Em outubro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pediu ao Ministério da Fazenda a realização de estudos para a <a href="https://opopular.com.br/cidades/transporte-coletivo-tarifa-zero-existe-so-em-pequenas-cidades-no-brasil-1.2009321" target="_self">implantação de um programa de Tarifa Zero para o transporte coletivo</a> em todo o País. A ideia é verificar não apenas os custos do projeto, mas o impacto econômico positivo com aumento de consumo e queda da inflação, além de um modelo para o financiamento. Políticas de transporte gratuito existem em até 137 municípios brasileiros, sendo 5 em Goiás. Nessas cidades goianas, o custeio mensal varia entre R$ 10 mil e R$ 900 mil, somando cerca de R$ 1,4 milhão bancados pelos cofres municipais até então.

De todos os 137 municípios com o <a href="https://opopular.com.br/cidades/uma-decada-apos-manifestac-es-de-2013-mpl-fala-sobre-ampliac-o-da-tarifa-zero-no-transporte-publico-do-brasil-1.3040438" target="_self">Tarifa Zero</a> atualmente, apenas Teresina, a capital do Piauí, possui mais de 375 mil habitantes. As informações são do levantamento coletivo “Brazilian municipalities with full Fare-Free Public Transport policies”, trabalho acadêmico de doutorado, em andamento, do jornalista Daniel Santini, na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP), onde estuda políticas públicas de tarifa zero no Brasil. A última atualização é de julho deste ano.

No caso de Teresina, o programa, implantado neste ano, se refere a apenas o transporte metroviário (VLT) e não a todo o sistema de transporte coletivo local. Outras cinco cidades possuem entre 200 mil e 375 mil habitantes, com sistemas mais complexos, e entre elas está Luziânia, na região do Entorno do Distrito Federal, em que o programa foi implantado em novembro de 2023 e alcançou, em outubro, 8 milhões de utilizações. Na cidade, os moradores maiores de 6 anos devem fazer um cadastro na prefeitura e o embarque é feito mediante apresentação do cartão, emitido no momento do cadastro, na catraca do ônibus.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/transporte-coletivo-tarifa-zero-existe-so-em-pequenas-cidades-no-brasil-1.2009321" target="_self">Transporte Coletivo: tarifa zero existe só em pequenas cidades no Brasil</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/transporte-e-feito-hoje-para-levar-as-pessoas-a-goiania-1.2138446" target="_self">'Transporte é feito hoje para levar as pessoas a Goiânia'</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/uma-decada-apos-manifestac-es-de-2013-mpl-fala-sobre-ampliac-o-da-tarifa-zero-no-transporte-publico-do-brasil-1.3040438" target="_self">Uma década após manifestações de 2013, MPL fala sobre ampliação da tarifa zero no transporte público do Brasil</a></div>

Ao todo, o sistema municipal de transporte de Luziânia conta atualmente com 34 ônibus, distribuídos em 25 linhas e 175 itinerários. “A frequência dos ônibus varia conforme a localidade e o movimento das vias. Antes do Tarifa Zero, o sistema contava com apenas 14 ônibus e 16 linhas”, informa a prefeitura. Os veículos percorrem o município e o distrito Jardim Ingá em operação feita de forma concessionada para a Viação Catedral e com um custo médio de R$ 900 mil mensais, sendo variável conforme a demanda. Antes da implantação, o valor da passagem era de R$ 2,90, sendo já subsidiado pelo município.

<h2>Ampliação</h2>

“A implantação do Tarifa Zero fazia parte do plano de governo da atual gestão. O município já subsidiava parte do valor da passagem, mas o transporte era considerado de baixa qualidade. Com o objetivo de aprimorar a política pública de mobilidade urbana e garantir mais eficiência e acesso à população, a prefeitura decidiu assumir integralmente o subsídio da tarifa”, afirma o secretário de comunicação de Luziânia, Wilkens Monteiro. No município, o sistema transporta, em média, 17 mil passageiros por dia. “A melhoria não é apenas na parte de mobilidade, como também na econômica, sentida por todos os empresários da cidade, onde as pessoas aumentaram o poder de compra, economizando centenas de reais com o transporte municipal”, diz.

Também na região do Entorno do DF, o município de Formosa, com mais de 120 mil habitantes, realiza o transporte gratuito com quatro linhas de operação privada e custos mensais que chegam a R$ 360 mil, desde 2021. Na mesma época, a cidade de Goiás implantou a gratuidade no transporte coletivo, com veículos próprios e novos, segundo o secretário de Trânsito, Transporte e Mobilidade Urbana, Fabrício Paiva. Ele explica que as rotas e horários são definidos de acordo com a demanda da população, atendendo os principais bairros e pontos de interesse. “A frequência das viagens é ajustada conforme o fluxo diário de passageiros, assegurando regularidade e cobertura eficiente.”

No município, não há restrições ou cadastro para o uso do serviço, sendo utilizado tanto por moradores quanto por turistas. “Desde a implantação da gratuidade, a demanda de usuários aumentou significativamente, refletindo o impacto positivo da medida na rotina dos moradores. A ampliação das rotas e a renovação da frota acompanharam esse crescimento, consolidando o transporte gratuito como uma política pública essencial para a mobilidade e o acesso a serviços públicos”, diz Paiva.

