O avião da Força Aérea Brasileira que vai repatriar brasileiros que deixaram a Ucrânia nos últimos dias, fugindo da guerra no país, está previsto para deixar a Base Aérea de Anápolis por voltas das 10h desta <a href="https://opopular.com.br/noticias/mundo/defesa-diz-que-avi%C3%A3o-para-buscar-brasileiros-na-pol%C3%B4nia-deve-sair-de-an%C3%A1polis-na-segunda-7-1.2412910" target="_blank">segunda-feira (7)</a>. No final de semana, o modelo KC-390 Millennium, da FAB, foi para São Paulo para ser abastecido com insumos que devem ser levados para a ajuda humanitária no país europeu.O voo, que sai de Brasília, está programado para 15h, com destino a Varsóvia, na <a href="https://opopular.com.br/noticias/cidades/aeronave-da-fab-sai-de-an%C3%A1polis-e-se-prepara-para-buscar-brasileiros-que-viviam-na-ucr%C3%A2nia-1.2414454" target="_blank">Polônia</a>, onde os brasileiros devem embarcar. Já o pouso na capital polonesa está previsto para quarta-feira (9), e os brasileiros repatriados devem chegar ao Brasil na quinta-feira (10). O Itamaraty informou que cerca de 500 brasileiros viviam no país ucraniano desde o início dos conflitos, destes, mais de 100 já deixaram a Ucrânia.&nbsp;&nbsp;

Avião da FAB que vai trazer brasileiros que viviam na Ucrânia parte nesta segunda-feira (7)

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VÍDEO DA DECOLAGEM

<div attr-cid="policy:1.3278485" attr-version="policy:1.3278485:1750270511" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.3278485" data-onecms-type="article" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.3278485', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.3278485">VÍDEO DA DECOLAGEM (1.3278485)</a></div>

A Base Aérea de Anápolis (BAAN) recebeu um novo&nbsp;caça supersônico, o F-39 Gripen. Segundo a Força Aérea Brasileira (FAB), após chegar ao Brasil, a aeronave levou cerca de 1h21 de Santa Catarina até Goiás. O caça&nbsp;desembarcou no País após ter sido transportado por 20 dias em um navio holandês,&nbsp;de Norrköping, na Suécia,&nbsp;até o país&nbsp;(veja acima vídeo da decolagem e os detalhes do caça).&nbsp;&nbsp;

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O F-39 Gripen é a décima aeronave deste modelo fabricada na Suécia. Chegou à BAAN na última terça-feira (17) às 12h41. No entanto, ele já havia desembarcado no Brasil. O caça chegou em Navegantes, em Santa Catarina,&nbsp;na última quinta-feira (12), às 16h. Após a chegada, a aeronave foi preparada para a viagem até a BAAN. Desta forma, a FAB informou que foi feita a instalação de assento ejetável, kit de sobrevivência, além do abastecimento.&nbsp;&nbsp;

Conforme a Força Aérea, foi necessário realizar uma minuciosa operação de retirada do caça e o deslocamento até o aeroporto para a aeronave decolar em território nacional. Cristiano de Oliveira Peres, piloto de prova do Instituto de Pesquisas e Ensaios em Voo (IPEV) e&nbsp;tenente-coronel aviador, foi o primeiro a pilotar o caça. <a href="https://youtu.be/5MV2E-JgaLE?si=SPeWszIXS2IXByLP" target="_blank">No vídeo divulgado pela força aérea</a>, ele informa da satisfação em pilotar essa aeronave pela primeira vez.&nbsp;

<cite>Já é a sexta vez que realizo essa atividade de transladar um Gripen daqui de Navegantes para Anápolis. A satisfação continua a mesma de voar um avião recém-saído da fábrica pela primeira vez no espaço aéreo nacional", informou o piloto.&nbsp;</cite>

