As Brs-153, 414 e 080 estão passando por obras nesta semana para realização de uma série de melhorias na extensão do&nbsp;Sistema Anápolis-Aliança do Tocantins. Segundo a Ecovias do Araguaia, as obras devem ser finalizadas nesta quinta-feira (29) e o tráfego de veículos funcionará no sistema 'pare e siga'.&nbsp;Durante as obras, as pistas sul e norte estarão funcionando de forma intercalada e haverá interdição total em alguns trechos. "Essas restrições são realizadas principalmente entre 6h e 18h", explica a Ecovias do Araguaia,&nbsp;concessionária responsável pela administração das rodovias.&nbsp;No local estão sendo realizadas a recuperação de pavimento e dos dispositivos de drenagem, poda de árvores, revitalização de sinalização horizontal e reparo em defensas metálicas. "As obras asseguram a qualidade da infraestrutura rodoviária, além de garantir a segurança dos motoristas no período chuvoso", diz a concessionária.&nbsp;Aos motoristas, a orientação é que tenham atenção e&nbsp;reduzam a velocidade ao passarem por trechos em obras.De acordo com a concessionária, as obras têm&nbsp;prazo de finalização em até dois anos após assinatura do contrato de concessão, realizada em outubro de 2021.Confira os trechos em obras:- BR-153/TO/GO: entre Aliança do Tocantins e Anápolis, com 624,1 quilômetros; - BR-080/GO: entre Uruaçu e Assunção de Goiás (BR-414), com 87 quilômetros;- BR-414/GO: entre Assunção de Goiás e Anápolis, com 139,6 quilômetros.&nbsp;Leia também:<a href="https://opopular.com.br/noticias/cidades/obra-da-pra%C3%A7a-do-trabalhador-ganha-mais-1-m%C3%AAs-para-ser-finalizada-em-goi%C3%A2nia-1.2585423">-&nbsp;Obra da Praça do Trabalhador ganha mais 1 mês para ser finalizada, em Goiânia</a><a href="https://opopular.com.br/noticias/cidades/repasse-de-r-30-milh%C3%B5es-para-comurg-evitaria-colapso-na-limpeza-urbana-em-goi%C3%A2nia-1.2585292">-&nbsp;Repasse de R$ 30 milhões para Comurg evitaria colapso na limpeza urbana em Goiânia</a><a href="https://opopular.com.br/noticias/economia/calend%C3%A1rio-do-ipva-2023-em-goi%C3%A1s-%C3%A9-divulgado-veja-as-datas-1.2585171">-&nbsp;Calendário do IPVA 2023 em Goiás é divulgado; veja as datas</a>

BRs-153, 414 e 080 em Goiás estão em obras nesta semana; confira os trechos

Cidades

Cidades - título

Assine - Offers Target - 2

Matéria - Cidades

Três regiões com forte presença da agropecuária serão contempladas com as primeiras obras pagas com recursos do Fundo Estadual de Infraestrutura (Fundeinfra), abastecido por contribuição que entrou em vigência no início deste ano e ficou conhecida como “taxa do agro”.&nbsp;

Em reunião realizada nesta quarta-feira (3), o conselho gestor aprovou a duplicação da GO-174, entre Rio Verde e Montividiu; a pavimentação da GO-401, na região do Rio Preto; e a pavimentação da GO-309, entre Cristalina e Unaí, na divisa com Minas Gerais. O investimento total será de R$ 218,3 milhões.

De acordo com o secretário estadual de Infraestrutura, Pedro Sales, houve decisão de começar por essas obras por terem projetos executivos mais avançados e pela ligação estreita com o setor produtivo. “São obras que têm sua finalidade no atendimento ao setor produtivo, contexto do fundo”, disse Sales.

Além do secretário, estavam presentes na reunião o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (UB), o vice, Daniel Vilela (MDB), além de membros do conselho ligados ao estado.&nbsp;Pelo setor produtivo, participaram da reunião os conselheiros Ailton José Vilela (Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás), Joel Ragagni (Associação dos Produtores de Soja e Milho), Luís Alberto Pereira (Organização das Cooperativas Brasileiras) e Edwal Freitas Portilho (Associação Pró-Desenvolvimento Industrial do Estado de Goiás). O presidente da Faeg, José Mário Schreiner, também esteve presente.&nbsp;

Essas primeiras intervenções não devem contemplar diretamente o setor de mineração, que também contribui para o fundo. Quando a criação da taxa foi anunciada, ainda em 2022, houve forte reação contrária de diferentes áreas envolvidas. O desgaste com o agronegócio diminuiu, mas representantes das mineradoras continuam resistentes.&nbsp;

A Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) que questiona a validade da taxa do agro foi protocolada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) a pedido do setor de mineração. Apesar de a taxa ter ficado suspensa entre os dias 3 e 24 de abril por causa de liminar do Supremo Tribunal Federal (STF), Sales afirma que a cobrança referente ao período ocorrerá normalmente, com prazo até 20 de maio.

