O bispo Oídes José do Carmo, presidente da Assembleia de Deus Ministério Madureira - Campo de Campinas (AD Campinas), afirmou que mandou dispensar a <a href="https://opopular.com.br/cidades/associac-o-e-intermediaria-em-emenda-de-vereadora-para-show-gospel-em-goiania-1.3302952" target="_self">emenda impositiva no valor de R$ 950 mil</a> que a vereadora Leia Klebia (Podemos) destinou para a Associação Goiana de Atualização e Realização do Cidadão (Agarc) usar como apoio na estrutura da 34ª edição do Conectados, congresso realizado anualmente pela igreja presidida pelo bispo, com ministrações e shows gospel voltados para o público evangélico jovem.&nbsp;

A declaração do líder religioso foi dada ao POPULAR após publicação de reportagem pelo jornal mostrando que a Agarc não tinha nenhuma experiência neste tipo de evento e nem relação com o segmento evangélico e que, segundo a associação, o repasse foi um pedido da própria vereadora, para que apoiasse a AD Campinas na relação do evento gospel. Oídes disse que estava em viagem para os Estados Unidos e retornou no sábado (23), quando então buscou todas as informações sobre esta parceria com a associação.

O bispo afirma que ainda no final de semana já entrou em contato com a vereadora informando que a AD Campinas não tem interesse no valor da emenda para a promoção do Conectados e que a verba não será utilizada no evento. “A associação citada que faça uso para as finalidades que achar conveniente”, escreveu Oídes em mensagem ao jornal. A vereadora foi procurada nesta segunda-feira pelo POPULAR, porém não deu retorno nem por mensagem nem por telefone. O jornal também não conseguiu falar com Carmelúcia Rodrigues de Oliveira, representante da Agarc.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/associac-o-e-intermediaria-em-emenda-de-vereadora-para-show-gospel-em-goiania-1.3302952" target="_self">Associação é 'intermediária' em emenda de vereadora para show gospel em Goiânia</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/creditos-suplementares-ampliam-recursos-para-shows-a-r-9-2-milh-es-1.3267931" target="_self">Créditos suplementares ampliam recursos para shows a R$ 9,2 milhões</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/mp-go-questiona-prorrogac-o-da-calamidade-apos-recursos-a-shows-1.3266960" target="_self">MP-GO questiona prorrogação da calamidade após recursos a shows</a></div>

O termo de fomento entre a Secap e a Agarc foi assinado em 13 de agosto e o recurso da emenda da vereadora foi repassado seis dias depois. A legislação impede que a Agarc use o dinheiro para outra atividade diferente do que está previsto no plano de trabalho aprovado, no caso o apoio ao Conectados. Em julho, a Polícia Civil fez uma operação contra associações sem fins lucrativos - o Instituto Vida Gestão Ambiental e Municipal e o Instituto Ação Goiás - por suspeita de fraudes, sendo que uma das irregularidades foi justamente mudar o objeto de uma emenda já paga.

O POPULAR entrou em contato com a Secretaria Municipal de Articulação Institucional e Captação (Secap) questionando sobre os procedimentos que poderiam ser adotados pela vereadora e pela Agarc caso o dinheiro não seja realmente usado no evento gospel, porém a assessoria de imprensa da pasta informou apenas que não recebeu nenhuma notificação oficial da associação sobre o assunto. A Secap é responsável pela formalização do repasse de recursos oriundos de emendas impositivas ao orçamento municipal para a entidade beneficiada.

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Leia é casada com o pastor Jorge Pereira, da Assembleia de Deus do Jardim Mirabel (AD Mirabel), uma das mais de 500 congregações da AD Campinas. Carmelúcia afirma que em uma reunião a vereadora sugeriu ampliar o foco do trabalho da associação, apresentando então a proposta para participar da estruturação do evento gospel. Até então, a associação vinha atuando com assistência social, moradia popular e qualificação profissional.

O Conectados será realizado no Goiânia Arena nos dias 27 e 28 de setembro, e cada inscrição custa R$ 90. A previsão de público é em torno de 10 mil jovens. Participam do evento o próprio líder da AD Campinas e mais dez pastores, mas o principal atrativo são os 14 shows de músicos e bandas gospel de Goiás e outros Estados.&nbsp;

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Bispo diz que não vai aceitar emenda de R$ 950 mil para evento gospel em Goiânia

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Verba pública

Uma associação sem fins lucrativos e sem ligação com o segmento evangélico recebeu R$ 950 mil em emenda impositiva da vereadora Leia Klebia (Podemos) para financiar um evento realizado pela Assembleia de Deus Ministério Madureira - Campo de Campinas (AD Campinas) a ser realizado no final de setembro – a 34ª edição do Conectados, congresso com ministrações e shows gospel voltados para o público jovem. Leia é casada com o pastor Jorge Pereira, responsável pela Assembleia de Deus do Jardim Mirabel (AD Mirabel), uma das mais de 500 congregações da AD Campinas.