Segundo a força aérea, o pouso desta aeronave no Brasil representa um importante marco na história do F-39 no país. Isso porque, conforme a FAB, a aeronave de matrícula FAB-4110, apesar de ser o décimo modelo sueco, é o primeiro caça entregue com modificações e novas atualizações, isso representa um salto de capacidade comparado a outras aeronaves.&nbsp;

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F-39 Gripen de matrícula FAB-4110 (Tenente Kelly Erdmann / CECOMSAER)

<div class="p-readmore-box"> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/moradores-s-o-surpreendidos-com-sobrevoo-de-mais-de-20-avi-es-e-helicopteros-para-evento-do-agro-em-nova-crixas-video-1.3277071" target="_self">Moradores são surpreendidos com sobrevoo de mais de 20 aviões e helicópteros para evento do agro em Nova Crixás; vídeo</a> 
<a href="https://opopular.com.br/economia/fazenda-que-recebeu-mais-de-20-aeronaves-em-evento-foi-considerada-a-mais-sustentavel-do-brasil-e-lider-em-confinamento-1.3277933" target="_self">Fazenda que recebeu mais de 20 aeronaves em evento foi considerada a mais sustentável do Brasil e líder em confinamento</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/novo-onibus-superarticulado-100-eletrico-ja-circula-no-eixo-anhanguera-1.3278224" target="_self">Novo ônibus superarticulado 100% elétrico já circula no Eixo Anhanguera</a></div>

<h2>F-19 Gripen&nbsp;</h2>

O caça possui os sensores mais atuais para defesa aérea, emprego ar-solo, repercutindo na redução da carga horária de trabalho do piloto. Além disso, possui armas para operação em ambientes hostis e cenários de combate, capacidade ar-ar e ar-solo, além de tempo reduzido de reabastecimento.&nbsp;

A aeronave será incorporada ao esquadrão de caça da Força Aérea Brasileira. Conforme a FAB, o caça amplia a capacidade defensiva do país e aumenta a transferência de tecnologia e a expansão da indústria nacional de defesa.&nbsp;

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F-39 Gripen no aeroporto (Divulgação / Força Aérea Brasileira)

Veja detalhes do caça supersônico transportado de navio para o Brasil que chegou à Base Aérea de Anápolis

F-19 GRIPEN

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que Vladimir Putin "ficou completamente louco" após os <a href="https://opopular.com.br/mundo/putin-faz-maior-ataque-aereo-na-ucrania-e-zelenski-culpa-trump-1.3268244" target="_self">maiores ataques aéreos</a> em sua guerra contra a Ucrânia, ocorridos de sábado (24) para cá.

Segundo a reportagem ouviu de três pessoas do entorno do Kremlin e do Ministério da Defesa da Rússia, o americano talvez precise ir além da postagem na rede Truth Social: Putin está preparando uma ofensiva de grandes proporções para o verão do Hemisfério Norte, no mês que vem.

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A tensa dinâmica está estabelecida no momento em que os russos prometem apresentar sua proposta de acordo de paz com o vizinho invadido em 2022, enquanto Kiev exige um cessar-fogo imediato que Trump desistiu de apoiar.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/mundo/putin-faz-maior-ataque-aereo-na-ucrania-e-zelenski-culpa-trump-1.3268244" target="_self">Putin faz maior ataque aéreo na Ucrânia, e Zelenski culpa Trump</a> 
 
<a href="https://opopular.com.br/mundo/drones-fecham-aeroportos-de-moscou-na-vespera-da-visita-de-lula-a-putin-1.3260836" target="_self">Drones fecham aeroportos de Moscou na véspera da visita de Lula a Putin</a> 
 
<a href="https://opopular.com.br/mundo/ataque-mata-34-em-novo-alvo-de-putin-na-ucrania-1.3252106" target="_self">Ataque mata 34 em novo alvo de Putin na Ucrânia&nbsp;</a></div>

Na madrugada de sábado para domingo (25), Putin promoveu o maior bombardeio da guerra, com 367 drones e mísseis empregados, matando 12 pessoas. Após dizer que "não estava feliz" e que não sabia o "que diabos aconteceu com ele" a repórteres, Trump voltou à carga.

