O Senado do México aprovou nessa quarta-feira (10) o aumento das tarifas de importação sobre Brasil, China e outros nove países com os quais os mexicanos não têm acordo comercial.

O projeto de lei, votado em meio à pressão comercial dos Estados Unidos, foi aprovado por 76 votos a favor e cinco contra, em uma sessão que se estendeu até a noite.

Na terça-feira (9), a Câmara dos Deputados já havia votado a proposta da presidente Claudia Sheinbaum, que agora precisa publicá-la para que as novas tarifas entrem em vigor em 1º de janeiro de 2026.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/economia/comercio-de-carne-vai-aumentar-diz-joesley-batista-que-participou-de-viagem-de-lula-a-asia-1.3328881" target="_self">Comércio de carne vai aumentar, diz Joesley Batista, que participou de viagem de Lula à Ásia</a> 
<a href="https://opopular.com.br/comprova/n-o-foi-a-mudanca-de-dono-do-nubank-para-o-uruguai-que-evitou-imposto-na-venda-de-ac-es-1.3345670" target="_self">Não foi a mudança de dono do Nubank para o Uruguai que evitou imposto na venda de ações</a> 
<a href="https://opopular.com.br/mundo/putin-ganha-apoio-na-india-e-aliados-de-kiev-vivem-crise-1.3345644" target="_self">Putin ganha apoio na Índia, e aliados de Kiev vivem crise</a></div>

Além de China e Brasil, os países afetados incluem África do Sul, Coreia do Sul, Emirados Árabes Unidos, Índia, Indonésia, Nicarágua, Tailândia, Taiwan e Vietnã.

As tarifas afetarão 1.463 classificações tarifárias em 17 setores como automotivo, têxtil, vestuário, siderúrgico, plásticos, eletrodomésticos, móveis e calçados, entre outros, principalmente produtos chineses. Dessa relação, 316 classificações não têm cobrança de impostos atualmente.

A proposta inicial incluía taxas de até 50%, mas a maioria foi reduzida para cerca de 20% ou 35%, e apenas em alguns casos a taxa original foi mantida.

Outros 35 senadores se abstiveram da votação, argumentando que o projeto de lei foi elaborado às pressas, sem analisar seu impacto sobre a inflação, e em resposta à pressão do presidente dos EUA, Donald Trump.

O ministério do Comércio da China afirmou que a medida traz "prejuízos substanciais" e lamentou a decisão unilateral mexicana.

Em apoio à reforma, os legisladores do partido do governo enfatizaram que ela busca fortalecer o setor industrial do México, promover a criação de empregos e expandir as cadeias de suprimentos.

A proposta "tem como único objetivo fortalecer a economia nacional", afirmou o senador Juan Carlos Loera, do partido governista Morena, durante o debate.

Segundo a emissora de televisão N+, os produtos impactados representam US$ 52 bilhões das importações do México, o que representa 8,6% do total. A expectativa do governo é que 320 mil empregos sejam preservados no país com a medida.

PRESSÕES DOS EUA

Sheinbaum apresentou a proposta em setembro, em meio à crescente pressão comercial de Trump e acusações de que o México é a porta de entrada para produtos chineses nos Estados Unidos.

O México, juntamente com o Canadá, prepara-se para negociar a renovação do Tratado de Livre Comércio da América do Norte (T-MEC) com os Estados Unidos, enfrentando novas exigências da Casa Branca.

Trump também alertou repetidamente que gostaria de usar a força militar contra os cartéis de drogas no México, o que Sheinbaum considerou inaceitável. Recentemente, ele suavizou sua posição, à medida que o México aumentou a cooperação em segurança, imigração e comércio.

"Essas tarifas coincidem com uma onda de restrições comerciais nos Estados Unidos, o que levanta uma questão central: o México está definindo sua própria política comercial ou está reagindo a Washington, ou pior, obedecendo a Washington?", questionou Mario Humberto Vázquez, do partido da oposição PAN.

Sheinbaum rejeitou essas críticas, argumentando que essa medida faz parte do Plano México, um projeto lançado por ela para fortalecer o mercado interno, reduzir a dependência de importações de terceiros países e gerar uma maior proporção de conteúdo nacional.

CHINA FALA EM PREJUÍZO SUBSTANCIAL

Após a aprovação do projeto nessa quarta, a China afirmou que o aumento das tarifas "prejudicará substancialmente" o país e os demais parceiros comerciais do México. O ministério de Comércio chinês informou que solicitou ao governo mexicano que "corrija suas práticas errôneas de unilateralismo e protecionismo o mais rápido possível".