Cronograma&nbsp;

Segundo Sales, as licitações para as três obras devem ser abertas no próximo mês. Depois disso, o prazo para o início das intervenções deve ser de 90 dias. O período estimado de execução das obras varia entre 21 e 28 meses. Na GO-174, a rodovia terá duas pistas principais e outras duas marginais em pavimento rígido. Segundo o governo, esta é a primeira obra em Goiás com este tipo de material, capaz de suportar trafego de caminhões pesados.&nbsp;

A obra tem 7,4 quilômetros e custará R$ 62,4 milhões. Entre as justificativas para estão o fato de Rio Verde ser o 2º maior produtor de grãos do estado e 3º no ranking nacional de produção de suínos. A intervenção beneficiará os participantes da Tecnoshow Comigo, principal feira do agronegócio de Goiás e uma das maiores do País.

Já na GO-309, a extensão é de 33,52 quilômetros, com custo de R$ 76,8 milhões. O governo argumenta que Cristalina é vice-líder do Produto Interno Bruto (PIB) agropecuário de Goiás e também tem destaque na produção de grãos.&nbsp;

Leia também:

<a href="https://opopular.com.br/economia/governo-anuncia-tres-primeiras-obras-com-recursos-da-taxa-do-agro-1.3024890" target="_blank">-&nbsp;Governo anuncia três primeiras obras com recursos da taxa do agro</a>

<a href="https://opopular.com.br/opiniao/coluna-giro/indicac-o-do-republicanos-para-o-governo-esbarra-no-agro-1.3023532" target="_blank">-&nbsp;Indicação do Republicanos para o governo esbarra no agro</a>

<a href="https://opopular.com.br/politica/fundeinfra-tem-que-fazer-justica-a-quem-contribui-mais-defende-faeg-1.3023566" target="_blank">-&nbsp;Fundeinfra tem que fazer justiça a quem contribui mais, defende Faeg</a>

A obra na GO-401 será realizada na proximidade com a GO-174, no sentido para a cidade de Quirinópolis. A intervenção no local, a partir de recursos do Fundeinfra, já havia sido citada pelo prefeito de Rio Verde, Paulo do Vale (UB), em março, quando foi realizada a edição 2023 da Tecnoshow Comigo. Caiado esteve na feira, onde realizou reunião durante o processo de reconciliação com integrantes do agronegócio.

Novos titulares

O governo de Goiás anunciou nesta quarta-feira (3) novos nomes para as agências goianas de Assistência Técnica, Extensão Rural e Pesquisa Agropecuária (Emater) e de Defesa Agropecuária (Agrodefesa). Assumem os cargos o ex-deputado estadual Rafael Gouveia e José Ricardo Caixeta Ramos, respectivamente.

Em 2022, Gouveia tentou cargo na Câmara dos Deputados pelo Republicanos, mas ficou como suplente. Apesar do anúncio, o Giro mostrou que Gouveia deve tomar posse apenas quando o governador Ronaldo Caiado (UB) voltar de viagem. O chefe do Executivo embarcou para a Europa e deve voltar até 10 de maio. No novo cargo, Gouveia substitui José Ricardo.

&nbsp;

Primeiras obras com recursos do Fundeinfra beneficiam agronegócio

Economia

Economia - título

Matéria - Economia

Governo de Goiás

O conselho do Fundo Estadual de Infraestrutura (Fundeinfra) aprovou as três primeiras obras em que serão usados os recursos do fundo, arrecadados com a arrecadação da taxa do agro. A reunião ocorreu nesta terça-feira (3), no Palácio das Esmeraldas, em Goiânia e definiu como prioritárias a duplicação da GO-174, entre Rio Verde e Montividiu, a pavimentação da GO-401, na região do Rio Preto e a pavimentação da GO-309, na divisa de Goiás com Minas Gerais. &nbsp;

