Dois terrenos na Rua 115, no Setor Sul, são investigados por aterrar Área de Preservação Permanente (APP). Eles ficam às margens do Córrego Areião, próximos ao Córrego Botafogo. Proprietário dos terrenos recebeu uma multa no valor de R$ 40 mil.

A Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra o Meio Ambiente (Dema) identificou três pontos com sinais de aterramento irregular, incluindo áreas a poucos metros do leito do córrego e trechos situados abaixo do nível natural do terreno. Segundo autoridades ambientais, os aterros teriam sido feitos em área brejosa, historicamente responsável pela retenção natural da água da chuva, o que pode agravar os recorrentes alagamentos na região.

O delegado do Meio Ambiente, Luziano de Carvalho, confirmou que instaurou inquérito policial para apurar o caso: “Ali é uma área brejosa, uma área naturalmente preparada para armazenar água. Quando se aterra esse tipo de local, o impacto é permanente. A água deixa de infiltrar e o problema dos alagamentos se torna crônico”, afirmou.

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A fiscalização da Secretaria Municipal de Eficiência (Sefic) vistoriou o imóvel e determinou a autuação. No local, as auditoras fiscais ambientais encontraram obra de terraplanagem em andamento em uma área de aproximadamente 9 mil metros quadrados, situada a cerca de 40 metros da Marginal Botafogo. Pelas coordenadas georreferenciadas levantadas durante a vistoria, parte da movimentação de terra ocorreu, dentro APP, conforme definição do Plano Diretor de Goiânia, que estabelece faixa mínima de 50 metros ao longo de cursos d’água.

Os fiscais solicitaram a apresentação de licença ambiental prévia e de instalação para a terraplanagem, o que não foi apresentado pelo responsável. Por isso, o proprietário recebeu notificação determinando a paralisação imediata da obra e, na sequência, um auto de infração ambiental.

No relatório que acompanha o auto, as fiscais detalham que o porte da obra, a extensão da área aterrada, o potencial poluidor da atividade e o risco ao meio ambiente e à saúde pública justificaram a fixação da multa. A penalidade aplicada foi de R$ 40 mil, calculada a partir da dimensão do dano, da localização sensível da área e da avaliação de que o responsável teria capacidade econômica para arcar com a sanção, de modo a desestimular reincidência .

Segundo o delegado Luziano, mesmo quando o terreno é particular, a legislação ambiental proíbe qualquer intervenção em APPs: “A área pode ser privada, mas a obrigação é preservar. Aterrar, compactar solo ou construir em APP é crime ambiental”. Salvo exceções muito específicas, como obras de interesse público devidamente licenciadas.

A investigação também busca identificar se parte dos terrenos é pública. Conforme documentos analisados pela Polícia Civil, há indícios de que o fundo de um dos lotes pertence ao poder público. Ainda assim, o delegado reforça que a irregularidade independe da titularidade.

A gerente de Fiscalização Ambiental da Sefic, Hosana Arantes, confirmou que o aterramento e a construção em APP são infrações passíveis de multas altas. Segundo ela, a penalidade administrativa para aterramento irregular pode variar de R$ 500 a R$ 10 milhões, enquanto construções em APP podem gerar multas de R$ 10 mil a R$ 100 mil, dependendo da extensão do dano e do perfil do infrator.

Hosana ainda conta que a maioria dos casos recentes não envolve pessoas em situação de vulnerabilidade social. “Em grande parte, são pessoas com residência fixa, que utilizam essas áreas como chácaras ou imóveis de lazer. Isso precisa ser esclarecido para evitar a falsa ideia de que toda ocupação irregular em APP é motivada por falta de moradia”, afirmou.

Para o delegado Luziano de Carvalho, o caso da Rua 115 expõe um problema estrutural da cidade. “Não adianta falar só em piscinão de concreto. A cidade já tinha piscinões naturais, que eram essas áreas brejosas. Quando se elimina isso, a água não tem para onde ir”, disse. Para ele, além da responsabilização criminal e administrativa, o desafio agora é mitigar os danos causados e impedir novas intervenções irregulares ao longo da Marginal Botafogo. As investigações seguem em andamento, e novas áreas na região devem ser vistoriadas nos próximos dias.

