O projeto Centraliza, de revitalização do centro histórico de Goiânia, foi lançado pela prefeitura há mais de um ano e até agora nenhuma das propostas mais relevantes saiu do papel. Entretanto, faltando menos de dois meses para o fim da atual gestão municipal e para uma nova legislatura assumir a Câmara Municipal, com a entrada de 13 novos vereadores, comerciantes da região central e representantes da categoria preferem que o projeto fique suspenso até o começo de 2025.

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Levantamento feito pelo POPULAR mostra que as propostas do Centraliza que só dependem do executivo não vão ser mesmo colocadas em prática em 2024. Não há tempo hábil. Já a parte que envolve benefícios fiscais e que tramita no legislativo municipal ainda pode ser viabilizado neste ano, porém também neste caso os empresários ouvidos pelo jornal dizem preferir que volte a ser discutido em 2025, inclusive com margem para alterações no projeto de lei.

Ainda há pontos do Centraliza que estão longe de consenso entre os entrevistados. A criação do Calçadão da Anhanguera, fechando a via para veículos particulares no trecho entre as avenidas Araguaia e Tocantins, foi descartado após pressão dos comerciantes, mas agora, com a perspectiva de uma nova gestão, empresários já veem a ideia com bons olhos. A modernização e ampliação da área de estacionamento público pago e o limite reduzido de velocidade também causam divergências.

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O prefeito Rogério Cruz (SD) lançou o projeto Centraliza em outubro de 2023, uma iniciativa coordenada pelo então titular da Secretaria Municipal de Finanças (Sefin), Vinícius Henrique Alves, que envolveu previamente discussões com diversas entidades classistas interessadas em investir na região. As principais propostas envolviam a valorização econômica do centro, como a transformação do Jóquei Clube em um polo gastronômico e a gestão privatizada dos mercados municipais.

Em abril, O POPULAR já havia mostrado que a prefeitura tinha mudado as expectativas sobre o Centraliza e que a intenção passou a ser apenas a resolução do trâmite burocrático e financeiro das propostas para que a partir de 2025 as propostas pudessem ser executadas. Entretanto, conforme o jornal apurou, apenas o projeto executivo para a reformulação do Bosque dos Buritis foi finalizado, após a contratação de um escritório paulista de arquitetura para formula-lo.

Se o Centraliza não avançou, uma iniciativa do poder público neste ano foi elogiada pelos comerciantes como importante para melhorar a circulação de pessoas no Centro. Porém não envolve o projeto. Trata-se da inauguração do BRT Norte Sul, corredor de ônibus que atravessa a Avenida Goiás. Mais de um entrevistado afirmou que melhorou o fluxo de pedestres que embarcam ou desembarcam nesta via e, a partir dela, vão para seus destinos.

As ideias que constam no Centraliza são, na maioria, elogiadas pelos entrevistados, que pedem para que não seja abandonado pela próxima gestão. O prefeito eleito Sandro Mabel (UB) assume o cargo no dia 1º de janeiro e ainda não se posicionou oficialmente sobre o projeto. Durante a campanha, ele defendeu a revitalização do Centro e, recentemente, falou formalmente na intenção de transformar o Jóquei Clube em um polo de desenvolvimento de games e um centro cultural.

Há propostas sugeridas pelos comerciantes que não constam no Centraliza. Uma delas é dar mais atenção às iniciativas culturais e de lazer desenvolvidas por quem já empreende na região. Também é cobrado reforço na segurança, inclusive à noite, com o aumento da presença da Guarda Civil Metropolitana (GCM). Muitos lojistas, que alugam o ponto onde trabalham, pedem que a prefeitura pense em mais opções para incentivar os proprietários a revitalizar as fachadas dos imóveis.

A forma como o projeto será executado também preocupa os empresários locais. Um exemplo citado mais de uma vez foi o Calçadão da Anhanguera. O atual prefeito foi alvo de queixas por não resolver o imbróglio com os ambulantes na região. Por isso, havia o medo de que sem um planejamento que envolvesse aspectos de fiscalização e segurança o espaço ampliado para pedestres fosse ocupado por mais comerciantes informais.