"Eu sempre tive uma relação muito boa com Vladimir Putin, mas algo aconteceu com ele. Ele ficou completamente LOUCO! Ele está matando um monte de gente sem necessidade, e não só soldados", escreveu na rede.

"Eu sempre disse que ele quer toda a Ucrânia, não só um pedaço dela, e talvez isso esteja me provando certo. Mas se for assim, isso levará à queda da Rússia!", afirmou, ignorando o alinhamento que demonstrou às motivações de Putin nos últimos meses.

Trump não poupou o presidente Volodimir Zelenski, "que não está ajudando seu país falando da forma como ele fala". "Tudo o que sai da sua boca causa problemas, eu não gosto disso, ele deveria parar", escreveu, em referência à crítica feita pelo ucraniano ao americano no domingo, quando ele disse que o "silêncio dos EUA" encorajava Putin.

Aos jornalistas, Trump disse que os EUA poderiam considerar endurecimento de sanções aos russos, algo que a União Europeia e o Reino Unido já fizeram na semana passada. Até aqui, ele dizia ser contra essas medidas.

Nesta madrugada, o russo seguiu com o que o Kremlin chamou de retaliação pela grande onda de ataques de drones da Ucrânia, que somaram mais de 1.500 aparelhos derrubados na Rússia desde a segunda passada (19).

Putin repetiu a dose do domingo, lançando 364 drones e mísseis. O ataque não deixou mortos e foi menos destruidor porque, diferentemente da véspera, quando foram usados 69 mísseis, mais eficazes e de difícil interceptação, nesta segunda foram 9 —e nenhum balístico, os mais perigosos.

Segundo a reportagem ouviu em Moscou, até aqui o presidente está convencido de que pode negociar aumentando a pressão militar. Uma pessoa próxima do Kremlin disse que a cúpula militar acredita ser possível completar a conquista dos quatro territórios anexados ilegalmente em 2022 e avançar no norte do país.

Como a Folha de S.Paulo mostrou em novembro, o Kremlin até já imprimiu livro didático para a região de Kharkiv, no norte, sem esconder suas pretensões. Jornais ingleses e alemães disseram, no fim de semana, que ela será um dos alvos, ao lado da vizinha Sumi, da ofensiva.

Um analista militar russo ouvido diz que pode haver avanço ali, mas que é mais provável que ele seja um diversionismo para um ataque contra a rica área de Dnipropetrovsk, onde estão as principais reservas de minerais estratégicos de Kiev.

Pesa também a realidade: Kharkiv, que já foi parcialmente ocupada no começo da guerra, é muito difícil de conquistar. A capital homônima é a segunda maior cidade da Ucrânia, não um vilarejo no descampado que marca boa parte da linha de frente em outros pontos. Segundo o analista, a Rússia não tem gente suficiente para tomá-la.

Um integrante da elite russa expressou o que chamou de "profundo desânimo" com os renovados tambores de guerra. Ele conta que colegas seus, empresários de grosso calibre, vinham comprando ativos de empresas de energia russas na Bolsa desde que Trump assumiu, otimistas com a perspectiva de reabertura da Rússia à economia global.

Agora, diz, há um senso de pânico com o risco de escalada e temor de uma nova mobilização, algo por ora descartado pelo Kremlin. Há também o medo, esse de realização mais improvável na prática, de que a guerra enfim ultrapasse fronteiras e envolva os membros euopeus da Otan, a aliança militar liderada pelos EUA.

Há também a possibilidade de que tudo isso seja um grande blefe, mas as imagens de satélite sugerindo que até 50 mil soldados estão se reunindo perto da fronteira em Sumi e Kharkiv dão gravidade à jogada —se for isso mesmo, dado que há um grau de morde-e-assopra da parte russa.

Moscou e Kiev, afinal de contas, promoveram no fim de semana também a maior troca de prisioneiros da guerra, mil de cada lado. Ela decorreu das primeiras negociações diretas desde 2022, ocorridas há duas semanas e que deverão ter continuidade.

