O motorista da caminhonete Hilux, Eduardo Henrique de Sousa Resende, de 22 anos, e o da BMW, Arthur Yuri, de 18, apontados como participantes de um racha, que ocorreu no último sábado (7), e culminou na morte de dois jovens, foram ouvidos pela Polícia Civil nesta quinta-feira (12). Nesta sexta-feira (13), mais duas testemunhas serão ouvidas. A defesa dos jovens nega que eles estivessem praticando a corrida ilegal e atribui o capotamento do primeiro veículo a uma deformidade do asfalto.Em nota enviada ao POPULAR, a defesa dos condutores informou que “não houve racha ou qualquer outra disputa envolvendo os condutores” e que “a narrativa de que os jovens participavam de um racha foi criada tão somente pelo fato dos dois carros por eles conduzidos estarem trafegando em velocidade inadequada.”Pouco antes da tragédia, os jovens estavam a 123 quilômetros por hora (km/h) em uma via onde o permitido era 60 km/h. A constatação foi da Delegacia de Crimes de Trânsito (Dict), que investiga as circunstâncias do acidente. A velocidade foi verificada no cruzamento da Avenida T-9 com a T-2.Também foi comunicado pela defesa que “em relação ao acidente, cumpre esclarecer que o condutor da caminhonete (Eduardo Henrique), perdeu o controle do veículo em razão das deformidades no asfalto” e que a investigação trará comprovações acerca disso. Além disso, eles destacaram que os dois condutores sempre estiveram à disposição para contribuir com as investigações.Os advogados Benedito Torres e Felipe Carrijo disseram ainda que “repudiam veementemente as inverdades e ataques desmedidos que buscam condenar de forma precipitada os jovens apontados indistintamente como responsáveis pelo horrível acidente ocorrido no último fim de semana” e reforçaram que “Arthur Yuri e Eduardo Henrique, bem como suas famílias, encontram-se abalados com o acidente e lamentam imensamente pelas vidas que se foram precocemente.”Entenda o casoO acidente ocorreu por volta de 5h20 do último sábado. Momentos antes os condutores estavam na casa noturna Royal, localizada no Setor Marista, onde chegaram às 2h40. Imagens de câmeras de segurança da boate mostram quando eles chegaram ao local junto com outros jovens. O grupo ficou por quase três horas no local. De acordo com o delegado responsável pelo caso, Thiago Damasceno, o estabelecimento forneceu as comandas de Arthur e Yuri que comprovam que os dois pediram bebidas alcoólicas.Assim que saíram da boate, eles seguiram pela Avenida T-9 disputando um racha, conforme as investigações. Próximo ao cruzamento com a Avenida C-231, o motorista da caminhonete perdeu o controle da direção, invadiu o canteiro central, capotou na pista e atingiu dois estabelecimentos comerciais.Leia também:Racha na T-9: Motoristas estavam a 123 km/h em via de 60 km/h, diz políciaMotorista da BMW envolvido em racha que matou adolescente não tem CNH, diz políciaVídeo mostra momento que caminhonete capota no Jardim América, em GoiâniaAlém do motorista, outras cinco pessoas estavam na caminhonete. Arthur Yuri, que conduzia a BMW, não tem Carteira Nacional de Habilitação (CNH). Ele dirigia o carro da mãe, que pode ser responsabilizada no caso. Uma integrante do grupo, Marcella Sonia Gomes, de 15 anos, teria usado a identidade de uma amiga para conseguir entrar na boate. A jovem foi uma das que morreram no capotamento. Ela foi arremessada para fora do veículo quando ele capotou.Outro a ser arremessado da Hilux, e que também estava na boate, foi o estudante de agronomia Wictor Fonseca Rodrigues, de 20 anos. Ele chegou a ser internado no Hospital de Urgências de Goiás (Hugo), em Goiânia, mas não resistiu aos ferimentos e teve a morte cerebral constatada na terça-feira (10). (Colaborou Ton Paulo)