A defesa de João Teixeira de Faria, de 80 anos, conhecido como João de Deus, afirma que a argumentação do Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) de que o recente casamento do médium demonstra que ele tem condições físicas e psicológicas para retornar ao presídio, não procede.Atualmente, João de Deus, que é condenado por diversos crimes sexuais, cumpre prisão domiciliar. O advogado Anderson von Gualberto diz que lamenta a “sede desenfreada” do MP-GO em fazer esse tipo de afirmação com o intuito de “inflacionar o sentimento de ódio e repulsa” contra João de Deus. O médium firmou união estável com a com a advogada Lara Cristina Capatto, de 50 anos, no dia 1º de setembro de 2021, quando ainda estava no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia. No dia 9 de abril, eles entraram com um pedido de conversão em casamento. O processo foi concluído nesta quarta-feira (4). Gualberto esclarece que o fato de João ter se casado não possui densidade jurídica suficiente para alterar a condição da prisão domiciliar. “O que ocorreu agora foi a conversão dessa união em casamento. Não houve alteração fática. O estado de saúde é frágil e típico de uma pessoa que tem 80 anos de idade.”Leia também:- Processo para casamento de João de Deus foi iniciado em abril- MP entende que casamento comprova que João de Deus tem condições de ir para a prisão- João de Deus é condenado a mais 4 anos de prisão por violação sexual mediante fraudePrisãoJoão de Deus começou a cumprir pena por crimes sexuais em 2018. Entretanto, em 2020, ele passou para o regime domiciliar. A alegação da defesa foi justamente a falta de condições do médium, especialmente por conta da pandemia da Covid-19, de permanecer em regime fechado. Em agosto de 2021, a pedido do MP-GO, ele voltou para a cadeia. Entretanto, no mês seguinte, o Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJ-GO) reformou a decisão sobre a prisão e ele voltou para a prisão domiciliar, em Anápolis.O advogado destaca o fato de a Justiça ter concedido prisão domiciliar para João de Deus duas vezes. “As decisões foram lastreadas em provas técnicas, inclusive elaboradas pela junta médica do TJ-GO. João de Deus continuará atendendo a todos os chamados da justiça, bem como vem respeitando todas as regras impostas pelo tribunal”, afirma.