O governo de Goiás informou que os locais escolhidos são rodovias em que produtores rurais tem dificuldades de enviar a safra colhida para consumidores e também em que enfrentam problemas para&nbsp;receber insumos usados no plantio.&nbsp;&nbsp;

Para a GO-174, são previstas duas pistas principais e duas marginais, com uma extensão de 7,4 km e custo estimado de R$ 62,4 milhões. &nbsp;

Leia também:

<a href="https://opopular.com.br/politica/obras-com-recursos-do-fundeinfra-devem-comecar-no-2-semestre-em-goias-diz-secretario-1.3022384" target="_blank">-&nbsp;Obras com recursos do Fundeinfra devem começar no 2º semestre em Goiás, diz secretário</a>

<a href="https://opopular.com.br/politica/fundeinfra-tem-que-fazer-justica-a-quem-contribui-mais-defende-faeg-1.3023566" target="_blank">-&nbsp;Fundeinfra tem que fazer justiça a quem contribui mais, defende Faeg</a>

<a href="https://opopular.com.br/politica/estado-avalia-como-cobrar-taxa-do-agro-referente-a-periodo-de-suspens-o-1.3023564" target="_blank">-&nbsp;Estado avalia como cobrar taxa do agro referente a período de suspensão</a>

A pavimentação da GO-401 deve ter 33,52 km e deve custar R$76,8 milhões, já a pavimentação da GO-309 vai ser de 40 km e tem custo previsto de R$ 79 milhões. &nbsp;

O POPULAR entrou em contato com o governo de Goiás questionando se há datas para as obras, mas até a ultima atualização desta matéria não houve resposta. Em&nbsp;<a href="https://opopular.com.br/politica/obras-com-recursos-do-fundeinfra-devem-comecar-no-2-semestre-em-goias-diz-secretario-1.3022384" target="_blank">entrevista anterior</a> ao jornal, o&nbsp;&nbsp;Secretário de Estado da Infraestrutura (Seinfra),&nbsp;Pedro Sales, afirmou que as ações devem começar a partir do segundo semestre.

Sales disse também que novas obras devem ser anunciadas ao longo do ano. “Vamos ter reuniões trimestralmente para aprovar outras obras”, declarou o titular da pasta.&nbsp;&nbsp;

<img attr-cid="policy:1.3024898" attr-version="policy:1.3024898:1683153614" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3024898/WhatsApp Image 2023-05-03 at 17.55.35.jpeg?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /> 
Reunião de conselho para definir obras com recursos do Fundeinfra (Divulgação / Governo de Goiás)

Taxa do agro&nbsp;

A cobrança aplicada a produtores rurais ficou suspenda de 3 a 24 de abril, por causa de liminar do Supremo Tribunal Federal (STF). A ação foi <a href="https://opopular.com.br/politica/cni-diz-que-vai-manter-empenho-contra-taxa-do-agro-1.3022386" target="_blank">ajuizada pela&nbsp;Confederação Nacional da Indústria&nbsp;(CNI)</a> contra a cobrança da taxa, a pedido do setor de mineração.&nbsp;

Em julgamento, a&nbsp;maioria dos ministros do STF <a href="https://opopular.com.br/opiniao/blog-fabiana-pulcineli/supremo-derruba-liminar-e-permite-taxa-do-agro-em-goias-1.3021929" target="_blank">acompanhou o voto divergente de Edson Fachin</a>, contra a liminar que havia sido concedida pelo relator Dias Toffoli. &nbsp;

Fachin&nbsp;afirmou que “vigoram vários outros fundos estaduais (pelo menos dez) aportados por ‘contribuições voluntárias’”, alguns deles estão em análise pelo Supremo.&nbsp;

As leis que criaram a cobrança e o Fundo Estadual de Infraestrutura (Fundeinfra) passaram pela Assembleia Legislativa em novembro de 2022, depois de protestos de representantes do agro, e foram sancionadas pelo governador Ronaldo Caiado, em 7 de dezembro. O decreto editado pelo governante define cobrança de alíquotas que variam de 0,5% a 1,65%.&nbsp;

Governo anuncia três primeiras obras com recursos da taxa do agro

fundeinra

Vídeo homenagem a Jorge Braga no HGG

<div attr-cid="policy:1.3287481" attr-version="policy:1.3287481:1752319782" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.3287481" data-onecms-type="article" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.3287481', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.3287481">Vídeo homenagem a Jorge Braga no HGG (1.3287481)</a></div>

