O chorume – líquido altamente poluente resultante da decomposição de resíduos orgânicos – se acumula sem tratamento adequado no aterro sanitário municipal de Goiânia desde o dia 4 de dezembro, quando a estatal Saneamento de Goiás (Saneago) parou de receber o material por determinação da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad). A Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg), que administra o aterro, alertou a Prefeitura que a capacidade das lagoas de armazenamento se esgotaria em 25 de dezembro, mas, conforme O POPULAR apurou, a única solução concreta está prevista para até o final de fevereiro. Até então, todo o chorume produzido no aterro era encaminhado para a estação de tratamento e esgoto (ETE) da Saneago no Setor Goiânia 2, às margens do Rio Meia Ponte. Entretanto, em 19 de novembro, a estatal informou ao prefeito Sandro Mabel (UB) que foi notificada pela Semad para que interrompesse o recebimento do material “sob pena de aplicação de pesadas multas”. Isso porque, segundo a pasta ambiental do Estado, a empresa de saneamento não possui licença para recebimento desse tipo de efluente. No ofício, a Saneago lembra que o mesmo pedido foi feito em 16 de setembro em um auto de infração por outra situação, na qual foi multada em R$ 15 milhões.