Atualizada às 20h09 de 15/6/2022O júri do sargento da Polícia Militar Lucimar Correia da Silva, acusado de matar o marceneiro Wallacy Maciel de Farias em setembro de 2017, foi adiado para o dia 27 de julho após substituição do promotor de Justiça que estava responsável pelo caso. Wallacy foi morto com dois tiros disparados por Lucimar durante uma abordagem policial no Residencial Canadá, em Goiânia, a menos de um quilômetro de casa.O adiamento pegou a mãe de Wallacy, Adriana Teodoro de Farias, de surpresa. Ela estava na sala de sessões do 4º Tribunal do Júri da capital desde o começo da manhã desta quarta-feira (15) para acompanhar o julgamento quando o juiz informou sobre o adiamento a pedido do promotor de Justiça José Carlos Miranda Nery Júnior, que assumiu a 24ª Promotoria de Justiça na terça-feira (14) e pediu tempo para se inteirar sobre o caso.“A gente nem sabe o que esperar mais. A esperança vai até o último dia, mas foi uma surpresa. Deixa a gente com uma angústia, com medo, poderiam ter avisado antes, mas dizem que é certeza que vai acontecer nesta nova data. Então vamos esperar que aconteça”, comentou.A 24ª Promotoria de Justiça cuida dos processos que passam pela vara onde está o 4º Tribunal do Júri. Consta na decisão pelo adiamento do juiz Antônio Fernandes de Oliveira, que o novo promotor não compareceu ao júri e informou o magistrado por telefone sobre a impossibilidade de participar da sessão por não ter conhecimento detalhado sobre o processo. O adiamento ocorre na mesma semana em que o júri de outro caso de grande repercussão, o da morte do jornalista Valério Luiz de Oliveira há 10 anos, também passou por alteração de data. Em ambos os casos, os autores dos disparos foram sargentos da PM e ambos são defendidos pelo mesmo advogado. Na semana passada a defesa de Lucimar tentou adiar, sem sucesso, o julgamento, alegando que o do caso Valério, que estava previsto para o dia 13, poderia passar de 3 dias de duração.Lucimar – que na época do crime era soldado – é acusado de, além de matar o marceneiro, ter plantado drogas e arma no carro da vítima. Imagens de câmera de segurança mostram ele e outro policial com luvas brancas mexendo no corpo e no veículo antes da chegada da perícia técnica.Wallacy estava próximo da casa da namorada e um vizinho acionou a polícia por considerar a atitude dele suspeita. Antes da ação de Lucimar, o marceneiro foi abordado por outros policiais e liberado por não ter sido encontrado nem arma nem nada de irregular com ele.A defesa do sargento pede que ele seja inocentado e diz que ele estava procurando por drogas e armas no veículo. Em entrevista ao POPULAR nesta semana, o advogado Ricardo Naves comentou que, na versão do sargento, o marceneiro parou o carro de frente para a viatura e desceu de maneira desafiadora, com as mãos na linha da cintura. “Ele não disparou por nada”, afirmou. “A legítima defesa ocorre quando a agressão é atual ou iminente. No caso, era iminente.”O POPULAR entrou em contato com a 24ª Promotoria, mas não teve retorno do promotor.Leia também:- Imagens mostram policiais mexendo no corpo de jovem morto pela PM em Goiânia; veja vídeo- Soldado afirma que arma foi colocada no porta-luvas- Mãe relata ansiedade para júri de PM acusado de matar jovem em abordagem: ‘Fé na Justiça’