-em-ac-o-de-pms-leva-familia-a-pedir-r-2-9-milh-es-1.3159220" target="_blank">Homicídio em ação de PMs leva família a pedir R$ 2,9 milhões</a></div>

A Polícia Civil e o MP-GO afirmam que Junio prestava serviços ilegais para policiais militares e foi morto junto com Marines durante um destes trabalhos. Momentos antes da emboscada, ele teria ido entregar uma encomenda no batalhão do Comando de Operações de Divisas (COD) da Polícia Militar do Estado de Goiás (PM-GO), que fica a 1,6 quilômetro do local em que houve a dupla execução. Os seis réus estavam lotados no COD na época. A defesa deles alega que a abordagem se deu porque estavam atrás de suspeitos procurados por roubo e extorsão em Trindade e Petrolina e que não sabiam da identidade das vítimas até o momento dos disparos.

Wandson, Wellington, Marcos Jordão e Pablo Henrique eram da equipe operacional do COD, enquanto Allan Kardec e Pablo Henrique, do serviço de inteligência. Na versão deles, todos estavam na busca pelos suspeitos do crime em Trindade e Petrolina, mas a abordagem foi feita pelos quatro operacionais, enquanto a dupla restante passava coincidentemente pelo local na hora, ouviu os tiros e se aproximou para dar apoio sem saber quem estava lá. Em um processo na Justiça militar, há imagens de câmeras do Tribunal de Contas do Estado de Goiás (TCE-GO) mostrando minutos antes do crime os réus com cinco policiais na entrada do órgão, a 540 metros do local da emboscada.

<h2>Esquiva</h2>

Sem abordarem o que aparece no vídeo, os policiais tentam três estratégias nesta fase do processo: derrubar a denúncia sob alegação de que a mesma é genérica e não individualiza a ação de cada um; anular a prova do vídeo, justificando que o mesmo foi obtido sem autorização judicial e sem autenticidade atestada; e, por fim, caso a Justiça decida manter a denúncia e levar o caso à júri, que sejam retiradas as qualificadoras que aumentam a pena prevista e que os policiais sejam julgados por homicídio doloso simples. A defesa dos réus afirma que o Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) não conseguiu apresentar provas que sustentem a tese apresentada.

A defesa dos policiais argumenta que ao não individualizar na denúncia o papel de cada um dos seis réus na morte de Junio e Marines. Tanto na denúncia como nas alegações finais do MP-GO, é dito que os dois foram mortos por Wandson, Wellington e Marcos Jordão. Esta situação, segundo a defesa, “inviabiliza a aferição de autoria ou participação”. “O Ministério Público não se desincumbiu do encargo de narrar os fatos de modo a permitir a ampla impugnação deles pela defesa.” A informação sobre quem atirou em quem consta apenas no processo que tramitou na corregedoria da Polícia Militar e não foi anexado ao processo na Justiça comum.

Os policiais também alegam que a “reconstrução opaca dos acontecimentos” acarreta “efeitos nefastos sobre suas defesas”. “A partir dessa premissa, entende-se que a denúncia violou o direito à ampla defesa, razão pela qual, desde já, solicita-se a concessão de ordem de habeas corpus ex offcio, a fim de que seja trancada a presente ação penal”, pede a defesa na petição.

Sobre o vídeo usado como principal prova contra os policiais, a defesa argumenta que a origem do mesmo é “desconhecida” e que “não houve qualquer esforço para preservar ou atestar sua integridade”. O vídeo foi feito a partir do <a href="https://opopular.com.br/cidades/policiais-militares-trocaram-os-celulares-apos-duplo-homicidio-1.3155802" target="_blank">celular de Junio</a>, e a polícia acredita que foi a partir de um programa espião instalado no aparelho. Nunca foi esclarecido como o mesmo chegou às redes sociais e à imprensa. A defesa também questiona a credibilidade de um outro vídeo mostrando Junio em um carro dizendo que tinha uma encomenda a entregar supostamente no COD. “Não há qualquer tentativa de certificação da autenticidade ou registro da cadeia de custódia.”