O aumento da demanda vem ocorrendo também nas demais cidades goianas. Em Aruanã, por exemplo, com transporte iniciado em 2008 com uma linha norte-sul, teve a criação de outra linha, leste-oeste, no ano passado. O secretário de Goiás conta que o custeio integral do transporte gratuito é realizado pela prefeitura. “Até o momento, não foi criado fundo ou taxa específica para o financiamento do serviço”, diz. A situação é semelhante com as demais cidades goianas com o transporte gratuito, em que não foi criada uma forma específica de custeio, como uma nova taxa ou imposto municipal para esse fim, e nem mesmo recebe apoio de outros entes federativos.

<h3>Estudo federal ainda em curso</h3>

O pedido de estudos sobre a implantação de um programa de tarifa zero para o transporte coletivo em todo o País, feito pelo presidente Lula (PT) em outubro, durante reunião ministerial, ainda está em andamento e sem resultados publicados. O levantamento está a cargo do Ministério da Fazenda, que informou ao POPULAR que não comentaria sobre o caso. O Ministério das Cidades também informou que os estudos ainda estão no âmbito da pasta anteriormente citada e que ainda não foi iniciado dentro de sua alçada.

O POPULAR apurou, no entanto, que já há conversas internas sobre o projeto de interesse da Presidência da República, em que há a expectativa de que algo seja apresentado ainda neste ano, mesmo com a ideia de que não seria possível a implantação do projeto mesmo no próximo ano, o que poderia ser utilizado como plataforma para as eleições de 2026. Segundo o que apurou a reportagem, há o interesse no governo federal em, num primeiro momento, auxiliar na restruturação e monitoramento dos sistemas municipais e estaduais e, no momento seguinte, passar a somente enviar os recursos necessários para a manutenção da tarifa zero.

Responsável pelo levantamento coletivo sobre as cidades com tarifa zero, o jornalista e pesquisador da Universidade de São Paulo (USP), Daniel Santini, afirma que as políticas de gratuidade avançam com velocidade.

“Há, sim, o interesse do governo federal, uma série de levantamentos sendo feitos. Há um desafio sobre os dados, já que eles não possuem uma padronização e nem mesmo auditagem”, conta ao explicar que as demandas, ofertas e custos, por exemplo, não são de domínio público na maior parte dos casos, ficando por conta das empresas concessionárias, o que dificulta a formatação de um programa em nível federal. “Hoje temos o Simum (sistema de informações de mobilidade urbana), que não é atualizado desde 2022. Fica difícil de verificar os custos, a frota, e precisaria ter essas informações”, explica. Santini reforça, porém, que ainda há vários caminhos possíveis para um projeto federal. “Há argumentos para que sejam feitas concessões para empresas privadas operarem, mas o que não pode é deixar tudo isso na mão do privado. Mas como se estrutura um sistema nacional? Penso que primeiro deveria ser gradual, testando, com as concessões, auferir os custos”, considera. Ele entende que a prioridade deveria ser repensar o modelo de custos, que deve ser baseado na oferta e não na quantidade de passageiros.

<h3>Conversas sobre implantação na Grande Goiânia não avançam</h3>

A participação do governo federal na implantação da tarifa zero no sistema de transporte coletivo metropolitano em Goiânia custaria no mínimo R$ 52,4 milhões ao mês. O número se baseia nos dados do mês de outubro, com demanda na ordem de 12,1 milhões de utilizações em que o usuário paga R$ 4,30, uma tarifa congelada desde 2019 em razão do pagamento de subsídios estadual e municipais (Goiânia, Aparecida de Goiânia, Senador Canedo, Trindade e Goianira). Apenas para a operação, o custeio do subsídio é de R$ 3,93 por uso atualmente, sendo válido ressaltar que o poder público tem arcado com um total de R$ 8,21 por passagem, em razão dos investimentos no sistema (troca de frota, modernização de terminais e pontos de embarque e outros).

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Ônibus do BRT Leste-Oeste circula pela Av. Anhanguera, em Goiânia ( Wildes Barbosa / O Popular)

Presidente do Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo de Goiânia e Região Metropolitana (SET), Adriano Oliveira, explica que as conversas sobre implantação da tarifa zero na região metropolitana não avançaram e só ocorrem a partir do que vier do projeto do governo federal. Ainda assim, a discussão é incipiente, com ações internas na Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU) sobre a intenção do governo. Oliveira lembra, no entanto, que o sistema da RMG, desde a implantação da Nova Rede Metropolitana de Transportes Coletivos (RMTC), é avançado e consolidado.

“Não teríamos dificuldade alguma para saber o custeio. É positivo ter a União conversando sobre o transporte coletivo urbano, a gratuidade do idoso é uma lei federal, então é responsabilidade dela esse custeio. Aqui em Goiânia nós mostramos que é possível conciliar diversos entes federativos e a paridade do Estado com a capital foi crucial para isso”, conta Oliveira. Ele entende, no entanto, que a participação federal deveria se ater à questão do financiamento da Tarifa Zero, se este for o interesse da União, mas não se envolver na questão da governança de cada um dos sistemas, o que seria mais complicado. “Temos sistemas consolidados e diferentes em todo o País, se for mudar tudo isso é bem mais difícil.”

