Atualizada às 20h07 do dia 25/04/2020.A Região da 44 e a Feira Hippie, na Região Central de Goiânia estão respeitando o decreto do governador Ronaldo Caiado (DEM) publicado do Diário Oficial do Estado (DOE) no último domingo (19). O texto, replicado pela Prefeitura da capital, proíbe a abertura das lojas e o funcionamento de feiras que não sejam as de hortifrutigranjeiros.O POPULAR esteve na região no meio da tarde deste sábado (25) e verificou que nenhuma banca da Feira Hippie estava montada e que as lojas e shoppings da região seguem de portas fechadas, exceto aqueles que estão carregando e descarregando materiais.A presença da Polícia Militar do Estado de Goiás (PM-GO) e da Guarda Civil Metropolitana (GCM) é intensa e as viaturas fazem rondas pelo local constantemente. A maioria das pessoas que circula pela região usa máscaras.O dono de uma barraca que vende churrasquinho na Região da 44 afirma que considera que o fechamento dos estabelecimentos está sendo muito longo. “No começo achamos que ia ser só 15 dias, mas agora já passa de um mês. Eu só estou conseguindo pagar o aluguel porque recebi o auxílio emergencial do governo federal”, conta Marcelino Pereira, de 66 anos.O valor do aluguel de Marcelo é R$ 500, mas ele só conseguiu pagar até agora R$ 350 do valor total. “O resto do dinheiro eu dei para os meus filhos e paguei as contas de água e luz. Comida eu só estou conseguindo por meio de doação e quando as pessoas distribuem no Mercado Aberto, na Avenida Paranaíba”, relata.A mesma situação vive o dono de um restaurante e de uma loja de celulares, Gildo dos Santos, de 50 anos. “Eu tive de demitir todo mundo e fechar tudo. Só como quando as pessoas dão marmitas lá no Mercado Aberto. Dormi alguns dias na rua porque fui despejado. Depois que recebi o auxílio, consegui arrumar um quarto alugado aqui no Setor Norte Ferroviário para mim”, esclarece. ProtestoO presidente da Associação dos Feirantes da Feira Hippie (ASFFEHIPPIE), Valdivino da Silva, explica que todos os feirantes estão ansiosos para voltar a trabalhar. “O auxílio do governo não é suficiente e não estamos conseguindo nenhuma outra linha de crédito. Está faltando comida dentro da casa das pessoas e isso é desesperador”, relata.“Se nada mudar no dia 4 de maio iremos para a rua protestar e pedir socorro. Sabemos que não é hora de aglomeração, mas não sabemos o que fazer. Estamos de mãos atadas”, pontua Silva.O presidente da Associação Empresarial da Região da 44 (AER-44), Jairo Gomes, avalia o fechamento da Região da 44 como um desastre para a economia estadual. "É claro que entendemos a questão da saúde, mas também temos que lembrar da economia e das pessoas que dependem desses empregos para viver", explica.Gomes afirma que a associação já mandou uma série de sugestões para a Prefeitura para que haja a reabertura do comércio da maneira mais segura possível. Segundo ele, a maioria dos lojistas da região não tem condições para ficar fechados por tanto tempo. "Eles não tem caixa para passar mais de 30 dias sem trabalhar. Está faltando comida na mesa", finaliza o presidente.