<a href="https://www.whatsapp.com/channel/0029Va9rbSgCHDyl4gQj7A1C" style="color: rgb(0, 136, 204); text-decoration-line: none; font-family: &quot;Lucida Grande&quot;, &quot;Lucida Sans&quot;, geneva, arial, sans-serif; font-size: 12px; background-color: rgb(238, 238, 238);" target="_blank">🔔 Siga o canal de O POPULAR no WhatsApp</a>

Responsável pela Associação Goiana de Atualização e Realização do Cidadão (Agarc), Carmelúcia Rodrigues de Oliveira afirma que foi a própria Leia quem pediu para que a associação aceitasse a emenda. Segundo Carmelúcia, a vereadora é “amiga da gente” e em uma reunião sugeriu ampliar o foco do trabalho da associação, apresentando então a proposta para participar da estruturação do evento gospel. Até então, a associação vinha atuando com assistência social, moradia popular e qualificação profissional.

O plano de trabalho apresentado à Prefeitura de Goiânia – uma exigência legal para respaldar o repasse do recurso indicado pela vereadora – informa muito pouco sobre qual será o papel da Agarc junto ao congresso realizado anualmente pela AD Campinas. “O presente projeto visa colaborar com a igreja evangélica Assembleia de Deus - Ministério Campinas para em parceria realizar o projeto Jovens Conectados, voltado para a juventude de diversas religiões”, afirma no documento. Também promete um público de 10 mil jovens no evento.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/politica/creditos-suplementares-ampliam-recursos-para-shows-a-r-9-2-milh-es-1.3267931" target="_self">Créditos suplementares ampliam recursos para shows a R$ 9,2 milhões</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/mp-go-questiona-prorrogac-o-da-calamidade-apos-recursos-a-shows-1.3266960" target="_self">MP-GO questiona prorrogação da calamidade após recursos a shows</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/repasses-para-shows-chegam-a-r-7-3-milh-es-e-viram-alvo-do-mp-1.3266479" target="_self">Repasses para shows chegam a R$ 7,3 milhões e viram alvo do MP</a></div>

Carmelúcia afirma ao POPULAR que a Agarc terá uma equipe dentro do congresso para prestar apoio aos jovens e avaliar o impacto do evento para esse público. Ainda segundo ela, posteriormente, a associação iria apresentar aos organizadores do Conectados sugestões do que poderia ser melhorado para as próximas edições. Entretanto, no plano de trabalho, a Agarc afirma que apenas fornecerá a estrutura física e de apoio, como camisetas, tendas e fotógrafos. Não há nenhuma referência a qualquer tipo de trabalho que envolva relacionamento com o público ou as lideranças religiosas.

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Bispo Oides pedir voto para e Leia Klebia (Reprodução)

A documentação aprovada pela Prefeitura – que informa uma data errada do evento – apresenta uma lista com os custos do que será executado com o recurso da emenda. O maior gasto é com o palco e a estrutura anexa, como banheiros químicos e camarins: R$ 750 mil. A confecção de camisetas vai consumir mais R$ 133,5 mil. Durante a entrevista para o jornal, Carmelúcia comentou que uma das empresas responsáveis pelos serviços já estava pressionando para receber metade do previsto e dar início aos trabalhos. O congresso está previsto para os dias 27 e 28 de setembro.

<h2>Pagamento feito</h2>

O extrato do termo de fomento assinado pela Secretaria Municipal de Articulação Institucional e Captação (Secap) com a Agarc foi publicado no Diário Oficial do Município (DOM) em 13 de agosto e o pagamento da emenda foi efetivado no dia 19, segundo consta no portal de transparência da Prefeitura. Um dia antes, a vereadora afirmou ao jornal que o repasse não seria feito por causa de diligências realizadas pela administração municipal. Porém, o próprio Paço Municipal confirmou que não houve problemas.

A Agarc também apresentou à Secap, que é responsável pela formalização dos repasses, cópias de orçamentos feitos para estimar os custos com o serviço a ser feito no Conectados. Alguns dos proponentes dos valores mais baixos, que batem com a estimativa apresentada no plano de trabalho, são de empresas e pessoas com alguma relação com a AD Campinas ou mesmo com a vereadora, conforme pesquisa feita pelo POPULAR. Não consta na relação o orçamento das camisas, que, aliás, aparecem como se já estivessem disponíveis no perfil do Conectados no Instagram desde julho.

Entre 2021 e 2024, a Agarc recebeu R$ 3,18 milhões em recursos públicos da Prefeitura de Goiânia, a maior parte oriunda de emendas impositivas. Até então, os serviços prestados pela associação eram voltados para habitação popular, com construção de moradias dentro do programa Minha Casa Minha Vida, do governo federal, e principalmente na qualificação social e profissional de jovens. Os atestados de capacidade técnica entregues à Prefeitura para conseguir a emenda da vereadora foram para esses dois serviços.

