O <a href="https://opopular.com.br/cidades/calor-escaldante-deve-continuar-pelos-proximos-dias-em-goias-diz-inmet-1.3311694" target="_self">calor e o tempo firme devem predominar em Goiás</a> neste final de semana, mas segundo o Centro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas de Goiás (Cimehgo), o avanço de uma frente fria vinda do sul do país a partir de segunda-feira (15) pode influenciar no estado. De acordo com André Amorim, gerente do Cimehgo, o estado está em nível de emergência com a umidade relativa do ar abaixo de 12%.&nbsp;

<cite>Final de semana, temperaturas elevadas e umidade relativa do ar baixa. Estamos em nível de emergência, onde a umidade relativa do ar fica abaixo dos 12%. Então, situação bastante crítica.&nbsp;Temos uma possibilidade do dia 15 pro dia 16 e pegando dia 17, um avanço de uma frente fria que pode influenciar o estado de Goiás”, disse em entrevista ao g1 Goiás.&nbsp;</cite>

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A coordenadora do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), Elizabete Alves, contou em entrevista ao g1 Goiás que, em&nbsp;Goiânia, pode haver um&nbsp;aumento de nebulosidade e algumas pancadas de chuvas isoladas ao longo da semana que vem.&nbsp;

<h2>Entenda a frente fria&nbsp;</h2>

Segundo André, a espera é de&nbsp;que essa frente fria ganhe força suficiente para romper a barreira de ar quente e seco que se encontra sobre a região. “Imagina que tem um bolsão, funciona como um bloqueio, como se fosse um muro. Essa frente fria tem que subir com uma certa intensidade para romper esse bolsão de ar quente e seco”, disse&nbsp;

A expectativa do centro é de que essa mudança traga consigo pancadas de chuva. Segundo boletim do Cimehgo, neste sábado (13) e domingo (14), o calor segue intenso no período da tarde, com destaque para a região norte e oste de Goiás.&nbsp;

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/calor-escaldante-deve-continuar-pelos-proximos-dias-em-goias-diz-inmet-1.3311694" target="_self">Calor escaldante deve continuar pelos próximos dias em Goiás, diz Inmet</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/duas-cidades-em-goias-registram-as-maiores-temperaturas-do-brasil-nesta-quinta-feira-aponta-inmet-1.3311332" target="_self">Duas cidades em Goiás registram as maiores temperaturas do Brasil nesta quinta-feira, aponta Inmet</a> 
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<h2>Incêndios&nbsp;</h2>

O tempo seco demanda ações preventivas da população para a ocorrência de incêndios. Ainda conforme o Cimehgo, o estado está há 131 dias sem chuvas nas regiões norte e oeste, 129 na leste e 13 dias no sudeste e sul. &nbsp;

Conforme o relatório do centro, a qualidade do ar em Goiás está com nível regular, ou seja, ruim, o que requer cuidados com a saúde. &nbsp;

A temperatura máxima neste final de semana em Goiânia pode chegar aos 39°C, com a umidade variando entre 12% e 50%. &nbsp;

Calor e tempo firme predominam em Goiás, mas chegada de frente fria pode trazer alívio

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Matéria - Cidades

NA TORCIDA

Ao menos três municípios goianos registraram nesta semana temperaturas máximas acima de 40 graus (ºC). Na tarde desta sexta-feira (12), a cidade de Goiás foi considerada a mais quente em todo o Brasil, com termômetros marcando 41,8ºC. No Norte goiano, São Miguel do Araguaia foi a quarta com calor mais intenso, chegando a 40,5ºC, além de Porangatu, que teve 40,4ºC. E para além da alta temperatura, a baixa umidade também assolado o território goiano, tendo Goiás e Itumbiara alcançado alarmantes 8%. A previsão é que o calor permaneça durante o final de semana, mas o avanço de uma frente fria na próxima semana deve dar um alívio momentâneo aos goianos.