<h2>Histórico </h2>

A área da Rua 115 e de toda a faixa que margeia a Marginal Botafogo tem uma história marcada por ocupações e decisões que, ao longo do tempo, foram se sobrepondo ao projeto ambiental da capital. Inicialmente, na ideia concebida por Attílio Corrêa Lima, em toda a extensão do Córrego Botafogo e afluentes, como o Córrego Areião, estava prevista abrigar um parque linear. A ideia era manter essas áreas como zonas de preservação e de expansão natural das águas, funcionando como corredores ecológicos e espaços públicos verdes.

Com o passar das décadas, essa diretriz foi sendo gradualmente abandonada. Planos diretores foram alterados, a pressão imobiliária aumentou e, principalmente a partir dos anos 1970 e 1980, começaram as ocupações irregulares nas margens do Botafogo, em especial no trecho do Setor Sul. A região da Rua 115 ficou conhecida como parte das chamadas “invasões milionárias”, termo usado porque, diferentemente de outras ocupações urbanas, muitos dos terrenos foram apropriados por pessoas com maior poder aquisitivo, e não apenas por famílias sem acesso à moradia.

Durante anos, essas áreas foram alvo de disputas judiciais, tentativas de reintegração de posse e ações de desocupação. Segundo o ambientalista Walter Cardoso, em determinado momento, no final da década de 1980, parte dessas áreas foi regularizada. Os ocupantes passaram a ser tratados como posseiros e, em alguns casos, adquiriram os terrenos, que à época pertenciam ao Estado. Essa regularização, no entanto, não eliminou a obrigação legal de preservar as áreas ambientalmente sensíveis. Mesmo quando o imóvel se tornou particular, as faixas classificadas como Área de Preservação Permanente continuaram, por lei, intocáveis.

Aterramento irregular ocupa área de preservação permanente do Córrego Areião

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Crime ambiental

A Polícia Científica de Goiás estima que em dez dias deve estar concluído o laudo da perícia realizada no local do acidente que vitimou três policiais militares, a mulher de um deles e um produtor rural. Uma sexta pessoa ficou ferida e foi levada ao hospital. A tragédia, entre uma caminhonete e um veículo de passeio, ocorreu na tarde da quinta-feira (25), em uma curva considerada perigosa da Rodovia GO-164, entre Firminópolis e Novo Planalto, que é distrito do município.

As vítimas que perderam a vida foram os soldados João Paulo Marim Guimarães, de 30 anos; Renato da Silva Duarte, de 32; Robson Luiz Fortuna Filho, de 31; a mulher dele, a pedagoga Cybelle Ferreira Oliveira, 36; e o fazendeiro Valdelan da Silva Ferreira, de 77, que estava na Amarok conduzida por João Marcos Pires Bosso, de 31 anos, o único sobrevivente.

A ocorrência foi primeiramente confirmada pela unidade do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás (CBMGO) em São Luiz dos Montes Belos. Pelas imagens mostradas nos vídeos e também em reportagem da TV Anhanguera, o trecho onde ocorreu a violenta colisão frontal praticamente não tem espaço pavimentado para acostamento.

Segundo informações, os soldados e Cybelle se deslocavam, em um Prisma, para Iporá – os militares haviam tido folga e estavam juntos em um almoço de confraternização. Retornavam para o município goiano onde trabalhavam e estariam de plantão nesta sexta-feira (26).

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Robson Luiz e Cybelle Ferreira faziam planos para ter o primeiro filho (Divulgação)

Já Valdelan e seu genro seguiam para São João da Paraúna. Um vídeo que circula nas redes sociais mostra a cena do acidente logo após a batida, com os veículos destruídos ainda soltando fumaça e João Marcos deixando a caminhonete cambaleante, cruzando a pista e se sentando à beira do asfalto.

Conforme o Corpo de Bombeiros, o acidente causou a morte ainda no local dos quatro ocupantes do carro de passeio. Os dois ocupantes da caminhonete foram transportados pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), mas Valdelan não resistiu.