O ministério informou que uma investigação sobre barreiras comerciais, iniciada em setembro, referente ao México, está em andamento.

A China é o segundo maior exportador para o México, depois dos EUA, tendo vendido US$ 130 bilhões em mercadorias para os mexicanos no ano passado. Os EUA venderam US$ 334 bilhões.

O governo de Sheinbaum propôs um "grupo de trabalho" ao gigante asiático a respeito dessa iniciativa, embora poucos detalhes do diálogo tenham sido divulgados.

Diversos setores e indústrias manifestaram sua oposição à iniciativa. Amapola Grijalva, representante da Câmara de Comércio México-China, alertou à AFP que ela poderia impactar a inflação e que a construção de uma cadeia de suprimentos mexicana exigiria tempo e investimento.

Congresso do México aprova aumento de tarifas contra Brasil, China e outros países

Cidades

Cidades - título

Assine - Offers Target - 2

Matéria - Cidades

Impostos

A seleção brasileira feminina sub-20 voltou a vencer o México em amistoso disputado em Goiânia neste domingo (26). A equipe ganhou por 1 a 0 no Estádio Olímpico, gol de Isa Nunes, aos 19 minutos do primeiro tempo.

No lance que decidiu a partida, Isa Nunes pegou de primeira na esquerda da área, após cruzamento da direita, e abriu o placar.

Este foi o segundo amistoso do Brasil contra o México em Goiânia. Na última quinta-feira (23), o Brasil ganhou das mexicanas por 3 a 0, com gols de Dudinha, Clarinha e Carioca, em partida realizada no OBA.

Os dois jogos foram os primeiros da técnica Camilla Orlando no comando da seleção feminina sub-20. A treinadora deixou o time principal do Palmeiras para assumir a equipe nacional de base.

A equipe ainda tem um último compromisso em Goiânia. Na próxima quarta-feira (29), vai enfrentar novamente o México às 10h30, no CT do Vila Nova, em jogo-treino, mas a atividade não será aberta ao público como foram os dois amistosos.

Os amistosos e atividades fazem parte da preparação do Brasil para o Sul-Americano Feminino Sub-20 de 2026, em fevereiro.

Brasil volta a vencer México em amistoso feminino sub-20 em Goiânia

Esporte

Esporte - título

Matéria - Esporte

Base

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que está disposto a reduzir as tarifas ao Brasil sob as "circunstâncias certas". A declaração vem às vésperas do encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), previsto para acontecer neste domingo (26) na Malásia.

Ambos os líderes possuem agendas no país asiático para participar de reuniões durante a cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean). Este será o primeiro encontro oficial entre Lula e Trump após a sobretaxa de 40% aplicada aos produtos brasileiros, em julho deste ano.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/economia/empresas-goianas-solicitam-r-330-milh-es-ao-bndes-por-tarifaco-1.3323308" target="_self">Empresas goianas solicitam R$ 330 milhões ao BNDES por tarifaço</a> 
<a href="https://opopular.com.br/comprova/governo-n-o-atendeu-integralmente-pedido-da-byd-sobre-taxa-de-importac-o-de-carros-eletricos-1.3323576" target="_self">Governo não atendeu integralmente pedido da BYD sobre taxa de importação de carros elétricos</a> 
<a href="https://opopular.com.br/economia/conta-de-luz-residencial-sobe-quatro-vezes-mais-que-inflac-o-1.3326892" target="_self">Conta de luz residencial sobe quatro vezes mais que inflação</a></div>

Durante o embarque para sua viagem à Ásia, Trump foi questionado se irá reduzir as tarifas sobre o Brasil, respondendo apenas que "sob as circunstâncias certas". A declaração aumenta as expectativas sobre um acordo bilateral.

O governo brasileiro deve, de início, buscar suspender as tarifas enquanto negocia, em paralelo, um acordo definitivo. Os EUA, por sua vez, querem pôr na mesa a ampliação do acesso do etanol de milho ao mercado brasileiro e a regulação de big techs. Washington reclama da tarifa de 18% cobrada aqui; nos EUA, a alíquota é de 2,5%.

<a href="https://www.whatsapp.com/channel/0029Va9rbSgCHDyl4gQj7A1C" target="_blank">🔔 Siga o canal de O POPULAR no WhatsApp</a>

Em passagem pela Indonésia, na sexta-feira (24), Lula expôs seu posicionamento quanto ao encontro com o presidente americano. "Tenho todo o interesse e disposição de mostrar que houve equívoco nas taxações. Quero provar com números. A tese pela qual se taxou o Brasil não tem sustentação. Os Estados Unidos têm superávit de 410 bilhões de dólares em 15 anos com o Brasil", declarou.