Não é a primeira emenda que a vereadora repassa para a Agarc. Em consulta ao Diário Oficial do Município (DOM), o jornal encontrou duas, que somam R$ 1,05 milhão. Ambas eram voltadas para a área social e cultural em atividades e foram desenvolvidas entre 2023 e 2024. A associação também recebe emendas de outros vereadores. Ainda falta receber mais R$ 185 mil de duas emendas previstas para este ano, porém sem relação com eventos religiosos. A associação também desenvolve projetos sociais esporádicos em outras cidades, como Aparecida de Goiânia.

Além da emenda para a Agarc neste ano, a vereadora destinou mais R$ 250 mil para a Associação Beneficente e Cultural Evangélica (ABCE), presidida pelo bispo Oídes José do Carmo, presidente da AD Campinas. No final do ano, Leia publicou um vídeo em suas redes sociais em que recebe o agradecimento da esposa de Oídes, a bispa Neusa César do Carmo, por atuar junto à Prefeitura na aprovação de lei que autoriza a cessão de área pública à ABCE. Em setembro de 2024, a vereadora publicou outro vídeo em que o bispo pede apoio para a reeleição dela à Câmara.

O congresso Conectados será realizado no Goiânia Arena, e cada inscrição custa R$ 90. Está prevista a participação do próprio líder da AD Campinas e mais dez pastores, cada um com um tempo de fala, e a apresentação de 14 shows de músicos e bandas gospel de Goiás e outros Estados. O evento terá duração de dois dias, sempre das 8 às 21 horas. Antes, entre os meses de agosto e setembro, a AD Campinas realiza eventos na sede da igreja em Goiânia e no interior, chamados de “pré-congresso”. No ano passado, a estimativa foi de que 10 mil pessoas participaram do Conectados.

<h3>Apoio</h3>

Ao POPULAR, Carmelúcia disse que a ONG não está sendo usada apenas como intermediária para receber o recurso em nome da AD Campinas e que a associação vai atuar no evento trabalhando com a expertise que possui no atendimento social. Ela diz que aceitou o pedido de ajuda pela oportunidade de alcançar um público jovem fazendo com que eles possam ter apoio religioso, algo que ela considera importante na vida de uma pessoa. “Vamos estar trabalhando no evento, pode nos procurar lá”, garantiu.

A representante da Agarc argumenta que viu no apoio ao Conectados uma forma de ampliar as formas como a ONG tenta trabalhar seu principal foco, que seria dar um encaminhamento a pessoas em situação de vulnerabilidade para que resolvam suas carências. “É um momento de ofertar outro fator para o jovem, um muito importante, que é o religioso. Dá uma balançada no jovem e mostra que existe um caminho para que o jovem esteja inserido na sociedade, com Deus. (Um evento como esse) Dá encaminhamento ao jovem e para a família dele.”

A vereadora foi procurada pelo jornal desde segunda-feira (18). Inicialmente, ela pediu para que procurasse sua assessoria jurídica e depois afirmou que a emenda para a Agarc não seria paga. Desde então, Leia ignora as mensagens deixadas pela reportagem no WhatsApp. O POPULAR entrou em contato com a AD Campinas. O bispo Oídes disse que não cuida pessoalmente dos grandes eventos da igreja e que existe uma diretoria para isso. Ele afirmou que se informaria sobre o assunto e retornaria, o que não aconteceu.

Associação é 'intermediária' em emenda de vereadora para show gospel em Goiânia

Gastos públicos

Ritmo lento

O cumprimento das <a href="https://opopular.com.br/politica/pagamento-de-emendas-tera-r-10-milh-es-por-mes-diz-paco-1.3289144" target="_self">emendas impositivas</a> apresentadas pelos deputados estaduais ao orçamento deste ano ficou restrito a apenas 1,23% das indicações efetivamente pagas aos destinatários e 7,2% empenhadas no primeiro semestre. Os números constam de levantamento do POPULAR com base no sistema da Secretaria Estadual de Relações Institucionais (Serint).

Deputados ouvidos pela reportagem admitem a demora para o cumprimento das indicações do orçamento impositivo, mas se dividem entre aqueles que indicam supostos fatores políticos para a lentidão e outros que naturalizam novas exigências técnicas do governo estadual para proceder com o pagamento. Apesar da promessa de avanço nos sistema de transparência, os dados para monitoramento das emendas são atualizados apenas uma vez por mês, sempre no 1º dia útil.

