Cerca de 15,4 milhões de pessoas já foram afetadas diretamente pelos incêndios florestais que tomaram o país entre agosto e setembro, segundo um relatório da CNM (Confederação Nacional de Municípios), divulgado nesta quinta-feira (26).

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Entre os afetados, 1.024 tiveram que deixar suas casas. A confederação explica que os números podem ser ainda maior, ''visto que a informação sobre desalojados e desabrigados ainda não foi preenchida pela maioria dos municípios''.

Os prejuízos econômicos chegaram a R$ 1,3 bilhão. Valor é referente aos meses de agosto e setembro, e representa um aumento de 183.000% em comparação ao período de janeiro a setembro de 2023, quando foi de R$ 29,1 milhões.

Até o momento, 573 cidades já decretaram situação de emergência devido às queimadas. Entre janeiro e julho, eram 29 com esse perfil. Em agosto e setembro, foram 556 a mais.

''Atípico e fora do padrão'', diz Paulo Ziulkoski, presidente da CNM. ''O cenário reforça a urgência de o Brasil adotar medidas concretas e que possibilitem a prevenção e o enfrentamento de desastres como esses que estamos agora vivenciando e que impacta gravemente a saúde de milhões de pessoas, o meio ambiente e o desenvolvimento do país", afirmou.

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Chega a 15,4 milhões o número de pessoas afetadas pelas queimadas, diz CNM

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Matéria - Cidades

INCÊNDIOS 

A população acompanha e sente na própria saúde as consequências das queimadas que ocorreram e ainda ocorrem no Brasil. O fenômeno das queimadas nos leva a pensar na relação que precisa existir entre ecologia e consciência. Os estudiosos explicam que “o termo ecologia é formado das palavras gregas oikos (casa) e logos (conhecimento). Portanto, ecologia é a ciência da nossa ‘casa comum’: o meio ambiente, a natureza, a Terra” (Jungues).

O homem é indiscutivelmente um ser de relação. Ora, sendo relação, ele precisa ser concebido como alguém capaz de viver “uma conversão ecológica pela qual o ser humano deixe de se autocompreender como indivíduo separado para se ver como parte de um conjunto de inter-relações naturais e sociais”, escreve o teólogo citado anteriormente. A “conversão ecológica” ensina-nos que ser humano e ecologia caminham unidos, pois ambos fazem parte de um mesmo sistema planetário.

Sem criar uma cultura da consciência, talvez nada possa ser feito no que toca aos efeitos catastróficos da ação do ser humano na natureza, especialmente no que se refere às queimadas. A constituição pastoral Gaudium et Spes do Concílio Vaticano II ensina que Deus não criou o homem como realidade isolada, mas, ao contrário: “O homem é, com efeito, por sua natureza íntima, um ser social”. Com essa característica peculiar de ser social, portanto, relacional, o ser humano é convidado a repensar como vem ocorrendo sua relação com a natureza.

A consciência faz lembrar que existe, em nossa estrutura psíquica, uma lei. Essa, por sua vez, não deve ser tomada simplesmente como um imperativo fundamentado no dever, mas proporciona ao ser humano a capacidade de refletir e pensar sobre as consequências do seu agir, de suas intenções, de sua intencionalidade, que decorrerá em forma de comportamento.

Sabiamente, a Gaudium et Spes recorda aos homens e mulheres de boa vontade: “Na intimidade da consciência o homem descobre uma lei: faz isto, evita aquilo. A consciência é o núcleo secretíssimo e o sacrário do homem, onde ele está sozinho com Deus e onde ressoa sua voz”.

A Igreja Católica, por meio da Campanha da Fraternidade de 2011, convidou-nos a repensar nossas ações relacionadas com as demais vidas no planeta. E, mais recentemente, o Papa Francisco, por meio da Encíclica Laudato Si, lembra que “as mudanças climáticas são um problema global com graves implicações ambientais, sociais, econômicas, distributivas e políticas, constituindo atualmente um dos principais desafios para a humanidade”.

Por isso, reflitamos sobre nosso comportamento relacionado aos desafios ecológicos da atualidade, sobretudo diante das inúmeras queimadas que matam os animais, destroem a vegetação e comprometem a saúde de todos nós, seres humanos.