Trump sinaliza reduzir tarifas sobre o Brasil nas "circunstâncias certas"

Economia

Economia - título

Matéria - Economia

Eduardo Zuppani, presidente do Conselho de Assuntos Tributários (Conat) da Federação das Indústrias de Goiás (Fieg), diz que a reforma tributária preocupa a indústria goiana, pois traz alterações importantes. Ele lembra que, como o próximo ano será de testes, com alíquotas para efeito de medida até definir as efetivas, essa transição trará um trabalho adicional para as empresas, que irão conviver com dois sistemas tributários. “Teremos duas apurações distintas, o que vai aumentar muito o trabalho e os riscos de falhas. Estamos atualizando nossos sistemas de faturamento e vamos emitir, a partir de 2026, as notas fiscais com novo desenho.” Zuppani prevê que isso deve gerar uma correria para adequação até o fim deste ano. “Precisamos de profissionais de informática para alterações e não tem gente suficiente para isso nas empresas e nos prestadores de serviço”, alerta. Outra preocupação é que foi vendida a ideia que ela simplificaria a quantidade de impostos, trocando PIS, Cofins e IPI pela CBS, mas os dois primeiros já são calculados juntos e o IPI não desapareceu totalmente. O diretor da Fieg lembra que muitos setores negociaram com os governos alíquotas diferenciadas e condições próprias, mas a reforma tira a autonomia dos estados e eles perdem conquistas. Mas a reforma também prevê reduções de alíquotas, como de produtos básicos e de saúde, que serão reduzidas a zero. Outros terão redução e os demais serão nivelados com alíquota que pode ficar entre 28% e 32%. Um dos maiores impactos será o fim dos incentivos, que ele considera uma adequação de alíquotas para permitir que empresas de Goiás sejam competitivas, numa compensação pelas desvantagens logísticas.Para a advogada tributarista Liz Vecci, da Terra e Vecci Advogados, a reforma irá reposicionar a economia de Goiás. Ela acredita que seu desenho atual ameaça diretamente os setores que não têm matéria-prima ou mercado consumidor local. “Isso inclui farmacêuticas, montadoras e toda a cadeia logística ao redor dessas plantas industriais.” Segundo ela, esses setores, historicamente atraídos pelos incentivos fiscais de Goiás, podem deixar o estado, o que já é esperado em alguma escala. “Estamos diante de um possível processo de desindustrialização”, alerta. Mas a transição também será dolorosa no curto prazo, pois, durante um período longo, as empresas terão que conviver com dois sistemas.“Será uma fase de dual compliance, com aumento de burocracia, complexidade operacional e risco de impacto no fluxo de caixa, especialmente no aproveitamento de créditos”, alerta Vecci. Para ela, também será um tempo de reposicionamento econômico. “O discurso é de que a reforma é a salvação do País, mas esse cenário tende a mudar após a implementação, quando aparecerem as consequências: fechamento de plantas, perda de empregos, queda de arrecadação e fuga de cadeias produtivas”, prevê.Ela acredita que Goiás precisará estar tecnicamente pronto para propor ajustes e negociar instrumentos compensatórios regionais, pois pode viver um ciclo de desindustrialização silenciosa e progressiva. “É uma mudança de geografia econômica e os estados que não tiverem estratégia podem perder décadas de desenvolvimento”, adverte.O fisioculturista Carlos Roberto Pereira dos Santos, proprietário da academia Hunter Fitness, está preocupado com as mudanças que podem vir porque já paga muitos impostos e taxas. “Se houver aumento da carga, isso terá de ser repassado para os preços das mensalidades, o que os alunos não aceitam. Isso dificulta porque a concorrência no mercado já está muito grande”, destaca.

Risco de desindustrialização progressiva e silenciosa

Reforma tributária

A reforma tributária está batendo à porta, pois a fase de testes e de <a href="https://opopular.com.br/economia/governo-preve-arrecadar-r-10-5-bi-em-2025-e-r-20-9-bi-em-2026-com-mp-que-aumenta-impostos-1.3276235" target="_self">transição começa em 2026</a> e as empresas precisam rever seus processos e cadeias de valor para se adaptarem à nova realidade. O Conselho Regional de Contabilidade (CRCGO) alerta que o planejamento tributário será essencial para avaliar se vale a pena permanecer no regime atual ou migrar de modelo. O maior desafio será a adaptação ao novo sistema, com uma visão estratégica sobre custos, créditos e precificação para a sustentabilidade dos negócios.