Além da baixa frequência de publicação dos montantes empenhados e pagos, o novo sistema para gestão das emendas, lançado em fevereiro, não permite acesso público ao detalhamento de cada indicação. O portal EmendasGO permitiu maior agilidade para o cadastro de entidades beneficiadas, apresentação de documentos e certidões, além de possível alteração do objeto e destino dos recursos, dentro do mesmo exercício. As informações, no entanto, só podem ser acessadas por deputados e servidores.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/politica/pagamento-de-emendas-tera-r-10-milh-es-por-mes-diz-paco-1.3289144" target="_self">Pagamento de emendas terá R$ 10 milhões por mês, diz Paço</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/deputados-aprovam-pec-que-ressuscita-emendas-perdidas-1.3284892" target="_self">Deputados aprovam PEC que ressuscita emendas 'perdidas'</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/em-meio-a-crise-bancada-de-goias-teve-r-106-milh-es-em-emendas-pagos-1.3279400" target="_self">Em meio a crise, bancada de Goiás teve R$ 106 milhões em emendas pagos</a></div>

O secretário de Relações Institucionais, Armando Vergílio, defendeu ao POPULAR a atual frequência de atualização dos valores no site da pasta. Segundo ele, o processo depende do “fechamento”. “Nós precisamos publicar e a gente espera fechar o mês para ver o que realmente foi empenhado de fato para poder publicar”, afirmou.

Já sobre a falta de detalhamento de cada emenda parlamentar impositiva, o secretário aponta que “o público em geral também tem acesso aos dados de empenhos e pagamentos no sistema EmendasGO, que são atualizados mensalmente”. Questionado sobre os trâmites das indicações, Armando alegou que “o sistema é para cadastrar as emendas desde as indicações, o trâmite, os entes beneficiados e o processo todo”.

Os parlamentares dividem anualmente fatia de 1,2% da receita corrente líquida para indicar verbas para investimento e custeio de municípios, além de apoio a entidades de utilidade pública. O montante totalizou R$ R$ 531,6 milhões, segundo estimativas da Lei Orçamentária Anual de 2025 (LOA), sendo que cada deputado poderia alocar até R$ 12,965 milhões.

Nenhum dos 41 deputados, no entanto, alcançou pelo menos metade dos valores de emendas empenhados, que representa o ato do governo de reservar recursos do orçamento para, futuramente, realizar o pagamento das emendas.

Clécio Alves (Republicanos), Amauri Ribeiro (UB), Eduardo Prado (PL), Dra. Zeli (UB) e Rosângela Resende (Agir) tiveram os menores atendimentos no primeiro semestre. Com apenas R$ 50 mil empenhados, Clécio Alves, que mantém postura indepente da base governista, aponta motivação política.

“Eu encaminhei as minhas emendas. O problema é que, às vezes, a Serint não está dando a mesma atenção que dá para os deputados da base. Depende da secretaria ter o interesse de atender. As coisas, muitas vezes, acontecem politicamente com uma preferências àqueles deputados da base do governo”.

Integrante da oposição, Eduardo Prado apontou que está “esperando” o pagamento das emendas. “Espero maior celeridade e não quero acreditar que estejam boicotando o pagamento de nossas emendas por questões políticas”, disse.

Já parlamentares entre os mais atendidos rejeitam a hipótese de motivação política e apontam mudança nos critérios do governo estadual para efetivar o empenho e, consequentemente, o pagamento das indicações. “E uma questão bem técnica e minha equipe tem acompanhado de perto para garantir o pagamento. Não tem questão política. Eu já fui da oposição, no começo do governo, e hoje sou da base. Nunca houve distinção”, afirmou Lucas Calil (MDB).

A execução pelo Executivo é obrigatória desde alteração incluída na Constituição Estadual em 2018, seguindo o formato do Congresso Nacional. O momento para empenho ou pagamento das emendas durante o ano, porém, depende da avaliação interna do governo estadual, principalmente pelas pastas que mais recebem indicações, como as secretarias de Saúde e Educação e a própria Serint, que coordena os convênios.

Sobre a demora, Vergílio afirmou que a maior parte das emendas nem tiveram processos iniciados por falta de documentos dos beneficiários, que devem realizar cadastro pelo sistema EmendasGO. “Decidimos que a partir deste ano só iremos empenhar a partir do momento que estiver tudo pronto para a celebração. Dos processos em andamento, muitos ainda não atenderam as exigências ou diligências como deveriam”, afirmou o secretário.

“Tem zero questão política. Nós não levamos isso em consideração, até porque o orçamento é impositivo e temos que pagar até o dia 31 de dezembro. Para nós, não tem razão, por qualquer motivo político, sobrestar algo que vamos ter que executar. Seria contraproducente”, apontou.

O auxiliar do governador Ronaldo Caiado (UB) antecipou que, a partir de agosto (volta dos trabalhos da Alego), a secretaria começará, na próxima segunda-feira (04), a notificar todos os deputados para elencar os beneficiários que não apresentaram documentos iniciais para nossa análise. Vergílio ainda lembra que neste a Lei Orçamentária foi aprovada no fim de janeiro e publicada em fevereiro, o que atrasou o início de todos os processos.