Pe. Elismar Alves dos Santos, pós-doutor em Teologia Moral e professor de Teologia na PUC Goiás

Ecologia e consciência

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Padre Elismar Alves

Queimadas O tempo passa, o tempo voa e a direita continua do mesmo jeito: destilando ódio, injúrias e inverdades. Nada de novo! Infelizmente preferem viver alimentados por maus pensamentos e condutas, frutos de um fenômeno negacionista plantado em seus tristes corações por Jair Bolsonaro, seu guru(?) Olavo de Carvalho e asseclas de plantão. Enfrentamos hoje um alarmante problema: as queimadas! Tudo muito triste e devastador! E neste ínterim incansavelmente aparece quem se disponha a inflamar ainda mais o fogo que nos consome. Sei bem que os governos federal, estaduais e municipais podem e devem fazer muito mais pelo controle das queimadas, mas, sobretudo, pela prevenção das mesmas, bem como a preservação do meio ambiente. Este é simplesmente o dever de casa de todos, a começar da própria população. Mas gostaria de frisar que todo este processo histórico de queimadas em nosso país tem como origem a ambição desenfreada do agronegócio em todo o território nacional. O que se vê nas últimas décadas é o nosso meio ambiente ser totalmente destruído para as superproduções de monoculturas e criação gado, com a falsa alcunha de fazer do Brasil o celeiro do mundo. Meganegócios que enriquecem poucos, mas nada (ou quase nada) refletem positivamente no bolso e no prato do povo brasileiro, sobretudo aqueles que estão do meio para baixo na chamada pirâmide social. Louvo sim os heroicos homens e mulheres deste país que sustentam ao menos 70% de toda a nação brasileira com a saudável agricultura familiar. Estes sim cuidam bem da terra, preservam a natureza com suas matas, mananciais e animais silvestres, e ainda nos abastecem com produtos de boa qualidade. O resto? O agronegócio? Sinônimo de degradação dos ecossistemas com a visão reta do mercado exterior. E a culpa é de todos nós que tantas vezes fazemos vistas grossas para essas atrocidades. Roberto Célio P. Silva Setor Pedro Ludovico - Goiânia	  Octo Marques Nosso saudoso e estimado artista Octo Outuniro Marques, um autêntico poeta da imagem, um documentarista da vida vilaboense; nasceu no dia 8 de outubro de 1915. Documentou o cotidiano de sua terra natal, a cidade de Goiás, em seus mínimos detalhes, com um olhar atento, afetuoso e originalíssimo. Octo registrou o regionalismo de um povo, não só nas artes plásticas, mas também na literatura e no jornalismo. Morreu no dia 22 de abril de 1988, ou seja, há 36 anos. Por todo legado nas artes, pelo incondicional amor a sua terra, pela relevância de seus registros históricos, quem sabe, em futuro próximo, ao menos um busto lhe seja dedicado em sua cidade mãe, Patrimônio Cultural da Humanidade. Marly S. Mendanha Bavani Cidade de Goiás

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Cortina de fumaça em Cristalina

Combate ao incêndio em Cristalina

<div attr-cid="policy:1.3181606" attr-version="policy:1.3181606:1727785305" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.3181606" data-onecms-type="article" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.3181606', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.3181606">Cortina de fumaça em Cristalina (1.3181606)</a></div>

Um paredão de fumaça, causado por um incêndio de grandes proporções em uma fazenda localizada no distrito de Campos Lindos, a cerca de 110 km da cidade de Cristalina, no Entorno do Distrito Federal, assustou moradores e interditou a BR-251, nesta segunda-feira (30).&nbsp;Em imagens feitas por moradores é possível notar que a fuma encobre o céu e bloqueia a visibilidade da via (assista acima).

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<cite>A fumaça era intensa e inclusive atingiu a parte urbana do distrito de Campos Lindos, por algum momento vindo a interditar a BR-251&nbsp; na altura do posto Sobral”, informaram os bombeiros.&nbsp;</cite>

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/bombeiros-recomendam-n-o-enfrentar-os-incendios-1.3180719" target="_blank">Bombeiros recomendam não enfrentar os incêndios</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/chapinha-ligada-provoca-incendio-em-casa-de-trindade-veja-video-1.3180763" target="_blank">Chapinha ligada provoca incêndio em casa de Trindade; veja vídeo</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/bebe-morre-durante-incendio-dentro-de-casa-em-mineiros-1.3181234" target="_blank">Bebê morre durante incêndio dentro de casa em Mineiros</a></div>