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O ranking das cidades mais quentes foi divulgado pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) durante a tarde, com os registros feitos até às 15 horas desta sexta. Logo após a cidade de Goiás, aparecem dois municípios do Mato Grosso: São José do Rio Claro e Guiratinga, com 41ºC e 40,9ºC. E, ao compartilhar os menores valores da umidade relativa do ar, os maiores foram registrados para dois municípios de Minas Gerais, sendo Uberlândia e Conceição das Alagoas, com somente 7%. Vale lembrar que os dados se referem a cidades com estações meteorológicas. Em Goiás, há 28 instaladas em 25 cidades.

Mesmo tendo registrado um calor intenso, sexta-feira não foi o dia mais quente. Nesta quinta-feira (12), São Miguel do Araguaia e Goiás registraram as duas maiores temperaturas em todo o Brasil, marcando 42,9ºC e 42,4ºC, respectivamente. Porangatu também segue na lista com a oitava maior temperatura no País, com 41ºC. E a capital goiana quase alcançou mais de 40ºC, mas permaneceu com máxima de 39,2ºC, a maior registrada pelo Inmet no ano. Já nesta sexta, a máxima para Goiânia foi de 38ºC. E os termômetros devem continuar marcando temperaturas altas no fim de semana. Para Goiás, a previsão é de que as máximas fiquem em 39ºC, para São Miguel do Araguaia, e 38ºC para Porangatu. A capital deve chegar a 37ºC.

Com o avanço de uma frente fria a partir de segunda-feira (15), há a previsão de um alívio momentâneo nos termômetros, como explica a coordenadora do Inmet, Elizabete Alves. “Com a chegada dessa frente fria que entra ali pelo Sul do Brasil, vamos conseguir quebrar um pouco essa massa de ar seco e quente predominando aqui e traz um pouco nebulosidade e uma possibilidade de chuva ali na Região Sudoeste e também uma possibilidade pequena aqui para Goiânia. Essa possibilidade é principalmente nos dias 16 e 17, então vai trazer um momento de alívio nessas temperaturas bem elevadas e na umidade baixa”, comenta.

O gerente do Centro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas do Estado de Goiás (Cimehgo), André Amorim, explica, contudo, que o alívio deve ser apenas momentâneo. “Podemos ter a ocorrência de pancadas de chuvas ocorrendo em Goiás, mas ainda não é o começo do período chuvoso. Reduz a temperatura temporariamente, mas o período de estiagem continua”, pontua. A Região Norte do Estado ainda deve seguir sem precipitação. No local, já são mais de 130 dias sem chuvas, enquanto a Região Sul registrou há 14 dias.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/calor-escaldante-deve-continuar-pelos-proximos-dias-em-goias-diz-inmet-1.3311694" target="_blank">Calor escaldante deve continuar pelos próximos dias em Goiás, diz Inmet</a> 
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<a href="https://opopular.com.br/cidades/goias-tem-220-municipios-com-alto-risco-de-incendios-1.3310416" target="_blank">Goiás tem 220 municípios com alto risco de incêndios</a></div>

<h2>Graer faz treinamento para combate a incêndios</h2>

Para auxiliar no combate aos incêndios florestais que têm ocorrido em todo o Estado, policiais militares do Grupo de Rádio Patrulhamento Aéreo (Graer) participaram nesta sexta-feira (12) de um treinamento de instrução junto ao Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás (CBM-GO), no Parque Estadual Altamiro de Moura Pacheco (Peamp). Conforme o comandante do Graer, o tenente-coronel Antônio Carlos Morais Júnior, o treinamento foi feito para o uso do equipamento bambi bucket (uma espécie de balde acoplado aos helicópteros que coleta e despeja água diretamente nos focos de queimada).