Um dos pontos citados por Oliveira é que o programa federal deveria ter uma preocupação em manter custos de investimentos no sistema, com a intenção de melhorar a qualidade da oferta. Isso ocorre, por exemplo, no sistema da RMG, em que o subsídio pago pelos entes públicos (Estado e prefeituras) passa por reajustes enquanto a tarifa de R$ 4,30 está congelada. Caso o projeto do governo federal, que ainda está em fase de estudos, se comprometa apenas com a operação do sistema, o valor segue sendo R$ 52,4 milhões mensais, mas se houver participação no investimento, o valor poderá ser maior e a depender de qual será a cota da União.

O presidente do SET acredita que, com a Tarifa Zero, haverá, certamente, um aumento na demanda. “O que é ótimo para a mobilidade da cidade, mas força o aumento do custo. Eu estimo, sem qualquer estudo científico, que esse aumento de demanda vai ser de no mínimo 20% em um primeiro ano e pode chegar a até 50%”, diz. Um estudo da NTU chamado “Tarifa Zero nas cidades do Brasil - 2025”, considera que “após os registros de crescimentos elevados, tanto da demanda quanto da oferta, no período imediato após a implantação da tarifa zero, houve redução da intensidade de evolução desses indicadores”.

O estudo conclui que “muito provavelmente, o comportamento recente dos índices de oferta e demanda revela que a capacidade dos municípios em prover mais oferta chegou ao limite, dentro da possibilidade orçamentária de cada um”. Entende também que outra hipótese a ser verificada “é que o ponto de equilíbrio entre a demanda por viagens e a prestação do serviço foi atingido”. Como exemplo, a NTU cita que o programa de Tarifa Zero em Caucaia(CE) promoveu diminuição de 23% da oferta para conter o crescimento dos custos e conseguir manter a oferta gratuita de serviço para a população.

O jornalista Daniel Santini, que realiza doutorado em Tarifa Zero pela Universidade de São Paulo, discorda da conclusão do estudo da NTU a respeito de Caucaia. “Esse caso eu conheço bem e o que aconteceu lá foi uma mudança de gestão neste ano, em que a nova administração quis acabar com a tarifa zero, mas não havia condição para isso, já que é algo que a população adotou, e o que ocorreu foi uma ação de reduzir o sistema mesmo, como um sucateamento, para cortar custos”, explica. Ele conta que os programas de tarifa zero possuem uma média de 95% de aprovação nos municípios, o que demonstra ser uma política muito difícil de ser revertida e, por isso, a solução seria buscar formas de custeio.

“O último relatório da NTU é que esse seja o teto da Tarifa Zero, mas o programa em si, sozinho, não é uma coisa mágica. É preciso modificar e rever e repensar o transporte público coletivo. É preciso discutir a necessidade de repensar a mobilidade, mudar a forma de remuneração. A gente tem um serviço de transporte relegado aos pobres, esse modelo está falido, já que o veículo motorizado está superando o coletivo”, considera Santini. O pesquisador entende que o modelo de custeio baseado na quantidade de passageiros é um método que remunera a superlotação do sistema, e, por isso, o modelo deveria ser o de remunerar a oferta.

Outra questão é em relação aos modelos parciais de tarifa zero, em que as gratuidades ocorrem apenas em determinados dias da semana (normalmente aos domingos e feriados) ou para grupos de pessoas (como quem possui CadÚnico, por exemplo). “Tarifa zero tem de ser universal; parcial não é justo”, diz Santini. Em nota publicada na última semana, a NTU elogia o interesse do governo federal na pauta do transporte coletivo e se coloca à disposição para dialogar sobre o caso. Ainda assim, a associação sugere “como alternativa à tarifa zero universal, que pode enfrentar barreiras econômicas em sua adoção imediata, a NTU propõe a avaliação da modalidade ‘Tarifa Zero para Quem Precisa’”.

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Ativo em 5 cidades goianas, Programa Tarifa Zero custaria R$ 52 milhões por mês na capital

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Matéria - Cidades

Transporte público

Das 22 comissões permanentes da Câmara de Goiânia, 14 analisaram menos de um projeto por mês em 2025. A apreciação de matérias é a primeira atribuição prevista no regimento interno da Casa. A Comissão de Proteção, Direitos e Defesa dos Animais, presidida pelo vereador Lucas Vergílio (MDB), não analisou nenhum projeto ao longo do ano. Também figuram entre as menos produtivas a Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher, presidida por Léia Klebia (PD), a de Legislativa Participativa, comandada por Rose Cruvinel (UB), e a de Fiscalização do Transporte Público Coletivo, presidida por Geverson Abel (Republicanos).

Apesar da baixa produtividade, as c<a href="https://opopular.com.br/politica/ex-lider-volta-a-ocupar-assento-em-duas-comiss-es-1.3332056" target="_self">omissões contam com 319 servidores</a>, que custaram R$ 17.462.842,02 ao longo do ano. Divididas por áreas como segurança, saúde e educação, elas recebem apenas projetos relativos a seus temas. A Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJR) recebeu cerca de 800 projetos e analisa a constitucionalidade de todas as matérias que tramitam na Casa.

