-Imagem (Image_1.1680410)Silêncio e desconfiança dominaram o clima em Abadiânia neste sábado, a cidade onde João Teixeira de Faria, mundialmente conhecido como João de Deus, instalou a Casa de Dom Inácio de Loyola onde faz atendimentos mediúnicos semanais. As denúncias de mulheres estrangeiras e brasileiras contra o médium, de quem seriam vítimas de abusos sexuais, exibidas pelo programa Conversa com Bial, da TV Globo, horas antes, não abalaram a rotina da casa. Dezenas de pessoas perambularam pelo local fazendo orações e meditando sem se abalar com o teor das informações direcionadas pelo jornalista Pedro Bial. Se não havia tranquilidade interna, ela era aparente. Num sábado sem atendimento presencial de João de Deus, a casa estava aberta para quem quisesse conhecê-la ou usufruir seus amplos espaços. Também era dia de limpeza e os trabalhos foram realizados normalmente. Alguns frequentadores nem acharam estranho a presença de jornalistas na Casa de Dom Inácio porque eles estão sempre por ali. Questionada a respeito, a francesa Violine ficou chocada ao ser informada pelo POPULAR do que estava ocorrendo, mas logo se convenceu de que eram “forças do mal”. “A entidade nunca deixaria ele fazer isso. Para que haja incorporação o médium tem de ser de luz”, disse. Há 12 anos vivendo no Nordeste brasileiro, o italiano Roberto Bresaola visitava pela primeira vez a Casa de Dom Inácio estimulado por amigos brasilienses. “Quando cheguei aqui percebi que estava em casa. Este lugar é um ponto de luz”. Roberto foi um dos poucos estrangeiros que estavam no local neste sábado que se dispôs a falar com jornalistas, embora não soubesse das denúncias contra o médium. “Frequentemente o plano espiritual negro ataca homens de luz como ele”, afirmou o italiano, sem deixar de mencionar que em 15 anos de pesquisas espirituais já se decepcionou algumas vezes. O movimento na Rua Francisca Teixeira Damas - nome da mãe do médium - onde se localiza a Casa de Dom Inácio, foi de muita tranquilidade neste sábado. Abordada, uma norte-americana jovem vestida de branco foi taxativa: “Não quero comentar nada”. Outra disparou: “Conheço jornalistas”, antes de sair rapidamente em sua bicicleta. “Eu cheguei aqui há algum tempo por causa do João de Deus e resolvi ficar. Fico triste em saber disso”, resumiu uma jovem artesã. Ela soube pela equipe do POPULAR o teor das denúncias e repetia o tempo todo com cara de espanto: “Quando foi isso? quando foi isso?”