O Kremlin adotou o sangue-frio nesta segunda. Questionado sobre a fala de Trump, o porta-voz Dmitri Peskov apenas agradeceu aos EUA pelos esforços em favor da paz na região, e voltou a dizer que os ataques foram apenas uma medida de autodefesa tomada por Putin.

Peskov lembrou das ameaças de Kiev quando o russo recebeu líderes aliados, como Xi Jinping e Lula, para a parada do Dia da Vitória no começo do mês.

Zelenski não se intimidou e também manteve a agressividade, dentro dos limites de suas capacidades. Seguiu a campanha de ataques com drones nesta segunda, com a Rússia dizendo ter derrubado 96 aparelhos, sendo obrigada a fechar os quatro aeroportos de Moscou temporariamente —uma rotina que tem causado caos aéreo no país.

Putin prepara nova ofensiva; Trump diz que russo ficou completamente louco

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TENSÃO INTERNACIONAL

O Ministério das Relações Exteriores da Rússia afirmou que a viagem do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, a Washington, nos EUA, foi um "fracasso político e diplomático". A declaração da porta-voz russa ocorreu um dia após o bate-boca com o presidente Donald Trump, na Casa Branca.

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Ministra Maria Zakharova escreveu sobre o que chamou de "incapacidade" do presidente ucraniano. "O lado russo afirmou repetidamente sobre a inadequação, a corrupção e a incapacidade de Zelensky de negociar a todos os níveis." Ex-presidente russo Dmitry Medvedev disse que Zelensky recebeu um "tapa sólido" na reunião com Trump.

Zakharova descreveu o comportamento do presidente da Ucrânia como "escandalosamente grosseiro" durante a estadia em Washington. Ela disse ainda que as ações dele na ocasião são "uma ameaça mais perigosa para a comunidade mundial como instigador irresponsável de uma grande guerra."

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/mundo/no-3-aniversario-da-guerra-macron-se-reune-com-trump-por-paz-na-ucrania-1.3234461">No 3º aniversário da guerra, Macron se reúne com Trump por paz na Ucrânia</a> 
<a href="https://opopular.com.br/opiniao/artigos/hora-de-traduzir-trump-2-0-1.3196810">Hora de traduzir Trump 2.0&nbsp;</a> 
<a href="https://opopular.com.br/comprova/pris-o-de-putin-em-possivel-vinda-ao-brasil-depende-do-judiciario-e-n-o-de-lula-entenda-1.3184734">Prisão de Putin em possível vinda ao Brasil depende do Judiciário e não de Lula; entenda&nbsp;</a></div>

A ministra disse ainda que Zelensky está "obcecado em continuar a guerra". "Nas atuais condições políticas cada vez mais deterioradas para o regime de Kiev, esta figura não é capaz de demonstrar responsabilidade e está, portanto, obcecada em continuar a guerra, rejeitando a paz, que para ele é como a morte.

Zakharova chamou o bate-boca entre Trump e Zelensky de "surra" sem precedentes na história e na diplomacia internacional. Segundo ela, a discussão é "uma prova da fraqueza política e da extrema degradação moral dos líderes europeus que continuam a defender o apoio ao líder insano do regime nazi, que perdeu o contato com a realidade."

Ministra disse que objetivos da Rússia continuam a sendo a "desmilitarização e a desnazificação da Ucrânia". "Quanto mais cedo Kiev e as famosas capitais europeias perceberem isso, mais próxima estará a resolução pacífica da crise ucraniana."

<h2>Trump chama Zelensky de ditador</h2>

Declaração de 19 de fevereiro é mais um capítulo na história tensa que vive a relação entre Kiev e Washington. O mandato do ucraniano terminou em 2024. Zelensky foi eleito para um mandato de cinco anos, mas já completou mais de 9 meses como presidente. A lei ucraniana prevê a possibilidade de não haver eleições durante períodos de guerra.