A quantidade de servidores não determina o desempenho. A Comissão de Cultura, presidida por Fabrício Rosa (PT), tem apenas 2 servidores, mas analisou 95 projetos. Já a Comissão de Direitos Humanos e Cidadania, a maior da Casa, conta com 32 servidores e analisou apenas 5. A presidente, Daniela da Gilka (PRTB), afirmou que pretende pedir mais servidores para “fortalecer a equipe”, mas não detalhou quantos.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/politica/ampliac-o-inaugurada-custa-r-6-1-milh-es-1.3336276" target="_self">Ampliação inaugurada custa R$ 6,1 milhões</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/ex-lider-volta-a-ocupar-assento-em-duas-comiss-es-1.3332056" target="_self">Ex-líder volta a ocupar assento em duas comissões</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/mesmo-com-nova-gratificac-o-comiss-es-n-o-fazem-reuni-es-1.3331231" target="_self">Mesmo com nova gratificação, comissões não fazem reuniões</a></div>

Ela considera que o número de servidores é razoável pela importância da comissão: “Como falar da população idosa sem direitos humanos? Como falar da pessoa com deficiência? Da mulher? A Comissão de Direitos Humanos subsidia todas as outras comissões na elaboração das políticas legislativas”, disse. Todas as áreas citadas já possuem comissões próprias.

Segundo o regimento interno, cabe à Comissão de Direitos Humanos emitir pareceres, acompanhar investigações de denúncias, fiscalizar programas, promover estudos e parcerias. A reportagem solicitou documentos que comprovem essas ações, mas não houve retorno. Foram enviados apenas links com registros de visitas, reuniões e ações sociais.

Dados obtidos pelo POPULAR mostram que a folha de pagamento das comissões aumentou 27% até outubro. A Comissão de Habitação, Urbanismo e Ordenamento, presidida por Pedro Azulão Jr. (MDB), teve o maior gasto do ano: R$ 1.719.314,54, com 25 servidores lotados. O maior salário foi pago a um consultor econômico, no valor bruto de R$ 47.040,20. A comissão analisou 15 projetos.

Azulão afirma que o volume de trabalho justifica o tamanho da equipe. “É uma das comissões com mais serviço. Não está faltando servidor. Trabalho é o que mais tem”, disse. Segundo ele, parte da equipe atua internamente e outra parte trabalha em campo. “Acompanhamos pessoas que precisam fazer escritura, orientamos, visitamos áreas, damos suporte técnico. É um atendimento muito amplo.” Documentos que comprovassem essa atuação também foram solicitados, mas não houve resposta.

Entre as ações citadas, o vereador destaca um levantamento de todas as áreas que receberam permissão de uso ou doação entre 2020 e 2024, com objetivo de revisar cada caso. “Queremos verificar se a área está sendo utilizada conforme a lei. Onde não estiver, vamos trabalhar para devolver ao município.” Nenhuma documentação dessa atividade foi enviada à reportagem.

A Comissão de Proteção, Direitos e Defesa dos Animais (CPDDA), presidida por Lucas Vergílio, teve custo de R$ 662.706,77 ao longo do ano, com 13 servidores e nenhum projeto analisado. Foi o maior custo por projeto. O regimento determina que a comissão também receba denúncias e sugestões e fiscalize a Unidade de Pronto Atendimento Veterinário (UPAVet). A assessoria afirmou que ONGs e cidadãos procuram o colegiado solicitando ajuda com ração e animais abandonados, mas não enviou relatórios, atas ou registros dessas ações.

Nas redes sociais da comissão, a maioria dos vídeos não tem descrição. Um servidor aparece realizando atendimentos, visitando canis, participando de reuniões e acompanhando denúncias de maus-tratos. A reportagem não encontrou registros de participação do vereador nessas atividades.

Vergílio fez apenas duas postagens sobre a causa animal este ano. Em 10 de setembro, comemorou a aprovação, em primeira votação, do Programa Municipal de Combate aos Maus-Tratos. Dois meses depois, o projeto ainda não havia sido pautado na comissão que ele preside. O vereador também afirmou ter outras três propostas em tramitação, mas duas estão paradas na CCJR desde agosto, e a terceira recebeu parecer pelo arquivamento e aguarda manifestação do autor desde setembro. A assessoria informou que o vereador estava doente e não poderia responder, mas afirmou que a comissão se reunirá na última semana de novembro.

No ranking das comissões com maior gasto por projeto, a segunda colocada é a Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher (CDDM), presidida pela vereadora Léia Klébia. Até o momento, apenas um projeto passou pelo colegiado, que conta com 10 servidores e um custo de R$ 592.976,93.

Nas redes sociais, a vereadora destaca dois projetos relacionados às mulheres: a Galeria das Mulheres, proposta por ela em 2021 e aprovada em 2023, e o Programa de Capacitação e Empreendedorismo para Mulheres, que está parado na CCJ desde junho.

Segundo o regimento interno, a CDDM deve fiscalizar o cumprimento de políticas voltadas às mulheres e desenvolver projetos e programas específicos. A reportagem não encontrou registros de fiscalizações e vistorias nas redes sociais da parlamentar. Documentos que comprovem essas ações também foram solicitados à assessoria, não houve retorno.