O novo sistema tributário trará impactos distintos para os setores da economia e exigirá das empresas um olhar cuidadoso sobre processos e planejamento tributário. Para a indústria, a presidente do CRCGO, Sucena Hummel, lembra que a reforma tende a gerar impactos positivos. Com a adoção do Imposto sobre Valor Agregado (IVA), que unificará tributos federais, estaduais e municipais, sob o IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) e a CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços), as indústrias poderão aproveitar plenamente créditos tributários de produtos e serviços adquiridos ao longo da cadeia produtiva.

“Isso significa que toda a tributação incidente nas etapas anteriores poderá ser registrada sob a forma de crédito financeiro, permitindo compensar esses valores com os tributos devidos nas vendas”, destaca. Dessa forma, segundo a presidente do CRCGO, reduz-se a tributação em cascata, um dos principais problemas enfrentados pelo setor.

<ul>
	<li>Saiba quando começa e o que muda na CBN Goiânia:&nbsp;<a href="https://www.cbngoiania.com.br/cbn-goiania/empresarios-goianos-se-preparam-para-o-inicio-do-periodo-de-transic-o-da-reforma-tributaria-1.3324296" target="_blank">Empresários goianos se preparam para o início do período de transição da reforma tributária</a></li>
</ul>

Por outro lado, os incentivos fiscais setoriais, regionais e específicos para a indústria deixarão de existir, exceto aqueles previstos na Lei Complementar 123 de 2014. Por isso, ela alerta que cada segmento industrial precisará simular o impacto da reforma com base em seus próprios dados para avaliar a manutenção da competitividade. “No setor de máquinas e equipamentos, espera-se redução dos encargos tributários embutidos no custo de insumos e componentes”, destaca.

No caso do comércio, a presidente do CRCGO explica que a principal mudança será a tributação no destino do consumo, e não mais na origem. Isso altera muito a forma de recolhimento, especialmente para empresas que vendem para diversos estados, que precisarão lidar com maior granularidade tributária. Mas o setor também poderá se beneficiar da redução do resíduo tributário, caso consiga aproveitar créditos ao longo da cadeia, como em frete, embalagens e outros insumos.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/economia/empresas-ja-podem-antecipar-impactos-da-reforma-tributaria-1.3298952" style="font-size: 12px;" target="_self">Empresas já podem antecipar impactos da reforma tributária</a> 
<a href="https://opopular.com.br/economia/estado-lanca-fundo-para-investimento-em-setores-estrategicos-1.3296371" style="font-size: 12px;" target="_self">Estado lança fundo para investimento em setores estratégicos</a> 
<a href="https://opopular.com.br/economia/governo-preve-arrecadar-r-10-5-bi-em-2025-e-r-20-9-bi-em-2026-com-mp-que-aumenta-impostos-1.3276235" style="font-size: 12px;" target="_self">Governo prevê arrecadar R$ 10,5 bi em 2025 e R$ 20,9 bi em 2026 com MP que aumenta impostos</a></div>

Para empresas do Simples Nacional, a Emenda Constitucional nº 132/2023 garante a continuidade do regime, ou seja, nenhuma micro ou pequena empresa será obrigada a sair dele. “Haverá, contudo, a possibilidade opcional de recolher CBS e IBS fora do Simples, o que pode ser vantajoso para quem vende para empresas que não estão no regime e precisa gerar crédito tributário”, ressalta Sucena.&nbsp;

Mas essa escolha exigirá análise: para o varejo (B2C), que vende ao consumidor final, a carga tende a permanecer próxima da atual; e para o atacado (B2B), que vende para outras empresas, pode haver perda de competitividade, pois o Simples não gera crédito de IBS/CBS para o comprador. “Além disso, fornecedores de insumos, como tecidos, embalagens e energia passarão a destacar IBS/CBS e as empresas do Simples que não se creditam podem ter aumento no custo de aquisição, especialmente durante a transição.”

A presidente do CRCGO alerta que o setor de serviços será o mais impactado. Ela explica que, hoje, os prestadores de serviços pagam ISS (2% a 5%) e PIS/Cofins cumulativo (3,65%), resultando em uma carga média de 5% a 8%. Com a nova estrutura de IBS + CBS, cuja alíquota combinada deve ficar em torno de 28%, a carga pode aumentar significativamente, especialmente em atividades com poucos créditos de insumo e alta utilização de mão de obra.

Setores como estética, academias, clínicas odontológicas e de fisioterapia tendem a ter aumento expressivo de carga. Já os serviços de profissionais liberais, como advocacia, contabilidade, engenharia, arquitetura e consultoria, podem ter a carga subindo de cerca de 5% para algo entre 20% e 25%.

