Após cinco dias internado com Covid-19, o senador Jorge Kajuru (Podemos), de 61 anos, recebeu alta do hospital onde estava internado, em Brasília, na manhã desta segunda-feira (28). Conforme assessoria, o parlamentar recebeu diagnóstico negativo para a doença do coronavírus e deve voltar ao Senado já nesta terça-feira (29).Kajuru foi diagnosticado com Covid-19 e internado no Hospital Santa Luzia na última quarta-feira, dia 23, sendo transferido para o Hospital DF Star logo depois.O senador, que é diabético, chegou a ir para a UTI. No entanto, a assessoria destacou a rápida recuperação dele, que já estava vacinado com quatro doses da vacina contra Covid-19.Em uma carta de alta a Kajuru, o DF Star disse ter sido “uma honra acompanhar e cuidar” do parlamentar enquanto ele esteve internado na unidade.Leia também:<a href="https://opopular.com.br/noticias/politica/senador-jorge-kajuru-segue-em-uti-mas-j%C3%A1-se-alimenta-bem-e-est%C3%A1-sem-tosse-ap%C3%B3s-pegar-pegar-covid-1.2568692" target="_blank">Senador Jorge Kajuru segue em UTI, mas já se alimenta bem e está sem tosse após pegar pegar Covid</a><a href="https://opopular.com.br/noticias/politica/internado-com-covid-19-jorge-kajuru-%C3%A9-transferido-de-hospital-1.2567992" target="_blank">Internado com Covid-19, Jorge Kajuru é transferido de hospital</a>

Curado da Covid, Jorge Kajuru recebe alta do hospital, em Brasília

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WEBSTORIES - Veja como pedir cancelamento de multas em radares

<img attr-cid="policy:1.3160212" attr-version="policy:1.3160212:1722540527" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3160212/Proporção para foto do site - 2024-08-01T162844.329.jpg?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /> 
Radar na Avenida Diógenes Dolival Sampaio, na região dos condomínios fechados perto do Autódromo de Goiânia (Wildes Barbosa / O Popular)

As multas aplicadas por <a href="https://opopular.com.br/cidades/multas-aplicadas-por-sete-radares-em-rodovia-de-goias-ser-o-canceladas-por-erro-em-equipamento-diz-dnit-veja-locais-1.3277975" target="_blank">sete radares que apresentaram erro</a> na BR-040, entre Cristalina (GO) e Brasília (DF), estão sendo canceladas pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). Segundo o órgão, as infrações foram registradas entre fevereiro e maio deste ano. Desde então, os equipamentos foram desativados e só voltarão a operar após nova aprovação do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro).

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<div attr-cid="policy:1.3279567" attr-version="policy:1.3279567:1750532719" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.3279567" data-onecms-type="article" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.3279567', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.3279567">WEBSTORIES - Veja como pedir cancelamento de multas em radares (1.3279567)</a></div>

De acordo com o Dnit, os radares em questão foram instalados após o órgão reassumir a administração da rodovia, em agosto de 2024. Além disso, os equipamentos reprovados estavam operando desde fevereiro deste ano e foram autorizados com base nas normas técnicas vigentes à época.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/multas-aplicadas-por-sete-radares-em-rodovia-de-goias-ser-o-canceladas-por-erro-em-equipamento-diz-dnit-veja-locais-1.3277975" target="_blank">Multas aplicadas por sete radares em rodovia de Goiás serão canceladas por erro em equipamento, diz Dnit; veja locais</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/goiania-ja-tem-pelo-menos-4-mil-cameras-nas-ruas-1.3271570" target="_blank">Goiânia já tem pelo menos 4 mil câmeras nas ruas</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/mais-de-4-7-mil-multas-s-o-aplicadas-durante-primeira-semana-de-volta-de-funcionamento-de-radares-em-goiania-1.3250137" target="_blank">Mais de 4,7 mil multas são aplicadas durante primeira semana de volta de funcionamento de radares em Goiânia</a></div>

O POPULAR tentou contato com a assessoria do Dnit para confirmar se os radares permanecem desligados, mas não obteve retorno até a última atualização desta matéria. Em nota anterior, o órgão informou que está tomando as providências necessárias para corrigir os problemas e encaminhar os equipamentos para nova verificação técnica.