<img attr-cid="policy:1.3181596" attr-version="policy:1.3181596:1727783717" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3181596/OPOPULAR - Montagem de fotos e vídeo para o site (3).jpg?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /> 
Paredão de fumaça interditou BR-251 (Reprodução / Corpo de Bombeiros)

De acordo com o Corpo de Bombeiros, as chamas atingiram uma lavoura de palhada, por volta das 11h45. Com a força do vento, o fogo se espalhou consumindo a lavoura, uma floresta plantada de eucalipto e mata nativa. Ao todo, conforme os bombeiros, aproximadamente 700 hectares da fazenda foram consumidos pelo fogo.&nbsp;

Segundo os militares, ao todo 35 bombeiros de Goiás e do Distrito Federal trabalharam para combater às chamas, além disso a ação contou com:&nbsp;

<ul>
	<li>95 brigadistas;</li>
	<li>23 tratores com grade;</li>
	<li>15 tratores com tanque pipa;</li>
	<li>4 carretas tanque;</li>
	<li>7 caminhões tanque;</li>
	<li>230 mil litros de água;</li>
	<li>7 viaturas do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal.&nbsp;</li>
</ul>

“Foram utilizadas as técnicas de combate direto com abafadores e sopradores, combate indireto com aceiros e linha fria além do rescaldo com caminhões e tratores”, informou o Corpo de Bombeiros de Goiás.&nbsp;

As chamas foram controladas no início da noite, mas a equipe atuou no rescaldo, técnica para evitar novos focos de incêndio devido ao calor das chamas anteriores, até às 21h15.&nbsp;

<div attr-cid="policy:1.3181613" attr-version="policy:1.3181613:1727786005" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.3181613" data-onecms-type="article" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.3181613', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.3181613">Combate ao incêndio em Cristalina (1.3181613)</a></div>

<h2>Incêndios em Goiás</h2>

Conforme o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), entre os dias 1º e 30 de setembro deste ano, Goiás registrou 3,111 mil focos de queimadas. Em 2023, no mesmo período, foram pouco mais de 625. A reportagem do POPULAR publicada no dia 11 de setembro mostrou que, até aquela data, ao menos <a href="https://opopular.com.br/cidades/fogo-em-setembro-ja-consumiu-uma-goiania-1.3173660" target="_blank">70 mil hectares tinham sido devastados pelo fogo em Goiás</a>, o que equivale a quase toda a extensão territorial de Goiânia.&nbsp;&nbsp; 
&nbsp;

<h2>Veja como agir em caso de foco de incêndio perto de casa ou na estrada</h2>

No caso de residências localizadas próximas à vegetação com fogo, o tenente-coronel do Corpo de Bombeiros, Luiz Eduardo Lobo, afirma que a <a href="http://A Defesa Civil de Goiânia também reforça a importância de, em ambas as situações, procurar um local seguro e ligar para o Corpo de Bombeiros. No caso de presenciar alguém provocando os incêndios, a orientação é ligar para a polícia, por meio dos telefones 190 e 197.No caso de Goiânia, há ainda o número 153, que aciona a Guarda Civil Metropolitana, que também está atenta ao combate de incêndios criminosos." target="_blank">primeira ação a ser feita é acionar a corporação por meio do telefone 193</a>.

Na estrada, a recomendação quando se deparar com a fumaça oriunda dos incêndios é não tentar atravessar aquele local. O tenente-coronel afirma que é preciso parar o carro antes da fumaça, em um local com visibilidade, e esperar a queimada passar, até que a fumaça fique menos densa, e permita a passagem pelo local.

A Defesa Civil de Goiânia também reforça a importância de, em ambas as situações, procurar um local seguro e ligar para o Corpo de Bombeiros. No caso de presenciar alguém provocando os incêndios, a orientação é ligar para a polícia, por meio dos telefones 190 e 197.

No caso de Goiânia, há ainda o número 153, que aciona a Guarda Civil Metropolitana, que também está atenta ao combate de incêndios criminosos.