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Fazendeiro Valdelan Ferreira tinha ido a velório de um parente (Divulgação)

Vítimas

O soldado João Paulo foi o primeiro a ser sepultado, no distrito de Santo Antônio, em Firminópolis. Familiares exaltaram seu caráter. Segundo a prima Eliza Marim, ele lutou muito para se tornar policial militar. “Meu primo era maravilhoso, não tinha quem não gostasse dele, por onde passava exalava amor e carinho”, disse ela, à TV Anhanguera, ressaltando que o soldado é a quarta pessoa da família a morrer na mesma estrada.

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João Paulo Marim é 4ª pessoa da família a morrer na mesma rodovia (Divulgação)

Robson e Cybelle foram enterrados no Cemitério Jardim da Paz, em Aparecida de Goiânia. Segundo a família, o casal estava planejando ter o primeiro filho, era “temente a Deus” e havia se mudado para Iporá recentemente, onde pretendiam comprar uma casa. A consultora de saúde Ana Cristina Costa, prima do soldado, disse que ele se casou com Cybelle em 2019 e moraram em Goiânia por um tempo. Além de policial, ele era graduado em matemática e, nas horas vagas, dava aulas de reforço para o filho dela. Cybelle também era professora e atuou até outubro na rede da capital, no centro municipal de educação infantil (Cmei) localizado no Residencial Village Atalaia, região norte de Goiânia. “Tudo muito triste, estamos abalados, sem acreditar ainda”, compartilhou Ana Cristina.

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Corpo do soldado Renato Duarte foi sepultado em Luziânia (Divulgação)

Já o corpo de Renato da Silva Duarte, 32 anos, foi enterrado no Cemitério Jardim da Consolação, em Luziânia. Ocupantes da caminhonete, João Marcos dirigia o veículo e seu sogro, Valdelan, era o único passageiro. A família informou que eles voltavam de um velório em São Luiz dos Montes Belos. Segundo informações o sobrevivente está internado em um hospital de Goiânia, em quadro estável.

Notas de condolências

Nas redes sociais, foram muitos os políticos, autoridades em geral e entidades que lamentaram o acidente e se solidarizaram com as famílias enlutadas. O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (UB), disse ter recebido a notícia com “profunda tristeza”. “Os três policiais estavam de folga e perderam a vida de forma trágica. Neste momento de dor, manifesto minha solidariedade a todos os familiares, amigos e irmãos de farda, estendendo também minhas condolências às famílias das outras vítimas atingidas”, disse. “Peço a Deus que conceda conforto, força e amparo para que todos consigam suportar o luto.”

O vice-governador Daniel Vilela (MDB) também publicou uma nota. “Manifesto minha tristeza pelo falecimento de cinco pessoas em decorrência do trágico acidente na GO-164, na tarde desta quinta-feira.” Ele citou os PMs mortos e disse que eram “policiais valorosos, que dedicavam suas vidas à missão de proteger os goianos”.

O prefeito de Goiânia, Sandro Mabel (UB), saudou as famílias e ressaltou que Cybelle havia sido servidora da rede municipal de educação da capital até meses atrás. “Recebi com profundo pesar a notícia do acidente na GO-164, que vitimou cinco pessoas e deixou Goiás em luto.”

Instituição a que serviam três das vítimas, a Polícia Militar do Estado de Goiás (PM-GO) também registrou condolências. “A Polícia Militar de Goiás manifesta profundo pesar e solidariza-se com os familiares e amigos das vítimas, neste momento de dor e tristeza”, disse o texto. “Equipes das forças de segurança estiveram no local realizando o atendimento da ocorrência, o isolamento da área e o apoio necessário.” A nota informou também que “as circunstâncias do acidente estão sendo apuradas pelos órgãos competentes”.

Entre as outras entidades que publicaram nota de pesar estão o CBMGO e a Prefeitura de Iporá, cidade onde se localiza o batalhão em que estavam lotados os três PMs. José Airton de Oliveira (UB), prefeito de Firminópolis, município onde ocorreu a tragédia, também lamentou o caso em uma rede social.