<h2>Como pedir cancelamento</h2>

O motorista deve acessar o&nbsp;<a href="https://servicos.dnit.gov.br/multas/consulta-multas" style="font-size: 12px;" target="_blank">Portal de Multas de Trânsito</a>&nbsp;e fazer o login com sua conta gov.br. Em seguida, é necessário enviar os documentos exigidos no sistema, incluindo o&nbsp;<a href="https://servicos.dnit.gov.br/multas/pdf/forms/Formulario_Restituicao.pdf" style="font-size: 12px;" target="_blank">Formulário de Solicitação de Restituição</a>, e aguardar o prazo de análise.&nbsp;Conforme o Dnit, os motoristas que já pagaram essas multas têm direito ao ressarcimento.

Em caso de dúvidas, os interessados podem entrar em contato pelo telefone (61) 3315-4000 e e-mail&nbsp;<a href="http://multas@dnit.gov.br" style="font-size: 12px;" target="_blank">multas@dnit.gov.br</a>.

<img attr-cid="policy:1.3277978" attr-version="policy:1.3277978:1750170718" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3277978/tabela.JPG?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /> 
Local e período das multas que serão canceladas pelo Dnit por erro nos radares. (Reprodução/Dnit)

Veja como pedir cancelamento de multas em radares que apresentaram erro na BR-040 entre Goiás e o DF

DEFEITO

A cidade de Goiânia sempre se destacou pela sua arborização densa e diversificada, que confere à capital goiana um microclima mais ameno, qualidade de vida superior e identidade própria. Recentemente, no entanto, a Prefeitura tem adotado uma postura que merece crítica e reflexão. Ao aplicar com rigidez o novo Plano Diretor de Arborização Urbana – PDAU (Lei Complementar nº 374/2024), propõe-se substituir árvores exóticas e de grande porte por espécies exclusivamente nativas do Cerrado.

Embora o Cerrado seja, de fato, o bioma predominante da região, a vegetação de Goiânia é mais complexa. A cidade abriga remanescentes de Mata Atlântica, especialmente nas áreas do Jardim Botânico e nos fundos de vale da bacia do Córrego Botafogo. Essa realidade ecológica híbrida explica a presença, ao longo das décadas, de espécies como gameleiras, jamelões, sibipirunas, sete-copas e oitis, que formaram corredores sombreados e um paisagismo urbano reconhecido nacionalmente.

A intenção de “brasilianizar” Goiânia, com uma homogeneização arbórea semelhante à da capital federal, ignora o contexto histórico, ecológico e climático local. Goiânia sempre teve uma arborização mais frondosa e um adensamento verde que, se for eliminado de forma abrupta, causará consequências sérias: aumento de ilhas de calor, diminuição da umidade relativa do ar, perda de fauna urbana e descaracterização do ambiente urbano.

Além disso, o argumento de que essas árvores estão “doentes” não justifica a derrubada em massa. O manejo fitossanitário exige parcimônia. Árvores eventualmente comprometidas devem ser removidas com cautela, em processo gradual e transparente, respeitando o tempo necessário para que novas espécies se desenvolvam. A derrubada acelerada, sem a reposição eficaz nem diversidade, desequilibra o ecossistema urbano e prejudica diretamente a população mais vulnerável, que depende da sombra para transitar em vias públicas sob calor extremo.

Espero que os técnicos da Agência Municipal de Meio Ambiente – AMMA, possam refletir sobre a forma que estão licenciando e autorizando a implantação do plano de arborização da cidade, para que não causem impactos negativos, e a Comurg – Companhia de Urbanização de Goiânia na forma de sua atuação prática, evitando situações como acontecidas na Marginal Botafogo, no início do mês de junho, onde até espécimes saudáveis foram derrubadas.

Goiânia não é Brasília. E não deve ser. A busca por uma “padronização ecológica” não pode apagar o patrimônio verde construído ao longo de décadas. É preciso uma política de arborização inteligente, que una responsabilidade ambiental com respeito à identidade urbana e ao conforto térmico. O que está em jogo é o futuro da cidade e o bem-estar da população.

Marcelo de Castro Dias, advogado, especialista em planejamento urbano e ambiental pela PUC Goiás. Membro da Comissão de Direito Ambiental da OAB Goiás.

