O número de internações em Goiás por Covid-19 – seja de casos suspeitos ou confirmados, seja em enfermaria ou UTI – subiu pelo menos 41,3% na última semana, considerando os dados disponíveis no painel da Secretaria de Estado de Saúde de Goiás (SES-GO) com informações sobre a epidemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2). O total de pacientes ocupando leitos nas unidades monitoradas pela SES-GO passou de 155 para 219 entre os dias 23 e 30 de maio. Os três hospitais na capital referenciais para encaminhamento de casos suspeitos ou confirmados de Covid-19 pelo Sistema Único de Saúde (SUS) passaram por apertos em algum momento da semana. O Hospital e Maternidade Municipal Célia Câmara (HMMCC), com 30 leitos de UTI, ficou lotado por algumas horas entre quarta-feira (27) e quinta (28). O Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (HC/UFG), com 10 leitos de UTI, tinha apenas uma vaga disponível neste domingo (31) e o Hospital de Campanha (HCamp) de Goiânia, apenas 7 das 40 ofertadas.Na rede particular, a situação também se agravou. Dos 100 leitos de UTI ofertados pelos hospitais filiados à Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg), a ocupação passou de 38% para 45%, tendo um pico de 52 vagas ocupadas no dia 27, o mesmo da lotação do Célia Câmara. O número de leitos preenchidos na enfermaria destes hospitais se manteve estável, com 41 pacientes.O dia mais crítico de internações em leito de UTI foi na terça-feira (26), quando o total monitorado pela SES-GO chegou a 135. No sábado (30), último dia com os dados atualizados, o número foi para 103. Uma semana antes estava em 85.Na mesma semana em que a demanda por leitos aumentou, cresceu também o de vagas ofertadas na rede pública no interior do Estado, mas a procura maior tem sido de pacientes em Goiânia. O diretor-geral do HCamp Goiânia, Guillermo Sócrates, disse que no hospital o perfil de internações, que era metade da capital e metade do interior, no final do mês pendeu mais para os pacientes de Goiânia, que representam 58%.Ao contrário das vagas citadas acima, as existentes para o SUS no Hospital Nasr Faiad, de Catalão e do Hospital Regional de Luziânia (HRL) ainda não podem ser monitoradas pelo público no site da SES-GO em tempo real. As do HCamp de Porangatu começam a ser reguladas pelo Estado apenas nesta segunda-feira. Juntas, são 32 vagas e passaram a ser ocupadas em dias distintos da semana passada. A assessoria da secretaria informou que dos 10 leitos de UTI existentes no HRL, 5 estavam preenchidos no domingo (31).Outro hospital que teve leitos de UTI para Covid-19 inaugurado, o de Urgências de Trindade (Hutrin) já está com parte ocupada. Dos 6 leitos ofertados desde o dia 29, 2 estavam preenchidos no domingo, segundo site da SES-GO. A situação é tranquila no Hospital Municipal de Aparecida de Goiânia (Hmap), com 7 dos 30 leitos de UTI para Covid-19 ocupados (23,3%). Também em Aparecida, oHospital Garavelo, que oferece 13 leitos para o SUS estavam com todos vazios no domingo.Aumento de vagasTanto o HMMCC como o HCamp de Goiânia devem oferecer mais leitos de UTI a partir desta segunda-feira (1º). O primeiro tem promessa da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Goiânia de abrir mais 10 vagas agora, indo para um total de 40 das 50 possíveis de acordo com a estrutura da unidade.Entretanto, desde que teve a lotação alcançada no dia 27, a maternidade - que foi inaugurada no dia 6 de abril como um HCamp da rede municipal - passou a ver uma redução no número de pacientes em situação grave. Na noite de domingo, estavam disponíveis 11 leitos.E o HCamp de Goiânia da rede estadual também vai aumentar a capacidade em mais 10 leitos de UTI a partir desta segunda-feira, indo para 50. Guillermo comenta que os profissionais da unidade notaram uma procura maior por internações desde o final de semana anterior, mas garante que a unidade tem estrutura suficiente para absorver a maior demanda.“Observamos esse aumento com uma preocupação muito grande. Temos visto um aumento principalmente de casos suspeitos e já devemos amanhecer (na segunda-feira) com uma nova ala aberta”, comentou o diretor-geral do HCamp. Por ser uma unidade que é referência para casos de Covid-19, o HCamp recebe muitos pacientes com síndrome respiratória aguda grave (Srag), que é o sintoma mais grave e alarmante de Covid-19. Os casos testados que dão negativo para coronavírus são transferidos para outras unidades da rede. -Imagem (1.2061883)