Em nota, a Câmara informou que a composição das comissões é definida pelos próprios vereadores integrantes. Todos os cargos comissionados são vinculados à Mesa Diretora e a distribuição de servidores é responsabilidade dos presidentes e membros de cada colegiado, conforme suas demandas. Não há regulamentação para trabalho externo, cuja fiscalização cabe ao presidente da comissão ou a servidor designado por ele.

<h2>Conselho de Ética registra 1 caso e gasta R$ 1,2 milhão&nbsp;</h2>

Os dados de lotação, obtidos pelo POPULAR, mostram que o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara de Goiânia, presidido pelo vereador Ronilson Reis (SD), mantém uma das maiores estruturas de pessoal da Câmara, apesar de praticamente não ter demandas para analisar. O órgão conta com 25 servidores, número que o coloca atrás apenas da Comissão de Direitos Humanos e Cidadania e da Comissão de Finanças, Orçamento e Economia, ambas com cerca de 30 servidores.

Mesmo com esse quadro, o Conselho de Ética registrou apenas um processo ao longo do ano. O custo total da estrutura neste ano chegou a R$ 1.274.848,00, valor que, diante da baixa produtividade, corresponde integralmente ao gasto por projeto.

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Vereador Ronilson Reis (SD), presidente do Conselho de Ética da Câmara de Goiânia (Fábio Lima / O Popular)

O conselho também aparece entre os maiores em despesa total. Só em outubro, foram R$ 147.697,79, um dos maiores valores mensais da Câmara, ocupando a 4ª posição em gasto mensal, reflexo direto do número elevado de servidores lotados no órgão.

Além do volume reduzido de trabalho, o Conselho de Ética também tem competências específicas definidas no regimento interno, que reforçam a importância do órgão dentro da estrutura legislativa. Cabe ao colegiado zelar pelo cumprimento do Código de Ética e preservar a dignidade do mandato parlamentar, processar vereadores nos casos previstos, responder a consultas da Mesa Diretora, de comissões e de parlamentares, e organizar o sistema de acompanhamento e informações do mandato.

Os valores mensais pagos ao longo do ano mostram três movimentos. O primeiro é o salto observado de fevereiro para março, quando o valor mensal cresce mais de 23%.A partir daí, entre março e junho, os números ficam estáveis, sem qualquer variação. Essa repetição indica um período de estabilidade contratual ou de manutenção de um mesmo volume de despesas.

Em julho, há uma pequena queda, de cerca de 2,4%, seguida de nova repetição em agosto. Em setembro, o valor retorna ao padrão anterior e, em outubro, ocorre o maior aumento desde março: alta de 12% e o maior número de todo o período.

No recorte geral, a média mensal fica em R$ 127,4 mil. O menor valor do ano é em janeiro (R$ 104,4 mil), e o maior, em outubro (R$ 147,6 mil). A diferença supera os R$ 43 mil ou 41,34%.

Em relação aos servidores, em janeiro e fevereiro havia 19 servidores; em março, subiu para 24, o que se manteve até junho. No mês seguinte, o número de servidores sobe para 24, chegando em outubro com os atuais 25. O maior valor pago em outubro foi para o cargo de Assessor Especial da Presidência – DAS-2, com pagamento de R$ 12.766,33.&nbsp;

A reportagem solicitou ao vereador e à assessoria explicações em relação ao funcionamento e trabalho feito pelo conselho. A assessoria informou que o vereador estava viajando e voltaria apenas na segunda-feira. Também houve questionamentos sobre outros trabalhos e atendimentos prestados pelo conselho, sem retorno.&nbsp;

<h3>Processo&nbsp;</h3>

A única sessão feita pelo Conselho de Ética foi a análise da representação apresentada por Aava Santiago (PSDB) contra o vereador Sargento Novandir (MDB) por quebra de decoro parlamentar. A denúncia, protocolada na semana anterior, aponta “uma série de episódios de intimidação e ofensas pessoais, com agravante de violência política de gênero”.

A reunião durou cerca de uma hora e meia. Como O POPULAR mostrou, na ocasião, foram apresentadas as alegações iniciais e a defesa de Novandir, representado pelo advogado Victor Hugo dos Santos Pereira, que pediu o arquivamento da representação. Ele argumentou que as falas atribuídas ao vereador se limitaram a críticas ao trabalho parlamentar, sem ofensas pessoais, religiosas ou de gênero, e que as declarações de Aava, por sua vez, teriam atingido “a honra e a masculinidade” do parlamentar.

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Maioria das comissões da Câmara de Goiânia analisa menos de um projeto por mês

Política

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Matéria - Política

Gastos públicos

No mês da Consciência Negra, o Orum Aiyê Quilombo Cultural ocupa o Museu Antropológico da UFG com duas exposições artísticas de protagonismo negro. Iyá Agba - As Matriarcas e Entre Olhares, Raízes e Memórias tomam conta do espaço a partir deste sábado (15), às 19 horas, com entrada gratuita.

Em Iyá Agba - As Matriarcas, a artista visual Raquel Rocha apresenta novas obras lançadas em 2025, que expandem sua pesquisa e homenageiam as Mães de Santo que resistiram às tentativas de extermínio da religiosidade e cultura afro-brasileira. Este projeto foi contemplado pelo edital nº 05/2024, com recursos da Política Nacional Aldir Blanc de Fomento às Artes Visuais (PNAB).