Os artigos publicados não refletem a opinião de O POPULAR. Sua publicação obedece ao propósito de estimular e fomentar a diversidade e o debate de temas locais, nacionais ou mundiais.

Goiânia não é Brasília

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Marcelo de Castro Dias

Policial e advogado que morreram em acidente na BR-060 retornavam de evento cultural, diz família

<img attr-cid="policy:1.3271881" attr-version="policy:1.3271881:1748789742" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3271881/OPOPULAR - Montagem de fotos e vídeo para o site (2).jpg?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /> 
O policial civil Marcelo Helou Filho e o advogado Rodrigo Lopes de Assis (Reprodução/Facebook Marcelo Helou Filho | Reprodução/Instagram Fabrício Coelho)

O policial civil e o advogado, <a href="https://opopular.com.br/cidades/policial-civil-e-advogado-de-anapolis-morrem-em-acidente-na-br-060-1.3271849" target="_self">que morreram em um acidente na BR-060</a>, em Brasília, retornavam de um evento cultural na capital federal quando ocorreu a colisão contra outro carro, segundo a família. Marcelo Helou Filho, de 36 anos, e Rodrigo Lopes de Assis, de 46, eram amigos desde jovens e seguiam no mesmo veículo para Anápolis. Mais duas pessoas ficaram feridas.&nbsp;

Assista reportagem da TV Anhanguera sobre esse caso:&nbsp;<a href="https://g1.globo.com/go/goias/videos-ja-2-edicao/video/policial-civil-e-advogado-de-anapolis-morrem-em-acidente-na-br-060-em-brasilia-13645830.ghtml" style="color: rgb(0, 136, 204); text-decoration-line: none; font-family: &quot;Lucida Grande&quot;, &quot;Lucida Sans&quot;, geneva, arial, sans-serif; font-size: 12px; background-color: rgb(238, 238, 238);" target="_blank">Policial civil e advogado de Anápolis morrem em acidente na BR-060, em Brasília</a>

Ao POPULAR, Camilla Schneider, sobrinha do advogado Rodrigo Lopes, disse que o tio estava em um festival musical junto com o amigo, no Parque da Cidade, em Brasília. Segundo ela, Rodrigo e Marcelo cultivavam a amizade desde a adolescência e compartilhavam o mesmo gosto musical.&nbsp;

<div attr-cid="policy:1.3272520" attr-version="policy:1.3272520:1748947371" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.3272520" data-onecms-type="article" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.3272520', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.3272520">Policial e advogado que morreram em acidente na BR-060 retornavam de evento cultural, diz família (1.3272520)</a></div>

Além de tio, o advogado era também padrinho de Camilla, mas ela o considerava como um pai, após perder o seu genitor em um acidente.&nbsp;

<cite>Meu padrinho fez esse papel de pai para mim depois do falecimento. Ele era uma pessoa de um coração incrível e uma espiritualidade elevadíssima. Sempre conectado com a natureza, esportes e animais, e sempre na correria em busca de evolução. Procurava ajudar as pessoas a sua volta a crescerem fisicamente e mentalmente. Ele era uma pessoa incrível, de uma personalidade completamente única e indescritível. Ele era um farol que incendiava todos ao seu redor com sua luz”, descreveu Camilla.&nbsp;</cite>

Stephany Melo era amiga e colega de trabalho no mesmo escritório em que Rodrigo trabalhava, desde 2017. Segundo ela, o ambiente era de família e todos estão “assombrados pela saudade” dele.

<cite>Todos estão consternados aqui. Rodrigo era uma figura ímpar, amigo, leal, sempre pronto para ajudar, disposto a resolver” afirmou.&nbsp;</cite>

<img attr-cid="policy:1.3272311" attr-version="policy:1.3272311:1748894075" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3272311/WhatsApp Image 2025-06-02 at 16.48.20.jpeg?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /> 
Rodrigo ao lado de Marcelo um almoço, em 2008 (Arquivo pessoal/Stephany Melo)

Marcelo e Rodrigo fizeram até mesmo o curso de Direito juntos. Ao POPULAR, a professora Mariane Stival contou deu aula para eles há cerca de 15 anos, mas ainda guardava um forte carinho, sempre os encontrando na cidade.&nbsp;

