A Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, em Jaraguá – município goiano surgido em 1736 –, foi erguida 40 anos depois, em 1776, pela irmandade de negros de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito. Em seus 248 anos, recebeu obras de manutenção, mas nada tão grande como a que vem sendo executada agora, dentro do projeto Fé, Religiosidade e Devoção, da Secretaria de Estado da Cultura (Secult). O trabalho de restauração e requalificação revelou um grande cemitério com restos mortais possivelmente de africanos escravizados e negros libertos, formado por mais de 200 anos na avaliação de arqueólogos. A obra, que começou em maio, está sob a responsabilidade da Archaios Engenharia, vencedora do processo licitatório, e tem contribuído para trazer à luz um pouco da história de um dos mais antigos municípios do Estado, a 120 quilômetros de Goiânia. Margeada pela Serra de Jaraguá, a igreja de arquitetura colonial foi erguida em um terreno em aclive e ao longo dos anos ganhou estruturas urbanísticas a seu redor. Sob o calçamento externo, foram retiradas, em novembro, 35 ossadas humanas, para dar passagem ao canal de drenagem que vai escoar águas pluviais, uma obra necessária para evitar impactos na parte estrutural do templo.