Conheça a cidade goiana com maior fiscalização eletrônica do país

A cidade de Santa Cruz de Goiás, no sudeste goiano, apresentou o maior nível de fiscalização eletrônica de velocidade em rodovias no Brasil, segundo o Observatório Nacional de Segurança Viária. O estudo dos indicadores brasileiros sobre fiscalização de velocidade foi feito pela Universidade Federal do Paraná (UFPA), durante o ano de 2023 e divulgado no final do mês passado.&nbsp;

O município goiano, de acordo com o observatório, atingiu a pontuação máxima de 70,21 no indicador de fiscalização (IF3). Esse indicador considera o número de câmeras fixas de segurança em rodovias por grupo de 10 mil veículos. Além disso, é levado em consideração o nível de fiscalização eletrônica de velocidade nas vias de um mesmo local.&nbsp; 
 
Para efeito de comparação, Santa Cruz de Goiás possuía uma fronta de veículos de 1.063, com apenas 712 deles com registros ativos, conforme dados do Detran de 2022. No mesmo período, Goiânia somava mais de 1,4 milhão de veículos, sendo 956.297 com ativos. No estudo, a capital&nbsp;aparece no ranking no indicador IF1 (fiscalização geral) com pontugação de 5,83, IF2 (fiscalização em vias urbanas) de 1,58 e IF3 (fiscalização de rodovias) de 5,92.&nbsp;

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Outros municípios goianos aparecem na lista de indicador de fiscalização por número de radares em rodovias. São eles: Itauçu, com 67,79, Palmelo, 54,60, e Avelinopolis, 51,68. Segundo a universidade, foram analisados dez indicadores de fiscalização, que consideraram as câmeras de segurança com status de “aprovado” e “reparado”. Assim, foram listados os equipamentos que se encontram instalados na via até 2023.&nbsp; 
 
Santa Cruz de Goiás aparece ainda na segunda posição (70,21) no ranking de municípios em relação ao indicador IF1, que considera o número de câmeras fixas de segurança por grupo de 10 mil veículos e o nível geral de fiscalização eletrônica de velocidade do local. Na liderança ficou Vera Cruz (RS), com a pontuação de 84,63.&nbsp;

Goiás lidera com número de câmeras de segurança&nbsp;&nbsp;

Na pesquisa, Goiás aparece como o estado com maior fiscalização eletrônica de velocidade em vias urbanas (IF2). No estado, conforme o observatório, há duas câmeras de segurança no trânsito por grupo de 10 mil veículos. Em contrapartida, Alagoas e Amazonas apresentam o menor nível de fiscalização eletrônica de velocidade em vias urbanas (não há nenhuma câmeras de segurança por 10 mil veículos).&nbsp;

Em relação a fiscalização eletrônica de velocidade em rodovias, a liderança é do Distrito Federal, que possui 5,92 câmeras por 10 mil veículos. Nesse indicador, o Acre apresenta o menor nível de fiscalização eletrônica de velocidade em rodovias (0,06 câmeras de segurança por 10 mil veículos).

Ao POPULAR, o Detran-GO esclareceu que não tem ou gere equipamentos de fiscalização eletrônica no estado. "De acordo com o CTB a fiscalização de circulação, parada e estacionamento em vias urbanas é competência dos municípios", informou a assessoria de imprensa do órgão. 
 
A reportagem entrou em contato com a Prefeitura de Santa Cruz de Goiás e com o&nbsp;Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) para obter informações sobre os critérios para instalações de equipamentos de fiscalização, mas não houve retorno até a última atualização desta reportagem.&nbsp;&nbsp;

<h2>Entenda: Acidentes x fiscalização, segundo o estudo</h2>

O observatório salienta que a gestão de velocidade no trânsito, além de reduzir o número de mortes em acidentes, proporciona vantagens significativas para a vida nas grandes cidades. Entre os principais benefícios estão a melhoria da qualidade do ar, a promoção da saúde pública e a otimização do fluxo de veículos, o que torna os deslocamentos mais eficientes.

