Desde o dia 14 de maio Goiás conta com 75% do seu território coberto por comitês de bacias hidrográficas, colegiados que contribuem para a formulação de políticas públicas em relação ao uso da água. O Comitê das Bacias Hidrográficas dos Afluentes do Rio Araguaia (CBH Agora), instalado oficialmente após sua criação em outubro do ano passado, é o quinto existente em território goiano e reúne representações de setores importantes da região como agropecuária, pesca e turismo, pequenas hidrelétricas e mineração. Ele é considerado fundamental para democratizar a destinação hídrica.A partir do decreto de criação, a diretoria provisória, capitaneada pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), percorreu mais de 60 municípios da área de atuação do comitê para mobilizar os atores e prospectar os problemas da bacia. Embora a abrangência atinja 69 municípios, 60 estão representados no CBH Agora porque a regra do Comitê Estadual de Recursos Hídricos define que é preciso ter mais de 5% do território na área de atuação.Leia também:- Rios e córregos de Goiânia estão 77% menores- 60% dos goianos correm risco de desabastecimento de água em 20 anos- Nova ecobarreira é instalada no Rio Meia PonteSuperintendente de Recursos Hídricos e Saneamento da Semad, Marco José Melo Neves, que esteve à frente da diretoria provisória, comemora a agilidade da instalação do comitê. “Missão dada, missão cumprida”. A partir do decreto, a diretoria definitiva teria de ser empossada em 200 dias, mas aconteceu antes, já com regimento interno aprovado. A sede do CBH Agora pelos próximos dois anos será Britânia, onde fica a organização não governamental Araguaia Sustentável, que integra o colegiado.O representante da Semad lembra que o novo comitê será fundamental para direcionar as outorgas do uso da água de forma sustentável numa região que tem gerado muita preocupação pela alta demanda hídrica. “Há um contraste ali, com empreendimentos muito arcaicos e outros modernos, coisa de primeiro mundo, com o uso de muita tecnologia e atenção à sustentabilidade. O que precisamos é chegar a um consenso.” É o que também pensa o engenheiro eletricista Marcos Antônio Correntino, que hoje integra o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Paranaíba (CBH Paranaíba).