Em meio à investigação policial de uma clínica de estética em Goiânia denunciada por pacientes com sequelas pelo uso de polimetilmetacrilato (PMMA), o Conselho Federal de Medicina (CFM) tem cobrado à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que seja proibida a utilização do componente plástico em preenchimentos. A autarquia justifica que a utilização “em grandes volumes e com fins estéticos vem aumentando vertiginosamente” e gerando complicações graves. Hoje, o uso é autorizado pela agência reguladora para dois tipos de tratamentos reparadores, mas não é indicado procedimentos com fins estéticos. No documento de 35 páginas entregue nesta terça-feira (21) à Anvisa, o CFM defende que a utilização do PMMA como substância para preenchimento tem sido motivo de alerta há mais de 18 anos pelas entidades médicas, como a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), mas sem avanços. “As tentativas têm se mostrado infrutíferas, sendo incapazes de restringir o uso de produtos à base de PMMA a pequenas quantidades e com fins reparadores”, justifica. Conforme a entidade, as normas de uso do PMMA, como seu manuseio apenas por médicos, são infringidas.