Em relação ao projeto que tramita na Câmara, o jornal apurou haver um medo que ele seja modificado e aprovado “no apagar das luzes da atual legislatura” com itens que possam prejudicar a intenção de revitalizar o centro e a falta de habilidade política da atual gestão do Paço junto aos vereadores para impedir que isso venha a ocorrer.

O presidente da Associação Comercial e Industrial do Centro de Goiânia (Acic), Antônio Alves Ferreira Filho, diz ver com bons olhos o fato de o próximo prefeito ser do setor empresarial, pois teria familiaridade com as necessidades dos comerciantes e lojistas para voltarem a crescer. Para ele é interessante que o Centraliza só volte a ser discutido em 2025. “Se chegou até agora e não foi feito nada, deixa para a próxima gestão.”

Antônio elogia a forma como o projeto foi elaborado, mas faltou força política para executá-lo com a velocidade que os comerciantes precisavam.

O coordenador jurídico da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Goiânia, Felipe Teles, lembra que a entidade participou da formulação do Centraliza desde maio de 2023 e ressalta ser fundamental que o projeto não seja abandonado. Para ele, como estamos em um momento de transição, caso o projeto continue avançando em 2024 é importante que a próxima gestão da prefeitura esteja já envolvida nisso. “Seria salutar (que algo já seja implantado agora), mas é muito improvável.”

O presidente do Sindicato do Comércio Varejista no Estado de Goiás (Sindilojas-GO), Cristiano Caixeta, afirma que foi “feito de tudo” para que o Centraliza fosse executado já em 2024 e que se for feito agora algo só para constar, mas que não seja completo e eficaz, é melhor deixar para o próximo ano. Ele defende que o projeto é algo para vários anos, então seria interessante ser executado dentro de uma gestão com mais tempo.

O projeto de lei que trata principalmente de aspectos fiscais do programa Centraliza se encontra atualmente na Comissão de Finanças, Orçamento e Economia (CFOE) da Câmara Municipal, após passar em primeira votação no plenário e pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), onde passou por diversas alterações na parte tributária. A relatora do projeto na CFOE, vereadora Kátia Maria (PT), diz que a intenção é que a votação ocorra no final de novembro e que o plenário possa aprová-lo em definitivo antes do recesso de fim de ano.

Kátia diz que o projeto ficou parado durante o período eleitoral, mas que já está promovendo encontros para discuti-lo e avançar nas propostas voltadas para a parte urbanística e de dignidade humana e desenvolvimento. Na segunda quinzena deste mês está prevista uma audiência pública para debater estes aspectos. Ela não concorda com os empresários que defendem a suspensão do projeto até 2025. Segundo a vereadora, é possível dar uma contribuição qualificada ainda em 2024. “Não podemos correr o risco de perder tudo que foi discutido.” 
 
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Comerciantes querem que projeto Centraliza fique para 2025

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Revitalização do Centro

O maior interesse pelo Centro já começou a se refletir na valorização de imóveis na região. Em 2024, segundo o Índice FipZap Residencial, o preço do metro quadrado no setor Central fechou o ano em R$ 5.075 e ele foi o campeão em valorização em Goiânia, com alta de 39,2% em 12 meses. Mesmo assim, o melhor custo-benefício em relação a outras regiões da cidade ainda é uma atratividade.

Para Gustavo Abdala, diretor da URBS Conect, as mudanças do último Plano Diretor fizeram com que regiões nobres tivessem uma desaceleração de investimentos pela alta de custos. “O aproveitamento destas áreas será menor, o que impactou no preço e abriu grande oportunidade para o Centro, que passou a ter diferença grande no valor do metro quadrado”, alerta.

Apesar de a região ainda ter um preço bem menor que outras, ela teve maior valorização justamente por ter ficado muito tempo sem lançar e, agora, começar a receber novos projetos modernos. Ao mesmo tempo, o Centro tem incentivos públicos, como a isenção do IPTU por cinco anos para novos moradores. “São incentivos que ajudam na tomada de decisão. Novos projetos e construtoras voltando seu olhar para a região”, diz.