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Equipe do Graer se prepara no Parque Altamiro de Moura Pacheco (Corpo de Bombeiros / Divulgação)

“A Polícia Militar do Estado de Goiás (PM-GO) tem esse equipamento e com a chegada das queimadas fizemos o treinamento com os bombeiros para poder auxiliá-los” no combate ao fogo. Foram utilizados na capacitação dois helicópteros da corporação, com 25 tripulantes operacionais e 11 pilotos. A água utilizada foi retirada da própria barragem do parque estadual. “Temos dois bambi bucket para captar água em lago ou rio para poder jogar no fogo. Um tem capacidade de 540 litros e o outro, 900 litros”, complementa o comandante.

Durante o treinamento, militares do CBM-GO demonstraram técnicas de operação, abastecimento e lançamento de água pelo helicóptero, de forma a reforçar a integração entre as equipes das duas corporações no combate aos incêndios florestais. “Além de auxiliar jogando água, a gente também atua transportando a tropa, por exemplo, a um lugar inacessível. A gente pega eles e leva para cima de uma serra. Vai, joga água, e leva a tropa”, cita o tenente coronel da PM-GO.

O reforço no combate aos incêndios florestais é demonstrado com o alto número de ocorrências atendidas pelo Corpo de Bombeiros. Até a manhã desta sexta-feira, já foram registradas 1.370 chamados para combate a fogo em áreas verdes no centro urbano e rural. Em todo o ano, até o momento, 8.897 focos já foram combatidos pelas equipes. No ano passado, foram 12.071.

Termômetros superam os 40ºC em três cidades goianas

Calor

Rumo a Goiânia, vindo pela GO-020, na altura do quilômetro 25, há alguns anos, se alguém mais curioso entrasse à direita, antes da ponte sobre o Ribeirão Olaria, em um quilômetro contemplaria um monumento da natureza, cada vez mais raro por essas bandas: um campo de murundus, ecossistema peculiar, cheio de montículos, de especial importância para a conservação de recursos hídricos e o equilíbrio ambiental de toda a região que o circunda.

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A impressão primeira que se tem é de que se trata de cupinzeiros revestidos de vegetação, para os leigos. Também chamados de covais ou monchões, os campos de murundus são, na paisagem, o resultado da ação de insetos, por milhares de anos. O avanço da ação humana, com a urbanização e a expansão da fronteira agrícola, porém, tem degradado e muitas vezes exterminado esses microrrelevos.

Considerados santuários de biodiversidade no Cerrado, os campos de murundus existem, com outras características, também em outros biomas no Brasil e no mundo. Em Goiás, estão concentrados notadamente na Bacia do Rio Araguaia e no Sudoeste goiano. Na região central do Estado e notadamente na capital e seus arredores, a presença é cada vez mais diminuta. Não por coincidência, mas talvez por consequência, as crises hídricas se intensificaram na região metropolitana.

A distribuição espacial pelo território goiano foi mapeada por um levantamento da equipe do Laboratório de Processamento de Imagens e Geoprocessamento (Lapig) – ligado ao Instituto de Estudos Socioambientais (Iesa) da Universidade Federal de Goiás (UFG) –, requisitado pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), ainda em 2020. A pasta, tendo à frente já Andréa Vulcanis, havia encomendado o trabalho com o objetivo de monitorar e preservar essas áreas, em meio à polêmica surgida com a revogação, no ano anterior, de uma lei estadual de 2007, específica para proteção dos murundus.

Coordenador técnico da pesquisa, chamada “Relatório técnico: mapeamento dos remanescentes de campos de murundus ou covais no Estado de Goiás”, o professor Nilson Ferreira, da Escola de Engenharia Civil e Ambiental (Eeca), ressalta que os campos de murundus são estruturas essenciais à biodiversidade nas regiões em que se encontram. “Tanto a fauna e a flora como cursos hídricos são beneficiados pelos murundus”, explica.