O Hospital Estadual Dr. Alberto Rassi (HGG) promoveu uma edição especial do projeto ‘Dose de Letras - Manhã Literária’ com uma homenagem ao cartunista Jorge Braga, que <a href="https://opopular.com.br/magazine/morre-jorge-braga-um-dos-principais-cartunistas-do-pais-1.3283121" target="_self">morreu em Goiânia no dia 1º de julho, aos 68 anos</a>. Durante a homenagem, pacientes do hospital foram convidados a colorir ilustrações criadas pelo artista (veja no vídeo acima).&nbsp;

O projeto aconteceu na manhã desta sexta-feira (11) no jardim da solistência do HGG. Jorge Braga é reconhecido por seu traço marcante e por personagens icônicos. O <a href="https://opopular.com.br/magazine/jorge-braga-deixa-legado-de-humor-critico-e-de-contribuic-es-a-cultura-goiana-1.3283375" target="_self">artista atuou por décadas como cartunista, chargista e ilustrador</a> em importantes veículos de comunicação.&nbsp;

<a href="https://opopular.com.br/canal" target="_blank">🔔 Siga o canal de O POPULAR no WhatsApp</a>

Parte de sua obra também foi&nbsp;exibida no tradicional Varal de Poesias, montado no jardim, espaço que recebe ações culturais e terapêuticas dentro da unidade. Além disso, foi&nbsp;disponibilizado também um QR Code para que os pacientes, acompanhantes e colaboradores&nbsp;pudessem acessar um e-book produzido pelo O POPULAR, que reúne charges criadas pelo artista e conta a sua trajetória como cartunista.&nbsp;

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/magazine/governo-de-goias-decreta-luto-oficial-de-tres-dias-em-homenagem-ao-cartunista-jorge-braga-1.3283622" target="_self">Governo de Goiás decreta luto oficial de três dias em homenagem ao cartunista Jorge Braga</a>&nbsp; 
<a href="https://opopular.com.br/magazine/jorge-braga-deixa-legado-de-humor-critico-e-de-contribuic-es-a-cultura-goiana-1.3283375" target="_self">Jorge Braga deixa legado de humor crítico e de contribuições à cultura goiana</a> 
<a href="https://opopular.com.br/magazine/e-book-do-popular-reune-mais-de-70-charges-de-jorge-braga-confira-1.3283276" target="_self">E-book do POPULAR reúne mais de 70 charges de Jorge Braga; confira</a></div>

A Gibiteca Jorge Braga, espaço cultural mantido pela Secretaria de Estado da Cultura (Secult), também participou do evento. Eles disponibilizaram de parte do acervo do cartunista, que ficou&nbsp;acessível aos pacientes durante a atividade.&nbsp;

Segundo o HGG, o projeto foi uma atividade lúdica que buscou celebrar a arte de Jorge Braga e promover momentos de bem-estar aos pacientes.&nbsp;

<img attr-cid="policy:1.3287483" attr-version="policy:1.3287483:1752320296" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3287483/OPOPULAR - Montagem de fotos e vídeo para o site (9).jpg?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /> 
Foi disponibilizado um QR Code para que os pacientes, acompanhantes e colaboradores pudessem acessar um e-book produzido pelo O POPULAR (Reprodução/Instagram do HGG)

&nbsp;

Pacientes do HGG colorem ilustrações criadas por Jorge Braga durante homenagem; vídeo

Magazine

Magazine - título

Matéria - Magazine

CELEBRANDO A ARTE 

Vista no conjunto, a balança comercial entre Brasil e Estados Unidos mostra forte disparidade a favor do parceiro. O mercado americano é o 2º maior comprador do Brasil, ficando com 12% das exportações brasileiras. No sentido oposto, o Brasil é o 18º vendedor para os EUA, com apenas 1% das importações americanas.

Analisado no detalhe, porém, nesse 1% estão produtos de peso no consumo final e estratégicos em cadeias produtivas, indicando que o tarifaço de 50% de Donald Trump para todos os produtos importados do Brasil inviabilizaria o fornecimento, gerando custos e prejuízos também para os americanos.

Na pauta do agronegócio, historicamente, o suco de laranja do Brasil representa de 65% a 70% das importações totais dos EUA desse tipo de produto. O Brasil também é o maior fornecedor individual de café, com importações que variam de 20% e 30%, a depender das safras. Responde ainda por 12% da oferta de açúcar de cana e por 9% da carne bovina.

Na estrutura de produção industrial, o Brasil está em pontos estratégicos de cadeias produtivas concentradas.