Segundo Abdala, o metro quadrado no Centro chega aos R$ 7,5 mil para novos empreendimentos, 30% a 40% abaixo de outros bairros, como Oeste e Universitário, que fazem divisa com ele. “Novos empreendimentos chegam com atrativos como rooftop, o que deve incentivar a migração de outros bairros para lá, o contrário do que aconteceu nas últimas décadas”, prevê. Porém, ainda faltam parques e praças no Centro que possam servir de âncora e atrair mais empreendimentos para suas proximidades.

Para Felipe Melazzo, presidente da Associação das Empresas do Mercado&nbsp;Imobiliário de Goiás (Ademi-GO), a isenção de IPTU por cinco anos e da outorga onerosa são grandes chamarizes. Segundo ele, por causa do projeto Centraliza, o mercado também espera uma revitalização do Centro, o que trará grandes alterações, principalmente nas questões tributárias, como isenção de ISTI.&nbsp;

Outro atrativo é a possibilidade adensamento, com construções de até 7,5 vezes a área do terreno, respeitando a distância dos bens tombados, além da isenção de taxa de aprovação. “O movimento de investidores aposta na aprovação do Centraliza, que é urgente porque o Centro está muito degradado”, adverte Melazzo. Quando o projeto for aprovado, o perímetro do Centro aumentará, indo da Alameda Botafogo até Independência, contornando o Bosque dos Buritis, Praça Cívica e rua 10, nas divisas com setores Oeste, Aeroporto e Universitário.

Paulo Silas e o sócio, Ricardo Maciel, da Sim Incorporadora, explicam que o projeto do Katedral vem atualizado com as atuais demandas das famílias, um fator importante de atratividade para o empreendimento. Para eles, o mercado imobiliário tem muito a contribuir com a revitalização do Centro e os incentivos do poder público serão fundamentais para dar uma nova cara ao bairro, mantendo suas características históricas.

Para Antônio Alves Ferreira Filho, presidente da Associação Comercial e Industrial do Centro de Goiânia (Acic), estes investimentos do mercado imobiliário devem ajudar muito o comércio da região. “Apenas com mais pessoas morando e trabalhando, podemos revitalizar o Centro. Onde tem movimento, não tem tanto morador de rua e ajuda a movimentar o comércio”, acredita. Ele acredita que os novos empreendimentos vão fomentar a revitalização.

Mas Ferreira alerta que também é importante incentivar as pessoas que moram no Centro a consumirem lá e resolver gargalos, como a falta de estacionamento, com propostas como a área azul digital. Ele dá o exemplo do comércio de materiais escolares, que é forte na região e precisa ser fomentado. Para isso, as pessoas precisam se sentir seguras para encontrar estacionamento e não serem multadas. “Mabel é empresário e sabe que, para uma empresa se manter, precisa de pessoas consumindo, por isso estamos confiantes de que o Centraliza irá andar”, destaca.

Em nota, a Prefeitura de Goiânia informou que a atual gestão retirou o projeto Centraliza da Câmara Municipal para novas análises e discussões e, após a conclusão delas, o projeto será reenviado ao Legislativo para apreciação.&nbsp;

Impactos

A CMO Construtora acaba de lançar o primeiro empreendimento na orla do Lago das Rosas, desde o novo Plano Diretor, que trouxe alterações que afetaram muito o setor Oeste. O diretor da empresa, Marcelo Moreira, explica que boa parte do bairro, que era região de adensamento, passou a ser de desaceleração e teve algumas travas. Além do limite de cinco vezes a utilização do terreno, a outorga paga também custa até três vezes mais, o que reduziu muito a viabilidade de novos empreendimentos.

Mas, na divisa com o setor Coimbra, algumas quadras ganharam gabarito, passando a ser adensáveis. Ao mesmo tempo, o Plano Novo criou um zoneamento de bens tombados, que são espaços públicos como o parque do Lago das Rosas e construções com significado cultural, assim como as que estão localizadas de frente a eles. “Casas de frente ao parque foram tombadas para garantir a visibilidade, além de preservar igrejas, museus ou casas históricas”, explica Moreira.