Paredão de fumaça assusta moradores durante incêndio em Goiás; vídeo

EM CHAMAS

Segundo filhote Onça

<div attr-cid="policy:1.3181591" attr-version="policy:1.3181591:1727779882" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.3181591" data-onecms-type="article" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.3181591', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.3181591">Segundo filhote Onça (1.3181591)</a></div>

A onça-pintada Amanaci, <a href="https://opopular.com.br/cidades/onca-vitima-de-queimada-no-pantanal-sera-tratada-com-ozonio-1.2122857" target="_blank">que teve as patas queimadas</a> em um incêndio no Pantanal, se tornou mãe pela segunda vez. Um vídeo mostra o filhote, que ganhou o nome de Erê, sendo cuidado e limpado pela mãe dentro do recinto de um santuário, em Corumbá de Goiás, no Entorno do Distrito Federal (assista acima).

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O segundo filhote nasceu no dia 1° de setembro deste ano. Amanaci já tinha <a href="http://opopular.com.br/cidades/filhote-de-onca-pintada-resgatada-em-incendio-no-pantanal-se-chamara-apoena-1.2419779" target="_blank">dado à luz o macho Apoena</a> em fevereiro de 2022. A mãe e os dois filhotes estão sendo cuidados no&nbsp;Instituto de Preservação e Defesa de Felídeos da Fauna Silvestre do Brasil em Processo de Extinção (NEX).&nbsp;

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/filhote-de-onca-pintada-resgatada-em-incendio-no-pantanal-se-chamara-apoena-1.2419779" target="_blank">Filhote de onça-pintada resgatada em incêndio no Pantanal se chamará Apoena</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/santuario-de-oncas-em-corumba-de-goias-abre-as-portas-para-visitac-o-1.3155631" target="_blank">Santuário de onças em Corumbá de Goiás abre as portas para visitação</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/habitat-reduzido-multiplica-aparic-o-de-oncas-em-goias-1.3133856" target="_blank">Hábitat reduzido multiplica aparição de onças em Goiás</a></div>

A mãe Amanaci foi resgatada em 2020, quando teve queimaduras de 3° grau nas duas patas e precisou ser tratada com células-tronco e ozônio. Como ela perdeu as garras, não pôde voltar ao pantanal. Atualmente, ela vive em uma grande área, onde estão outras 25 onças.

Segundo o Instituto, o primeiro filhote tem um problema de visão&nbsp;que o impede de ser solto na natureza. Já o segundo filho tem um mês de vida,&nbsp;está bem de saúde e deve ser solto no pantanal quando completar dois anos de idade, no mesmo período em que acontece uma separação no habitat natural.&nbsp;

<img attr-cid="policy:1.3181593" attr-version="policy:1.3181593:1727780269" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3181593/OPOPULAR - Montagem de fotos e vídeo para o site - 2024-10-01T075743.767.jpg?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /> 
À esquerda, o segundo filhote Erê. À direita, a mãe Amanaci junto ao primeiro filhote Apoena. (Divulgação/Instituto Nex)

<h2>Resgate de Amanaci</h2>

Na época, em 2020, a&nbsp;administradora da NEX, Daniela Gianni, contou ao O POPULAR que&nbsp;a fêmea Amanaci chegou ao recinto pesando 70 quilos e com queimaduras de terceiro grau nas duas patas. Ela destacou que o estado de saúde da onça era pior do que de outros animais tratados no local.&nbsp;

<cite>Ela teve as patas completamente queimadas e os tendões perderam toda a funcionalidade. "Ela não consegue mais expor as garras, e por isso, não consegue mais caçar, nem se defender adequadamente", relata Daniela Gianni.</cite>

Daniela acredita que Amanaci tenha se queimado tanto durante um incêndio, por conta do fato de, possivelmente, estar com filhotes. "É bem provável que ela tenha permanecido pisando sobre o fogo, ou brasa, procurando por eles. Ela também chegou aqui com as mamas inchadas", relata.

<cite>Ela chegou aqui tremendo de dor. Nunca vimos uma onça em uma situação tão ruim quanto a dela. É possível que por conta das queimadas, as patas dela fiquem sensíveis e ela precise de alguma calçadeira ou adaptação para andar normalmente. Entretanto, só vamos saber quando ela se recuperar totalmente", disse Daniela.&nbsp;</cite>

Onça que teve patas queimadas em incêndio no Pantanal é mãe pela segunda vez; vídeo

NATUREZA

O Popular