(com informações de Flávia Juliate, Sylvester Carvalho e TV Anhanguera)

Laudo de acidente na GO-164 que matou 5 pessoas sai em 10 dias

Tragédia em rodovia

A Comissão Mista da Câmara Municipal de Goiânia aprovou nesta sexta-feira (26) o projeto de Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2026, <a href="https://opopular.com.br/politica/vereadores-aprovam-a-ldo-de-2026-em-definitivo-1.3353536" target="_self">durante reunião extraordinária</a>. Com o resultado, o texto seguirá para primeira votação em plenário na próxima segunda-feira (29). Entre as emendas aprovadas ao texto está a alteração, confirmada pelo líder do prefeito, Wellington Bessa (DC), que adequou a peça à Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e manteve índice de remanejamento do prefeito, Sandro Mabel (UB), em 23% do orçamento.

Os vereadores também aprovaram a inclusão do Plano de Cargos e Salários dos servidores administrativos da Educação, ao acatar emendas dos vereadores Coronel Urzêda (PL) e Kátia Maria (PT).

Além das emendas impositivas de cada parlamentar, que indicarão até R$ 5 milhões para execução no próximo ano, houve apresentação de 58 sugestões de mudanças no texto da LOA, mas apenas duas foram acatadas pelo relator, Pedro Azulão Júnior (MDB).

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/politica/vereadores-aprovam-a-ldo-de-2026-em-definitivo-1.3353536" target="_self">Vereadores aprovam a LDO de 2026 em definitivo</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/tres-projetos-prioritarios-do-paco-s-o-aprovados-pelos-vereadores-1.3348956" target="_self">Três projetos prioritários do Paço são aprovados pelos vereadores</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/mabel-pede-a-vereadores-forca-tarefa-para-aprovar-sete-projetos-1.3344331" target="_self">Mabel pede a vereadores 'força-tarefa' para aprovar sete projetos</a></div>

Uma delas, de autoria do presidente da Casa, Romário Policarpo (PRD), define acréscimo de R$ 3 milhões para a Secretaria Municipal de Comunicação (Secom). A justificativa aponta uso do recurso para divulgar programas e projetos estratégicos, mas também inserções publicitárias relacionadas aos clubes profissionais de futebol da capital.

A outra alteração incluída no relatório tentava mudar a forma de execução orçamentária do programa Morar no Centro, com assinatura de Policarpo e de Kátia Maria. O presidente, porém, retirou o aval à emenda, que foi rejeitada por votação em destaque.

Além disso, a Comissão Mista aprovou reforço de dotação orçamentária para ações da Secretaria Municipal de Esporte e Lazer (Semel) e autorização para que o Paço promova remanejamento necessário à execução de despesas, por iniciativa de Thialu Guiotti (Avante).

De acordo com o projeto, a Prefeitura espera arrecadar R$ 10,8 bilhões e tem a folha do funcionalismo como principal despesa, na ordem de R$ 5,4 bilhões. O Paço prevê gastar R$ 187,9 milhões com juros e encargos da dívida e R$ 3,8 bilhões com outras despesas correntes administrativas e de contratos. Há ainda R$ 893 milhões em despesas de capital e amortização da dívida de R$ 283 milhões.

Apesar da previsão constitucional para destinação do mínimo de 25% do orçamento para Educação e de 15% para Saúde, o projeto encaminhado pelo prefeito Sandro Mabel (UB) fixa porcentuais de 26,01% e 18,41%, respectivamente, nas áreas da administração.

<h2>Taxa de iluminação</h2>

A Comissão Mista também aprovou, por maioria, o projeto do Executivo que amplia o uso dos recursos da Contribuição para o Custeio da Iluminação Pública (Cosip) para permitir investimentos em sistemas de videomonitoramento. A discussão ocorreu por mais de três horas de reunião e foi marcada por divergências entre vereadores da base e da oposição. O texto autoriza que os recursos da Cosip sejam utilizados também para a implantação e manutenção de tecnologias de segurança, como câmeras de monitoramento.

O líder do prefeito na Câmara, vereador Wellington Bessa (DC), afirmou que a medida não representa aumento de cobrança para o contribuinte. Segundo ele, a modernização dos serviços tende a gerar economia ao longo do tempo, citando como exemplo a substituição de lâmpadas convencionais por iluminação de LED, que reduz custos com energia e manutenção.