Ao apresentar suas alegações finais, o MP-GO afirma que é sabido que o vídeo veio do próprio celular de Junio, no momento da execução, que foi amplamente disseminado nas redes sociais, o que “afasta qualquer possibilidade de manipulação ou adulteração”, por falta de tempo hábil para alguma edição, e que a dificuldade em identificar a pessoa que compartilhou primeiro se deve ao “temor das testemunhas e familiares das vítimas diante da posição ocupada pelos acusados”. “Ainda que a defesa sustente a impossibilidade de rastrear a origem exata do vídeo, tal fato não invalida seu conteúdo.”

<h3>Qualificadoras</h3>

Ao entrar no mérito da acusação, a defesa rebate todos os pontos que agravam a pena prevista para o crime pelo qual os réus respondem. Primeiro é dito que não procede a informação de que se tratou de uma queima de arquivo, como apontou o MP-GO. “De fato, não há qualquer prova produzida em juízo que permita afirmar-se, com mínima segurança, a ocorrência da motivação alegada pela acusação.” Apesar de ignorar as cenas que aparecem no vídeo, a defesa destaca que os “elementos informativos e provas até aqui amealhadas” indicam que “os réus agiram em revide a uma injusta agressão perpetrada pelas vítimas”.

A defesa também ignora trechos de <a href="https://opopular.com.br/cidades/testemunhas-d-o-detalhes-ineditos-sobre-mortos-por-pms-no-setor-jao-1.3206351" target="_blank">depoimentos de testemunhas</a> que corroboram a informação de que Junio já trabalhou com policiais militares e argumenta que outras testemunhas foram ouvidas e não falaram nada que apontasse as vítimas como informantes de policiais. “A prova produzida em juízo atesta a improcedência da motivação asseverada pelos acusadores (públicos e privados), porquanto as esposas, familiares e pessoas próximas aos pretensos ofendidos, narraram que eles jamais tiveram envolvimento anterior com a polícia.”

Outra tese rebatida pela defesa é a de que as vítimas foram surpreendidas, pois elas teriam cometido um crime um dia antes - o de extorsão e ameaça contra uma pessoa em Trindade e Petrolina -, então estavam cientes que poderiam ser abordadas a qualquer momento por policiais militares. Novamente aqui, a defesa não cita a cena que aparece no vídeo com Junio fora do carro, tranquilo, se aproximando do veículo e dizer: “abre aí, ô desgraça, tô com os policiais lá”. Além disso, o suposto crime de extorsão até hoje não chegou à Justiça nem teve um inquérito concluído.

Ainda rebatendo a questão da surpresa, a defesa afirma que foram as vítimas que tiveram a iniciativa da agressão. “Nos parece óbvio, então, que quem se dispõe a assaltar e praticar toda sorte de violência contra terceiros, deve saber das possíveis consequências, não podendo se dizer surpreendido com eventual embate com equipe policial”, escreveu a defesa.

Por fim, a defesa pede que a Justiça revogue as medidas cautelares impostas contra os policiais em junho do ano passado, como a suspensão do serviço e do porte de arma. “A instrução preliminar já se encerrou, o que arrefece a necessidade de eventual acautelamento para preservação da higidez instrumental/processual.”

Após a entrega das alegações finais pelas defesas dos policiais, o juiz Antônio Fernandes de Oliveira, da 4ª Vara dos Crimes Dolosos Contra a Vida da comarca de Goiânia, tem um prazo para apresentar sua decisão, se encaminha ou não o caso a júri. Os réus aguardam o andamento do processo na Justiça comum em liberdade.

