O avião monomotor que caiu em uma casa no Setor Santos Dumont, na região oeste de Goiânia, começou a ser desmontado nesta quarta-feira (15), dois dias após a ocorrência. Técnicos do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) acompanharam o início dos trabalhos para a remoção da aeronave, conduzida pelo piloto Maurício Braga Araújo, de 72 anos, junto a mecânicos especializados. A estrutura metálica deve ser totalmente removida do local na manhã desta quinta-feira (16).A queda do monomotor anfíbio experimental do modelo Seamax M-22, de matrícula PU-DNA, ocorreu por volta de 12 horas de segunda-feira (13), na residência da dona de casa Geralda de Souza Furtado, de 68 anos, mas ninguém ficou ferido. No mesmo dia, o Cenipa deu início à investigação para apurar as causas do acidente. O piloto alegou falha no motor quando se preparava para o pouso na Escola de Aviação, nas proximidades da GO-070, quando voltava de um evento em Jataí, no Sudoeste goiano. Por isso, deu início a um pouso forçado.No fim da tarde desta quarta-feira, após o desmonte da estrutura metálica, o piloto e os ajudantes começaram a ser retiradas partes móveis menores da aeronave. Conforme Araújo, a remoção total deve ser concluída na manhã de quinta. A aeronave está sendo desmontada tanto para facilitar a retirada, como para preservar as peças de novos danos. O piloto não quis dar mais detalhes sobre a operação de retirada, mas enfatizou que o monomotor teve vários danos. E ao ser questionado sobre o conserto, brincou: “nada que 1 milhão de dólares não resolva”. Os materiais para a investigação foram levados pelos técnicos do Cenipa.Familiares da dona de casa mencionaram que, agora, deve ser feita uma perícia indenizatória. Parte do teto na parte posterior da casa desabou, uma caixa d’água foi quebrada e rachaduras também foram vistas no local. Além disso, uma grade foi derrubada e uma máquina de lavar, um tanquinho e um fogão ficaram danificados e sob escombros. O valor de indenização à família afetada deve ser pago por um seguro obrigatório para aeronaves denominado Responsabilidade do Explorador ou Transportador Aéreo (Reta), que arca com danos causados a terceiros. Por enquanto, eles estão morando na casa de outros parentes até a verificação da segurança da estrutura.No dia do acidente, Geralda estava organizando as últimas roupas na área de serviço, que foi atingida pela aeronave, quando ouviu o filho chamá-la no portão. Ao sair do local, o monomotor desabou sobre a casa. Nenhum dos dois se feriu, mas a idosa teve de ser levada a casa de vizinhos após ter passado mal. O piloto também saiu do avião consciente, com apenas cortes na cabeça e escoriações pelo corpo. Ele foi socorrido primeiramente por pessoas da vizinhança da residência atingida e depois por bombeiros militares, sendo em seguida levado ao Hospital Estadual de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol). Após exames, não foram detectadas fraturas. No dia seguinte ao acidente, Araújo falou com o POPULAR como foram os segundos seguintes a identificação da pane no motor. “Foi aqui em cima, porque eu já vinha em procedimento de descida para a pista. Vim descendo para mil pés, que são 300 metros. Aí, de repente, o motor ‘pá pá pá’… e eu, aqui em cima. Dei uma volta de 360 graus de novo, para ver se ele pegava para eu ir para a pista. Eu fiz três tentativas, não deu. Eu já fui lá na frente, configurei e vim descendo planando”, disse. Ele, contudo, já tem vontade de voltar a voar. “E se todo mundo que batesse carro não dirigisse mais? Isso não acontece, não é? Com o avião tem de ser a mesma coisa”, enfatizou.