As pessoas imunossuprimidas podem ter casos mais graves da Monkeypox, popularmente conhecida como varíola dos macacos. O grupo de pacientes, que engloba pessoas em tratamento com quimioterapia, transplantados, com HIV/AIDS e em hemodiálise, entre outros, precisa, portanto, redobrar os cuidados. Em Goiás, a Secretaria de Estado de Saúde (SES-GO) já confirmou 12 casos e outros 16 estão em investigação.De acordo com a SES-GO, as complicações da Monkeypox para os imunossuprimidos podem incluir infecções secundárias, broncopneumonia, sepse, encefalite e infecção da córnea com consequente perda de visão. De forma histórica, a a taxa de letalidade variou entre 0 e 11% na população em geral, mas desde que os casos se ampliaram mundialmente em 2022, a taxa de mortalidade está em cerca de 3%. Quem são os imunossuprimidos?- Imunodeficiência primária grave.- Quimioterapia para câncer.- Transplantados de órgão sólido ou de células tronco hematopoiéticas (TCTH) uso de drogas imunossupressoras.- Pessoas vivendo com HIV/AIDS.- Uso de corticóides em doses ≥20 mg/dia de prednisona, ou equivalente, por ≥14 dias.- Uso de drogas modificadoras da resposta imune (vide tabela 1).- Auto inflamatórias, doenças intestinais inflamatórias.- Pacientes em hemodiálise.- Pacientes com doenças imunomediadas inflamatórias crônicas, entre outros. Emergência globalA Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou a Monkeypox como emergência de saúde global no último sábado (23). A declaração chama a atenção para a rápida progressão dos números de casos da doença, bem como a disseminação crescente para vários países. No mundo todo já são 16,5 mil casos em 68 países onde a doença não é endêmica. O Brasil é o 7º com maior número de casos: mais de 800 infectados.Como se proteger?A transmissão da varíola pode acontecer entre os seres humanos quando há contato com uma pessoa ou animal contaminado, e também por meio de materiais infectados. Entre as pessoas, por meio das lesões da pele (até que a casca dos ferimentos caia), por gotículas respiratórias e fluidos corporais (como sangue, pus, sêmen). Os materiais contaminados podem incluir, por exemplo, roupas de cama.O período de incubação da varíola dos macacos é geralmente de seis a 13 dias, mas pode variar de cinco a 21 dias, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). De forma geral, a população pode se prevenir usando máscara e higienizando as mãos, assim como ocorre no caso da Covid-19. Em casos suspeitos da doença é preciso isolamento imediato do indivíduo, seguido da coleta de amostras clínicas. Se confirmada a doença, o isolamento só pode terminar após o desaparecimento completo das lesões.Como são as lesões na pele?As erupções na pele passam por diferentes tipos de estágios e podem, inicialmente, se parecer com varicela, ou sífilis, antes de formar uma crosta. No início, podem ser manchas vermelhas e sem volume. Depois, ganham volume e formam bolhas. Por fim, criam cascas.As áreas vermelhas são chamadas de máculas. Quando ganham volume, são chamadas de pápulas. Depois que as bolhas surgem podem ter um fluido esbranquiçado parecido com pus e é depois dessa fase, que se forma a crosta.Quando devo procurar um médico?Se houver sintomas como erupções na pele, acompanhadas ou não de febre ou caroços no pescoço, é necessário procurar imediatamente uma unidade de saúde. A SES-GO afirma ainda que os profissionais da rede pública e rede privada foram capacitados para fazer o diagnóstico diferencial (sintomas podem ser os mesmos de outras doenças, como catapora, herpes vírus, sífilis, por exemplo), levantar os contatos e monitorar os casos até que seja concluída a investigação.Leia também: Varíola dos macacos foi transmitida durante sexo em 95% dos casos, aponta estudoVacina contra varíola dos macacos tem disputa acirrada e não chega logo, diz secretário de SPGoiás chega a 12 casos de varíola dos macacos; 9 são em GoiâniaOMS decreta varíola do macaco como emergência internacional