Raquel Rocha pesquisa a arte como território de fissuras, interpretando as fissuras como cicatrizes resultantes da escravidão no Brasil. “Essas rachaduras de territórios, de pertencimento e consequentemente de memória vão criar um novo curso d’água buscando cicatrizar as feridas geradas com a violência contra o povo preto”, comenta.

Raquel pesquisa e atua na afro religiosidade vinculada à arte contemporânea. Estuda a cultura visual, pensando mecanismos de representatividades. Realizou a direção de arte do espetáculo Contos de Cativeiro, co-fundadora do bloco Tambores do Orum, no qual atua como diretora geral e figurinista. Além disso, é fundadora do Orum Aiyê - Quilombo Cultural.

Já Entre Olhares, Raízes e Memórias é uma coletiva que celebra a ancestralidade e a representatividade de artistas negros como Rafaela Rocha e Lucas Almeida, além de Raquel Rocha. A mostra multifacetada convida à reflexão sobre pertencimento, provocando diálogos essenciais sobre questões sociais e políticas. As duas exposições integram o Festival de Artes Negras, realizado pelo Orum Aiyê Quilombo Cultural.

&nbsp;

Serviço

Evento:

exposições Iyá Agba &nbsp;- As Matriarcas e Entre Olhares, Raízes e Memórias

Data: 

sábado (15), às 19 horas

Local:

Museu Antropológico da UFG, Praça Universitária

Entrada gratuita

Informações:

32096010

Museu Antropológico da UFG abre duas exposições artísticas de protagonismo negro

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Ancestralidade que pulsa 

A gente piscou e pronto: luzes de Natal iluminam shoppings centers, fachadas das casas e sacadas de apartamentos. Na decoração e no design de interiores, a tendência para 2025 é se jogar na criatividade e criar contrastes entre o minimalismo e o maximalismo, mas em retorno nostálgico ao clássico, como as cores vermelho e verde, além dos enfeites oversized que dão volume e simetria às árvores.

Se no ano passado o que reinava eram as bolas douradas e as luzinhas em estilo ‘fios de fada’, neste ano as fitas grandes e os laços dramáticos decoram as árvores de Natal. Os temas nostálgicos e a mistura entre o moderno e o tradicional, em uma volta ao passado, também tomam conta dos enfeites, caso dos universos dos ursos e dos doces natalinos, como as bengalinhas.

“Realmente houve uma antecipação na decoração de Natal. Já em outubro as pessoas começaram a montar suas casas sem medo de ousar”, explica a decoradora e empresária Vanessa Santos, da Tupinambás, loja especializada em design natalino e locação de árvores. “No mês passado, houve um crescimento de 30% na busca por decorações em relação ao ano passado”, completa.

<img attr-cid="policy:1.3337164" attr-version="policy:1.3337164:1763155102" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3337164/image.jpg?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /> 
Os laços gigantes de veludo também são apostas para 2025 (Fábio Lima / O Popular)

A maior tendência para 2025 é, com toda a certeza, o maximalismo. O Natal, neste ano, é em tamanho família. As bolas seguem em cores tradicionais, como o vermelho, mas agora em envergaduras maiores, que criam volumetria ao lado de outros enfeites. Os laços também ganham dimensões integrais com texturas e tecidos que remetem ao espírito de fim de ano. Já as guirlandas são substituídas pelos escapulários natalinos.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/prefeitura-decide-onde-tera-luzes-de-natal-em-goiania-veja-locais-escolhidos-1.3336281" style="color: rgb(0, 136, 204); text-decoration-line: none; font-family: &quot;Lucida Grande&quot;, &quot;Lucida Sans&quot;, geneva, arial, sans-serif; font-size: 12px;" target="_self">Prefeitura decide onde terá luzes de Natal em Goiânia; veja locais escolhidos</a> 
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“Os clientes têm procurado muito os laços de veludo, as bolas muito grandes, as borboletas de lead e árvores em tamanhos distintos, entre 2,10 e 2,40 metros”, comenta a profissional. Outra moda que pulsa são as decorações externas para jardins. “As cascatas e as luzes douradas e brancas seguem no páreo, atrás das cortinas de LED. Os jardins são decorados com renas, anjos, caixas de presente e trenós”, diz Vanessa.

As temáticas infantis também seguem no time de mais pedidas. Enfeites de personagens da Disney, como Mickey, Minnie e Pato Donald, os ursinhos polares e os trens de brinquedo são apostas recorrentes. “O universo das crianças inspira todo um conceito diferenciado, com enfeites, luzes e árvores”, salienta a decoradora.

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Os decoradores Fausto Ricart e Italo Fernandes ao lado da árvore produzida: vermelho é um clássico que nunca sai de moda (Fábio Lima / O Popular)

<h2>Contrastes </h2>

Na internet, uma das pesquisas mais buscadas pelas pessoas quando o assunto é decoração de Natal envolve os laços e fitas grandes, luzes coloridas com visual retrô, como aqueles pisca-piscas que tocavam musiquinhas e fizeram fama nos anos 1990, e temas nostálgicos, mas que brincam com o moderno. A tendência “festive nostalgia” está em destaque: decor inspirada nas décadas passadas, combinando o antigo e o novo.

