A audiência de instrução do policial militar Gabriel Paixão Baptista, usada pelo advogado Luiz Carlos Silva Neto para tentar adiar o júri contra o empresário Maurício Sampaio e mais quatro pessoas pela morte do jornalista Valério Luiz de Oliveira, por ambos ocorrerem na mesma data, foi remarcado para o dia 1º de agosto.A audiência estava prevista para o dia 13 de junho, mesma data do júri, mas na 1ª Vara Criminal da Comarca do Rio do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ). O PM é acusado de tentar matar cinco turistas estrangeiros e um guia brasileiro a mando de um suposto miliciano em agosto de 2021 e está preso desde dezembro.Silva Neto, que entrou no caso do PM apenas no dia 31 de maio, quando a audiência e o júri já estavam agendados, entrou com o pedido de nova data na Justiça carioca após a de Goiás ter negado remarcar o julgamento de Sampaio. Por fim, o júri do caso Valério Luiz acabou sendo transferido para o dia 5 de dezembro após um jurado furar o isolamento e sair do hotel até sua residência em busca de um medicamento.Leia também:- O que se sabe sobre o mal-estar do jurado do caso Valério Luiz- Defesa de Maurício Sampaio assumiu no final de maio caso que pode adiar júri em Goiânia- Justiça nega adiamento do júri do caso Valério LuizO advogado de Sampaio e do PM pediu primeiro, no dia 6, o adiamento do júri alegando que os casos envolvendo réus presos teriam prioridade na agenda de um advogado, quando as datas são coincidentes, e citou um artigo do Código do Processo Penal (CPP) que, segundo a decisão da Justiça negando o pedido, serve apenas para pautar julgamentos em uma mesma vara judicial.A negativa da Justiça goiana saiu no dia 8. No dia seguinte foi protocolado no TJ-RJ o pedido de adiamento da audiência de instrução, momento em que as testemunhas, os réus e a promotoria são ouvidos para que a Justiça decida se os acusados irão ou não a um júri.Silva Neto argumentou para a Justiça carioca que o juiz Lourival Machado da Costa, que preside o julgamento do caso Valério Luiz, indeferiu o pedido de adiamento proposto inicialmente e que ele precisaria estar na capital goiana no dia 13 pois, apesar de haver outro advogado constituído na defesa de Sampaio, “somente este patrono realizará a defesa oral das teses defensivas”.O adiamento foi aceito no mesmo dia pelo juiz auxiliar da 1ª Vara Criminal do Rio, Adriano Celestino Santos.Na época, o Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) afirmou que a entrada de Silva Neto na defesa do PM e o pedido de adiamento na Justiça goiana foram uma estratégia para tentar adiar o júri contra Sampaio, que é acusado de ter mandado matar Valério Luiz em julho de 2012.