A oposição, no entanto, criticou a rejeição de emendas que buscavam estabelecer um limite para possíveis reajustes da contribuição. O vereador Coronel Urzêda (PL) relatou suposto descumprimento de acordo de Sandro Mabel com a bancada do PL e afirmou que, sem a trava, poderá haver aumento no valor da cobrança, além da reposição inflacionária anual.

“Eu disse em reunião com o prefeito que o PL colocaria uma trava na lei e minha palavra não faz curva. Por isso, o PL votou favorável na primeira votação. Mas eu estou vendo que, pelo menos com o PL e comigo, o prefeito não cumpre palavra”, disse o vereador.

Wellington Bessa orientou voto contrário à emenda, com argumento de que a limitação impediria variações que ocorrem pelo caráter de rateio do custo. “Há redução com as lâmpadas de LED, mas em outros momentos o valor pode mudar por aumento dos custos, como bandeira vermelha ou crescimento da rede”, alegou.

Comissão aprova LOA e nega trava em taxa da Cosip

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Câmara de Goiânia

Depois de articular contra a proposta e prorrogar a tramitação, o líder da base do prefeito Sandro Mabel (UB) na Câmara Municipal de Goiânia, Wellington Bessa (DC), admitiu nesta sexta-feira (26) que o projeto de lei que revoga a Taxa de Limpeza Pública (TLP), a taxa do lixo, deverá ser aprovado em plenário. O vereador considera posicionamentos de vereadores aliados ao Paço Municipal, que antecipam posição favorável à proposta, e adianta que deverá liberar a base para a deliberação.

A avaliação do líder de Mabel ocorreu em entrevista ao POPULAR logo depois da aprovação, pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), de emenda que altera a redação do projeto para condicionar a revogação da taxa do lixo à apresentação prévia de um estudo detalhado de impacto orçamentário e financeiro. Além disso, define a indicação de medidas de compensação da renúncia de receita, conforme exigem a Constituição Federal e a Lei de Responsabilidade Fiscal.

A mudança, proposta por Thialu Guiotti (Avante), evitou a votação do projeto de revogação já na última sessão plenária, na terça-feira (23), e motivou nova passagem pela CCJ. Com a aprovação da emenda, o texto fica apto à segunda e última votação em plenário. A Casa já convocou sessão extraordinária na segunda-feira (29), especificamente para votar o projeto de Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2026. Portanto, a retirada da taxa do lixo deverá ser incluída na pauta de votações da próxima terça (30).

“Essa matéria deve, sim, ir para a pauta na terça-feira. Não há problema e todo mundo está ansioso para votar e concluir isso. A votação atende aos vereadores e à população, porque ninguém quer pagar imposto, mas não dá para revogar sem apresentar a fonte que vai substituir essa receita. A gente tem clima para incluir na pauta”, afirma.

“Eu, particularmente, entendo que o projeto vai ser aprovado. A preocupação era só se existia mesmo alguma inconstitucionalidade e esse dispositivo da emenda que aprovamos agora corrige essa distorção. Tem clima, sim, para aprovar o projeto com o dispositivo de revogação, desde que condicionado, obviamente, à apresentação de uma fonte subsidiária para isso”, define o líder.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/taxa-do-lixo-em-goiania-tera-valor-minimo-de-r-22-45-em-2026-1.3353522" target="_self">Taxa do lixo em Goiânia terá valor mínimo de R$ 22,45 em 2026</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/emenda-adia-votac-o-definitiva-da-revogac-o-da-taxa-do-lixo-em-2026-1.3353520" target="_self">Emenda adia votação definitiva da revogação da taxa do lixo em 2026</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/revogac-o-da-taxa-do-lixo-volta-a-estaca-zero-apos-manobra-1.3353245" target="_self">Revogação da taxa do lixo volta à estaca zero após manobra</a></div>

A taxa do lixo gera atritos entre os vereadores e o Executivo desde a criação, ocorrida ainda em 2024. O tributo passou a ser cobrado em julho deste ano e o projeto para revogar a taxação, apresentado por Lucas Vergílio (MDB), teve aprovação em primeiro turno no fim de agosto, por 20 votos a 13, em derrota da Prefeitura, que trabalhou para derrubar a matéria.

