A maioria dos participantes da consulta pública sobre a vacinação de crianças contra a Covid-19 não concorda com a obrigatoriedade de prescrição médica. O presidente Jair Bolsonaro (PL) e o Ministério da Saúde defendem a medida para vacinar crianças de 5 a 11 anos.A informação sobre a consulta pública foi divulgada nesta terça-feira (4) pela secretária extraordinária de Enfrentamento à Covid-19, Rosana Leite. Ela participa de audiência pública do governo sobre o tema.Segundo a secretária, 99.309 pessoas participaram do formulário on-line. A pesquisa esteve aberta de 23 de dezembro a 2 de janeiro. O número de colaboradores é superior ao informado pela assessoria de imprensa do Ministério da Saúde na segunda-feira.A íntegra dos resultados da consulta pública ainda não foi divulgada. Mas Rosana Leite disse que a maioria concordou com a vacina não ser obrigatória e ser priorizado crianças com comorbidades no início da vacinação.O presidente Jair Bolsonaro (PL) se diz contra a vacinação infantil. Defende que só sejam aplicadas com autorização dos pais e prescrição médica. O formulário questionava tanto sobre imunizar ou não crianças, quanto sobre concordar ou não com a autorização dos pais e a prescrição médica.A Secretaria Extraordinária de Enfrentamento à Covid-19 recomenda só vacinar crianças com prescrição médica e autorização dos pais ou responsáveis. Também defende que não seja compulsória e comece pelo público com deficiência permanente ou com comorbidades.Queiroga prevê vacinar crianças na 2ª quinzena de janeiroA Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou em 16 de dezembro a aplicação da vacina da Pfizer em crianças de 5 a 11 anos. Mas a imunização ainda não começou. Aguarda o aval do Ministério da Saúde e a chegada de doses pediátricas ao Brasil.O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou na segunda-feira (3) que a vacinação infantil deve começar na 2ª quinzena de janeiro. A expectativa anterior era começar na 1ª quinzena do mês.O contrato firmado entre o Ministério da Saúde e a Pfrizer para 2022 prevê disponibilizar doses para todas as faixas etárias incluídas no Programa Nacional de Imunização –o que ainda não é o caso de crianças. A previsão é que as doses cheguem a partir da semana de 10 de janeiro.Depois que as vacinas pediátricas –com dosagens menores– chegarem, elas ainda precisam passar por inspeção da Anvisa.Vacina segura e diferente da de adultos O Ministério da Saúde, estudos científicos, a Anvisa e agências internacionais de saúde, como a norte-americana FDA (Food and Drug Administration), afirmam que o imunizante é seguro e eficáz para crianças.A vacina infantil tem uma dosagem diferente da versão para maiores de 12 anos. A embalagem dela também difere para não causar confusões na hora da administração. O frasco é laranja, não azul como o para adolescentes e adultos.A Anvisa passou uma série de recomendações para a vacinação infantil, tanto para evitar trocas com a dose adulta, quanto para evitar efeitos colaterais no público.