Antes de decisão sobre júri, PMs que mataram dois no Jaó preferem manter silêncio

Violência policial

Homem morre após ser espancado por empresário e amigos após invadir lava-jato; vídeo

<div attr-cid="policy:1.3254007" attr-version="policy:1.3254007:1745002144" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.3254007" data-onecms-type="article" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.3254007', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.3254007">Homem morre após ser espancado por empresário e amigos após invadir lava-jato; vídeo (1.3254007)</a></div>

Um homem morreu após ser espancado por um empresário e quatro amigos após invadir um lava-jato localizado no jardim Maria Helena, na região leste de Goiânia. Segundo a Polícia Militar de Goiás (PM-GO), a vítima, que não teve o nome revelado, foi agredida pelos suspeitos com um taco de beisebol envolto em arame farpado. Ele não resistiu aos ferimentos e morreu no local (veja o vídeo - atenção as imagens e áudios são fortes).&nbsp;

Como os nomes dos suspeitos do crime não foram divulgados, O POPULAR não conseguiu localizar a defesa deles até a última atualização desta reportagem.&nbsp;

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O crime foi registrado na madrugada de quinta-feira (17), por volta das 2h, conforme a PM, após o proprietário do estabelecimento, de 30 anos, notar a presença do invasor por câmeras de segurança do local e chamar os amigos, sendo um deles funcionário dele.&nbsp;

O cabo da PM Rafael Moreira disse que a polícia recebeu uma denúncia de um morador de que um homem estava sofrendo agressões dentro de um estabelecimento comercial próximo do Jardim Novo Mundo. Conforme ele, dois dos suspeitos foram encontrados ainda dentro do local do crime.&nbsp;

<cite>O proprietário e o seu funcionário ainda estavam dentro do estabelecimento quando as equipes chegaram. Os demais autores estavam nas proximidades do setor", relatou Moreira.&nbsp;</cite>

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/acusados-de-matar-empresario-na-porta-de-casa-s-o-condenados-a-mais-de-14-anos-de-pris-o-1.3252782">Acusados de matar empresário na porta de casa são condenados a mais de 14 anos de prisão</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/homem-e-preso-suspeito-de-matar-idoso-esganado-em-trindade-1.3252488">Homem é preso suspeito de matar idoso esganado em Trindade</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/idosa-e-espancada-com-taco-de-madeira-pelo-marido-diz-policia-1.3251385">Idosa é espancada com taco de madeira pelo marido, diz polícia</a></div>

À polícia, um dos investigados chegou a confessar o crime e disse que foi chamado pelo amigo para ajudar no espancamento. De acordo com ele, o homem utilizou "um taco de beisebol, com arame farpado" para agredir a vítima. Ele, o empresário e outros três suspeitos, entre 18 e 30 anos, foram presos.&nbsp;

Conforme a PM, o empresário possui passagens criminais por roubo e por três portes ilegais de arma de fogo.&nbsp;

Ainda não foi divulgado o motivo da vítima ter invadido o estabelecimento.

A reportagem entrou em contato com as polícias Técnico-Científica e Civil para obter mais informações sobre o caso, mas não obteve resposta até a última atualização desta reportagem.

<img attr-cid="policy:1.3254014" attr-version="policy:1.3254014:1745002512" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3254014/homem_morre_apos_ser_espancado_em_lava_a_jato.jpg?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /> 
PM relatou que cinco suspeitos foram presos (Divulgação/PM-GO)

&nbsp;

GOIÂNIA

Vídeo

Webstories - Goiânia é a segunda capital mais arborizada do Brasil

<div attr-cid="policy:1.3253626" attr-version="policy:1.3253626:1744910969" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.3253626" data-onecms-type="article" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.3253626', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.3253626">Vídeo (1.3253626)</a></div>

Goiânia é a segunda capital mais arborizada do Brasil, apontou o Censo Demográfico 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo o estudo, 89,6% dos goianienses residem em locais que possuem uma ou mais árvores. A liderança do ranking ficou com Campo Grande (MS), que atingiu 91,4% do índice.&nbsp;

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Os dados são resultados da Pesquisa Urbanística do Entorno dos Domicílios. O IBGE destacou que esse é o maior e mais completo levantamento georreferenciado a partir da análise de dez componentes urbanísticos de cada capital.&nbsp;