Segundo ele, o futuro empreendimento da CMO está numa das poucas quadras com permissão para adensamento e seus apartamentos terão vista definitiva para o parque. O prédio será o primeiro do outro lado do parque, ao lado Hospital do Rim, no sentido do setor Coimbra, com apartamentos dois quartos a três suítes, de 65 a 116 metros quadrados, o que não é comum perto do parque. O metro quadrado sairá por R$ 9,5 mil e as vendas serão abertas neste mês. “É uma oportunidade para quem quer morar no parque pagando mais barato. O goiano gosta de parques e valoriza apartamentos próximos a eles”, destaca o empresário, que está confiante na revitalização da região, que tem bairros com estrutura completa e várias comodidades.

Setor Central foi o bairro de maior valorização de Goiânia em 2024

Economia

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Mercado imobliário

Mercado imobiliário se volta para o Centro

Novos edifícios residenciais voltaram a ser lançados pelas incorporadoras no Centro de Goiânia. Empresas do setor imobiliário já estão entregando prédios novos no bairro e outras preparam lançamentos para este e o próximo ano. Entre os motivos, estão mudanças no Plano Diretor da capital, isenções previstas no Código Tributário do município e a expectativa em torno da aprovação do projeto Centraliza, que prevê benefícios para reocupação do Centro.

Com imóveis antigos e sem lançamentos, entre 2000 e 2022, a população residente no bairro caiu 23,69%, ou seja, um a cada quatro moradores se mudou de lá. Neste mesmo período, a população do setor Bueno cresceu 77,41%. Por isso, há alguns anos, o Centro é palco de um movimento que reivindica sua revitalização para fortalecer a economia da região, que hoje tem vários pontos comerciais desocupados.

Entre os motivos para novos investimentos, estão a isenção do pagamento de IPTU durante cinco anos para compradores de apartamentos novos, prevista no Código Tributário do município, de 2021, a atualização do Plano Diretor, em 2022, que voltou a permitir a verticalização no Centro, e os benefícios contidos no projeto Centraliza, que prevê várias ações para incentivar a reocupação da região. O projeto, que já havia sido encaminhado para a Câmara Municipal pela gestão anterior, foi retirado pelo prefeito Sandro Mabel para readequações.

Marcos Túlio Campos, diretor de Incorporação da EBM Desenvolvimento Imobiliário, informa que a empresa vai lançar um empreendimento no Centro de Goiânia no segundo semestre, na esquina das avenidas Goiás e Paranaíba. “O projeto está aprovado e já estamos preparando o terreno”, conta o empresário. O condomínio terá unidades de 40 metros quadrados com dois dormitórios e será o primeiro que poderá ser adquirido dentro das regras do programa Minha Casa Minha Vida (MCMV) na região.

Segundo Campos, isso foi possível graças aos incentivos provenientes das mudanças do Plano Diretor e da legislação de HIS (Habitação de Interesse Social). “Conseguimos maior celeridade na aprovação e isenção de outorga onerosa e temos benefício de redução do número de vagas de garagem, o que deu mais maleabilidade, uma economia que pode ser repassada ao cliente, fazendo com que mais pessoas possam acessar a região central”. Tíquete na faixa de 350 mil, ele deve ser uma boa opção para investidores.

O incorporador diz que o mercado também acredita na revitalização da região central para instalação dos empreendimentos, que terão toda infraestrutura, boa localização, rede de apoio e transporte para todas as regiões praticamente na porta de casa. “Faltam prédios novos na região e a demanda é alta. Queremos aprovar novos projetos e ofertar mais unidades nos próximos anos”, avisa.

A Sim Incorporadora acaba de entregar o empreendimento Katedral Sky Rooftop, na rua 20, próximo à Catedral Municipal de Goiânia, local que abrigava um terreno vazio e a estrutura de um hospital abandonado. Lançado em maio de 2021, ele teve 50% das unidades vendidas no lançamento. “O empreendimento atraiu muita gente que já havia morado no centro e tinha vontade de voltar para o bairro”, conta Paulo Silas, sócio da empresa.