Responde por 37% das compras externas de celulose, insumo básico para papel, embalagens, fraldas descartáveis, por exemplo. Fornece cerca de 20% do ferro-gusa, ferro e aço, base de fabricação de uma gama ampla de produtos, como latinhas de bebidas, carros, navios e estruturas para construção civil. Está entre os cinco maiores fornecedores de aeronaves e suas peças, representado especialmente pela Embraer.

"Somos produtores internacionais muito relevantes em mercados oligopolizados, com poucos fornecedores. É questão de vantagem absoluta mesmo, que pode criar impacto direto no consumo americano", explica Verônica Cardoso, diretora de Economia do Direito na consultoria LCA.

"Não tem minério em todo lugar, não é todo mundo que faz celulose, Embraer faz produtos específicos não disponíveis em qualquer lugar e, no caso do aço, por exemplo, o grande concorrente direto no mercado internacional é a China, que também está em disputa com os Estados Unidos."

É complexo mexer até nos setores em que a substituição parece mais fácil. Cardoso lembra que um racional, associando preço, logística e qualidade, elegeu o produto brasileiro.

"Não é fácil homologar fornecedores ou atender questões sanitárias, existe ainda logística e frete. Então, não se faz trocas do dia para noite, e feitas, será preciso assumir consequências em termos de custo de transação", afirma.

Cardoso afirma ainda que a substituição demanda ajustes até quando há alternativa no mercado interno. Os Estados Unidos são produtores e exportadores de petróleo, mas importam cerca de 5% do óleo brasileiro. Para fazer a troca seria necessário promover adaptações que, com certeza, vão elevar o preço. "Se fosse simples, já teriam substituído o petróleo importado pelo doméstico", diz ela.

Em resumo, ainda que as perdas possam ser maiores para os brasileiros, perdem também os americanos.

"Possivelmente, os compradores norte-americanos consigam encontrar exportadores com preço mais interessante, mas, ainda assim, devem sentir um impacto", explica o advogado e consultor da área de comércio internacional Felipe Rainato, do escritório Hondatar, que atende entidades e indústrias.

Rainato reforça que Trump tenta passar a mensagem de que a reindustrialização americana passa pelo choque de tarifas, uma concepção clássica de proteção de mercado, mas controversa e com efeitos já conhecidos.

"Seria até presunçoso da minha parte dizer que o consumidor americano vai pagar com o bolso dele, mas a tendência de qualquer política protecionista num mundo muito globalizado como o nosso é essa --o produto se torna mais caro, e o custo é invariavelmente absorvido pelo mercado interno."

Essa questão, lembram especialistas, é um elemento importante para se colocar na mesa nos próximos meses.

Diplomata de carreira e experiente negociador do Brasil em assuntos econômicos, José Alfredo Graça Lima reforça que os produtos estratégicos da pauta de exportação são trunfos para o Brasil e seus parceiros dentro do mercado americano. Empresas locais insatisfeitas já fizeram Trump recuar.

Em abril, depois de sobretaxar smartphones, computadores e outros eletrônicos importados, o governo Trump voltou atrás e colocou esses itens numa lista de exceções para não prejudicar empresas do setor de tecnologia, que fabricam fora dos Estados Unidos e importam também componentes.

"É certo que jogaram a bomba aqui no nosso quintal, gerando quase pânico no governo e em setores que temem perder um mercado tão importante, pois essa tarifa de 50% inviabiliza o comércio", diz Graça Lima, que atua como vice-presidente do Conselho Curador do Cebri (Centro Brasileiro de Relações Internacionais).

"Mas não podemos esquecer que os importadores americanos devem estar muito chateados, até porque quem pagará essas tarifas serão eles."

Independentemente do desfecho dessa e outras discussões tarifárias, a avaliação é que o legado de Trump tem forte potencial corrosivo para as relações com os Estados Unidos.

"Não há como saber o que move suas decisões. Na tarifa de 50%, Trump mistura o tema do comércio internacional, a ameaça do Brics, a defesa das empresas de tecnologia e pede o fim do julgamento de Bolsonaro", diz Marta Castilhos, professora de Comércio Internacional no Instituto de Economia da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e coordenadora do Grupo de Pesquisa em Indústria e Competitividade.

"No fim, ele cria incertezas para a economia global e mina a confiança dos empresários, o que tende até a comprometer decisões de investimentos."

Tarifaço de 50% para Brasil também é insustentável para os EUA