<cite>Rodrigo era muito engraçado. Sempre assistia às aulas com alegria. Marcelo tinha um perfil mais contestador, mas tinha uma meiguice que nunca vou esquecer. E ambos eram muito educados e respeitosos. [...] Quando vi a notícia, senti muito. É perder duas pessoas que fazem parte da nossa história como professores. Duas pessoas que um dia encheram uma sala de vida", lamentou.&nbsp;</cite>

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/policial-civil-e-advogado-de-anapolis-morrem-em-acidente-na-br-060-1.3271849" target="_blank">Policial civil e advogado de Anápolis morrem em acidente na BR-060</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/veja-quem-era-o-policial-civil-que-morreu-em-acidente-na-br-060-1.3271871" target="_self">Veja quem era o policial civil que morreu em acidente na BR-060</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/veja-quem-era-o-advogado-que-morreu-em-acidente-na-br-060-1.3271943" target="_self">Veja quem era o advogado que morreu em acidente na BR-060</a></div>

<h2>Perfil&nbsp;</h2>

No seu perfil nas redes sociais, o advogado compartilhava medalhas e participações em corridas e maratonas. Ele se mostrava um apaixonado por viagens e postava inúmeros registros de destinos pelo mundo.&nbsp;

<a href="http://opopular.com.br/canal" target="_blank">🔔 Siga o canal de O POPULAR no WhatsApp&nbsp;</a>

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Anápolis manifestou pesar pela morte do advogado, prestando apoio aos parentes e amigos. Nos comentários, colegas de profissão e amigos de Rodrigo prestaram homenagens e lamentaram sua perda.&nbsp;

Também natural de Anápolis, Marcelo era apaixonado por viagens e por estar em contato com a natureza. Ele estava cotado na Polícia Civil de Goiás, desde 2017, e fazia parte da corporação lotada em sua cidade natal, desde de então. Por meio de nota, a comunicação da PC-GO, lamentou a morte do policial e se solidarizou com familiares, colegas e amigos dele.&nbsp;

<h2>Acidente</h2>

De acordo com a Polícia Civil do Distrito Federal (PC-DF), Marcelo e Rodrigo seguiam pela rodovia, sentido Goiânia, <a href="https://opopular.com.br/cidades/policial-civil-e-advogado-de-anapolis-morrem-em-acidente-na-br-060-1.3271849" target="_blank">quando o acidente ocorreu na madrugada do último sábado (31)</a>. Segundo o Corpo de Bombeiros do Distrito Federal (DF), as causas do acidente ainda não foram identificadas.

<img attr-cid="policy:1.3272319" attr-version="policy:1.3272319:1748895558" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3272319/Captura de tela 2025-06-02 171907.png?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /> 
Acidente aconteceu na BR 060, no KM 2, na Área de Desenvolvimento Econômico de Samambaia, em Brasília - sentido Goiânia (Reprodução/TV Anhanguera)

O policial e o advogado estavam acompanhados por uma mulher, que ficou ferida e foi encaminhada para o Hospital Regional de Taguatinga com fratura no ombro direito, fratura no fêmur direito e dores na região do tórax. Como o nome não foi revelado, a reportagem não conseguiu atualizar o estado de saúde dela até a última atualização deste texto.

Segundo os bombeiros, a batida ocorreu próximo ao Conjunto 07 da Área de Desenvolvimento Econômico de Samambaia e envolveu dois carros: um Nissan Kicks, de cor cinza, e um Audi A3, de cor preta.

Com o impacto, os dois veículos capotaram e pararam às margens da rodovia. No Audi havia apenas o condutor, que foi socorrido consciente e encaminhado ao Hospital de Base do Distrito Federal, com traumatismo cranioencefálico e dores abdominais. Como o nome dele não foi revelado, a reportagem não conseguiu atualizar o estado de saúde dele até a última atualização deste texto.

Ao POPULAR, a Polícia Civil do Distrito Federal (PC-DF) informou, neste domingo (1º), que os dois veículos "aparentemente estavam trafegando no mesmo sentido da via (sentido Goiânia)", mas por volta de 1h45 se chocaram. A polícia não respondeu como foi essa dinâmica que causou o grave acidente.