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Equipe do Lapig/UFG em trabalho de pesquisa de campo de murundus, com professor Nilson Ferreira (camisa azul) à frente (Lapig / Divulgação)

Sua colega professora Elaine Silva, do Iesa e também coordenadora geral do trabalho que foi elaborado para a Semad, anuncia que nova pesquisa do Lapig, para todas as áreas de vegetação remanescente de Goiás, vai beneficiar os campos de murundus com mapeamento mais eficiente. “É um trabalho inédito, em escala de 1 para 20.000, com imagens de alta resolução de vários satélites, para um resultado melhor”, conta. “A expectativa é de que em meados de 2026 todo o Estado esteja mapeado, em todas as fitofisionomias.”

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Grande Goiânia

No estudo realizado pelo Lapig há cinco anos – elaborado em escala cartográfica de 1 para 50.000 – foram catalogados apenas 16 campos de murundus na Região Metropolitana de Goiânia (RMG). Estão bem menos presentes nela do que em outras partes do Estado, mas muito do que existia já foi engolido pelas cidades ou destruído para dar lugar a pastagens, lavouras e estradas na zona rural. Hoje, há o registro de apenas um na capital. Os outros 15 se espalham por Trindade (2), Santa Bárbara de Goiás (1), Guapó (4), Hidrolândia (3) e Bela Vista de Goiás (5).

Voltando à viagem pela GO-020, é nesse último município que podia se encontrar aquele mesmo campo de murundus do início do texto. Situado junto a uma área de mata ciliar, o local ele tem outros “vizinhos”, bem menos convencionais: está encaixotado numa propriedade com terrenos de agropecuária, ao lado de uma grande represa, pista de pouso com dois quilômetros de extensão e uma mansão faraônica com 1 mil metros quadrados (m²) que hoje separa aquela vegetação singular do asfalto da rodovia. O aeródromo se chama Embaixador; já a habitação gigante, inspirada na Casa Branca, é a sede da Fazenda Balada, propriedade do cantor Gusttavo Lima.

A área original do campo de murundus na propriedade, segundo o estudo do Lapig, é de 3,87 mil m², ou seja, menos de 4 hectares (ha). Observando imagens de satélite ao longo dos anos, é possível perceber que toda a área passou por modificações, com o decorrer dos últimos anos, inclusive com a construção da robusta pista de pouso. No caso do campo de murundus, é possível ver uma maior alteração depois de 2023, depois do que uma parte do que deveria ser uma área de preservação permanente (APP) é suprimida.

A reportagem procurou contato e a assessoria de Gusttavo Lima declarou que a área da Fazenda Balada não se enquadra como campo de murundus, “mas sim como vereda associada a campo úmido”. “Dessa forma, ressaltamos também que não existe degradação de campo de murundus, seja antes ou após 2023. Destacamos ainda que a propriedade conta com consultoria ambiental especializada, que acompanha a propriedade desde 2017”, acrescentou, em nota. Sobre o caso específico, a Semad disse que “embora a camada vetorial do levantamento indicasse inicialmente a área como campo de murundus, a verificação técnica constatou que a indicação não se confirmou, uma vez que o local já se encontrava antropizado antes da edição da lei estadual que classificou os campos de murundus como APP”.

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Campo de murundus remanescente em Goiânia, na região sudoeste da cidade, sofre com pressão urbana (Wildes Barbosa / O Popular)

Na capital, único remanescente luta para existir

Na região sudoeste da cidade, saída para Aragoiânia, próximo à GO-040, de um lado, e também perto da divisa com o município de Abadia de Goiás, de outro, uma área de 7,7 mil m², ou cerca de dez campos de futebol, está o último campo de murundus da capital. A reportagem do POPULAR esteve no local na quinta-feira (11) e nada faz lembrar uma vegetação exuberante. Ao contrário, a área foi afetada por uma queimada recentemente e alguns cavalos faziam lembrar mais uma pastagem urbana. O local, se é próximo a uma mata, também tem a pressão dos muitos bairros e loteamentos abertos ao redor.