Já no levantamento anterior, feito pelo Censo Demográfico 2010, Goiânia também ficou na segunda colocação entre as capitais com mais árvores para seus habitantes no Brasil. Naquele estudo, o índice goianiense era de 88,8%; e de Campo Grande, 96,3%.&nbsp;

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/opiniao/editorial/arborizac-o-em-goiania-1.3252628">Arborização em Goiânia</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/areas-verdes-urbanizadas-tem-acesso-desigual-em-goiania-1.3221281">Áreas verdes urbanizadas têm acesso desigual em Goiânia</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/area-verde-urbana-ocupa-so-10-de-toda-goiania-1.3163240">Área verde urbana ocupa só 10% de toda Goiânia</a></div>

Entre os estados, Goiás aparece em quarto lugar como o mais arborizado do Brasil. O índice mostra que 81,8% dos goianos moram em locais com uma ou mais árvores. O estado ficou atrás de Mato Grosso do Sul (92,4%); Distrito Federal (84,2%); e Paraná (82,6%). Em todo o país, o percentual de moradores residentes em ambientes arborizados ficou em 66%.&nbsp;

Em relação ao estudo de 2010, quando o índice goiano foi de 76,8%, houve avanço em três posições. Naquela época, Goiás era o sétimo do país nesse quesito.&nbsp;

Além da arborização, o Censo considerou a capacidade de circulação e da pavimentação de vias; existência de bueiro ou boca de lobo; iluminação pública, ponto de ônibus ou van; sinalização de vias para bicicletas; calçada ou passeio; presença de obstáculo na calçada; e rampa para cadeirante.&nbsp; &nbsp;

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Ranking mostra a posição das capitais no último Censo (Divulgação/IBGE)

<h2>Demais destaques&nbsp;&nbsp;</h2>

Conforme o estudo, Goiânia e Goiás lideram na questão iluminação pública, ao atingirem 99,6% e 99%, respectivamente.&nbsp;

<cite>O resultado demonstra melhoria do estado em relação a 2010 (97,8%) e reafirma a posição já ocupada desde então, quando também obteve o maior índice (97,8%) dentre as unidades da Federação", destaca o IBGE.&nbsp;</cite>

Ainda em relação ao fornecimento de iluminação pública, de acordo com a pesquisa, o Brasil também apresentou melhora, passando de 95,2%, em 2010; para 97,4%, em 2022. No entanto, o estudo ressaltou que é considerado apenas a existência de equipamento de iluminação, mas não seu funcionamento.&nbsp;

Goiânia figurou também como a segunda capital com maior índice de vias pavimentadas para seus moradores e a terceira em capacidade de circulação. No primeiro aspecto, a cidade alcançou 99,1% ante 97,6%, de 2010. E, na segunda categoria, atingiu 98,0% - atrás de Campo Grande (98,8%) e Palmas (98,6%).&nbsp;

<h2>Índice negativo&nbsp;</h2>

Por outro lado, Goiânia foi a terceira capital com menor quantidade de pontos de ônibus do transporte coletivo, de acordo com o IBGE. Nesse tópico, o índice negativo foi de 5,3%. Como últimos dessa lista estão: Palmas (TO), com 4,5% e Macapá (AP), 3,1%.&nbsp; &nbsp; &nbsp;

<div attr-cid="policy:1.3253561" attr-version="policy:1.3253561:1744898912" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.3253561" data-onecms-type="article" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.3253561', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.3253561">Webstories - Goiânia é a segunda capital mais arborizada do Brasil (1.3253561)</a></div>

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Goiânia é a segunda capital mais arborizada do Brasil, aponta IBGE

MEIO AMBIENTE 

POP_JOVEM_DESAPARECIDO_7_4_2025

Webstories jovem desparecido é encontrado

<img attr-cid="policy:1.3249475" attr-version="policy:1.3249475:1744563246" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3249475/OPOPULAR - Montagem de fotos e vídeo para o site - 2025-04-06T105929.410.jpg?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /> 
Luís Henrique de Moura, de 19 anos, está desaparecido desde o dia 1° de abril (Arquivo pessoal/Rodrigo Gondim)