Os decoradores Fausto Ricart Costa Filho, que também é arquiteto, e Italo Fernandes Lima, produtor cultural, explicam que toda temporada surge alguma tendência, mas as bolas gigantes seguem na moda já há dois anos seguidos. Os dois se juntaram para criar o projeto Dingou Bel, produção e locação de decoração natalina.

“Por mais que as árvores andem cada vez mais minimalistas, mesmo com os laços gigantes, elas surgem com menos enfeites e mais iluminadas, mostrando mais o pinheiro”, comenta Fausto. “A decoração tradicional é quase que 80% do nosso público, evidenciando o vermelho, o dourado, o xadrez, pinho e o Papai Noel”, destaca o arquiteto.

Para aqueles que são adeptos do ‘faça você mesmo’, a dica que os decoradores dão é escolher itens que nunca vão sair de moda, caso do vermelho. “Hoje, com a internet, é possível pesquisar referências que você queira, como no Pinterest, no Instagram e no TikTok. Existem tutoriais que você pode olhar para fazer laços, por exemplo. E acaba que Natal é sobre a pessoa estar feliz, aproveitar a data não só pelo lado comercial. É o que faz você se sentir bem”, reitera Italo.

<h3>TEMPO DE BRILHAR</h3>

<h4>Entre na moda </h4>

Os laços e bolas oversized são as grandes estrelas deste Natal. Use fitas de veludo, cetim ou organza para envolver a árvore, decorar guirlandas e até molduras de porta. Elas criam um visual teatral e elegante.

<h4>Charme retrô</h4>

Na internet, algumas das principais buscas são de elementos de décadas passadas, como os famigerados anos 1990. Redescobrir enfeites antigos da vovó ou reutilizar peças retrozinhas da família é um bom jeito de abraçar a magia do Natal.

<h4>Consciência e criatividade</h4>

Em tempos em que se discute tanto meio ambiente e sustentabilidade, usar materiais reciclados e apostar em arranjos naturais com galhos secos traz charme e faz bonito com o que se tem.

<h4>Brinque com as cores</h4>

Em 2025, o Natal é um arco-íris sofisticado. Rosa, turquesa, verde-esmeralda e cobre surgem ao lado do dourado e do vermelho. Misturar tons é original, mas atenção para a harmonia.

<h4>Minha querida tecnologia </h4>

Com o fim de 2025, se completa um quarto do século 21 e a tecnologia está aí para ajudar. Projeções natalinas, playlists personalizadas e luzes de LED controladas por apps transformam a decoração em espetáculo moderno.

Entre laços gigantes e cores clássicas: as tendências do Natal 2025

Tamanho família

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Influenciadora Yre Sales Duarte (Reprodução / Mendigata de Goiás)

A <a href="http://opopular.com.br/cidades/mendigata-veja-quem-e-influencer-que-ja-foi-moradora-de-rua-e-foi-presa-suspeita-por-trafico-1.3189262" target="_blank">“Mendigata de Goiás”</a>, como é conhecida a influenciadora Yre Sales Duarte, de 36 anos, foi presa suspeita de mandar matar um homem em situação de rua, em Goiânia. O companheiro dela, Antônio Gonzaga de Oliveira Filho, de 24, também foi detido suspeito de esfaquear a vítima, que sobreviveu e continua internada, de acordo com a Polícia Militar (PM).&nbsp;&nbsp;

Após audiência de custódia, realizada na quinta-feira (13), a Justiça soltou os dois suspeitos após entender que houve irregularidade nas prisões, como o fato de não ter sido encontrado, até o momento, qualquer objeto que os ligasse ao crime. Em nota ao POPULAR, o advogado Pedro Henrique Pereira Machado, afirmou que Yre está sendo tratada de “forma desigual, seletiva e discriminatória”, devido a sua “simples presença no local dos fatos”. A defesa alega também que não há qualquer envolvimento de Antônio no crime (veja a nota completa no final da matéria).&nbsp;

Sobre a decisão do juiz, a PM informou ao POPULAR que&nbsp;conduziu os suspeitos do crime à autoridade policial, que "ratificou a prisão em flagrante". Acrescentou que&nbsp;tem "compromisso permanente com a legalidade", "pautada pelos princípios constitucionais e pelas normas que regem a atividade policial"&nbsp;(veja a nota completa no final).

A tentativa de homicídio aconteceu por volta das 23h de terça-feira (11), na Avenida Paranaíba, no Setor Central, após um desentendimento motivado pelo tráfico de drogas, conforme a PM.&nbsp;

Na manhã do dia seguinte, após buscas, o casal foi preso no Setor Leste Vila Nova suspeitos pelo crime. Os militares disseram ter encontrado com eles diversas porções de drogas e uma balança de precisão, que foram apreendidos. Por não ter o nome divulgado, O POPULAR não conseguiu informações sobre o estado de saúde da vítima.