Boa parte dos campos de murundus também se encontra em regiões também impactadas. No único que existe catalogado em Santa Bárbara de Goiás, saída oeste de Goiânia, a sede de uma propriedade rural implanta novas estruturas, como uma piscina e outros equipamentos. Em Trindade, as duas áreas registradas, separadas por cerca de um quilômetro, no distrito de Santa Maria, estão às margens da GO-050.

Campos de murundus são considerados APPs

Até 2019, Goiás tinha uma legislação específica para proteção aos campos de murundus: era a Lei Estadual nº 16.153/2007, que garantia a preservação permanente da formação, por ser considerada de importância fundamental para recarga de rios e lençóis freáticos, principalmente na estiagem, absorvendo e retendo por mais tempo a água no período de chuva. Os deputados da Assembleia Legislativa de Goiás revogaram a lei, alegando que ela havia se tornado inócua a partir da entrada em vigor dos códigos florestais nacional e estadual. Pesquisadores e ambientalistas criticaram a medida, considerada um retrocesso para a proteção dos murundus.

Hoje, informa a Semad, pela legislação goiana, os remanescentes de campos de murundus ou covais, bem como a faixa de 50 metros de largura em sua projeção horizontal, contada a partir da borda exterior de sua caracterização, “são considerados áreas de preservação permanente, com o mesmo regime de proteção das demais APPs”.

Para o delegado Luziano de Carvalho, titular da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes contra o Meio Ambiente (Dema), nem haveria necessidade de muita controvérsia. “É indiscutível que tenha de se preservar os campos de murundus. É simples: ou eles mesmos constituem uma nascente ou são a razão de uma nascente existir”, resume. Uma das frentes de batalha de sua equipe, especialmente na Bacia do Araguaia, tem sido na autuação de propriedades rurais cujos donos constroem drenos clandestinos em APPs, muitas delas extensos campos de murundus. “São piores do que o desmatamento puro e simples, onde a vegetação ainda consegue se reconstituir. Quando vem o dreno, o solo seca, é bem mais grave e muitas irreversível para aquele ambiente.”

<h2>Biodiversidade e saúde pública</h2>

O que teria a ver um tipo de vegetação peculiar com uma questão de saúde pública? Para quem consegue ligar os pontos entre problemas ambientais e sanitários, isso se torna uma questão até mesmo elementar. Os dados, no entanto, se conectam por fatos que ocorrem simultaneamente, mas com uma concatenação discreta entre si.

A dengue era uma doença praticamente desconhecida no Brasil do início dos anos 80. A primeira vez que se considera haver uma epidemia da doença no País ocorre apenas entre 1981 e 1982, em Boa Vista, na ainda hoje periférica Região Norte. Já era uma consequência do início do avanço da fronteira agrícola – e, portanto, do desmatamento – da Amazônia e do Cerrado. O resultado foi um desequilíbrio ecológico e a proliferação de pragas e insetos, como o Aedes aegypti, vetores de novas doenças. A dengue e outras enfermidades se tornam uma constante dolorosa nas equações dos aglomerados urbanos, em que predadores naturais deixam de existir.

Nesse cenário, doenças transmitidas por microorganismos se expandem desproporcionalmente – ou voltam a aparecer. &nbsp;Em Goiânia, na quinta-feira (11) foi confirmado um caso de febre amarela em um macaco encontrado morto no Residencial Forteville. O bairro, na região sudoeste, é vizinho ao único campo de murundus registrado na capital.

“Esse é um papel que cumprem áreas ricas em biodiversidade, como os campos de murundus. A disseminação dessas doenças são consequências ambientais. Preservar essas áreas também é uma questão de saúde pública”, diz o professor Nilson Ferreira, da Escola de Engenharia Civil e Ambiental (Eeca) da UFG.