<div attr-cid="policy:1.3293607" attr-version="policy:1.3293607:1753753735" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.3293607" data-onecms-type="article" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.3293607', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.3293607">Ritmo lento (1.3293607)</a></div>

Estado paga 1% das emendas impositivas no 1º semestre

Política

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Matéria - Política

Assembleia Legislativa

Os deputados estaduais Lineu Olímpio (MDB) e Virmondes Cruvinel (UB) apresentaram projeto de emenda à Constituição Estadual (PEC) que permite o envio de emendas impositivas às entidades que representam os prefeitos goianos. A alteração beneficia a Associação Goiana dos Municípios (AGM) e a Federação Goiana dos Municípios (FGM), que, segundo o próprio Virmondes, articularam a apresentação do texto. 

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Procurado pela coluna, o presidente da AGM, José Délio Jr. (UB), que é prefeito de Hidrolândia, defende a utilização dos recursos para ampliar serviços como suporte jurídico e cursos de capacitação aos gestores municipais. Ele também fala no interesse de construir uma sede própria.

“Os municípios de pequeno e médio porte pagam R$ 1.100 por mês. Então, a entidade não tem recursos”, justifica Délio. “Toda entidade de fundo de quintal tem direito. A AGM é associação de utilidade pública mais antiga no estado e não tem”, completa.

Tem mais

Além de AGM e FGM, a PEC pode beneficiar também entidades como a Associação dos Municípios do Entorno de Brasília (Amab) e a Associação de Municípios do Norte de Goiás (Amunorte).

Restam dois

Desde que foi eleito presidente da AGM, &nbsp;em janeiro, José Délio expandiu o número de municípios associados de 217 para 244. Faltam São Patrício e Trombas para chegar aos 246.

Turnê

O presidente da AGM também diz ter visitado 52 cidades no mesmo período, sendo 19 em três dias da última semana de junho. Sua meta é ir a todos os municípios em um ano &nbsp;e meio.

Aliás...

Licenciado de seu mandato de senador e de olho nas eleições do próximo ano, Vanderlan Cardoso (PSD) também diz que vai visitar os 246 municípios goianos nos próximos meses.

<img attr-cid="policy:1.3285302" attr-version="policy:1.3285302:1751851105" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3285302/image.jpg?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /> 
Na selva de concreto - Árvore cresce sobre poste de energia, em Goiânia. Natureza se esforça para viver em meio às edificações. (Wesley Costa / O Popular)

Presidenciáveis

Segundo a coluna Radar, da Veja, Ronaldo Caiado (UB) vai participar em setembro de um debate com outros governadores que pretendem disputar a presidência da República. O evento ocorrerá em Itu, no interior de São Paulo, no dia 13 de setembro. Romeu Zema (Novo-MG) e Ratinho Jr. (PSD-PR) também confirmaram presença.

SPC

O vereador Lucas Kitão (UB) apresentou projeto que concede título de cidadão goianiense a Alexandre Pires, que começou sua carreira no grupo Só Pra Contrariar. Segundo ele, o cantor “robustece o cenário cultural de Goiás ao escolher Goiânia para projetos de grande relevância, como a gravação de Pagonejo Bão, em janeiro".

Correção

Diferente do que foi publicado aqui no fim de semana, Marcelo Vitorino não foi o marqueteiro da campanha do vice-governador Daniel Vilela (MDB) em 2018. Ele atuou apenas nas redes sociais do emedebista, que disputou o governo estadual naquele ano.

Pergunta para:

Bruno Peixoto (UB) 
Presidente da Alego

<img attr-cid="policy:1.3285300" attr-version="policy:1.3285300:1751850743" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3285300/image.jpg?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /> 
()

A PEC que prevê o pagamento de emendas de 2024 não vai mesmo ser promulgada?

Ela é totalmente inócua, até mesmo porque o pagamento das emendas empenhadas em 2024 já está acontecendo normalmente. Já conversei com o autor da propositura, o Coronel Adailton (SD), e ele concordou. Então, não haverá promulgação e, se necessário for, vamos revogá-la agora &nbsp;em agosto.

Arremate:

Jackson de volta - Após pausa de duas semanas, o Jackson Abrão Entrevista retorna nesta segunda-feira (7), às 10 horas, com transmissão no portal do POPULAR. A convidada desta semana é a professora Andrelisa Jesus, do Instituto de Estudos Sócio Ambientais da Universidade Federal de Goiás (UFG).

Pauta -&nbsp;A professora Andrelisa Jesus conversará com Jackson Abrão sobre a crise climática e os seus impactos em Goiânia e Goiás.

Goianiense -&nbsp;Nascido em São Luís de Montes Belos, o deputado federal Ismael Alexandrino (PSD) receberá, nesta segunda-feira, na Câmara de Goiânia, às 19 horas, seu título de cidadania goianiense. O autor da homenagem é o vereador Tião Peixoto (PSDB).

PEC permite o envio de emendas impositivas a entidades como AGM e FGM

Opinião

Matéria - Coluna Giro

Giro

A campanha petista e governista nas redes sociais, “ricos contra pobres”, pode reforçar um apelo à esquerda e aos movimentos sociais, mas quem governa precisa ser cauteloso para garantir aprovação de agenda pelo Congresso Nacional, avalia a cientista política e professora da UFG (Universidade Federal de Goiás) Camila Romero. Ação expõe “uma queda de braço pelo controle orçamentário do país”, resume Marco Antônio Teixeira, coordenador do Mestrado e Doutorado em Gestão e Políticas Públicas da FGV EAESP (Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas).