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No local, havia porções de drogas, balança de precisão, celulares e dinheiro (Divulgação / Polícia Militar)

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/mendigata-veja-quem-e-influencer-que-ja-foi-moradora-de-rua-e-foi-presa-suspeita-por-trafico-1.3189262" target="_blank">'Mendigata': veja quem é influencer que já foi moradora de rua e foi presa suspeita por tráfico</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/ex-moradora-de-rua-influencer-mendigata-e-presa-suspeita-de-trafico-de-drogas-em-goias-1.3188688" target="_blank">Ex-moradora de rua, influencer 'Mendigata' é presa suspeita de tráfico de drogas em Goiás</a></div>

<h2>Soltura&nbsp;</h2>

Durante audiência de custódia, o juiz Lourival Machado da Costa considerou a prisão irregular porque, segundo ele, ela não se enquadra em nenhuma das hipóteses de flagrante delito previstas no artigo 302 do Código de Processo Penal.&nbsp;

Conforme o magistrado, “não houve perseguição logo após o fato, nem mesmo o autor fora detido com instrumentos, objetos do crime que possibilitasse identificá-lo como autor". Argumentou ainda que o adentramento ao local onde estavam os suspeitos “se deu de forma irregular, uma vez que não havia situação de flagrante delito naquele momento, e não fora autorizada a entrada por parte de nenhum dos moradores".&nbsp;&nbsp;

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Yre Sales Duarte (Reprodução/Redes Sociais)

Sobre as drogas, ele disse que não há “como determinar na posse de quem fora apreendida e quem seria os proprietários das drogas”, e que a descoberta das drogas foi consequência de uma ação que ele considerou irregular.&nbsp;&nbsp;

Com isso, pelo crime de tentativa de homicídio, o juiz determinou medidas cautelares diversas à prisão contra Antônio, e foi ordenado a soltura dos dois. O caso continua sendo investigado.&nbsp;

<h2>Antecedentes criminais</h2>

Em outubro de 2024, O POPULAR noticiou que a influenciadora <a href="http://opopular.com.br/cidades/ex-moradora-de-rua-influencer-mendigata-e-presa-suspeita-de-trafico-de-drogas-em-goias-1.3188688" target="_blank">foi presa suspeita de tráfico de drogas</a>. A defesa de Yre, por meio do advogado William Francisco, afirmou na época que ela é usuária de drogas, que ela não estava traficando drogas, e que a inocência dela será comprovada na Justiça.

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A "Mendigata" tem mais de 400 mil seguidores no Instagram (Reprodução / Redes Sociais)

Yre também possuí passagens por receptação, conforme a PM. Já Antônio, tem antecedentes por tráfico de drogas e homicídio.

Nas redes sociais, o perfil da Mendigata de Goiás acumula mais de 430 mil seguidores. Ela se apresenta como "das ruas de Goiânia para o mundo" e afirma que está na internet para inspirar e compartilhar histórias de vida e resiliência.

<h2>Nota da defesa</h2>

A defesa de Yre Sales Duarte vem a público manifestar profunda preocupação com a forma desigual, seletiva e discriminatória com que sua prisão vem sendo tratada por parte da mídia e, lamentavelmente, também por setores da própria polícia.

Yre é uma mulher negra, que construiu sua vida a partir do nada. Superou a fome, a rua, a violência e todas as barreiras que historicamente atingem mulheres negras em situação de vulnerabilidade. Transformou essa dor em trabalho, dignidade e influência positiva para milhares de pessoas. Representa vitória, resistência e ascensão — e é exatamente por isso que incomoda.

Não é coincidência que, diante de uma simples presença no local dos fatos — sem qualquer prova de autoria, posse de drogas ou participação em crime — Yre tenha sido imediatamente tratada como culpada, exposta e arrastada para o centro de acusações que não recaem sobre ela. O que existe aqui é um padrão: a criminalização automática de corpos negros, a suposição de culpa baseada em aparência, origem e passado. A mesma sociedade que a aplaudiu quando era exemplo de superação agora a empurra de volta para o estigma que ela lutou toda a vida para superar.

A defesa reafirma que Yre é inocente, não praticou qualquer crime e está sendo colocada em um lugar que não lhe pertence. Continuaremos atuando com rigor técnico para garantir que a verdade prevaleça — e que mais uma mulher negra não seja sacrificada para alimentar narrativas prontas, preconceituosas e sensacionalistas.

[SOBRE ANTÔNIO] Reafirmamos a inocência, e vamos provar através da justiça, que o mesmo não tem nenhum envolvimento com os crimes imputados, tal acusação é infundada e foi considerada ilegal! Fora de todas as hipóteses de flagrante.

Dr. Pedro Henrique Pereira Machado 
Advogado – OAB/GO 64009

<h2>Nota da PMGO</h2>

A Polícia Militar do Estado de Goiás informa que identificou e conduziu os suspeitos do crime à autoridade de Polícia Judiciária, que ratificou a prisão em flagrante. O caso segue agora seu trâmite regular perante o Poder Judiciário. 
 
A Corporação reafirma seu compromisso permanente com a legalidade, a transparência e a proteção da sociedade goiana, mantendo sua atuação pautada pelos princípios constitucionais e pelas normas que regem a atividade policial. 
 
Assessoria de Comunicação Social 
5ª Seção do Estado-Maior Estratégico – PMGO

'Mendigata de Goiás' é suspeita de mandar matar homem em situação de rua

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