Íntegra da nota da PC-GO&nbsp;

A Polícia Civil de Goiás (PCGO) manifesta profundo pesar pelo falecimento do policial civil Marcelo Helou Filho. Agente de polícia lotado em Anápolis, Marcelo faleceu vítima de um acidente de trânsito. Neste momento de dor, a PCGO se solidariza com familiares, colegas de trabalho e amigos, desejando força e conforto para seus corações. Que Deus ampare a todos.

Íntegra da nota da OAB-GO&nbsp;

A Diretoria da Ordem dos Advogados do Brasil, Subseção de Anápolis, manifesta seu mais profundo pesar e presta condolências aos familiares e amigos, pelo falecimento do Advogado, Dr Rodrigo Lopes de Assis.

“Disse-lhes Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida. Aquele que crê em mim, ainda que morra, viverá;” (João 11:25)

OAB Anápolis 
Uma só ordem, uma só advocacia em defesa da cidadania

TRAGÉDIA

PEC do fim da reeleição

Aprovada na semana passada, de forma simbólica, pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado Federal, a proposta de emenda à Constituição (PEC) que acaba com a reeleição para presidente da República, governadores e prefeitos, e que também unifica as eleições no país terá efeito limitado no sistema político, na visão de analistas. E um dos efeitos negativos pode ser o de comprometer a participação popular e afastar ainda mais os cidadãos das decisões políticas.&nbsp;

A assimilação desta mudança também pode levar mais tempo do que o esperado e acabar turvando as discussões sobre a realidade municipal, estadual e federal, afirmam os especialistas que, por outro lado, consideram de forma positiva a possibilidade de os mandatários desempenharem um maior foco em governança e a nabertura de espaço par&lt;CW-18&gt;a novas lideranças.

O cientista político Guilherme Carvalho diz que o projeto representa um “grave risco” para a qualidade da democracia brasileira ao apontar para a possibilidade de a PEC aprofundar a concentração de poder nas elites políticas e transformar o Brasil numa espécie de “oligarquia consolidada”.

“O Brasil já é considerado uma semidemocracia em alguns índices internacionais. É um país com muito baixa participação popular nos processos decisórios, apesar de a Constituição ter criado mecanismos”, destaca Carvalho. “Acaba que a gente delega para o período eleitoral esses assuntos. Então participa muito pouca gente nas discussões públicas, e o único momento de intervenção, e o momento que o cidadão de fato se sente parte, são as eleições”, prossegue.

Mas por outro lado, Itami Campos, professor aposentado da Universidade Federal de Goiás (UFG) e cientista político, vê que o tempo mais espaçado entre uma eleição e outra poderia dar “outra dinâmica” e renovar o interesse da população pela política, tendo em vista a maior chance de uma renovação dos cargos eletivos em geral. “Tem gente que há 30 anos é senador, deputado, vereador, e que se tornaram candidatos perenes. Isso gera um desinteresse da população. A questão eleitoral acabaria se diferenciando”, diz Campos, defendendo um debate maior sobre o tema no Congresso Nacional.

Criticando os desdobramentos dos escândalos envolvendo o orçamento secreto, Campos afirma que o instituto da reeleição não é o principal problema da política brasileira atualmente. “Mas é a perda do caráter público do político: que é aquela ideia da natureza pública do mandato. Não é que todos sejam corruptos, mas interesses outros acabam influenciando demais os mandatos. Por exemplo, você tem a categorização das bancadas - bala, bíblia, boi -, e a luta passa a ser de natureza muito específica”, enfatiza o cientista político.

O principal argumento do autor da proposta, o senador Jorge Kajuru (PSB), é o de que acabar com a reeleição no país significa combater frontalmente a “corrupção eleitoral” - a que ele chama de “a maior do país” por estimular o uso da máquina pública e a formação de alianças políticas baseadas em “interesses eleitorais e não técnicos”.&nbsp;

O modelo atual, afirma Kajuru, leva os gestores a se preocuparem mais com sua permanência no poder do que com a administração pública. Para ele, a mudança permitirá que os eleitos se concentrem na execução de políticas públicas, sabendo que terão apenas um mandato de cinco anos.

“Se a cada cinco anos tem eleição, aí o cara vai entrar e pensar no quê? Opa, eu só tenho cinco anos de mandato, portanto, eu tenho que fazer um grande governo, deixar uma grande herança, que depois eu só vou voltar cinco anos depois para me candidatar de novo”, afirma o senador do PSB de Goiás.