Os vídeos com uso de inteligência artificial defendem a necessidade de aumentar a <a href="https://opopular.com.br/economia/lula-diz-que-quando-tenta-tributar-milionarios-ha-rebeli-o-1.3283272" target="_self">cobrança de impostos dos mais ricos</a>.

A campanha petista acirrou embate que já escalava desde a derrubada do decreto de <a href="https://opopular.com.br/politica/desarticulac-o-e-tens-o-entre-poderes-ajudou-derrota-no-iof-1.3282197" target="_self">aumento do IOF</a> (Imposto sobre Operações Financeiras) pela Câmara dos Deputados, com 383 votos, e em votação simbólica pelo Senado. Na terça-feira (1º), a AGU (Advocacia-Geral da União) ingressou no STF (Supremo Tribunal Federal) para tentar resgatar o decreto presidencial que elevou alíquotas do IOF.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/economia/lula-diz-que-quando-tenta-tributar-milionarios-ha-rebeli-o-1.3283272" target="_self">Lula diz que, quando tenta tributar milionários, há 'rebelião'</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/desarticulac-o-e-tens-o-entre-poderes-ajudou-derrota-no-iof-1.3282197" target="_self">Desarticulação e tensão entre Poderes ajudou derrota no IOF</a> 
<a href="https://opopular.com.br/economia/governo-preve-arrecadar-r-10-5-bi-em-2025-e-r-20-9-bi-em-2026-com-mp-que-aumenta-impostos-1.3276235" target="_self">Governo prevê arrecadar R$ 10,5 bi em 2025 e R$ 20,9 bi em 2026 com MP que aumenta impostos</a></div>

Em entrevistas ao POPULAR, os especialistas analisam a dificuldade do governo diante da necessidade de ajustes no Orçamento e os impactos no funcionamento da máquina pública com a falta de recursos sem novas receitas nem corte de gastos.

Eles também falam sobre entraves a um governo de coalizão com um Congresso ávido por emendas, que significam repasses diretos dos parlamentares a suas bases eleitorais.

<h2>Discurso ricos x pobres </h2>

Marco Antônio Teixeira - Não é um discurso como foi no passado, do corrupto contra o corrompido. É uma queda de braço pelo controle orçamentário do país, no caso. De certa forma, tem por trás disso também briga por espaços no governo, o problema do Ministério das Minas e Energia, o problema dos Correios, a questão da exploração do fósforo da Amazônia, têm várias questões aí que são secundárias a isso, mas que ajudam nesse processo.

Camila Romero - Provavelmente, essa campanha ricos contra pobres nas redes foi uma estratégia de comunicação ou de marketing político deliberada por parte da equipe que assessora o presidente Lula nesses últimos meses. De fato, Lula vem com queda de popularidade, com porcentual muito baixo de aprovação do seu terceiro mandato, e as medidas que vinham sendo tomadas para tentar uma comunicação com a sociedade, demonstrar resultados que o governo vem atingindo em termos de políticas públicas, não estavam surtindo efeito. Acredito que foi um contexto propício a que algo diferente fosse tentado em termos de marketing, de comunicação, com essa derrubada do decreto presidencial (do IOF). E essa retórica, essas publicações que não necessariamente vêm ali assinadas pelo governo, algumas vêm do PT e outras não se consegue identificar a autoria, foram no sentido de tentar uma estratégia nova que surtisse algum efeito e pudesse equilibrar, contrabalançar a retórica negativa que está ao redor do governo, de que ele não está produzindo resultados para quem mais precisa, para a parcela significativa da população que o elegeu. Foi uma aposta para sacudir um pouco esse declínio na avaliação do governo, e acaba tendo uma repercussão. A imprensa, de maneira geral, repercutiu muito essa nova estratégia. Os políticos, principalmente as lideranças, as presidências da Câmara e do Senado tiveram que vir a público e se manifestar. Teve o efeito de mostrar um instrumento, uma estratégia de que o governo pode lançar mão nesses contextos, nessas circunstâncias em que ele está em situação mais vulnerável, perdeu uma votação ou está sendo confrontado por outras forças políticas. Mas em termos de ter repercussão na popularidade, os especialistas dizem que a popularidade de um presidente, não apenas no Brasil, é muito contaminada e afetada pelo custo de vida da população. Se houver melhoras nesses indicadores no sentido de diminuição do preço de alguns alimentos, de alguns serviços, isso pode no médio prazo ter uma repercussão maior na popularidade de Lula e do governo e da gestão. Então, se no primeiro momento essa sacudida que essa nova estratégia pode ter dado no eleitorado da esquerda, na opinião pública, tende a reverberar na popularidade, no médio prazo isso não se sustenta. O que se sustenta de uma maneira mais sólida, segundo os especialistas, é a questão dos preços da comida, dos serviços.