Resposta veio após ucraniano dizer que americano vive em um "espaço de desinformação". Trump tem se aproximado da retórica de Moscou, demonstrando um alinhamento cada vez mais afinado com o presidente Vladimir Putin.

Zelensky afirmou que quer o fim da guerra em 2025 e que a Ucrânia "não está a venda". Um assunto que deve ser pauta no encontro entre o enviado americano à Kiev, Keith Kellogg, e o presidente ucraniano é o acordo proposto pelos EUA sobre os recursos minerais do país europeu. Washington esperava obter acesso a 50% dos minerais estratégicos da Ucrânia como compensação por sua ajuda militar e econômica. O acordo foi negado pelo europeu.

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Rússia diz que Zelensky está 'obcecado por guerra' e cita fracasso nos EUA

Exterior

No dia 24 de fevereiro de 2022, o mundo foi tomado de surpresa. Tropas russas adentraram o território ucraniano dando início à primeira guerra envolvendo dois países europeus desde o fim da segunda Guerra Mundial. Dentre as alegações russas para o que chamou de Operação Militar Especial, a principal delas se trata da ofensiva perpetrada pela OTAN de avanço rumo ao leste europeu.

É interessante considerar que geopolíticos, internacionalistas e políticos da expressão de Henry Kissinger, Zibgniew Brzezinski e George Kennan haviam alertado para a gravidade da política adotada pela OTAN, aliança militar criada por doze países europeus e pelos Estados Unidos em 4 de abril de 1949, de incorporação de novos membros. Kennan inclusive afirmou que tal decisão seria um “erro fatal”.

Desde o fim da Guerra-Fria, a aliança militar incorporou 16 países, dentre eles antigos participantes do extinto Pacto de Varsóvia. A OTAN possui, atualmente, 32 países-membros e as razões de seu surgimento remetem aos primórdios da Guerra-Fria. Não é exagero concluir, portanto, que não faltam razões para que a Rússia se veja diante de um “cerco”, comprometendo sua soberania.

As motivações do cerco são, todavia, mais complexas. Diante da ascensão econômica chinesa e o arrefecimento de poder vivenciado pelos EUA nos anos recentes, produto de uma ordem global cada vez mais multipolar, o chamado “mundo Ocidental” tenta travar uma batalha com o Oriente, o que passa, inclusive, pelo fortalecimento da OTAN. Não se trata de uma nova Guerra-Fria como defendem alguns, mas de uma conjuntura bastante incerta no âmbito da ordem global, marcada pelo rearranjo das forças econômicas, políticas e militares.

A Guerra da Ucrânia é, até aqui, o ponto máximo desse “caos sistêmico”, a partir do qual novas balizas deverão ser adotadas para os rumos da geopolítica mundial. O conflito inaugura um contexto de acirramento das tensões e a necessidade de novos acordos. Basta mencionar os possíveis atritos entre os EUA e a China em torno da questão de Taiwan ou, ainda, a relevância geopolítica do Irã para a política externa americana.

É certo que o fundamento das tensões consiste no interesses materiais das principais economias. Muitas vezes a garantia da paz é a certeza da proteção ou a salvaguarda econômica representada pela possessão territorial. Esse parece ser o rumo para um possível armistício, senão a paz, entre a Rússia e a Ucrânia. Enquanto Moscou tem afirmado que não aceitará um acordo de paz sem que sejam reconhecidos os direitos sobre os territórios anexados, Kiev tem dito que um acordo de paz passa inexoravelmente pela garantia de proteção por parte especialmente dos EUA.

Ao que tudo indica, os americanos cobrarão por esta defesa e é bem provável que o acesso às terras raras ucranianas será o preço a se pagar, permitindo que os EUA reduzam sua dependência das importações de minérios provenientes da China. O binômico Guerra e paz parece ser acompanhado pelo binômio proteção e lucros.

Glauber Lopes Xavier é pós-doutor em Ciências Sociais e professor adjunto do Departamento de Economia da Universidade Estadual de Goiás (UEG)