O pai de Luís Henrique de Moura, de 19 anos, que estava <a href="http://opopular.com.br/cidades/jovem-de-19-anos-desaparece-apos-sair-de-casa-em-goiania-1.3249473" target="_blank">desaparecido desde 1º de abril</a>, informou que o jovem foi localizado e está bem. A publicação, realizada no final da manhã desta quarta-feira (16), recebeu várias comemorações nos comentários.

<cite>O meu filho Luís Henrique foi encontrado e está bem! Gratidão", publicou o professor Rodrigo Gondim, pai de Luís Henrique.</cite>

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A família não informou detalhes de onde o jovem estava.&nbsp;A publicação com o aviso já conta com 1.863 curtidas e 700 comentários. Confira abaixo alguns comentários:

<cite>Que notícia maravilhosa, amigo!”</cite>

<cite>Que alívio! Muita saúde para vocês!”</cite>

<cite>Que bom! Sabia o tempo inteiro que iriam encontrá-lo.”</cite>

<cite>Que notícia maravilhosa! Espero que esteja bem. Todo nosso apoio neste momento. Vai passar.”</cite>

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/familia-segue-sem-pistas-de-onde-esta-jovem-de-19-anos-que-desapareceu-em-goiania-um-misterio-1.3252094" target="_blank">Família segue sem pistas de onde está jovem de 19 anos que desapareceu em Goiânia: 'Um mistério'</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/pai-de-jovem-de-19-anos-que-desapareceu-em-goiania-desabafa-familia-esta-passando-por-um-processo-muito-dificil-1.3250084" target="_blank">Pai de jovem de 19 anos que desapareceu em Goiânia desabafa: 'Família está passando por um processo muito difícil'</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/pai-de-jovem-de-19-anos-que-desapareceu-em-goiania-desabafa-n-o-tivemos-noticias-e-estamos-desesperados-1.3250580" target="_blank">Pai de jovem de 19 anos que desapareceu em Goiânia desabafa: 'Não tivemos notícias e estamos desesperados'</a></div>

Durante as duas semanas em que o jovem esteve desaparecido,&nbsp;<a href="https://opopular.com.br/cidades/pai-de-jovem-de-19-anos-que-desapareceu-em-goiania-desabafa-familia-esta-passando-por-um-processo-muito-dificil-1.3250084" target="_blank">a família passou por momentos de angústia</a>. Segundo o pai, no dia do desaparecimento, o filho havia saído apenas com uma mochila preta, contendo uma muda de roupa e o documento de identidade.

<div attr-cid="policy:1.3249672" attr-version="policy:1.3249672:1744023948" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.3249672" data-onecms-type="article" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.3249672', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.3249672">POP_JOVEM_DESAPARECIDO_7_4_2025 (1.3249672)</a></div>

Conforme registros de câmeras de segurança do edifício da família, no Setor Oeste, Luís Henrique saiu às 9h25 do condomínio vestindo calça preta, camiseta cinza, boné preto e mochila preta nas costas&nbsp;(veja o vídeo acima).&nbsp;

<div attr-cid="policy:1.3253370" attr-version="policy:1.3253370:1744840746" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.3253370" data-onecms-type="article" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.3253370', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.3253370">Webstories jovem desparecido é encontrado (1.3253370)</a></div>

Rodrigo informou que o filho tem Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), possuía poucos amigos e estava realizando testes para diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista (TEA).

<img attr-cid="policy:1.3252103" attr-version="policy:1.3252103:1744563275" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3252103/WhatsApp Image 2025-04-13 at 13.38.20.jpeg?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /> 
Luís Henrique tinha poucos amigos e estava fazendo teste para diagnóstico de Transtorno de Espectro Autista (TEA) (Arquivo pessoal/Rodrigo Gondim)

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