Polarização 

Marco Antônio Teixeira - Esse discurso de inimigos do povo tende a unificar, de certa forma, uma ultraesquerda. Acho que nem no PT há consenso em relação a ele. Talvez unifique o PT, o PSOL e partidos mais à esquerda, mas, por outro lado, o PT corre o risco de perder apoio de partidos mais da centro-esquerda, como o PDT, o PSB, que hoje é do (Geraldo) Alckmin, e mesmo os pequenos partidos que apoiaram Lula na última eleição. Não é um discurso que, de alguma maneira, traga ao PT a força que o PT precisa. Ele pode favorecer o partido, mas não ganha eleição. Para ganhar eleição, você tem que conversar com todo mundo e superar essa dicotomia.

Camila Romero - Essa anteposição rico e pobre não é nova e não é específica do Brasil. Os governos progressistas ou governos mais radicais tendem a acionar essa retórica quando estão sob algum tipo de ameaça, alguma situação de vulnerabilidade. Lula sempre, desde que se apresenta nas diversas candidaturas dele, apostava nesse discurso. Mas no período em que governa, tem que ser mais cauteloso, com um discurso para não abrir confronto, porque isso tem repercussão em termos de relação com os Poderes, de relação com uma coalizão partidária que é necessária para aprovação de medidas. Não é muito benéfico para o governo ficar apostando nesse discurso. Só em momentos excepcionais como no período eleitoral ou em situações como essa, em que o governo está passando por um período de muito questionamento e de derrotas no Legislativo fortes e frequentes. Mas serve sim, como uma força, um amálgama entre o eleitorado da esquerda, que se identifica com esse tipo de interpretação, as próprias forças políticas, partidárias, os movimentos sociais, as organizações e coletivos que se identificam com essa retórica. Pode ter sido uma mensagem para reverberar na sociedade civil, nos movimentos sociais, quase que uma chamada para a luta. Tem sim um efeito como esse, mas que não se sustenta muito do ponto de vista institucional, porque o governo precisa de maioria legislativa para seguir adiante com a sua agenda, para ter aprovação. A maioria política, partidária, não se identifica com esse tipo de mensagem, o Congresso é composto majoritariamente por forças de centro-direita, mais do que nunca nessa última eleição se compôs um Congresso fortemente à direita.

Crise entre Poderes 

Marco Antônio Teixeira - A queda de braço do governo com o Congresso tem outras conotações. O Congresso está ávido por emendas parlamentares. Pouco se interessa pela participação em ministérios, uma vez que as emendas, na medida em que são dinheiro levado para aplicar na base eleitoral, têm efeito eleitoral mais imediato e mostram que esse parlamento está atendendo de maneira concreta, material, os pleitos, digamos assim, de seus eleitores. O Congresso, de alguma maneira, tenta fazer com que o governo atenda a esses pleitos. E o governo, obviamente, no momento de uma crise econômica, tem restrição orçamentária. Então a gente está vivendo esse nó na conjuntura, que parece um pouco sem saída. Isso tende a se acentuar no ano que vem, porque é um ano de eleição e certamente os parlamentares que têm emendas aí demandadas, querem que essas emendas cheguem antes do processo eleitoral. Então, essa disputa de força acentua a polarização.