Depois, o texto ficou parado na Comissão de Finanças, Orçamento e Economia (CFOE) durante o restante do segundo semestre até ser aprovado, no dia 19 de dezembro, com placar apertado e voto de minerva do presidente do colegiado, Welton Lemos (SD).

Após o aval na comissão, o prefeito Sandro Mabel (UB) reforçou, em entrevista ao POPULAR, que pretendia vetar e até judicializar a revogação da taxa, caso os vereadores a aprovem de forma definitiva. “Nós vamos ter que vetar - e se eles derrubarem o veto nós vamos responsabilizar todos eles. Não tem o que fazer. Eu vou chamar o órgão que fiscaliza isso e dizer: ‘Olha, a Câmara revogou.’ E vou judicializar. Não tem como tirar a taxa, esquece”, disse o prefeito.

Liberados

O líder, Wellington Bessa, afirma que não recebeu qualquer orientação do Paço sobre a matéria e avisa que deverá liberar os governistas a votarem como quiserem. Segundo ele, já não há trabalho para alcançar maioria de votos no plenário. “Não, nada nesse sentido. A preocupação da base era que o projeto, sendo aprovado, não viesse a ser judicializado. Que fosse aprovado e a Prefeitura não tivesse uma fonte substitutiva. Havendo essa possibilidade, acho que espanta qualquer pecha de inconstitucionalidade ou problema orçamentário.

“O prefeito não falou nada nesse sentido comigo e não recomendou nada. Acho que a preocupação dele também era essa questão de uma fonte substitutiva e da constitucionalidade, mas essa emenda que aprovamos acaba suplantando isso. Até agora, não foi falado nada comigo nesse sentido de conduzir a base. Então, não tem nenhuma orientação para rejeitar o projeto. Até terça-feira, a tendência é liberar a base para a votação”, relata o líder.

Wellington Bessa não definiu como seriam apresentados os estudos financeiros e a nova fonte de recursos para as despesas relacionadas à TLP. Segundo ele, o próprio autor do projeto ou mesmo a Prefeitura poderão fazer a indicação, mesmo depois de finalizada a tramitação na Casa. Lucas Vergílio, no entanto, garante que as previsões já constam no texto que deverá ser incluído na pauta na terça.

Indicativos

Antes de admitir a aprovação do projeto em entrevista ao POPULAR, o líder do prefeito ouviu de integrantes da base a antecipação dos votos a favor da proposta de Vergílio. O primeiro a antecipar o posicionamento foi Pedro Azulão Júnior (MDB).

“Eu votei contra a taxa do lixo no nascedouro dela e a minha resposta vai ser dada no plenário e espero a participação de todos. Eu sou contra essa taxa”, disse o vereador se direcionando à secretária municipal de Governo, ex-vereadora Sabrina Garcêz, que acompanhou presencialmente a reunião da CCJ nesta sexta.

“Novamente, na oportunidade que terei de voto, serei contra essa taxa como fiz desde o começo”, avisou Sanches da Federal (PP). Thialu Guiotti provocou os colegas aliados durante a reunião e cobrou: “eu conclamo os vereadores da base. Tem que ter clareza. Se é base, tem que vestir a camisa. Não é votar contra a população, é votar a favor de Goiânia e com legalidade”, afirmou o vereador.

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Líder de Mabel admite aprovação de texto que revoga a taxa do lixo

Câmara 

Caiado diz que Flávio pode subir no palanque de Daniel

O governador Ronaldo Caiado (UB) encerra o ano pré-eleitoral com reforço do próprio protagonismo na <a href="https://opopular.com.br/politica/indicac-o-para-a-vice-de-daniel-agita-grupos-na-base-governista-1.3247032" target="_self">futura escolha do candidato a vice-governador na chapa a ser encabeçada pelo atual vice</a>, Daniel Vilela (MDB), que assume o governo no fim de março de 2026. Os posicionamentos baseados no conceito de “hierarquia” foram apresentados em conversas com aliados e discursos públicos, e voltaram a valorizar o nome do secretário geral de Governo, Adriano da Rocha Lima, na bolsa de apostas entre os governistas.