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Valorização

Com 156 unidades, o empreendimento é o primeiro do Centro a contar com piscina com raia de 20 metros no rooftop, espaço gourmet, academia e brinquedoteca. Lançadas por R$ 5 mil o metro quadrado, hoje as unidades, que variam de 60 a 80 metros quadrados, já têm preço médio de venda de R$ 7,5 mil. Se for o primeiro imóvel comprado, a pessoa não vai pagar o ISTI, que corresponde a 2% do valor de avaliação, e ficará livre o IPTU por cinco anos.

Uma das compradoras do Katedral foi a professora Isabel Quinta Mendes, que já mora no Centro há 21 anos e pretende continuar lá, mas num empreendimento mais moderno. “Gosto de viver aqui e sinto saudade do tempo em que era muito organizado. O Centro precisa do olhar mais atento dos políticos para resolver problemas, como moradores de rua e pichações”, alerta.

A professora conta que comprou um apartamento de três quartos na planta, o primeiro do empreendimento a ser vendido, e já contabiliza uma grande valorização. “Foi um ótimo negócio. Vou morar num prédio bem moderno, o único com rooftop no Centro”, comemora Isabel, que vai se mudar nas próximas semanas.

A Somos Desenvolvimento Imobiliário está desenvolvendo o projeto de um empreendimento em um terreno na rua 21 esquina com a Alameda Botafogo, que deve ser lançado no começo de 2026. O empreendimento será de médio padrão, com dois e três quartos. “Assim como nos empreendimentos no Jardim América ou setor Bela Vista, enxergo o Centro como uma alternativa muito próxima a todos bairros nobres da cidade e que consegue ter um custo benefício melhor, com fácil acesso a todas as regiões”, destaca o CEO da Somos, Fernando Razuk.

Ele lembra que o Plano Diretor isentou o Centro de outorga onerosa e proibiu a verticalização no setor Universitário, que foram incentivos. Além disso, o Centro tem terrenos praticamente na divisa com o setor Universitário e será uma boa alternativa para investidores pela alta demanda por locação. “Está na hora de o Centro passar por uma grande revitalização. A própria isenção de outorga incentivou a compra de terrenos por lá, o que já ajuda neste processo”, prevê Razuk.

Ele acredita na aprovação do Centraliza, pois o prefeito Sandro já falou que tem um olhar especial para o Centro, que já tem infraestrutura instalada, além de comércio e serviços.

Centro de Goiânia ganha atenção com novos edifícios residenciais

Mercado imobiliário

Os grandes engenhos publicitários pioram a situação do esquecido Setor Central de Goiânia, deixando um ambiente urbano caótico. Os novos comércios, importantes para a dinâmica econômica da cidade, que ocupam edifícios no centro de Goiânia, contribuem para uma turbulência visual, desorientando usuários, moradores e transeuntes.

Tudo é tão poluído que você já não sabe para onde olhar e o que se procura, todos saem perdendo com tanta poluição visual. Goiânia possui uma lei (Lei Complemenar Nº 326, de 3 de janeiro de 2020), que chamaremos de Lei dos Engenhos Publicitários, dispondo sobre a ordenação dos engenhos publicitários desde janeiro de 2020 no Setor Central e em Campinas.

A finalidade é limpar visualmente a cidade trazendo diversos benefícios, entre eles despoluição visual, ressaltando a paisagem cultural, os bens de valor cultural e bens tombados, para visualizarmos a (importante) sinalização de trânsito para a segurança de todos, a proteção do meio ambiente, permitir a manutenção e conservação das edificações, e a tão importante, comunicação visual do comércio.

Todos os comércios deveriam se adequar as exigências da Lei, em relação a tamanho, formato e manutenção dos engenhos publicitários em um prazo máximo de 12 meses a partir da publicação da Lei, mas então tivemos a Pandemia da Covid-19, e as exigências foram deixadas de lado, com toda compreensão que se exigia para o momento. No entanto, a Organização Mundial de Saúde declarou o fim da Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional referente à Covid-19 em 5 de maio de 2023, e o Ministério da Saúde do Brasil declarou o fim da Pandemia no Brasil, um ano antes, em 22 de abril de 2022.

Com o fim da Pandemia, esperava-se a retomada da limpeza visual do Centro, mas os edifícios estão, ou com aspectos decadentes e ociosos, ou com engenhos publicitários maiores que o próprio empreendimento, em uma disputa por atenção dos usuários, com uma comunicação visual que não comunica.

