A distribuição das áreas verdes públicas em Goiânia é desigual, se concentrando nas regiões Sul e Central e com maior dificuldade de acesso nas zonas periféricas da cidade. A conclusão consta na pesquisa “Combinando modelos de agrupamento espacial e regressão espacial para compreender as desigualdades distribucionais no acesso a espaços verdes urbanos”, realizada pelo engenheiro florestal Bruno Vargas Adorno, em sua dissertação de mestrado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), e que foi publicada nesta semana na revista científica Landscape and Urban Planning. O documento identificou 1.782 áreas potenciais para urbanização na capital, mas apenas 483 tinham estrutura para acesso. Desta forma, 27,1% das áreas verdes na cidade possuem equipamentos de urbanização mínimos, ou seja, pelo menos um banco para o uso público, o que significa uma a cada quatro áreas. Um dos casos é o Parque Helou, no Jardim Helou, da região Noroeste de Goiânia, que foi fundado em 2003 e não possui qualquer estrutura, contendo apenas uma mata descaracterizada. Já o Parque Ciro Palmerston Muniz, no Setor Alto do Vale, também da região Noroeste, possui decreto de implantação desde o ano 2000 e só em 2021 recebeu um parque infantil em um espaço da área de 79,3 mil metros quadrados (m²), mas nem sequer possui calçada. A população que mora na Rua Riograndense, por exemplo, tem acesso dificultado ao parquinho, situado na RB-15.