O auxiliar e primo do governador foi o primeiro nome citado nos bastidores para o posto, ainda em maio, por conta da proximidade e perspectiva de lealdade com Caiado, principalmente para o eventual cenário da eleição de 2030, em que Daniel não poderia ser candidato, caso seja eleito no próximo ano.

A retomada das citações a Adriano ganhou força entre deputados estaduais, com análise de que os sinais dados por Caiado nas últimas semanas apontam para indicação pessoal do mandatário.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/politica/indicac-o-para-a-vice-de-daniel-agita-grupos-na-base-governista-1.3247032" target="_self">Indicação para a vice de Daniel agita grupos na base governista</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/daniel-vilela-admite-construir-chapa-com-ana-paula-rezende-1.3352780" target="_self">Daniel Vilela admite 'construir' chapa com Ana Paula Rezende</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/ele-flavio-bolsonaro-podera-subir-no-palanque-com-o-daniel-afirma-caiado-1.3353104" target="_self">"Ele (Flávio Bolsonaro) poderá subir no palanque com o Daniel", afirma Caiado</a></div>

Logo depois das primeiras menções ao secretário, o ex-deputado federal e presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), José Mário Schreiner, também passou a ser apontado para a indicação.

Atualmente filiado ao União Brasil, o líder classista articula possível ida ao PSD, para <a href="https://opopular.com.br/politica/daniel-vilela-admite-construir-chapa-com-ana-paula-rezende-1.3352780" target="_self">viabilizar a presença na chapa</a>, como representante do agronegócio e do conservadorismo. Entre os principais nomes, porém, o ex-senador Luiz Carlos do Carmo (Podemos), que foi suplente de Caiado, também se apresenta como opção para representar o setor evangélico.

Em meio à disputa pelo espaço, Adriano da Rocha Lima opta por manter presença discreta e aponta ao POPULAR que só tratou efetivamente sobre o assunto em uma conversa com Ronaldo Caiado. Segundo ele, o diálogo serviu apenas para se colocar à disposição e avisar que não faria qualquer articulação política para ocupar a candidatura a vice.

“Estou absolutamente disponível também para contribuir sempre onde eu puder. Até por não querer forçar uma barra, nem pra um lado, nem para outro. Eu procuro não abordar demais esse assunto. Abordei uma vez só, quando conversei com o governador. Só dizendo pra ele que estou disponível para contribuir com o projeto político da forma que for mais adequada”, diz o auxiliar, que afirma não ter conversado sobre o tema com Daniel Vilela.

“Sobre esse assunto, não. Nunca conversei com o Daniel sobre isso até para não parecer que eu estava querendo ou algo assim. De forma nenhuma. O meu relacionamento com o Daniel, obviamente, é excelente, mas a gente só conversa de ações aqui dentro do governo e ele está cada vez mais por conta, até pelo fato de estar assumindo a partir de abril. Está cada vez mais envolvido nisso”, relata.

Entre os sinais de Caiado que retomam, entre os governistas, o fortalecimento de Adriano como opção para a vice está o discurso do governador durante confraternização promovida pelo deputado estadual e líder do governo na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), Talles Barreto (UB), há duas semanas. Caiado fez elogios ao presidente da Faeg, mas tomou para si a autoridade para decidir os rumos para o próximo ano, em cumprimento à “hierarquia da política”.

“Quero dizer que aqui vocês não precisam cobrar de mim. Eu conheço bem o Zé Mario. Convivo com ele há muitos anos e ele também é de uma geração que é cria minha, porque eu botei nos movimentos ruralistas e hoje é uma liderança nacional. Todos sabem muito bem do carinho e respeito que tenho por ele. Agora, sou homem que sei respeitar a hierarquia da política e sei respeitar os momentos das decisões. Por isso, eu saberei, sem dúvida nenhuma, estar compartilhando desse movimento e o Zé Mário sabe do meu carinho e amizade por todos eles”, discursou o governador para público de deputados e lideranças governistas.