Dos novos comércios, esperava-se uma limpeza visual, mas alguns passaram da medida com engenhos publicitários desproporcionais à suas fachadas. Mas o que de fato me fez escrever esse artigo foi a mais recente colocação de um grande, colorido e extenso engenho publicitário em uma Loja de Roupas, em um edifício de valor histórico, o antigo Banco do Estado de Goiás (BEG), um exemplar da Arquitetura Moderna bem no Centro de Goiânia, projetado em 1961 pelo Arquiteto Eurico Calixto de Godoi.

O novo engenho publicitário, claramente, descaracterizou o edifício tão importante para Goiânia. Vale ressaltar que há edifícios, como os em que se situam a Americanas, a Farmácia Artesanal e o Banco Santander, esse último na Praça dos Bandeirantes que são um bom exemplo de comunicação visual e apreço pelo centro.

Nesse sentido, pergunto: até quando o Centro de Goiânia será esquecido? A comunicação visual do comércio não está comunicando, mas sim poluindo. Há urgência de se rever os engenhos publicitários e necessidade de um olhar mais atencioso para o Setor Central de Goiânia.

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Luana Miranda Esper Kallas é&nbsp;doutora em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade de Brasília (UnB). Professora e Pesquisadora da Faculdade de Artes Visuais (FAV) da UFG. Membro do Observatório das Metrópoles (INCT).

Esquecimento do Centro

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Luana Miranda Esper Kallas

Priorizar o Centro Muito se falou neste ano na revitalização do Setor Central, em Goiânia; apesar disso, a situação pouco mudou, frustrando mais uma vez os comerciantes da região. Os lojistas do bairro amargam a queda no movimento de consumidores e frequentadores que, ao verem o Centro cair no ostracismo, vão migrando pouco a pouco para outros polos comerciais da cidade. O resultado é, que nos últimos anos, mais de 2 mil empresas que funcionavam no setor fecharam as portas, enfraquecendo a economia do município. Mas a esperança na revitalização do Centro se renova agora com a nova gestão da capital. O comércio varejista não só dá o voto de confiança no prefeito Sandro Mabel, como pede a ele que priorize essa demanda antiga dos lojistas. É hora de dar ao Centro a atenção que ele merece, renovando o seu paisagismo, modernizando a iluminação pública, reforçando a segurança e incentivando a expansão do comércio local. O Centro pede prioridade. CRISTIANO CAIXETA Presidente do Sindilojas-GO (Sindicato do Comércio Varejista no Estado de Goiás) Exemplo ao país É impressionante a atuação do prefeito de Bento Gonçalves, cidade gaúcha, que dá exemplo para todo o país. Preocupado com a quantidade de Bolsas Família em seu município, cercou-se de empresários de sua região e fez um pacto de sociedade, para reduzir este assistencialismo. Considera que a melhor arma de assistência social é a oferta de empregos. O trabalho consiste em recadastro, visitas domiciliares, quando são identificados dados irregulares que podem resultar em corte, mas sobretudo o passo mais importante é a oferta do emprego. É uma ação digna de ser propagada, dando exemplo a outros municípios. É uma semente que, se germinada, irá diminuir o assistencialismo social, colocando as pessoas no mercado de trabalho, dando-lhes a dignidade que tanto merecem. Maria de Lourdes Barbalho Setor Oeste - Goiânia Prefeitos de GoiâniaMoro em Goiânia desde 1969. Tivemos prefeitos que deixaram saudades, outros nem tanto, como o que ficou conhecido por fazer uma ponte de carpete, mas nenhum superou o atual. Nossa má sorte foi que elegemos, mesmo que por vias tortas, um prefeito ineficaz e uma Câmara que até ontem não fez a lição de casa, avalizou tudo que o prefeito quis, só agora no apagar das luzes quer aparecer. Foram quatro anos para fazerem alguma coisa e não fizeram. Mas o que mais espanta é o novo prefeito querer continuar com o mesmo presidente da Câmara.João Afonso Barbosa Setor Pedro Ludovico - Goiânia