As chuvas já afetaram 12,5 mil pessoas em Goiás. Muitas delas ficaram, em algum momento, isoladas por conta de alagamentos de rodovias, quedas de pontes ou outras situações. Dados preliminares apontam que 420 famílias calungas permanecem sem acesso, e a ajuda em regiões de Cavalcante, Teresina de Goiás e Monte Alegre só chega pelo helicóptero do Corpo de Bombeiros. A Defesa Civil de Goiás ainda contabiliza, preliminarmente, 486 pessoas desalojadas e seis desabrigadas.Chefe do departamento e gestão de riscos da Defesa Civil Estadual, o capitão Ricardo Oliveira explica que esses dados são preliminares porque são atualizados pelas prefeituras diariamente e, depois, repassados à corporação. O capitão dos bombeiros ainda detalha que o número de 12.504 pessoas afetadas pelas chuvas não significa que elas ainda estejam passando por alguma dificuldade, mas que passaram. Ele cita como exemplo um rio que transborda e impede a passagem dos moradores, mas que depois volta ao normal e a cidade retoma a rotina. “Assim vai acontecendo de acordo com a dinâmica das chuvas.”Oliveira detalha que as situações mais graves de pessoas ilhadas são entre os calungas. Ele explica que nestes locais as famílias já moram em regiões afastadas, em áreas com geografia bastante complicada e com as chuvas, a situação ficou pior. Muitas pontes foram arrastadas pela correnteza dos rios, além das estradas, muitas alagadas, outras com muita lama. Nestes locais, a ajuda tem chegado apenas pelo helicóptero dos Bombeiros. Nesta quarta-feira (12), a aeronave conseguiu fazer pousos levando mantimentos para as famílias.Na tarde desta quarta-feira (12) não choveu na região, que vinha de um dia e uma noite de precipitações constantes, apesar de fracas. Para esta quinta-feira (13), a previsão é que chova cerca de 30 milímetros. O capitão diz que a expectativa é que haja estiagem a partir de sexta-feira.Prefeito de Alto Paraíso de Goiás, Marcus Rinco (DEM) diz que os moradores aguardam o veranico previsto para este mês. Ele destaca que muitas estradas municipais estão com problema por conta da chuva, mas que não existem pessoas isoladas. Além disso, informa que as cachoeiras e áreas de lazer estão fechadas por conta dos riscos.A Defesa Civil estadual informou que no registro de danos materiais, que também é preliminar, já foram contabilizadas 62 casas danificadas e 46 residências destruídas pelas chuvas. Ainda constam duas unidades de saúde com registro de danos, assim como oito locais públicos afetados. Considerando obras públicas, entre elas pontes e rodovias, já houve 332 registros de danos e 316 que foram destruídos.SaneamentoO prefeito de Cavalcante, Vilmar Kalunga (PSB) esteve na Saneago na tarde desta quarta-feira para tratar de problemas causados pelas chuvas, entre eles, uma solução para o esgotamento sanitário da cidade, que tem predominância de fossas precárias que estão extravasando. Os resíduos estão seguindo para o Rio das Almas, que abastece a comunidade calunga de Vão das Almas. Além disso, a prefeitura informa que as chuvas estão perto de colapsar o funcionamento da caixa d’água que abaste algumas regiões e que há grande preocupação com isso.O gerente do Centro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas de Goiás, André Amorim afirma que o estado de Goiás ainda tem previsão de chuvas intensas para esta quinta-feira (13), mas que nos próximos dias a chuva deve dar uma trégua. Mesmo assim ele alerta a necessidade de cuidado em áreas de rios porque os níveis não baixam de uma hora para outra. A estiagem deve durar cerca de dez dias e pode voltar a chover no fim deste mês. Dezessete cidades goianas seguem em situação de emergência.Semad monitora 72 barragens Com a intensidade das chuvas, a preocupação com as barragens fica maior. No fim de dezembro, o POPULAR mostrou que a Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) monitora 72 barragens hídricas que apresentam risco e dano potencial médio ou alto. A maioria dessas barragens está localizada em propriedades rurais e seus responsáveis já foram notificados sobre os cuidados a serem tomados no período chuvoso para impedir a ocorrência de desastres. A Semad informou que uma força-tarefa tem realizado ações preventivas. Goiás tem cerca de 10 mil barramentos e a pasta informou que estes reservatórios passarão por vistoria e, caso necessário, por adequações.A Semad também instrui todos os proprietários de barramentos para que estejam sempre em prontidão para comunicar possíveis emergências às Defesas Civis municipais da região onde se encontram, além de constituir uma rede de comunicação com vizinhos e comunidades residenciais em um raio de 10 quilômetros da represa.Das 10 mil barragens do estado, apenas cerca de 5 mil, estão regularizadas junto à pasta de meio ambiente estadual. A secretaria informou que, para diminuir riscos, os cadastramentos são essenciais. A Semad também divulgou que o sistema para atualização das informações é 100% digital e permanece aberto para que os proprietários possam regularizá-los.GO-118 é liberada para caminhõesA GO-118, entre Alto Paraíso e Teresina de Goiás, foi liberada no início da noite desta quarta-feira (12) para o tráfego de carretas. A Agência Goiana de Infraestrutura e Transportes (Goinfra) informou que foram executados serviços para reforço da estrutura do leito da rodovia, que permite o retorno dos veículos pesados.A agência destaca que o tráfego continuará em meia pista, no sistema siga e pare, com velocidade controlada e sob a supervisão do Comando de Policiamento Rodoviário (CPR). Ainda segundo a pasta, a faixa liberada foi ampliada para a largura de 4,5 metros, e também foram instalados quebra-molas a 20 metros do trecho em obras, que está com sinalização e iluminação noturna reforçadas para maior segurança dos condutores.Presidente da Goinfra, Pedro Sales destaca que o serviço foi executado rapidamente porque as equipes trabalharam nos três turnos e, assim, conseguiram entregar a obra que estava prevista para ficar pronta em 24 de janeiro, com dez dias de trabalho. Ele detalha que foi reforçado o talude com rastro de rocha, que foi compactado. O trecho fica a 20 quilômetros de Teresina de Goiás. Quando a estiagem se firmar, será refeita a base e a capa asfáltica do trecho que sofreu com a erosão provocada pelas tempestades. O tráfego de veículos pequenos foi liberado no dia 6, depois de ser totalmente interditado na semana do Natal, por conta de uma erosão no leito da rodovia, provocada pelas chuvas. FainaEquipes do governo estadual estiveram em Faina nesta quarta-feira para vistoriar a área de deslizamento da GO-230, conhecida como Serra do Macaco, que isolou uma comunidade com 120 famílias. O governo estadual informou que maquinário será encaminhado para desbloqueio da rodovia e também encaminhou ajuda e alimentos.