Há três meses o BRT Norte-Sul, corredor preferencial de trânsito rápido para transporte coletivo entre a região Noroeste de Goiânia e Aparecida de Goiânia, não avança. Falta dinheiro desde outubro e, neste ano, ainda não há nem mesmo definição de quem vai comandar a obra. A Unidade Executora do BRT, ligada à Secretaria de Governo da Prefeitura, está sem comando desde dezembro, com o fim da gestão de Paulo Garcia (PT). Está certo que a unidade será mantida na administração atual, mas ainda sem definição de nomes, o que impede até mesmo uma negociação mais próxima entre o Paço e o consórcio executor da obra. No entanto, desde a semana passada, ocorrem reuniões entre as partes para o retorno das atividades.Ao mesmo tempo em que há indefinições, existe a certeza de que a obra terá prosseguimento e com prioridade. A questão é como resolver os problemas existentes desde o início dos trabalhos e agravados desde o mês de outubro, especialmente a falta de recursos financeiros. Até o momento em que a obra foi paralisada, em novembro, a gestão anterior da Prefeitura deixou um passivo de R$ 15 milhões com o Consórcio BRT. Em dezembro, informou à época o Paço, o problema era com a Caixa Econômica Federal, que não repassava a verba da União. OPOPULAR apurou, no entanto, que o problema está na contrapartida da Prefeitura.O Paço estuda como viabilizar o pagamento do débito existente e foi analisada até a possibilidade de reiniciar a obra e prometer o pagamento em dia do que for feito de agora em diante. As reuniões são comandadas pelo secretário de Governo, Samuel Almeida, mas têm a participação do secretário de Finanças, Oseias Pacheco. Em novembro, houve reunião com a presença do prefeito Iris Rezende, em que o assunto foi a importância da continuidade da obra e os motivos da situação atual.PrioridadeA prioridade dos encontros é viabilizar o reinício das obras o mais rápido possível. Até a próxima semana devem ser divulgados nomes da equipe que vai ser a responsável, por parte do Paço, pela continuidade. Ontem, por exemplo, houve a divulgação dos nomes da Unidade Executora do Parque Urbano Ambiental Macambira Anicuns (Puama), a ser coordenada pelo secretário de Planejamento e Habitação, Agenor Mariano. A principal questão é a reengenharia financeira para o pagamento da dívida deixada pela gestão anterior e como garantir as contrapartidas da obra para que não sejam paralisadas novamente até o fim. O consórcio tem se mostrado disposto a começar os trabalhos a qualquer momento.Não há qualquer estimativa de quando os trabalhos serão retomados. O novo cronograma, que deve ser discutido nos próximos dias, vai levar em conta a questão financeira e também o período chuvoso. A intenção é finalizar o trecho norte, já bem avançado, e que poderia começar a operar ainda no primeiro semestre. A operação iria do Terminal Rodoviária, no Centro, até o Terminal Recanto do Bosque, na região Noroeste.No final de dezembro foi feito um aviso aos funcionários do Consórcio BRT para que eles fossem liberados. Mas, com o início das conversas com a gestão atual e ao perceber que seria dada prioridade na administração, não houve demissões. Cerca de 150 pessoas são mantidas entre as contratadas e os salários são pagos em dia, apesar da falta de repasses da Prefeitura.Na tarde de terça-feira, 17, sete funcionários do Consórcio BRT trabalhavam ao longo do trecho mais avançado. Um deles é o segurança das obras do Terminal Recanto do Bosque e os outros seis faziam a roçagem da grama ao longo do corredor e das calçadas em dois trechos distintos da Avenida Goiás Norte, entre a Rodoviária e o Setor Urias Magalhães. No canteiro, entre a Perimetral Norte e a Avenida Horácio Costa e Silva, está todo o maquinário da obra e pouca movimentação de funcionários.