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Ecossistema 'especial', campos de murundus estão sob risco de extinção

SEMANA DO CERRADO

rio_verde_onca.mp4

<div attr-cid="policy:1.3311520" attr-version="policy:1.3311520:1757682074" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.3311520" data-onecms-type="article" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.3311520', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.3311520"> rio_verde_onca.mp4 (1.3311520)</a></div>

Um casal teve uma suspresa ao encontrar uma onça em uma estrada da região de Ouroana, distrito de Rio Verde, no sudoeste goiano. O felino foi flagrado pelos moradores caminhando tranquilamente pelo trecho, que fica próximo à zona rural do município. Ao POPULAR, a&nbsp;porteira indústrial Valéria Machado contou &nbsp;que se assustou ao se deparar com o animal na manhã da última quarta-feira (10).

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Na gravação quando o marceneiro Antônio Targino, marido de Valéria,&nbsp;se aproximou da onça com a moto, ela começou a gritar: 'Ficou doido? Gente! Você vai sozinho'. O registro feito pelo casal se espalhou pelas redes sociais.

Ao&nbsp;POPULAR, Valéria Machado disse que se assustou ao ver a onça e que não sabia o que fazer quando avistou o felino.&nbsp;Segundo Valéria Machado, o animal não demonstrava sinais de agressividade e parecia apenas atravessar a estrada em busca de abrigo ou alimento.

<cite>Foi um susto!&nbsp;Mas foi um susto bom.&nbsp;A nossa sorte é que ela nem olhou para trás. Eu não sabia se eu danava com ele [marido], se filmava, ou olhava para ela', disse Valéria Machado.&nbsp;</cite>

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Onça atravessa estrada de terra na região de Ouroana, distrito de Rio Verde, no sudoeste goiano. (Arquivo pessoal/ Valéria Machado)

Em entrevista á TV Anhanguera, Antônio Targino contou que estava dirigindo a moto em direção a sua chácara, e que ao ver a onça buzinou para o animal ir embora. De acordo com o marceneiro, apesar das tentativas de assustar o animal, o felino deu 'nem thum' e não percebeu que estavam ali, contou Targino.

A Prefeitura de Rio Verde informou ao POPULAR que caso os moradores se deparem com um animal silvestre a orientação é entrar em contato com a fiscalização ambiental do município pelo número (64) 9.9304-9098, por ligação ou mensagem, ou acionar o Corpo de Bombeiros. A fiscalização afirmou que não foi acionada neste caso.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/pesquisadores-discutem-no-ms-ataques-de-oncas-e-outros-grandes-animais-1.3304448" style="font-size: 12px;" target="_self">Pesquisadores discutem no MS ataques de onças e outros grandes animais</a> 
 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/filhote-de-onca-atropelada-e-resgatada-na-go-244-video-1.3292122" style="font-size: 12px;" target="_self">Filhote de onça atropelada é resgatada na GO-244, vídeo</a> 
 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/casal-socorre-jaguatirica-ferida-em-estrada-de-goias-video-1.3283505" style="font-size: 12px;" target="_self">Casal socorre jaguatirica ferida em estrada de Goiás; vídeo</a></div>

<h3>Onça- parda</h3>

A onça-parda (Puma concolor), também conhecida como suçuarana, é o segundo maior felino das Américas, explicou o biólogo Helder Lúcio. De acordo com o biólogo, é um animal extremamente adaptável e pode viver em diferentes ambientes.Ele também afirmou que apesar de ser um animal geralmente tímido e que evita o contato com humanos, pode tornar-se perigoso em situações que se sentir ameaçado.

Ao POPULAR, Helder Lúcio explicou que apesar da fama de 'tranquilo', existem alguns casos de ataques em humanos. O biólogo deu dicas do que fazer se encontrar um felino da mesma família.&nbsp;

<cite>Se encontrar uma, mantenha a calma. Não corra! Faça barulho e levante os braços para parecer maior. Se o animal não fugir, contate as autoridades", afirmou o biólogo.</cite>

Casal encontra onça em estrada de Rio Verde; vídeo

🐆viralizou

A Companhia de Saneamento A Companhia de Saneamento de Goiás (Saneago) promove uma obra de esgotamento sanitário no Córrego Abel Basílio, no Bairro Santo Hilário, região leste da capital, há ao menos um mês e meio, e deve concluir até o fim do ano. Ao mesmo tempo, a Prefeitura de Goiânia planeja dar início ao plano de recuperação de área degradada (Prad) do córrego no próximo ano, com a conclusão do processo licitatório para contratação de empresa especializada neste serviço. A medida atende decisão judicial dada em meio a um processo movido há mais de duas décadas pelo Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) e deve ter custo de R$ 3,2 milhões aos cofres públicos.