Além da diminuição de mortes causadas pelos acidentes de trânsito, a gestão de velocidades, conforme o estudo, pode resultar em benefícios, como:&nbsp;&nbsp;

<ul>
	<li>Ambientais: A redução dos limites de velocidade resulta em uma condução mais uniforme, o que diminui o consumo de combustível e a emissão de monóxido de carbono.</li>
	<li>Saúde: A medida incentiva o uso de transportes coletivos e ativos, como bicicletas, e contribui para a redução da poluição sonora, um problema crescente nos centros urbanos.</li>
	<li>Deslocamento: Com velocidades mais constantes, o trânsito flui de maneira mais estável, diminuindo o efeito “para e arranca” que causa congestionamentos e, consequentemente, reduzindo o tempo de viagem.</li>
</ul>

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Presos sob acusação de homicídio contra o empresário Fabrício Brasil Lourenço, de 49 anos, os policiais militares Tiago Lemes de Oliveira, de 30, e Leneker Breno Campos Ayres de Oliveira, de 34, estiveram juntos nos mesmos batalhões desde que entraram na Polícia Militar do Estado de Goiás (PM-GO) em outubro de 2017 até agosto de 2023 e contaram com promoções sequenciais por atos de bravura desde 2021 para ascender na hierarquia. Tiago foi de soldado de 3ª classe para 3º sargento em seis anos, com duas promoções por bravura, enquanto Leneker foi mais longe e subiu de soldado de 3ª classe para 1º sargento em sete anos. Este teve quatro promoções por bravura.

A principal linha de investigação é que Fabrício foi morto por ordem do coronel Alessandro Regys Reis de Carvalho, de 47 anos, superintendente do serviço aéreo da Secretaria de Estado da Casa Militar (Secami). Alessandro não teria se conformado com a absolvição do empresário pela Justiça em um processo de estupro de vulnerável contra uma familiar do oficial e teria ordenado o assassinato dele. Fabrício foi executado com 10 tiros por dois homens em frente à sua pastelaria na noite de 4 de outubro. A Polícia Civil acredita que a morte do fisioterapeuta Adriano Oliveira Arantes, de 42 anos, na porta do mesmo estabelecimento, dois anos antes, está relacionada.&nbsp;

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Leneker e Tiago foram presos temporariamente na manhã de quinta-feira (4) junto com dois civis, o empresário José Antônio Moreira dos Santos, de 33 anos, e o vigilante Cleyton Souza Lima, de 34, por equipes da Delegacia Estadual de Investigações de Homicídio (DIH). As prisões foram decretadas pela Justiça após pedido do delegado Vinícius Teles da Silva Costa, com a alegação de que a medida é necessária para que se possa dar continuidade às investigações, avançando em inquirições de testemunhas e buscar novos dados sem que houvesse risco de fuga. O Judiciário também autorizou busca e apreensão em endereços em nome dos suspeitos.&nbsp;

Os dois policiais militares presos ingressaram juntos na PM-GO há oito anos, por meio de concurso, e após 17 meses foram selecionados para atuarem no Batalhão da Rondas Ostensivas Tático Metropolitana (Rotam), grupamento especializado e com treinamento diferenciado para agir em situações de maior dificuldade e periculosidade. O primeiro ficou até agosto de 2023 e foi transferido para a Secami, onde permanece desde então. Já o outro policial saiu da Rotam em janeiro deste ano, sendo encaminhado para o Comando de Policiamento Especializado (CPE) da 4ª Companhia Independente da Polícia Militar (4ª CIPM), em São Luís de Montes Belos.&nbsp;

Já o coronel teve apenas uma promoção por ato de bravura, em 2015, quando passou de 1º tenente para capitão. Depois, de 2019 para cá, foram três promoções por merecimento, até chegar à patente máxima da corporação, em julho deste ano. Alessandro ingressou na PM-GO em 2000 como soldado, foi promovido à cabo em 2007 e em 2012 se tornou oficial após ingressar em um curso de formação. Antes de ingressar na Secami, ele passou duas vezes pela Rotam, entre 2007 e 2011 como praça e depois entre 2013 e 2015 já como oficial, e também pelo Grupo de Radiopatrulha Aérea (Graer) entre 2015 e 2019.

No processo em que pede as prisões, o delegado afirma que Alessandro determinou a Leneker, com quem trabalha na Secami, que providenciasse a morte de Fabrício, em troca de “deferência natural ao meio militar e possível promoção na carreira”. No documento, ao qual O POPULAR teve acesso, também se entende que o benefício da promoção seria estendido a Tiago. Porém, Vinícius explica que mais detalhes sobre este aspecto da investigação não poderiam ser dados neste momento sob risco de prejudicar “o sigilo indispensável” ao sucesso do inquérito. A viúva do empresário afirmou na delegacia que na época do processo por estupro o coronel ameaçou seu marido.