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<h2>Movimentos</h2>

Na semana seguinte, Adriano da Rocha Lima participou de jantar com o presidente da Alego, Bruno Peixoto (UB), e um grupo de deputados estaduais, além de diretores da Casa Legislativa. Apesar dos movimentos, o secretário mantém a busca por discrição e prefere não opinar sobre as prerrogativas que podem ser adicionadas à chapa liderada por Daniel Vilela, como as forças do agro, de José Mário Schreiner, e dos evangélicos, de Luiz do Carmo.

“Eu penso de uma forma muito simples em relação a isso. O governador é um político experimentado, que foi cinco vezes deputado federal, uma vez senador e duas vezes governador. Então, se a gente vai falar de política, eu sou um estagiário e ele é um catedrático. É ele quem entende desse critério”, afirma.

“Essa avaliação vai ser do governador, junto com o Daniel e com o grupo político. Se é isso, ou não. Você não vai me ver em nenhum momento dizendo que estou querendo isso ou aquilo. Quero contribuir e o meu papel hoje é continuar fazendo o que eu estou fazendo até a hora que falar, se for em março, se vou continuar aqui ou não. Até porque tem uma transição em março, quando acaba o governo Ronaldo Caiado e começa a partir de abril o governo do Daniel Villela”, completa o auxiliar.

Assim como o auxiliar de Caiado, José Mário Schreiner também alega publicamente que não tem feito articulações em busca de espaço na chapa majoritária. Apesar do discurso, há claro processo de intensificação da agenda de conversas com dirigentes partidários, ações no setor agropecuário e estratégias de divulgação das atividades, além do apoio crescente de lideranças políticas. O ex-deputado federal também passou a protagonizar peças publicitárias com propagandas do Sebrae e do Senar na TV e jornais, além de um boletim no rádio.

Além das conversas com os presidentes regional e nacional do PSD, senador Vanderlan Cardoso e Gilberto Kassab, respectivamente, o dirigente também já teve conversas com representantes de outros partidos, como Republicanos e Novo. O objetivo é viabilizar projeto com capilaridade política e peso partidário para postular a candidatura a vice.

Como antecipado pelo POPULAR, o ex-deputado também ampliou reuniões na sede da Faeg com sindicatos que representam produtores e, em tom eleitoral, apresenta críticas ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e defende a importância da valorização do agro. Ele também aumentou a presença no interior com inaugurações e eventos, tanto das entidades que comanda (sistema Faeg/Senar) como de obras do governo estadual.

Também interessado em se viabilizar como companheiro de chapa de Daniel Vilela no próximo ano, Luiz Carlos do Carmo (Podemos) afirmou ao Giro, no início de dezembro, que está aberto à possibilidade de deixar espaço para Ronaldo Caiado voltar à chefia do Executivo estadual em 2031. Nos bastidores, governistas consideram a possibilidade de Caiado disputar o governo novamente em 2030, a depender dos rumos da disputa presidencial de 2026.

A alternativa seria um dos itens da equação que definirá a escolha de um nome para a vice de Daniel. Neste cenário, Caiado precisaria contar com um nome de confiança no posto. “Se o Daniel ganha e eu sou vice, ele vai ter um cara de confiança dele para se eleger senador. Da mesma forma, o Caiado. Somos um grupo. Se o Caiado falar que quer voltar, eu não vou ser obstáculo. Isso é uma construção”, afirmou o ex-senador.

Irmão do bispo Oídes do Carmo, da Assembleia de Deus Ministério de Campinas, Luiz do Carmo busca se viabilizar como representante de seu grupo e, de maneira mais ampla, como nome do segmento evangélico. O ex-parlamentar foi suplente de Caiado em 2014 e cumpriu mandato a partir de 2019. Ele lembra que, em 2022, teve oportunidade de tentar se reeleger senador em aliança com o PL, mas manteve lealdade ao grupo caiadista.

A base aliada ainda conta com outros cotados para a vice, como o ex-prefeito de Rio Verde, Paulo do Vale (UB), e a secretária estadual de Educação, Fátima Gavioli. Além da busca de prefeitos do Entorno do Distrito Federal, que citam os nomes de Diego Sorgatto (Luziânia), Pábio Mossoró, ex-prefeito de Valparaíso e secretário estadual do Entorno do DF, e do deputado federal Célio Silveira (MDB).