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O repórter fotográfico do POPULAR Wesley Costa registrou no dia 31 de julho a intervenção em andamento no córrego, nas proximidades da ponte na Rua Abel Rodrigues. Sem placas indicativas do responsável da obra, à época, a Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana (Seinfra) justificou que ela seria feita por particulares. Já nesta quinta-feira (11), a reportagem esteve novamente no local e observou poucas mudanças desde então. Conforme a Agência Municipal de Meio Ambiente (Amma), a obra conduzida pela Saneago chegou a ser paralisada por falta de licença ambiental, mas a empresa disse que conta com licenciamento concedido pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad).

A Saneago explica que a intervenção é feita para “estabilização dos taludes de uma pequena faixa do córrego, para a construção de uma travessia aérea do interceptor Ladeira (grande tubulação que leva esgoto para estação de tratamento), para prevenir processos erosivos e garantir a durabilidade da estrutura, a qual dará funcionalidade às redes de esgoto previstas no Setor Recanto das Minas Gerais e região”. Feita por uma empresa contratada pela Saneago, a obra ainda se encontra inacabada e o POPULAR não localizou trabalhadores no local na tarde desta quinta. A companhia diz que foi finalizada a estabilização dos taludes e as próximas etapas contam com a fundação, superestrutura de pilares e montagem da tubulação em aço. A previsão é de até três meses para conclusão. A Saneago também deve ser responsável pela recomposição florística do trecho, conforme acordo junto à Amma.

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Ao mesmo tempo em que a intervenção ocorre no curso hídrico que deságua no Córrego Ladeira e, logo acima, no Rio Meia Ponte, o prefeito Sandro Mabel (UB) autorizou, em despacho publicado no Diário Oficial do Município (DOM) de segunda-feira (8), uma autorização de crédito suplementar no valor de R$ 3.186.738,69 à Amma. A medida foi justificada sobre “a necessidade de viabilizar a contratação de empresa para obra de execução” do Prad do Córrego Abel Basílio, em cumprimento à sentença dada em meio ao processo que corre desde 2002. Em nota, a agência diz que o plano “já está em fase de publicação do edital de licitação”, que deve ocorrer “em breve”. “Transcorrendo normalmente, o prazo para o processo licitatório é de 90 a 120 dias”, descreve.

No ano em que marca o início do processo para a recuperação ambiental da área de preservação permanente (APP) de 1,8 quilômetro (km) do córrego, além de 650 metros de sua vertente, foi firmado um termo de ajustamento de conduta (TAC) entre o MP-GO e a Prefeitura para medidas como recuperação da área degradada com a contenção de processos erosivos, recuperação do solo degradado e estabilização do leito do córrego, reflorestamento da área com espécies nativas, além da remoção de famílias. Foi somente em 2019 que a Amma apresentou o Prad constando as irregularidades e suas respectivas soluções.

Entre as irregularidades, foi identificada a ausência de vegetação nativa e presença de plantas exóticas nas margens do curso hídrico; descarte de resíduos e entulho; processos erosivos; assoreamento; presença de edificações; e até mesmo lançamento de esgoto em área de nascente. Na última movimentação do processo, houve decisão pela prorrogação do prazo solicitado pelo Paço, com mais seis meses para comprovar a conclusão da licitação para a realização de obras de engenharia, cronograma, além da atualização do Prad, com datas de início e fim.

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