Nos últimos anos, O POPULAR tem mostrado um aumento expressivo no número de promoções por ato de bravura tanto entre oficiais como entre os praças. Este tipo de benefício é, segundo a legislação, resultado de um ato “não comum de coragem e audácia que, ultrapassando os limites normais do cumprimento do dever, representem feitos indispensáveis ou úteis às operações, pelos resultados alcançados ou pelo exemplo positivo deles emanado”. Leneker teve três e Tiago ,duas. Desde 2018 tem crescido bastante não apenas o número de promoções por bravura concedidas como as que acabam determinadas ou corrigidas pela Justiça.&nbsp;

<img attr-cid="policy:1.3346821" attr-version="policy:1.3346821:1765152306" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3346821/Proporção para foto do site.jpg?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /> 
Momento em que um dos criminosos atira contra Fabrício Brasil Lourenço, empresário executado em frente a pastelaria em outubro deste ano (Reprodução/TV Anhanguera)

Abordagens 
Levantamento feito pelo POPULAR encontrou três processos na Justiça em que Leneker e Tiago responderam juntos por mortes em abordagem policial na época em que estiveram na Rotam. Os processos foram todos arquivados, tanto os encaminhados pela corregedoria da PM-GO como os da Polícia Civil, com exceção de um caso em que o inquérito da Polícia Civil não foi concluído. Ao todo, 11 pessoas foram mortas nestas três operações policiais, todas no interior de Goiás. Mas a conclusão é que as equipes agiram em legítima defesa. Atualmente, Leneker responde a dois processos por homicídios em serviço na Justiça, e Tiago a quatro.&nbsp;

Um dos processos é sobre uma abordagem no final da noite de 22 de dezembro de 2021, na GO-010, em Senador Canedo, quando uma equipe formada por cinco policiais militares, entre eles Tiago e Leneker, efetuaram 38 disparos na direção de quatro pessoas em uma Hyundai HB20 roubada. Duas morreram e duas escaparam, segundo o relato dos policiais envolvidos. Eles também afirmaram que os tiros foram uma resposta aos disparos feitos primeiramente pelos suspeitos após entrarem em uma estrada vicinal. No interior do veículo, um ex-agente penitenciário foi encontrado amarrado e encapuzado.&nbsp;

Em maio de 2022, Leneker e Tiago estavam em um grupo de 23 policiais que intervieram em um furto em uma agência bancária em Itapirapuã, durante a madrugada, com a presença de uma quadrilha com cinco pessoas. A primeira abordagem teria sido na rua, mas o grupo teria conseguido fugir para uma mata. Neste momento, os suspeitos já estariam feridos. Durante as buscas, um homem foi flagrado atravessando a BR-070, este teria revidado e foi morto em seguida. Outros dois foram mortos na cidade, perto do amanhecer. Por fim, em outras duas abordagens ainda dentro das buscas, já no começo da manhã, os outros dois suspeitos foram mortos supostamente em confronto.&nbsp;

Em outra ocorrência, esta um mês depois, oito policiais militares entraram em uma chácara em Senador Canedo e mataram quatro pessoas suspeitas de armazenar no local armas e drogas. Segundo a versão dos policiais, entre eles Leneker e Tiago, cada um em uma das equipes, ao chegarem no local foram recebidos pelos suspeitos com tiros e revidaram. Ainda segundo os relatos oficiais, havia mais seis pessoas no imóvel que conseguiram fugir. Foram apreendidas uma espingarda, duas pistolas e dois revólveres, além de munições, coletes balísticos e drogas. Nesta ação, os policiais efetuaram 144 disparos.&nbsp;

Ainda nesta operação, estavam três policiais que chegaram a responder um processo após a morte do servente Henrique Alves Nogueira, de 28 anos, em agosto de 2022. Henrique foi morto à noite, horas depois de desaparecer após ser abordado e colocado em uma viatura pelos mesmos policiais que atiraram nele. Estes três policiais ficaram um tempo presos, mas em outubro de 2024 foram absolvidos por um tribunal do júri. Para os jurados, foi uma coincidência as duas abordagens no mesmo dia terem sido feitas pela mesma equipe. O Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) não recorreu da decisão.

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PMs presos por morte de dono de pastelaria tiveram, ao todo, seis promoções por bravura

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