Camila Romero - Não vejo que a relação entre Executivo e Legislativo esteja travada devido a essa derrubada no decreto presidencial. A interação ali, as relações, as articulações, elas acontecem, são sucessivas, concomitantes, então pode ter uma derrota aqui, mas eles já estão negociando outros projetos, outras questões de interesse da agenda. Essa derrubada do decreto não travou a relação entre os dois Poderes. As negociações são contínuas, frequentes, diversas, ao redor de diferentes projetos. Claro que esse episódio foi o gatilho para todas essas manifestações recentes, todas essas novidades em termos de inteligência artificial, mas em paralelo a isso, as relações entre os dois Poderes estão acontecendo. Os especialistas, estudiosos sobre presidencialismo, relações entre os Poderes no Brasil, têm publicado reflexões recentes falando que já há algum tempo esse formato que moldou o presidencialismo de coalizão no Brasil desde o governo Fernando Henrique, ele tem ao longo do tempo se alterado. Se há alguns anos, algumas décadas atrás, tinha um presidente muito forte do ponto de vista da agenda e dos recursos institucionais que ele poderia mobilizar para fazer avançar a sua agenda governamental, com o tempo alguns desses recursos institucionais foram suspendidos, suspensos, outros enfraquecidos porque o Legislativo também se fortaleceu em termos de capacidade de decisão, em termos de capacidade de barganha em relação ao Executivo. Tem toda essa questão das emendas em que o Legislativo agora tem uma ascendência, um controle muito grande dessas emendas, enfraquecendo a discricionariedade do Executivo sobre elas. Os próprios ministérios que antes eram tidos como uma das principais moedas de troca com o Legislativo, hoje são recursos mais fracos para galvanizar ali uma coalizão. Muitos elementos que sustentavam um formato de presidencialismo de coalizão foram sendo alterados no decorrer do tempo, afetando os governos, independente dos partidos. Bolsonaro enfrentou isso também, Lula está passando por circunstâncias parecidas, quem vier a sucedê-lo, ou ele próprio eventualmente no novo governo, vai continuar, porque é uma nova configuração institucional no Legislativo que está vigente. A não ser que essa configuração se altere e o Executivo recupere poder, recursos que antes detinha. Mas se isso não acontecer, a relação de forças entre os dois Poderes está mais forte para o Legislativo. Antes era mais forte no âmbito do Executivo. Isso cria relações mais custosas entre os dois poderes, um poder de barganha maior do Legislativo e uma capacidade também de veto, de obstaculizar certas agendas e proposições do Executivo caso a maioria do Legislativo entenda que não deva ser levada adiante. Hugo Motta (Republicanos-PB, presidente da Câmara) e Davi Alcolumbre (UB-AP, presidente do Senado) são do centrão, se essas lideranças, esses partidos continuarem à frente do Legislativo, esse vai ser o tom. Vai ter um controle muito maior em relação à pauta que está sendo votada ou do que vai ser levado adiante no Legislativo. Lembrando também que o governo Lula, o primeiro e segundo governo Lula, acho que até uma parte do governo Dilma, o PT no governo conseguia ter controle de quem comandava o Congresso, e isso não está acontecendo mais porque também mudou a configuração partidária do Congresso, o PT não é uma força majoritária, não consegue reunir uma maioria para ter o controle da Câmara, da mesa da Câmara. Se o governo não consegue controlar essa agenda no Legislativo, indicando quem vai comandar a mesa, ele vai ter dificuldades na tramitação das medidas que são de seu interesse. Quem é o partido ou a maioria que está à frente das mesas diretoras, seja da Câmara ou do Senado, tem um controle grande sobre o que é pautado, sobre o andamento da agenda legislativa, e isso afeta muito o governo porque o governo precisa do Legislativo para aprovar as suas medidas e para tramitar a sua agenda. Esse contexto provavelmente não vai mudar para o ano que vem, Mota que vai estar à frente da Câmara, vai ser o Alcolumbre à frente do Senado e o governo com dificuldades talvez de levar adiante alguns pontos da sua agenda política.

Eleições 2026 

Marco Antônio Teixeira - Obviamente, quando a gente sabe que está chegando o ano eleitoral, que a agenda eleitoral já invadiu a agenda governamental, acordos entre governo e o Congresso tendem a ser mais difíceis porque os dois lados vão definindo bem seus projetos políticos. E se um não está no projeto político do outro, o enfrentamento pode ser inevitável. Talvez por isso, inclusive, o governo está optando nesse momento pela polarização entre rico e pobre, entre fraco e forte, tentando mostrar que, de um lado, o Congresso está mais preocupado com os interesses dos ricos e, de outro, o governo está preocupado com os interesses dos pobres. O quanto isso pode produzir efeitos eleitorais que já se verificou nas eleições de 2006, por exemplo, quando o grande debate foi sobre o Bolsa Família, é uma incógnita. Não dá para apostar nisso, até porque a sociedade mudou muito. Ou seja, nós vivemos um momento de praticamente pleno emprego, mas o governo vai mal. No passado, pleno emprego intensificava qualquer popularidade do governo. O debate hoje não é um debate simples, é preciso debater o futuro do país e esse debate passa pela economia e passa também por definir o que é prioritário e o que não é. Aí a gente precisa de um esforço dessas lideranças que, parece - parece, reitero -, não estão empenhadas para isso.

Ação no Supremo 

Marco Antônio Teixeira - Recorrer ao Supremo é um direito, mas não é o caminho mais adequado, na medida em que as decisões aí, no caso (do decreto elevando alíquotas do IOF), são políticas. O Supremo pode até dizer que o governo tem razão, mas mesmo que o governo ganhe, a crise de desconfiança na relação com o Congresso tende a aumentar. Agora, de outro lado, também, o Congresso está muito acostumado a pressionar o governo e a levar essa pressão até o limite para poder fazer com que o governo atenda a seus pleitos. Não dá para fazer política dessa forma. A política tem que ser um processo que leve à construção de acordos, a saídas, e não uma estratégia de chantagem ou de pressão. Então, atores importantes, seja o presidente da República, seja o presidente da Câmara, seja o presidente do Senado, precisam sentar-se para buscar equacionar, porque o que está, de certa forma, sendo afetado nesse momento é o destino do país. É o orçamento público, e de repente pode faltar dinheiro lá no posto de saúde, de repente pode faltar dinheiro para pagar benefícios, como a própria aposentadoria, ninguém sabe o quanto essa crise vai escalar.

Controle orçamentário dita queda de braço, veem analistas

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