Mas o advogado Juscimar Ribeiro, especialista em Direito Administrativo, rebate os argumentos de que os problemas políticos do país se resumem apenas ao instituto da reeleição e aponta ceticismo com as chances reais de os rumos do país mudarem com a reforma.&nbsp;

“Nós deveríamos ter um processo de alteração do nosso sistema político um pouco mais amplo. Um dos grandes problemas hoje é a ausência de profissionalização, e o excesso de cargos em comissão”, afirma o especialista na área administrativa. “Há uma deturpação do princípio constitucional de que os cargos em comissão são só para direção e assessoramento, mas eu não vejo a discussão refletindo nisso. Sou cético em relação ao alcance dessa proposta para a prática das dificuldades que a administração pública brasileira tem.”

<div attr-cid="policy:1.3272061" attr-version="policy:1.3272061:1748830871" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.3272061" data-onecms-type="article" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.3272061', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.3272061">PEC do fim da reeleição (1.3272061)</a></div>

Impactos

Ao defender a PEC e ponderar sobre o período que foi prefeito de Senador Canedo, o senador Vanderlan Cardoso (PSD) classifica o instituto da reeleição como “danoso” e que o seu fim gerará nos governantes uma maior dedicação à execução de suas propostas. “Eu tenho experiência de prefeito, e eu sei que o mandato ideal é de cinco anos para colocar tudo em ordem. As reeleições favorecem quem está no poder. Mas o país não aguenta mais eleição de dois em dois anos, é danoso economicamente”, afirma Vanderlan.

Já Clodoaldo Moreira Júnior, advogado e pós-doutor em direito constitucional, vai na contramão de Vanderlan e aponta a descontinuidade administrativa, a perda de capital político e o efeito de “mandato tampão” como principais riscos para o fim da reeleição. “Sem a perspectiva de buscar a validação popular para um segundo mandato, existe o risco de que alguns governantes encarem o período como meramente transitório, ou adotem posturas excessivamente populistas visando projetos políticos futuros fora do cargo executivo imediato”, diz.

Sistema

O direito à reeleição para cargos do Executivo foi aprovado em 1997 por meio de uma emenda à Constituição proposta pelo governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso - reeleito em 1998. Anos mais tarde, porém, ele admitiu em entrevista que a proposta fora “um erro”. Ao propagar a matéria que acaba com a reeleição 27 anos depois de ser instaurada no país, Kajuru ecoa a “mea culpa” de FHC para desclassificar a continuidade do atual sistema eleitoral.

A nova proposta, além de vetar a reeleição ao Executivo, aumenta o tempo de mandato para todos os cargos eletivos, passando de 8 para 10 anos no caso dos senadores; e de 4 para 5 anos nas demais posições. A matéria também prevê a unificação do calendário eleitoral, com todos os pleitos (municipais, estaduais e federais) ocorrendo na mesma data.&nbsp;

Isso acontecerá gradualmente até a eleição de 2039, quando haverá a unificação total de cinco anos de mandato. Entretanto, os cargos do Legislativo - deputados federais, senadores, deputados estaduais e vereadores - continuam com a possibilidade de reeleição inalterada.

Apesar de o texto original ter previsto o aumento do mandato de senador, uma emenda incluída de última hora ao texto, de autoria do senador Eduardo Girão (Novo-CE), diminui o mandato de senador para cinco anos. A modificação causou irritação no Senado e travou a tramitação da PEC, que agora não tem nova data para ser votada em plenário.

Na esteira das discussões sobre a PEC de Kajuru, o governador Ronaldo Caiado (UB), em críticas ao governo do presidente Lula (PT), apresentou posicionamento contrário ao instituto da reeleição para a Presidência da República e defendeu “presidencialismo forte”, em reunião com empresários e autoridades em Nova York no último dia 13.&nbsp;

Apesar de ter utilizado a recondução três vezes para deputado federal e uma vez para o governo estadual, Caiado - que é pré-candidato a presidente na eleição do ano que vem - alegou na ocasião que “quem for candidato e pensar na tese da reeleição não governará o país”. “Estará muito mais prorrogando o problema ao invés de resolvê-lo em nosso país”, disse o governador em Nova York.

O POPULAR não obteve retorno do senador Wilder Morais (PL), terceiro integrante da bancada goiana na Casa.