Segundo Sucena, empresas optantes pelo Lucro Real poderão se beneficiar parcialmente, pois terão créditos sobre insumos, reduzindo o impacto. Já as do Lucro Presumido tendem a ser mais afetadas, pois recolhem PIS/Cofins cumulativos (3,65%) e não aproveitam créditos. No novo modelo, mesmo com a não cumulatividade, a alíquota de 28% pode elevar a carga para quem tem poucos insumos creditáveis.

<a href="http://opopular.com.br/canal" style="color: rgb(0, 136, 204); text-decoration-line: none; font-family: &quot;Lucida Grande&quot;, &quot;Lucida Sans&quot;, geneva, arial, sans-serif; font-size: 12px; background-color: rgb(238, 238, 238);" target="_self">🔔 Siga o canal de O POPULAR no WhatsApp</a>

<h2>Transição</h2>

Para o advogado tributarista Sidnei Pimentel, a primeira repercussão da reforma para todos os setores será a adaptação aos novos tributos e a convivência com dois modelos até 2032. “Teremos o modelo novo, com o CBS/IBS e Imposto Seletivo (IS), convivendo com o ICMS e ISS, nos seis anos de transição”, adverte. Ele lembra que, a partir de 2026, entra em vigor a alíquota simbólica de 1% da CBS.

Mas esse valor é mero destaque e não é devido pelo contribuinte, desde que ele cumpra corretamente todas as obrigações acessórias, como emitir a nota e preencher os arquivos digitais. Se deixar de seguir esses pontos, a contribuição passa a ser devida. “Importante: um deslize do contribuinte em 2026 pode não aparecer de imediato, mas tem potencial de gerar uma dívida a ser cobrada até cinco anos depois”, alerta Pimentel.

Indústria e comércio devem ter redução de capital de giro, já que o recolhimento dos tributos, à medida que o sistema for sendo otimizado, será instantâneo. O tributarista explica que o fornecedor fatura a mercadoria, o cliente paga através da rede bancária e a os tributos serão automaticamente retidos em favor do Fisco. “Ao final do dia, o contribuinte não fica com qualquer recurso que seria utilizado somente na liquidação do imposto no mês seguinte.”

Outro ponto de atenção, sobretudo para a indústria goiana, é o fim dos incentivos fiscais em 2032. Segundo ele, é fundamental que o setor se articule para buscar alternativas. Pimentel também alerta que a entrada em vigor do imposto seletivo, a partir de 2027, vai onerar de forma pesada os setores automobilístico e de bebidas alcoólicas e açucaradas, dois ramos importantes no parque fabril goiano.

Também há o risco de acúmulo de crédito de ICMS, pois a grande fluidez nos créditos só alcança IBS e CBS ao final da vigência do imposto. “Dependendo do andamento dos processos, a devolução pode demorar até 20 anos”, prevê. Outro ponto são as obrigações acessórias, como emissão de documentos fiscais e entrega de arquivos. “O novo sistema deverá ser muito mais rigoroso que o atual e qualquer deslize pode gerar prejuízos”, adverte o tributarista.

Mas ele destaca que a reforma é positiva em seu conjunto porque, finalmente, o Brasil está entrando para o chamado modelo de tributação do consumo no padrão OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), em que se busca a neutralidade em toda a cadeia produtiva, deixando o ônus no consumidor final. Nesse aspecto, o aproveitamento imediato dos créditos relativos à compra de ativo imobilizado, como máquinas e equipamentos, é um dos destaques. “A fluidez nos créditos reduz o risco de o contribuinte ficar com recursos encalhados”, completa.

O empresário Elias Felipe, proprietário de uma confecção de uniformes, diz que ainda não sabe qual será o impacto da reforma tributária sobre seu negócio. Por isso, ele procurou seu contador, Augusto Fábio dos Santos, da Multi Contabilidade, para se informar sobre o assunto. “Não tenho as informações corretas e me preocupo porque tem muitos boatos e, na prática, não sabemos como será.”

Mas o contador diz que a grande maioria dos clientes ainda não buscou informações. Para se aprofundar mais sobre a reforma, ele está fazendo cursos online, apesar de a maioria dos clientes estarem no Simples, onde não deve mudar muito. Santos acredita que muita gente tem dúvidas e teme mudanças.

“Existe muita conversa sem embasamento e especulação sobre a emissão de notas fiscais, por exemplo, e está muito confuso para a maioria das pessoas. As mudanças serão progressivas ainda e o próximo ano será de adaptação”, observa o contador.